• Capítulo Dez •
Tem uma pessoa no meu guarda-roupa. Tem. Uma. Pessoa. No. Meu. Guarda. Roupa.
"E não uma pessoa qualquer", pensou Rebecca desesperada. "Kevin MacCormack."
O que sua vida estava se tornando? Ela não fazia ideia e estava ocupada demais para tentar entender.
Becca viu quando a porta de seu quarto se abriu e Simon entrou com a maior cara de sono. Seus cabelos castanhos apontavam para todos os lados e ele vestia aquele pijama velho e manchado que dizia ser o mais confortável do mundo.
A garota tentou encontrar algo no qual se agarrar, aliás, suas mãos não paravam de tremer, então segurou um livro que estava em cima da cama como se fosse um bote salva-vidas.
"Becky, tudo bem?", Simon perguntou ao ver a irmã parada perto da cama. "Gabrielle estava acordada e disse que ouviu uns barulhos aqui em cima."
Becca abriu o sorriso mais convincente que ela poderia arranjar, fazendo uma nota mental para checar os horários que a irmã estava indo para a cama ultimamente. Aquela pestinha...
"Eu estava... dançando", ela respondeu com o primeiro verbo que lhe veio à cabeça. "Sabe, exercitando o corpo e tudo mais. Desculpe, prometo ficar quieta agora."
Simon não respondeu, ao invés disso passou os olhos verdes pelo quarto.
"Que cheiro é esse?"
"Qual cheiro?", perguntou Rebecca inocentemente, a voz subindo algumas oitavas.
"Não sei." Simon adentrou mais o quarto e deu duas fungadas. Rebecca usou todo o autocontrole que possuía para não olhar para o armário. "Um perfume mais forte. Parece mascu..."
"Comprei um novo semana passada", Becca disse antes que ele continuasse, esticando ainda mais o sorriso. "Borrifei um pouco nos móveis. Amo perfume, você sabe."
Antes que Simon pudesse dizer alguma coisa, Nicholas saiu do canto onde estava até então e lentamente caminhou até o guarda-roupa, farejando o chão.
Se fosse possível morrer de apreensão, Rebecca poderia jurar que a qualquer momento conheceria o que havia após a morte.
"Olha só, você acordou o Nicholas, Simon", disse ela, indo até o enorme cão e acariciando sua cabeça. "Você não está com sono, Nick?"
Nick piscou os grandes olhos azuis para ela e depois olhou para a porta do armário. Rebecca sorriu, odiando-se por ter um cão tão inteligente e que aparentemente não queria nem um pouco seu bem.
"Bom, tudo bem então", disse Simon, dando as costas à irmã. "Mamãe disse que vai chegar só lá pelas onze hoje. Já deixei a comida pronta para ela, não se preocupe."
"Obrigada", disse Becca, tentando disfarçar o enorme alívio que sentia. "Ainda bem que..." Mas naquele momento um som, baixo porém inconfundível, soou de algum lugar no quarto. Um espirro.
"O quê...", começou a dizer Simon, mas antes que ele pudesse completar Rebecca se pôs a espirrar descontroladamente e tossir ao mesmo tempo como uma tuberculosa.
"Estou... gripada", ela disse entre um espirro e outro. Nick a olhou como se a estivesse julgando. "Uma gripe... atchim!... bem forte... atchim!"
"No verão?", Simon perguntou, erguendo uma sobrancelha.
"Vírus não escolhem estações!", Rebecca exclamou, agora desejando jogar o irmão escadas abaixo. "E eu estou com sono, Simon, pode ir embora? Ou talvez eu possa passar essa gripe para você..."
Ela começou a ir na direção dele, mas Simon riu e saiu correndo, fechando a porta atrás de si.
Rebecca ficou parada no meio do quarto por pelo menos mais dez segundos, até ouvir a porta de sua torre se fechar lá embaixo. Então, soltando um enorme suspiro de alívio, ela lançou um olhar zangado para o seu cão traidor e abriu as portas do armário.
No mesmo instante Kevin saiu de lá arfando, jogou os sapatos para o alto e arrastou-se pelo carpete.
"Eu estava sem ar!", ele praticamente gritou. "Não tinha um esconderijo melhor?!"
"Cala a boca", ela reclamou, já olhando preocupada para a porta fechada do quarto. "Tem ideia do que quase aconteceu? O que meu irmão iria pensar?!"
"Eu não sei", respondeu Kevin zangado, se levantando do chão com dificuldade. "Mas você não pode simplesmente sair jogando pessoas dentro de armários desse jeito."
Rebecca cruzou os braços e abriu um meio sorriso.
"Na semana passada eu te acertei com uma frigideira, acho que ficar dentro do armário é melhor do que aquilo." Kevin começou a retrucar, mas então Becca enfiou-se embaixo da cama e tirou de lá a mesmíssima frigideira que tinha acabado de mencionar.
Kevin calou-se e foi para o outro canto do quarto, bem longe dela.
"Se chegar perto de mim com esse negócio, juro que grito o seu irmão até ele aparecer aqui."
Rebecca riu e rodopiou a frigideira na mão, se exibindo.
"Se as pessoas soubessem o quanto essa arma é poderosa, andariam vinte e quatro horas com uma na cintura." E então ela deu mais uma rodopiada com a frigideira. Mas, aparentemente, Becca não era tão ágil assim, pois tudo o que conseguiu fazer foi acertar sua própria cabeça com o objeto. "Ai!"
Kevin uivou e se curvou de tanto rir, enquanto Rebecca esfregava a lateral da cabeça se sentindo a maior das idiotas.
"Doeu, foi?", ele perguntou ainda rindo, se aproximando dela e esfregando delicadamente o local onde Rebecca tinha acertado a si própria. "Minha mãe sempre fala que o que fazemos acaba voltando para gente. Acho que nunca tive um exemplo tão explícito."
"Seu chato."
Então Kevin tirou a frigideira assassina das mãos dela e jogou em cima da cama.
"Acho que não posso esperar mais conselhos amorosos de você hoje, não é?"
Rebecca teve um arrepio só de pensar no assunto.
"E arriscar que meu irmão apareça de novo? Nem pensar. Acho melhor você ir para casa ou para onde garotos como você costumam ir numa sexta à noite."
Kevin revirou os olhos para ela, mas havia um sorriso em seus lábios.
"Acredite, hoje eu realmente vou para casa. Tenho dever de casa para o fim de semana inteiro."
Rebecca fingiu um olhar de reprovação.
"Atrasando tarefas? Parece bem a sua cara."
"Ei! Eu sempre sou pontual com as coisas do colégio, ok?" Rebecca deve ter feito uma cara de quem não acreditava muito, pois ele continuou: "Isso é preconceito, sabia? Só porque sou popular e faço parte do time de futebol não quer dizer que não tenha nada na cabeça além de cocô de galinha."
Rebecca mordeu o lábio inferior, se sentindo um pouquinho envergonhada.
A verdade é que ela realmente pensava que Kevin era só aquilo. O garoto popular que ganhava tudo de mão-beijada e não se importava muito com a escola. Estava se sentindo uma hipócrita... Justo ela que sempre dizia em seu blog que ninguém deveria julgar as pessoas por seus status ou classes sociais.
"Você tem razão. Desculpe", ela disse, olhando para o chão. Kevin assobiou.
"Meu Deus, você está concordando comigo, loira? Se segure, porque a qualquer momento o mundo pode acabar."
Rebecca riu e começou a empurrá-lo até a porta do quarto.
"Não me faça ficar arrependida."
"Você não vai. Se quiser, posso citar Shakespeare e provar como sou um cara inteligente."
"Não adianta saber Shakespeare e ficar acumulando deveres..."
Kevin soltou um arquejo engraçado.
"Só acumulei deveres porque minha irmã voltou para casa essa semana e eu quis passar um tempo com ela."
"Certo, Sr. Desculpas, acredito em você."
Kevin riu e cravou os calcanhares no chão depois de chegar até a porta do quarto. Ele se virou para Becca, se agigantando sobre ela.
"No próximo programa que eu arranjar", ele começou de repente, olhando sério para ela, "você vai?"
Rebecca mordeu o lábio inferior e desviou os olhos, mas então Kevin a segurou delicadamente pelo queixo e a forçou a olhar para ele. Deus, aqueles olhos castanhos... eram intensos demais.
"Vou pensar nisso."
"Só pensar?"
Rebecca soltou um suspiro e deixou cair os ombros.
"Tudo bem, tudo bem, eu vou! Vai me deixar em paz agora?"
Kevin abriu um sorriso embaraçante de tão lindo e se endireitou, os olhos brilhantes.
"Perfeito. Agora, se não se importa, pode devolver meus sapatos? Não quero caminhar até o carro descalço."
Rebecca jogou os sapatos na cara dele.
"Você é sempre tão deli..."
"Até mais, Kevin."
E ela fechou a porta.
Segundos mais tarde, Becca foi até sua janela e o viu caminhar de fininho pelo jardim, se fundindo com a escuridão. Antes de sumir pela estrada, ele olhou para a sua janela e ergueu o braço, acenando.
Rebecca, sem escolha, acenou de volta, pensando no giro que sua vida havia dado em apenas sete dias.
Becca tirou o bolo do forno com cuidado, inspirando fundo e sentindo o cheiro delicioso preencher cada centímetro dela.
Colocou o tabuleiro na mesa e viu a fumaça dançar pelo ar, espalhando o aroma por toda a casa. Ela estava ansiosa para experimentar um pedaço, quase morrendo de vontade, mas tudo o que conseguiria fazer era queimar a língua se devorasse o bolo naquele instante.
"Esse aí cresceu bem, não cresceu?", perguntou sua avó, entrando na cozinha e sentando-se à mesinha circular que ficava em um canto do cômodo, perto da janela. "Caprichei."
Rebecca riu e abriu mais as cortinas rosa-bebê, deixando com que a luz forte do sol entrasse. Estava um dia iluminado e a claridade que tomava conta da cozinha fazia tudo ficar amarelo e claro como o sol.
Aquele lugar nunca mudava. Os mesmos azulejos brancos como a neve cobriam as paredes, as xícaras azuis da avó permaneciam na mesma bandeja prateada sobre a pia, os imãs coloridos cobriam a porta da geladeira, tomando cada centímetro dela, e o cheiro de doces recém-saídos do forno já parecia ter se impregnado ao ambiente.
Sempre que estava na casa da avó, Rebecca se sentia como uma criança de novo, cheia de energia e ansiosa para passar o verão ali.
"Parece ótimo", concordou Rebecca, olhando para o bolo de cenoura. "Mas ficaria ainda melhor com uma calda de chocolate."
"Você come chocolate demais, menina", disse Elizabeth, amarrando a cara. "Sua mãe disse para eu reduzir a açúcar aqui em casa também e ficar de olho em você enquanto estiver aqui."
"Vovó, isso é um exagero...", disse Becca com um pequeno sorriso.
"Exagero? Você sabia que eu tenho um tio que morreu de diabetes?"
"Isso deve ter sido há... bom, uns oitenta anos. A medicina não era muito eficiente."
Elizabeth pegou um paninho que estava em cima da mesa e bateu com ele na mão de Rebecca. A garota riu e se afastou.
"Estou tentando me controlar, prometo."
"Acho bom mesmo."
Rebecca se levantou e começou a partir o bolo em pedaços.
"Vou pegar uma vasilha para você levar para os seus irmãos depois. O Simon está tão magrinho..."
Rebecca segurou o riso e lutou para não soltar um comentário sarcástico. Vovó Elizabeth quase morria por Simon e vivia dizendo como ele parecia "magrinho". Até parece, o garoto comia mais do que qualquer um em sua casa...
"Então, como vai a escola?", perguntou sua avó, colocando os pedaços de bolo na vasilha. "Deve estar apertada, levando em conta que você não veio me ver a semana inteira."
"Vovó! A senhora sabe que não fiz de propósito."
"Claro, claro", a senhora soltou um risinho. "Só senti sua falta."
Rebecca sorriu para ela.
"A senhora só não gosta de ser ignorada."
"Isso é uma grande mentira", disse Elizabeth veemente. "Aliás, quem me ignoraria por livre e espontânea vontade?"
Becca não respondeu, limitando-se a sorrir. Não seria ela a arriscar um pescoço por ferir sem querer o orgulho da avó materna...
"Espero que você tenha mais tempo para vir me ver depois que as aulas terminarem."
"Eu também. Estou exausta..."
A avó ficou em silêncio por um tempo, mas então tampou a vasilha com mais pedaços de bolo do que eram necessários e perguntou:
"Alguma novidade?"
Rebecca olhou para ela com atenção, mas percebeu que a avó só estava curiosa.
"Bom, talvez..."
Como era de se esperar, Elizabeth agarrou seu braço e arregalou os enormes olhos verdes, os mais bonitos da família.
"Conta logo!"
Rebecca riu, deliciando-se com a curiosidade da avó.
"Primeiro, a senhora tem de prometer que não vai contar a minha mãe."
"Rebecca, o que você fez?", a velha senhora perguntou no mesmo instante, já armando sua expressão mais severa.
"Nada", Becca disse rapidamente. "Pelo menos, nada de ruim. Me inscrevi no festival de talentos da escola."
Elizabeth piscou e ficou calada por um tempo, e, para a surpresa de Becca, ela sentiu seu coração bater no peito descontroladamente. Sua avó era a primeira pessoa que contava sobre o festival depois de Mandy.
"Que talento?", a senhora perguntou por fim.
"Canto."
Mais silêncio. Elizabeth continuava impassível. Então, como que por magia, seu rosto ligeiramente foi se iluminando até um enorme sorriso tomar conta dele por inteiro.
"Becca, isso é maravilhoso! Eu sempre lhe disse que você cantava bem..."
Rebecca sorriu e soltou o ar que não sabia que estava prendendo.
"Calma aí, isso ainda não é uma garantia que vou estar no palco. Tem uma seleção sábado que vem, no colégio, para decidir quem serão os quinze concorrentes."
"Ah, querida, é certeza que você vai passar! Agora, me diz, coisas assim sempre tem prêmios..."
Rebecca contou sobre os prêmios em dinheiro para os três primeiros colocados e também sobre a viagem com tudo pago para Los Angeles. A cada palavra sua avó ficava mais ansiosa, até começar a bater palmas como uma criança.
"Já estou entendendo porque você quis se inscrever...", ela disse quando a neta terminou. "Até eu se tivesse uma voz de anjo como a sua subiria naquele palco! Ficou louca? Uma viagem para Los Angeles? Você sabe quantos homens bonitos têm em Los Angeles?"
"Vovó!", exclamou Becca escandalizada, mas logo em seguida começou a rir. "A senhora é impossível..."
"Eu não sou é boba. E você também não. Sempre soube que tinha herdado os bons genes da família, e não aqueles do outro lado..." Elizabeth disse as últimas palavras com o maior desprezo que conseguiu reunir.
Becca soltou um suspiro.
Na verdade, sua única família do "outro lado" eram o pai e o tio que só vira aos cinco anos. Seus avós paternos tinham morrido antes que ela nascesse.
"Já decidiu a música que vai cantar?", perguntou sua avó, ainda ansiosa.
"Não, mas quero que... Bom, se vou mesmo fazer essa loucura, quero que seja algo especial."
"Tenho certeza que vai achar a canção certa. E eu, pode ter certeza, vou estar lá na primeira fila torcendo por você!"
Rebecca sorriu e abraçou a avó, cobrindo-a de beijos. Ela era tão fofa e acolhedora... Se sentia completa quando estava perto dela.
Naquele instante o telefone de Becca começou a tocar e ela o segurou, por um segundo pensando que deveria ser a mãe ou Simon.
Mas então o nome de Kevin preencheu a tela.
Ela engoliu em seco e lançou um sorrisinho sem-graça para a avó.
"Só um minutinho."
Ela saiu da cozinha e se sentou em um dos sofás da sala, agarrando uma almofada de crochê antes de atender.
"Onde você está?", Kevin perguntou assim que ela atendeu.
"Oi para você também", resmungou Rebecca, já amarrando a cara.
"Oi. Onde você está?"
Ela bufou.
"Na casa da minha avó, por quê?"
"Tenho um programa para nós."
"Num sábado à tarde?"
"É."
"Kevin..."
Ele deve ter notado a recusa na voz dela, pois na mesma hora disse:
"Você prometeu que não recusaria o próximo programa que eu propusesse."
"Não é nenhuma festa cheia de adolescentes bêbados no meio da tarde, é?"
"Prometo que não."
Rebecca mordeu o lábio inferior até arrancar sangue. Droga, onde estava com a cabeça quando se enfiara em tudo aquilo?
"Tudo bem", concordou, e podia ser apenas uma impressão, mas ela pensou ter ouvido Kevin suspirar aliviado do outro lado.
"Onde é a casa da sua avó? Te busco aí daqui meia hora, pode ser?"
"Pode. Ela mora perto do armazém do Sr. Rubell. Te mando a localização. E, por favor, Kevin, tente parecer civilizado perto dela. Minha vó leva muito em conta as primeiras impressões e eu vou ter de convencê-la a não contar a minha mãe que sai com você."
Kevin riu do outro lado.
"Tá brincando, loira? Todos que me conhecem me amam."
"Eu não."
"Pensei que já tínhamos concordado que você veio com defeito."
"Eu não..."
Mas ele já tinha desligado.
Rebecca bufou e agarrou a almofada com mais força. Onde diabos Kevin a levaria? Ela esperava não ser nada muito chique, pois naquele exato momento estava vestindo um shorts velho e desbotado e uma camiseta amarela básica.
Sem contar que seu cabelo mais parecia um ninho de ratos.
"Com quem você vai sair?", uma voz perguntou naquele instante e Rebecca pulou do sofá, o coração vindo à garganta.
"Vovó! Ficou doida?!"
"Anda, diz logo."
"Um amigo."
"Que amigo?"
"O nome dele é Kevin."
A senhora pareceu pensar por um instante.
"É bonito?"
Rebecca não respondeu, encabulada.
"É bonito ou não é?", insistiu ela, cruzando os braços.
"Eu... Bom, acho que sim."
Elizabeth sorriu, satisfeita.
"Eu é que não vou atrapalhar um milagre desses", ela disse então, rindo. "Você nunca teve um namorado na vida, querida, está na hora de arranjar um."
"Vovó!" Rebecca escondeu o rosto nas mãos, sentindo as bochechas arderem como se estivessem pegando fogo. "Nem pense em sugerir algo assim quando ele chegar, ok? Somos só amigos."
Elizabeth voltou a rir.
"Tá bom... Mas tenha juízo, ouviu? Não quero saber de ser bisavó tão cedo e..."
"Ai meu Deus!" Rebecca não sabia se ria ou se chorava. A ideia era tão absurda que ela ficou com a primeira opção. "Nem pense em insinuar uma coisa dessas para a minha mãe. Aliás, gostaria que não dissesse nada. Prometo estar aqui antes das seis da tarde."
"Não vou esconder coisas de Julie", falou Elizabeth no mesmo instante, convicta. "Depois acontece algo e a culpa é minha."
"Não vai acontecer nada."
"Jovens são em sua maioria irresponsáveis."
"Não confia em mim?"
"Em você eu confio, mas nele..."
Rebecca ergueu uma sobrancelha para ela.
"Pensei que queria que eu saísse com Kevin."
"Bem, sim, mas eu sou leal a sua mãe."
Rebecca suspirou e massageou a ponte do nariz, já se arrependendo de ter prometido o que quer que fosse para Kevin.
"Tudo bem, eu falo com ela", Becca disse, já imaginando no que aquilo iria dar. "Mas só quando eu chegar."
"Tudo bem, mas mantenha o celular ligado."
"Pode deixar."
"E o GPS também."
"Vovó, a senhora nem tem celular com GPS..."
"Mas seu irmão tem. Se demorar, o mando ir atrás de você com um taco de beisebol."
Rebecca se levantou do sofá e caminhou até o banheiro, determinada a dar um jeito em seu cabelo antes de Kevin chegar.
"Meu amigo é tranquilo", ela forçou-se a dizer. "A senhora vai ver."
Elizabeth gargalhou.
"Rebecca, querida, que homem no mundo é tranquilo?"
_______________________♥️_______________
Oii gente! Quase que esqueço de postar o capítulo de hoje, mas aí está 😂♥️
O que acharam? Ansiosos para o próximo? O que será que vai rolar hein?
Acompanhem!
Beijão e até domingo!!
Ceci.
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