Praia part 1

Amy

Abrir os olhos fora uma tarefa difícil, já que sua cabeça latejava, e a fraca iluminação incomodava seus olhos que se fecharam.

Ela sentia seu corpo sobre uma superfície confortável, mas o ambiente estava frio e sua pele se arrepiava com algumas lufadas de ar geladas.

Sentiu algo felpudo ser posto sob seu corpo e resmungou cobrindo seus braços.

- Vejo que finalmente acordou.

A voz carregada de sotaque a trouxera de volta para realidade, o que fizera com que ela se levantasse de modo abrupto, e foi quando sentiu tudo ao seu redor girar, e por conta disso apertou o estofado de couro.

- Sinto muito, não queria te assustar. - Disse ele sentando-se a frente dele.

Amy resmungou alguma coisa sem sentido com os olhos presos em Lucifer. Eles ainda estavam na Lux, as luzes estavam apagadas e a boate estava vazia.

- Como se sente? - Ele questionou estendendo a ela um copo.

- Tudo gira. - Bebeu após constatar que o conteúdo do copo era água.

Lucifer sorriu se recostando no sofá, puxou um pouco das cobertas para as suas pernas.

- O que foi que eu fiz... - Amy resmungou jogando-se contra no sofá novamente.

Lucifer riu tomando um gole de uma bebida, e ao ver o líquido Amy sentiu todo o seu estômago se revirar, era como se o gosto amargo ainda estivesse no seu paladar, ela ainda podia sentir sua garganta queimar como se o álcool ainda estivesse em sua lá.

- Você bebeu. - Lucifer disse como se fosse óbvio.

- Eu sei, mas me pergunto o porquê eu fiz isso. - Amy tornou a resmungar escondendo seu rosto nas cobertas.

- Minha querida... - Lucifer puxou as cobertas e a olhou fixamente. - Você foi livre. - Sussurrou, mas já que o ambiente estava vazio, Amy o ouviu com perfeição.

- Eu não deveria ter feito isso. Foi um erro. - Murmurou.

Lucifer riu enquanto ainda bebia whisky. Amy revirou os olhos e puxou um pouco da coberta para cobrir seus braços.

- Porque Lucifer? - Ela questionou de forma abrupta.

Lucifer a olhou por poucos segundos sem obter uma boa resposta para dar, mas por fim ele sorriu.

- Escolha do meu pai. - Disse.

- É um nome bonito. - Ela dá de ombros.

Lucifer a olha, seus olhos estão arregalados enquanto ele não consegue esconder o ar de espanto.

- É o nome do diabo. - Ele murmura.

- Não. O nome do diabo é Diabo, as vezes Satã ou belzebu, Lúcifer é o nome de um anjo. - Ela responde como se fosse óbvio. - Um anjo de luz, o mais bonito de todos eles. - Ela sorriu ao encara-ló.

- Eu sou o diabo. - Ele disse com tanta convicção que parecia ser verdade.

- Não você não é. Acredite, eu já conheci o diabo em tantas formas e você não se parece como ele.

- Essa coisa de conhecer o diabo que você disse, é algum tipo de fanatismo religioso? - Ele questionou.

Ela riu abertamente enquanto se aconchegava mais no cobertor naquele pequeno sofá no meio da boate.

- Não é sobre isso. Mesmo tendo crescido em uma família fanática, eu abri mão disso quando eu ainda era adolescente. - Ela confidencia. - Não era pra mim. Mas o diabo que eu vi, eram pessoas, como eu e você, com rostos normais, nada de chifres, tridentes e rabos, eram bonitas e você nunca desconfiaria delas, mas elas acabaram sendo o diabo para mim, me destruiram de formas que só o cara lá de baixo faria.

- Eu nunca faria isso com você. - Lucifer murmurou ofendido por ser comparado a pessoas más.

- Eu sei. - Ela murmurou. - Mesmo te conhecendo a tão pouco tempo, eu acho que você está mais para um anjo. - Ela sorriu.

Lucifer sorriu minimamente, aproximou-se dela, encostando os ombros nos dela, ele sorriu para ela.

- Então o que pretende fazer hoje? - Ele questionou, mas riu quando notou o ar confuso dela. - Hoje é segunda, não abrimos nas segundas.

- Ah... eu não sabia. - Ela murmurou. - Então eu vou dormir o dia inteiro. - Ela riu.

- Qual a graça em dormir? - Ele questionou. - Vamos fazer alguma coisa hoje. O que acha de irmos a praia? Hoje está um dia quente.

- Nunca entrei na água. - Ela disse para si mesma, mas Lucifer a ouviu perfeitamente.

- Perfeito. Vamos a praia e eu te ensino a nadar, o que acha? - Ele questionou levantando-se em um pulo.

Amy encarava Lucifer, assistindo a euforia dele com a idéia de ir a praia com ela. Então por fim, ela deu de ombros e sorriu relaxada.

- Pode ser.

- Isso aí. Nos vamos nos divertir muito hoje.

(...)

A

my sorriu quando viu a olra da praia se apresentar majestosa diante de seus olhos.

Os raios solares iluminavam a areia, as ondas iam e vinham em um som relaxante. Havia ao redor o riso de crianças e o canto dos pássaros. Era a paz que ela precisava após uma semana trabalhando na Lux.

- Tem biquíni? - Lucifer questionou enquanto estacionava o carro.

Amy olhou para ele confusa, mas então oscilou os olhos para uma mulher que passava trajando apenas alguns fiapos de tecido.

- Isso é um biquíni? - Questionou surpresa.

Lucifer maneou a cabeça em resposta, rindo com o espanto claro tomar conta da feição dela.

- Eu não vou usar isso. - Murmurou cruzando os braços.

- Então vai molhar suas roupas? Como vai voltar? Não vou deixar você entrar molhada no meu carro. - Ele disse sério colocando Amy em um dilema.

Ela olhava para a água do mar, era irresistível, ela queria ter a chance de tocar o mar.

- Tudo bem. - Murmurou a contra gosto.

Lucifer sorriu, saiu do carro e como o bom cavalheiro que era, abriu a porta para Amy que lhe sorriu agradecida.

Eles caminharam até uma calçada abarrotada de lojas e barracas, haviam artesanatos, chapéus e saias esvoaçantes.

Entraram em uma loja, Lucifer sentou-se no puff e apontou as araras de biquínis para Amy que sem saída caminhou até lá.

Era meio difícil pensar em si mesma vestindo aquelas coisas curtas, mostrando todo o seu corpo. Mas por fim ela tinha uma peça em mãos.

Era preta, tinha duas tiras nos ombros, e a parte de baixo cobria bastante da sua carne, então escolheu aquele mesmo.

Vestiu-se no provador colocando sua roupa em uma sacola que a vendedora lhe ofereceu, enquanto Lucifer fazia questão de pagar a compra, Amy se encontrava na frente do espelho admirando-se.

Não era tão ruim como ela pensava, mas ainda sim se sentia tímida e por isso a vendedora enrolou nela um tecido que chamava de saída de praia que mais parecia um vestido, e ali ela sentiu-se confortável.

Quando saiu do provador, Lúcifer a aguardava, tinha um sorriso impaciente estampado no rosto, e batia os pés contra o piso de madeira, estava de bermuda o que fez com que Amy o olhasse inteiramente.

Ela não entendia muito bem aquela coisa sobre padrões de beleza, mas achava que Lucifer se encaixava no topo daquilo.

- Estou pronta. - Amy murmurou constrangida pelo tempo longo que passou o olhando.

Lúcifer ampliou seu sorriso, estendendo a mão que Amy aceitou, então ele a puxou para fora da loja e em poucos minutos os pés dela afundavam na areia quente, então ela fechou os olhos e aproveitou aquela sensação de paz que lhe tomava o corpo.

Lucifer apenas assistia meio paralisado o sorriso que crescia nos lábios dela, os cabelos a voarem selvagens junto com as lufadas de ar quente que vinham carregadas com o cheiro do mar, os olhos fechados e a pele a brilhar sob a luz do sol. Parecia com uma deusa.

Então Amy abriu os olhos que estavam risonhos e ele poude notar que ela estava feliz. Então sem que ele esperasse, Amy começou a correr em direção ao mar, e ele sem outra alternativa fez o mesmo.

Só mesmo aquela garota para fazer o diabo sair saltitando na praia como em um filme de comédia romântica clichê.

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