Seus lábios

Lucifer Morningstar

Ela é linda, tem um sorriso doce e gentil, irradia vida, e perto dela me sinto forte como nunca antes me senti. É difícil acreditar que essa garota doce foi abusada e ainda sim consegue se manter em pé.

Sinto raiva só de pensar na conversa que tivemos a algumas horas atrás quando ainda estávamos na minha cobertura. Se eu pudesse, matava toda a família dela, mas um dia, eu sei que encontrarei esses fanáticos pelo meu pai, e por ironia não vai ser no céu, nesse dia eles vão pagar.

Enquanto a doce Amy certamente estará bem longe deles sendo bem-recebida pelos anjos. Uma dó, pois ninguém merece o tédio que é o céu e as cantorias de Castiel.

Estamos a alta velocidade na estrada quase vazia rumo a praia. A lufada de ar quente entra pela janela e os cabelos de Amy voam rebeldes a deixando ainda mais linda. E pensar que eu quade cedi a tentação de beija-lá.

Mas agora entendo o que a doutora Linda disse. Amy não é como as outras mulheres, depois de tudo que ela passou ela não merece ser beijada pelo diabo, afinal, eu destruo tudo aquilo que toco.

Paro o carro próximo a orla da praia onde o movimento é intenso mesmo que seja noite, Los Angeles pulsa vida a qualquer horário.

Na orla da praia tinha um quiosque e foi pra lá que Amy foi sem me esperar, não me restou outra opção a não ser segui-lá. Ela se escorou no balcão e analisou o cardápio.

— Batata frita? — Perguntou me encarando.

Sorri para o olhar travesso dela, parecia uma criança vivenciando emoções pela primeira vez.

— Com o dobro de cheddar. — Concluí e seu sorriso ampliou-se.

Amy fez o pedido e pagou enquanto eu me afastei arrumando um lugar para nós em uma das cadeiras.

— Temos a praia toda, não vamos ficar aqui. Está cheio de mais. — Ela me entregou os refrigerantes antes de caminhar em direção a praia.

Amy tirou os sapatos antes de tocar a areia da praia, e quando o fez fechou os olhos e parecia aproveitar as sensações.

Caminhamos alguns minutos antes de achar um lugar perfeito que era próximo o suficiente da água para ouvirmos o som das ondas, mais ainda sim distante para não nos molharmos.

Sem cerimônia Amy afundou a batata no queijo e levou a boca. Fechou os olhos degustando o sabor.

— Sabe, antes de vir a Los Angeled eu nunca tinha comido isso, não era natural e minha família só comia coisas naturais, e agora que posso não consigo mais parar. — Ela sorriu comendo outra. — Come também.

Mergulhei a batata no queijo e comi também e realmente, batata frita é uma das melhores coisas do mundo, perde apenas para sexo e bebida.

Ficamos ali, uma lonha hora olhando a noite no horizonte as estrelas que se perdem no infinito escuro e o infinito escuro que se choca contra o mar, comemos a batata e tomamos refrigerante, mas na metade do meu, ela me rouba porque ela acabou com o dela.

É um momento leve, não precisa de conversa, apreciamos a companhia um do outro.

— Onde Maze está? — Questionei.

— Saiu pra transar... — Amy corou fortemente, ficou parecendo uma pimenta.

É claro que para Maze era natural saír para encontros e dizer que iria transar, mas para Amy não era, mas ela tentava fazer parecer que sim.

— Maze e suas prioridades. — Comentei tentando dispersar o foco da conversa. Eu não queria deixar Amy desconfortável.

Amy riu baixo, parecia indecisa sobre algo. Olhei para ela e a vi ajeitar os fios dos seus cabelos meia dúzia de vezes.

— Não entendo o porquê ela supervaloriza isso. — Comentou um tanto quanto perdida. — Eu... eu não achei bom.

Confidenciou com um tom distante, seus olhos perderam-se no horizonte.

— Só é bom quando você quer. — Tenter responder de forma prática.

Amy me encarou e sorriu de canto, tinha os olhos mais lindos que eu já vi, e ficavam ainda mais lindos iluminados pela luz da lua.

— Então se eu quiser que aconteça, vai ser bom? — Ela questionou séria.

— Sim.

Por fim Amy sorriu, parecia mais tranquila e feliz.

Sua mão tocou a minha e senti o calor da sua pele contra a minha e por algum motivo desconhecido senti tudo dentro de mim se revirar.

Mergulhei fundo em seus olhos, suas íris brilhavam tanto, e tinha tanta verdade em seus olhos.

— E como eu faço para mostrar que eu quero um pouco mais? — Ela questionou em um sussurro.

— É só dizer.

Amy se aproximou mais de mim, corajosa como nunca imaginei que ela fosse. Sorriu quando toquei sua pele com a intenção de arrumar uma mexa rebelde do seu cabelo.

— Eu quero um pouco mais Lucifer.

Seu sussurro desencadeou uma série de reações no meu corpo. Toquei meus lábios nos seus, e Amy ficou para por um segundo, certamente. sua inexperiência falou mais alto. Seus lábios se abriram levemente em um convite que eu aceitei sem pensar muito.

Beijar Amy era melhor que o céu. Palavra de quem já esteve no céu.

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Notas da autora: Vocês notaram que eu mudei a narrativa de terceira pessoa para primeira?

É porquê nesse ponto preciso afundar mais nos sentimentos deles, e o resultado só fica bom em primeira pessoa.

Vocês gostaram da nova narração?
Preferem em terceira ou primeira pessoa?

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