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Sam Uley é o líder do bando de La Push, quando Jacob desmaiou ele apareceu levando ele consigo, com insistência acabei me juntando a eles no carro, não foi uma noite fácil. Muitas perguntas, poucas respostas.

— O que aconteceu de verdade, Cullen? — Paul questionou desconfiado enquanto vigiava o sono de Jacob deitado no pequeno quarto, que eu ocupei uma vez quando fui transformada.

— Não sei... — Resmungo andando de um lado a outro, tentando entender o que aconteceu nas últimas horas, não deveria ter bebido tanto. — Victoria! — Rosno, lembrando, os dois descamisados me olharam como se eu fosse louca.

Victoria deve ter armado isso, aproveitando que os Cullen foram embora, para matar a pequena Cullen abandonada. Sento na beirada da cama, batendo as mãos contra minhas coxas.

— Edward matou James antes do baile de primavera, antes de eles irem embora de Forks. — Conto percebendo Billy muito quieto segurando um pano úmido na cabeça do filho — James queria matar Bella e eu... Victoria...

— Quer se vingar pela morte de seu amante ?

— Sim. — Balanço a cabeça concordando.

— Deve ficar aqui, Alice. — Ouço a voz fraca de Jacob, despertando do sono, seus olhos sonolentos ainda — Não é seguro para você sozinha naquela casa...

Não quando não sou mais vampira, olho para Jacob deitado na cama, suado e lutando para falar.

— é bem vinda aqui, Alice, para a sua segurança. — Sorri Billy de forma tranquilizadora — Todos da La Push vamos a proteger, enquanto estiver sobre nossas terras.

— Não! Ela é uma Cullen! — Rosna Sam, desafiando a ordem do mais sábio — Não podemos confiar nela.

Sam me olhou com raiva, quando Billy simplesmente o ignorou, aquela decisão já estava tomada.

— Não pode fazer isso! — Resmunga Paul.

— Deve fazer sim, afinal se Alice morrer Jacob também... — Leah fala alto adentrando o quarto com um sorriso debochado para o ex-noivo.

Estava óbvio que não era a favor de ter uma Cullen aqui, mas irritar Sam era um prazer que não perderia.

Antes de se tornar um transfigurador, ele tinha um relacionamento amoroso com Leah Clearwater. Sua relação começou a enfraquecer depois de sua transformação, por que ele não podia contar a ela o que tinha se tornado, e finalmente terminou quando ele teve um imprinting com a prima de Leah, Emily, e deixou de cumprir todas as promessas que tinha feito para ela, para ficar com sua prima.

— Então está decidido, pode ficar com o quarto desocupado. — Billy sorri sereno, voltando os olhos ao Jacob que aperta a mão do pai.

— Isso é um absurdo! — Disparou Sam, marchando para fora do quarto, sendo seguido pelos companheiros.

Quando o alfa saiu, todos os lobos o seguiram, menos Jacob incapacitado devido à luta com o vampiro. Então seria assim, teria que ficar na reserva até segunda ordem.

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Quebra de Tempo

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Novembro passou rápido demais, os dias foram carregados de séries e mentiras. Tive que ligar para a escola e dizer que peguei catapora, enquanto Jacob fingia que nada aconteceu depois que nós pegamos naquele armário. Preferi fingir amnesia também, não foi muito difícil, devido a bebida mal lembro direito o que aconteceu.

Mas quando chegou o inverno os dias passaram arrastados, deveria estar me casando, as datas já estavam marcadas. Imagino que Jasper ou Rosalie tenham mandado o cancelamento dos convites para os convidados, bom não importava. Finalmente Billy decidiu que não havia mais perigo em eu sair, mas claro com companhia.

— Vamos logo, Alice! — Rosna Sam sem humor batendo na porta do quarto sem parar enquanto tento vestir minhas botas.

— Calma! Faltam vinte minutos ainda! — Grito abrindo a porta de supetão, recebendo um soco, levando minha touca para o chão — Sam você precisa aprender a controlar seus nervos! — Brigo, desviando por baixo de seu braço, correndo em direção ao banheiro que para meu desprazer não estava trancado.

— Alice! — Berra Jacob agarrando uma toalha com rapidez, ainda coberto de sabão, não consegui resistir, acabei olhando por tempo demais — Sai daqui sua pervertida!

— Vamos logo! Tenho que levar Emily para o trabalho ainda. — Assobia irritado, pegando minha bolsa em cima do sofá.

Apresso a fechar a porta, mixo na escola mesmo, um passo de cada vez Sam me empurra porta a fora enquanto tento ajeitar meu cabelo. Afundo minhas botas na neve fofa que cobre os campos, caindo sobre os pinheiros. Às vezes acho que estou sonhando, mas logo tu me lembro do frio percorrendo meu corpo com arrepios.

— Tenha mais paciência, Sam! — Grito ao ser empurrada contra a moto esportiva, ele simplesmente jogou o capacete para mim sem muita delicadeza.

— Quer chegar atrasada? — Da bronca como se a culpa de ter dormido até tarde fosse minha.

Jacob e os meninos resolveram fazer uma noite de filmes regada a conversas altas e pipoca. Claro que não resisti a participar, sentando ao lado do pai de Jacob que contava como já havia assistido filmes muito melhores em sua época.

— Não, desculpa. — Fecho a cara, colocando o capacete, apoio minhas mão em seu ombro, passando a perna por cima da moto, sentando.

Agarro firme contra ele ao arrancar com a moto a empinando, deixando a casa dos Blacks para trás em meio a neve. Logo chegamos na estrada principal em direção a Forks, embora Billy tenha tentado me convencer de estudar na reserva, achei que não seria muito legal largar tudo só porque os Cullen me abandonaram aqui. Seria deprimente demais, de qualquer forma Jessica não deixaria barato, provavelmente me ligaria a cada dez minutos para contar alguma besteira.

Pulamos sobre um quebra mola, grito ao atingirmos novamente o chão, dessa vez fizemos uma curva cantando pneu. Sam não é um bom motorista, mas cheguei antes do que previ, atrasada, mas viva.

— Obrigada pela carona. — Sorrio sem vontade, devolvendo o capacete ao mesmo, desço da moto.

— Até mais tarde! — Grita se arrancando com a moto.

Apresso o passo, puxo a jaqueta de couro subindo a escadaria o mais rápido que consigo sem escorregar no gelo. Não tenho tempo para pensar, nos últimos dias tudo que faço é me preparar para as provas, festas e principalmente ficar o mais longe possível das lembranças dos Cullens.

— Bom dia, vampirona! — Zomba Eric passando o braço pela minha cintura quando adentro o corredor lotado, algo estranho já que o sinal já deveria ter batido a meia hora.

— O que está acontecendo? — Questiono, me afastando disfarçadamente de sua mão, Eric não parava de dar em cima de mim devido a uma aposta bosta que fez com Jessica, obviamente ela estava usando Eric para irritar Mike.

— Ataques de animais. — Sussurra perto do meu ouvido — Eu vi o corpo...

— O que, sério? — Não poderia ser, não...

— Ele está tirando uma com você. — Ri Angela ajeitando os óculos de grau — Estão limpando o segundo andar, caiu uma árvore e quebrou metade do telhado, resumindo intervalo adiantado.

— Ah que bom. — Não, não era nada bom, queria me distrair com a prova de química aplicada, queria torrar minha paciência com baskara e gritar em geografia o quanto a matéria era difícil, tudo para não lembra do loiro que aparece em meus sonhos todas as noites.

— Guerra de neve! — Berra Mike adentrando o corredor com duas bolas de neve na mão e um grande sorriso, abaixo rapidamente desviando de uma.

Sim, era isso que eu precisava, de uma guerra de bolas de neve. Me junto a Jessica indo ao pátio, mesmo com a neve deixando tudo branco demais, principalmente meu cabelo. Não vou negar que amo isso, que adoro sentir o frio.

— Toma essa Mike! — Grito jogando uma bola grande contra ele, que desvia acertando Eric no braço.

— Você vai ver Alice! — resmunga correndo em minha direção, afundo minhas botas correndo, sentindo o vento levanto meus cabelos para trás.

— Não vai ser dessa vez. — Sorri divertida, esmagando uma bola de neve no rosto dele, fazendo o mesmo cuspir contra mim. — Eca, que nojo Eric!

— Foi você que pediu amor. — Ri nem um pouco irritado, tenho que admitir Eric está muito disposto a ganhar essa aposta.

E eu a fugir da casa de vidro, das lembranças. Corro o mais rápido que consigo na neve, deslizando pelo estacionamento grande da escola. Outros estudantes se juntam para a guerra de bolas de neve. Então corri me escondendo atrás de uma arvore.

— Alice... — Encaro Angela, escondida atrás de outra arvore.

— Sim? — Sussurro entregando minha posição, sem escolha tenho que desviar de uma bola de neve arremessada por Mike.

Rolo na neve, descendo, lutando com todas as forças contra a vontade de rir enquanto Mike dançava vitorioso, com um enorme sorriso. Jessica puxa meu capuz, me ajudando a levantar rapidamente, enquanto levanta sua arma mais mortal, amassando a bola de neve e arremessando contra o namorado.

— Toma essa! — Grita derrubando o mesmo no chão, mas ele levanta ainda sobrevivendo.

Corro contra o tempo, afundo minhas mãos no chão, formando uma bola de neve pesada. Levanto, meus cabelos são jogados para trás arrepiando minha pele, me deixando concentrada no meu alvo, Mike.

Grito indo com tudo para cima do garoto loiro, afundando uma bola de neve em seu rosto de Talarico. Ele me encara risonho, segurando meu pulso, com a bola de gelo a poucos segundos de acertar seu rosto. Com um golpe inesperado nós dois somos atingidos por várias bolas de neve.

Corro protegendo a cabeça ao lado do meu inimigo, Mike se joga atrás de Jessica deixando a namorada receber todas as bolas de neve na cara. Corro o mais rápido que consigo, mas escorrego caindo contra o coberto de gelo.

— Você venceu! — Grito para o mascarado, ele puxa o tecido revelando sua identidade — Não, Bella? — Sussurro surpresa.

Pensei que não gostasse de coisas geladas, mas pelo visto me enganei, levanto com esforço recebendo um sorriso gentil dela. Aceito sua mão estendida, recebendo um abraço caloroso em meio ao congelamento.

— Obrigada, acho que sou a nova mestra da neve. — Ri na direção de Mike encolhido atrás da namorada.

Ele não parece bravo, mas o velho de cabelo branco e barriga charmosa marcha em nossa direção com uma careta irritada. O diretor não permitia tais brincadeiras em sua escola.

Depois de um discurso de vinte minutos, todos foram dispensados para suas aulas normais. Quando me sentei na cadeira, minha roupa toda estava molhada, encharcada de suor e principalmente neve.

— Aquilo foi divertido. — Digo fazendo Bella sorrir. — Devemos repetir mas, não é senhorita, não gosto de coisas geladas?

— Edward me fez gostar de coisas geladas... — Fala rápido demais, logo escondendo o sorriso, abaixando a cabeça, abrindo o livro de química — Melhor nos preparamos para as provas.

— Ah sim... provas.

Deixei quieto, também não estava muito bem, haviam passado dois meses que Jasper tinha ido embora, logo seria natal, quer dizer estamos na semana do natal. Jasper tinha escolhido o final de dezembro para nosso casamento devido ao meu amor pelos cristais que caem do céu, ele tinha pensado em tudo. Mas sonhos são sonhos.

Ignoro meus pensamentos voltando minha atenção ao quadro, escuto a voz calma do professor explicando a matéria antes da prova.

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Quebra de tempo

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Então é natal, e tudo que quero fazer é continuar dormindo na tempestade. Ouvindo o vento lá fora, estava fazendo menos de dez graus negativos na reserva. O encanto com a neve foi quando tentei sair da cama, firmo minhas mãos no colchoes lutando contra minha vontade de dormir até às duas da tarde.

Visto rapidamente um casaco de lã abrindo a porta antes que desista, Billy está jogado na frente do sofá dormindo com a tv ligada em um canal de esportes. Parece que não sou a única que prefere ficar dormindo, mas mesmo assim marcho em direção a cozinha ligada a sala em um espaço um pouco mais aberto.

A casa era rústica e aconchegante, ao contrário da casa de vidro onde beijei Jasper, onde provei vestidos de casamento. Jacob está sentado no balcão sem camisa, com um coque para prender os longos cabelos hidratados, às vezes tenho inveja dele.

— Bom dia. — Digo tentando acordar, ainda estou sonolenta demais.

— Billy vai se reunir com os anciãos hoje a noite. — Conta Jacob mordendo um pão — Preciso ir com Sam fazer rondas em volta do território, então vou ter que te largar na casa do Paul.

— Posso ficar muito bem aqui Jacob. — Digo fria, fechando mais o casaco — Vou ficar assistindo alguma coisa na tv.

— Não, Billy insistiu que fosse ficar com Paul. — Jacob resmunga nervoso — Encontramos algo suspeito no território, para falar a verdade...

— O que encontraram?

— Um vampiro, ele fugiu, mas estava atrás de você, pareceria querer fazer um acordo... — Jacob jogou a cabeça pro lado pensativo — Disse que seu nome era Laurent, que tinha informações valiosas para a Alice.

— Laurent fazia parte do grupo de James, lembra?

— Foi o que eu disse a Billy e agora vamos passar o natal fazendo ronda, obrigado Alice. — Sorri nervoso, bebendo o café, depois saindo sem olhar pra trás.

Me deixando sozinha na cozinha, fazendo minha fome evaporar, véspera de natal e tenho mais problemas para resolver. Laurent pode ser um aliado, mas não vou arriscar. Apresso o passo em direção ao meu quarto, quer dizer o quarto da irmã de Jacob que está na faculdade, ela não vai vir para o feriado, Billy não gostou muito, mas aceitou que ela preferia passar as férias com o namorado.

Por Deus! Melhor me apressar, não quero pegar uma carona novamente com Sam, embora ele seja legal, é muitas vezes chato.

Passo pelo corredor ignorando Jacob com a porta entreaberta do próprio quarto, trocando de roupa, as vezes acho que faz de propósito. Suspiro empurrando minha porta fazendo a madeira ranger, giro a maçaneta a fechando em seguida.

Tiro o pijama vestindo uma calça jeans escura, depois jogo um moletom quentinho. Esse quarto me faz lembra da minha antiga vida, antes de vir para Forks.

Deveria estar feliz pela segunda chance, deveria esquecer dos beijos, da forma que sorri para mim. Tenho que esquecer Jasper, embora ele sempre me visite em meus sonhos, as vezes não quero acordar.

Jessica disse que tenho que seguir em frente, tentando me empurrar para Eric. Mas estou deitada em um oceano cercado de lembranças. Tudo que quero é ver Jasper novamente, sentir seu cheiro, seus lábios pressionando os meus. Embora ele não esteja aqui, não consigo seguir em frente, e não a remédio para as lembranças que não saem da minha cabeça.

— Já está pronta, Alice? — Jacob bate suavemente na porta.

— Sim...

Toda vez que dou um passo à frente sigo caindo nas armadilhas, não vou deixar acontecer.

Enquanto Jacob dirigia eu ignorava meus pensamentos junto com a melodia que tocava na rádio. Bato meus dedos no vidro embaçado, neve cai sobre as montanhas, cobrindo as árvores com um véu branco. Quero sentir aquela alegria simples, quero levar com suavidade os dias, mas meu noivo não está ao meu lado segurando minha mão enquanto choro a noite.

Então viro o rosto em direção ao céu nublado, forço um sorriso mentindo para mim mesma, que está tudo bem. Não preciso de alguém que partiu me deixando para trás, de um homem que quebrou meu coração da pior forma.

— O que foi, Alice? — Questiona Jacob diminuindo a velocidade, trocando a marcha do carro — Não precisa se preocupar com os frios... Laurent não vai conseguir passar pelas rondas.

— Não me preocupo com isso. — Tenho medo de que ele consiga o que quer e eu não fuja — Não quero que vocês se machuquem por mim.

— Alice, é nosso dever proteger e cuidar dos amigos... Somos amigos, não?

— Sim, somos. — Sorrio de verdade dessa vez, fazendo ele passar a mão pelo longo cabelo nervoso, os caninos a mostra.

Não é uma viagem longa, dez minutos afinal Paul mora na reserva também, Jacob estaciona perto da casa de madeira se destacando entre a neve branquinha. Desço sendo acompanhada do meu amigo, afundo minhas botas na neve deixando pegadas. Jacob me segue puxando o próprio capuz, apresso o passo ignorando meus dentes batendo.

— Vamos realizar uma ceia a noite. — Começa Jacob subindo os degraus para varanda larga na frente da casa — Se divirta com Paul, ele foi encarregado de ajudar na organização do evento. — Sorri divertido, batendo forte na porta que treme com seu descontrole.

Após longos minutos com Jacob resmungando sobre provavelmente o amigo estar domingo, Paul abre a porta sonolento, só de calças com uma cara de quem caiu da cama. Realmente eu deveria estar feliz de estar aqui com os quileutes. Todo dia lavo roupa nesses tanquinhos, uma boa distração devo admitir.

— O que houve? Quem morreu? — Rosna passando a mão pela nuca nervoso.

— Vai ficar de babá da Alice. — Diz me empurrando na direção de Paul que simplesmente revirou os olhos.

— Cara eu tenho muito o que fazer... — Reclama alto.

— Ela te ajuda. — Jacob oferece divertido, olhando para mim e seguindo seus olhos para a sala que se estende.

A lareira está acesa, TV ligada, pausada em um jogo com os controles em cima da mesinha de centro. Cobertas espalhadas pelo sofá, parece que ele realmente dormiu no sofá mesmo.

— Mas... ah esquece! Se manda logo daqui cara. — Rosna me puxando para dentro pelo braço, fechando a porta na cara de Jacob.

Paul simplesmente me solta, voltando a se jogar no sofá, acenando com a cabeça para que eu também me sente.

— Feliz natal. — Gaguejo tentando não apreciar a visão de seus músculos — Então está jogando o que?

— Corrida clandestina. — Sussurra sem interesse, pegando o controle da mesinha, religando o jogo. — Quer jogar?

— Ah sim. — Melhor do que ficar encarando a parede.

Pego o outro controle observando os gráficos de não muita qualidade, de qualquer forma tentei jogar bem. Sento um pouco mais longe de Paul que me olha de canto de olho desconfortável. Isso era estranho, ele não tinha muitas coisas para fazer? Porque estamos aqui perdendo tempo... Suspiro me concentrando.

— Não você está trapaceando! — Rosna Paul.

— Não seja um mau perdedor. — Sorri não conseguindo conter o riso pela sua expressão furiosa.

— Sua idiota, devolve esse controle agora!

— Vem pegar. — Provoco levantando, fazendo o mesmo me seguir enquanto corro ao redor do sofá. — Deixa de ser mimado. — Ri pulando por cima da mesinha.

— Isso não tem graça, devolve logo. — Resmunga me empurrando fazendo nos dois cair sobre o sofá de couro.

Caiu por cima dele, ouço o controle se espatifando contra o chão. Mas Paul não parece bravo, na verdade seu rosto está vermelho, sua boca entreaberta. Retiro minhas mãos de seu peitoral, meu Deus que vergonha.

— Desculpa...

— Pode sair de cima de mim? Por favor. — Sussurra apontando para meu joelho entre suas pernas.

— Oh meu Deus! Me desculpa. — Gaguejo firma minhas mãos no sofá tentando levantar só para escorregar de novo, fazendo nossos narizes se rosarem.

— O que está acontecendo aqui, Paul? — Grita uma voz feminina, viro meu rosto para Leah com um sorriso bobo na porta de entrada — Seus safados, nem me convidaram. — Sorri de lado fazendo Paul me jogar para o chão, caiu de costas no tapete.

— Não é o que parece Leah. — gaguejo levantando em seguida enquanto Paul simplesmente desaparece subindo as escadas. — Acho que chutei as joias reais.

— Eu sei o que parece — Ri ela se aproximando, observando a sala bagunçada — E também sei que ele queria que fosse o que parece. — Sorri maliciosa, girando uma chave em mãos — Vim chamar vocês para ajudar no salão de festa da reserva, todos estão convidados, tipo toda a reserva então precisamos arrumar as mesas, decoração e principalmente dar um jeito em toda a neve que acumulou na porta.

— Ah sim... — Sorri sem jeito, arrumando minha jaqueta.

Depois do que aconteceu, Paul demorou para descer e Leah perdeu a paciência, subindo as escadas atrás dele, aparecendo minutos depois segurando o mesmo pela orelha.

— Vamos logo seu vagabundo, temos muito o que fazer! — Rosna ela puxando Paul porta fora, tento acompanhar seus passos.

Entramos no carro dela, Paul fez questão de sentar na frente controlando a rádio enquanto Leah dirigia resmungando.

— Desculpa por aquilo. — Gaguejo tomando coragem. — Não foi minha intenção.

— Deveria ter chutado mais forte, não precisamos de Paulzinhos andando por ai. — Ri Leah divertida, fazendo Paul rosnar para ela que riu mais alto.

— Tudo bem, Alice... — Suspira ele.

O tempo passou rápido com eles, era fácil de gostar de Leah o tempo todo irritando Paul que caiu em todas suas piadas de duplo sentido o resto do dia.

As horas passaram, mesas organizadas, muitas pessoas, até mesmo Charlie venho com Bella. Ela ficou na dela como sempre, rindo um pouco de Paul tentando fazer graça e de Leah dando um tapão na bunda de Jacob quando ele retornou da ronda.

— Esse menino cresceu muito, não acha Alice? — Provoca Leah — está mais musculoso, parece um galã de novela. — Se eu não conhecesse ela diria que está dando em cima de Jacob, mas seu tom era amigável demais.

— Porque fica me envergonhando na frente de todo mundo? — Resmunga vermelho, mas ninguém estava realmente olhando.

— Oh Jacob já está grandinho. — Provoco fazendo ele ficar mais vermelho ainda — Nem parece que tem a idade que diz, certeza que falsificou a carteira.

O jantar foi servido e meu casamento não aconteceu.

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Quebra de Tempo

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Sentei do lado de fora do salão, esperando Billy se despedir dos amigos, Paul e Leah haviam ido embora junto com todos os outros. Tudo que restou foram mesas vazias, sorrisos falsos e muita neve na estrada.

Puxo meu capuz levantando a cabeça para as estrelas no céu limpo, depois de tanta neve poderia admitir que não era tão mágico assim.

— Alice. — Chama Jacob empurrando a porta para dar dois passos fechando a porta, se sentando ao meu lado — Fugindo da bagunça? — Sussurra como se esse fosse o esconderijo mais secreto do mundo inteiro.

— Ele não vai voltar. — Sinto as lágrimas pesando, tentei lutar o dia inteiro contra elas, contra meu próprio coração, mas hoje deveria ser comemorado meu noivado, nosso casamento. 

— Quem? — Jacob se aproxima, recuando um pouco ao ver minhas lágrimas escorrendo pelas bochechas.

— Jasper. — Minha voz é quebradiça contra o vento frio.

Sinto os soluços vindo, encolho meu corpo, abraçando minhas pernas. Quero esquecer, quero seguir em frente, mas é tão difícil. Jacob estende a mão para mim, seus dedos tocam os meus, é quente. Aperto sua mão, abraçando ele, sufocando meu choro em seu casaco. 

Seus braços me acolhem, fecho os olhos ignorando meu coração nervoso. Me pergunto se é tão  fácil para Jasper ter partido, me deixado... Deve ser, talvez tenha notado que eu não sou a verdadeira Alice no final das contas. 

Não importa, não preciso mais fingir ser ela. Soluço abraçando com mais força Jacob, que sussurra em meu ouvido, doces canções tão antigas quanto as lendas da tribo.

— Alice, estou aqui. — Sua voz é suave, me agarro a Jacob como um peixe tentando mergulhar de volta no mar.

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Notas:

26/12/2020

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