29.Baile, beijos e cristal

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Meus olhos pesam, mergulhando em um sono profundo, tento acordar, feixes de luz irritam minha visão. Mexo devagar meus dedos, acabei adormecendo de novo.

Acordo no hospital de Forks, reconheço as paredes claras, cheiro de produto de limpeza. Beslico meu braço, dessa vez não é um sonho. Firmo minhas mãos no colchão macio me empurrando pra cima.

— O que está fazendo aqui? — Resmungo ainda sonolenta, sentando na cama.

Faz dias que fico acordando e voltando, na maioria das vezes não lembro do que vi ou ouvi. Tem balões coloridos, com letras enormes dizendo melhoras pendurado na porta, ursinhos estão sobre a cômoda ao lado da poltrona que Jacob ocupa, suas olheiras estão fundas.

— Vim salvar sua vida... nossas vidas. — Proferiu relembrando da lenda.

Empurro meus pés para fora da cama, sinto uma leve formigação, ignoro tocando o chão gelado. Arrepios me percorrem, ao menos não tenho uma agulha enfiada na pele, suspiro dando um passo de cada vez, voltando a sentar na beira da cama.

Emmett fez um cartaz gigante, tem vários nomes nele, parece que fez todos assinarem escrito melhoras irmãzinha. Repuxo meus lábios em um sorriso. Estou viva.

— Sangue? — Questiono levantando a sobrancelha em sua direção.

— Sangue. — Afirma com a cabeça se levantando, batendo as mãos no casaco amarrotado, quanto tempo será que ele ficou sentado ali me observando dormir?

— Obrigada Jacob. — Forço um sorriso, levantando da cama — Embora não deveria agradecer já que a culpa disto é sua. — Provoco o fazendo rir — Quem diria vou ter que beber sangue de lobisomem se quiser viver.

Seus passos são lentos, ele alonga os braços cansado, rindo ainda da minha péssima piada.

— Só duas doses de sangue por mês — Ri sem jeito — Bebia sangue antes, deve se adaptar rápido.

— Assim espero. — Suspiro.

— Vou indo. — Passa a mão pelo cabelo longo — Tenho que atrapalhar um encontro hoje.

— Oh tem um baile não é? — Penso um pouco animada.

— Sim, quer dizer não. — Resmunga ficando com as bochechas vermelhas. — Vou indo, Billy vai me dar uma carona.

Seus passos são rápidos, girando a maçaneta, tenho tantas perguntas, mas preciso deixar ele ir estregar o encontro do idiota do Edward, lembro muito bem que ele quase me abandonou lá! Nem esqueci do carro que fugiu só levando Bella também, pode o amor ser tão cego? Sou a irmãzinha dele porra.

— Jacob!

— Sim?

— Mande lembranças minhas ao seu pai — Sorri dando um passo a frente, pegando o mesmo desprevenido. O abraço — Obrigado por tudo.

— Não não foi nada, relaxa-xa. — gagueja desviando o olhar, fugindo do meu abraço.

As vezes esqueço que ele é só um adolescente. Aceno para Jacob saindo rapidamente, quase tropeçando nos próprios pés.

Caminho até a mesinha, pegando um copo de água, ela desce gelada me arrepiando por inteiro. Ouço batidinhas leves na porta, depois de um momento giro a maçaneta permitindo a entrada do loiro em meu humilde quarto de hospital.

— Estava prestes a me jogar em um vulcão ativo. — Admite com humor ácido sorrindo torto — Mas acho que prefiro ser seu sacrifício, Milady. — Sussurrou cortando a distância entre nós.

Sinto seus lábios frios contras os meus, suas mãos firmes segurando minha cintura, aprofundo o beijo, passo os braços por cima de seus ombros, deixando meus pés flutuarem.

— Jasper! — Não consigo conter a animação do meu coração tão perto do seu.

— Minha deusa? — Sussurra com as presas a mostra, se inclinando, seus olhos dourados concentrados nos meus lábios entreabertos.

Meu coração dá um pulo, tento esconder meu rosto vermelho, encostando minha cabeça em seu peitoral. A respiração fraca dele faz cócegas no meu cabelo.

— Eu pensei que nunca mais ia poder te beijar. — Sussurro nervosa, escondendo meu rosto mais ainda.

— Embora eu tenha feito muitas coisas consideradas terríveis — Rosna ponderando — Acho que não mereço este castigo.

Sua mão desliza pelo meu pescoço, parando em meu queixo obrigando me a olhar em seus olhos tão surreais. Engulo em seco sentindo meu rosto formigar mais ainda.

— Eu acho que merece sim, Jasper. — Afirmo fazendo seus olhos semicerrar levemente — Mas eu te perdoou.

Ele ergue uma sobrancelha de forma atrevida, ainda com uma mão na minha cintura. Consigo sentir seu toque gélido por cima do tecido fino do pijama.

— Milady é deveras cruel. — Reclama como se não gostasse, posso notar pelos seus olhos selvagens, passando a língua pelos dentes me seduzindo — Me daria a honra de lhe levar ao baile? — Questiona pegando minha mão a beijando em seguida.

Meus lábios se repuxaram em um sorriso travesso, alinho sua gravata vermelha, combina perfeitamente com o vestido que comprei para o baile. Puxo a mesma gravata o beijando profundamente, deixo minha língua brincar com a sua. Sou levantada, suas mãos apertam minhas coxas me colocando sentada em cima da cômoda.

— Sim. — Minha voz sai rouca, afastou me um pouco, mas mesmo assim um fio de saliva nos liga.

— O que? — As palavras saem arrastadas, ainda perdido em meus lábios.

— O baile. — Sussurro balançando as pernas, sorrindo em seguida para suas feições confusas.

Jasper se afasta com um sorriso de um perfeito cavalheiro, alinhando melhor o terno. Ouço passos batendo contra o piso de madeira, antes que eu consiga descer da cômoda Rosalie invade o quarto com seu aroma floral em seu vestido colado destacando todas as curvas de seu corpo.

— Rosalie. — Cumprimenta Jasper revirando os olhos para seu exagero.

— Minha irmã! — Rosna a loira me dando um abraço de urso — Meu Deus, olha como você está pálida! — Analisa meu rosto segurando meus ombros.

Emmett entra seguido de Esme com uma caixa grande em mãos, pelo seu enorme sorriso sei o que planeja. Claro que minhas visões ajudaram um pouco, estou eufórica para vestir meu vestido de novo.

— Na verdade eu sou a pessoa mais bronzeada nesse lugar. — Digo sem pensar fazendo todos soltarem um riso frouxo.

— Oh meu doce, é tão bom vê la contente. — Esme declara com um sorriso enorme.

— Aproveitou bem Phoenix então. — Provoca Emmett rindo em seguida.

— Chega! — Pede Rosalie irritada — Vou arrumar Alice para o baile, saiam logo daqui!

A loira expulsa todos, sem muita paciência, até mesmo Esme da um risadinha pela atitude irritadiça de Rosalie ao sair do quarto. Era bom ficar um pouco sozinha, mesmo com ela aqui. Seus olhos dourados se voltaram a caixa, com rapidez ela tira o vestido longo vermelho.

— Vista! Quero ver como que fica. — Ordena, logo puxando meu vestido de pijama arrancado do corpo.

Passo as pernas pelo vestido, ajustado a cintura. Rosalie começa a abotoar as mangas, fechando os pulsos. Puxo mais o vestido ajustado na pele, seu tecido é delicado, suave ao toque.

— Oh nossa. — Rosalie me olha da cabeça aos pés surpresa — Parece que ganhou mais peito irmã. — Sorri contagiante, pegando uma mecha de meu cabelo em seguida, seus olhos distraídos, arrumando um penteado improvisado.

Seus dedos são frios contra meus ombros, empurrando em direção a beirada da cama.

— Tenho algumas maquiagens na bolsa e claro que trouxe seus sapatos favoritos. — Pronunciou com entusiasmo, pegando um kit de sombras e batons espalhando pelo colchão.

Rosalie escolhe rapidamente, deixo que decore minhas pálpebras com tonalidades escuras, depois pinte meus lábios umas cinco vezes com cores diferentes enquanto resmunga sozinha. Meu coração se aquece com sua forma estranha de ser, não é tão chata assim, ao menos não comigo.

— Como estou? — Questiono levantando, passando a mão no cabelo para ajeitar, não acredito que ele cresceu tanto, está bem cheio batendo em meus ombros com ondas leves.

— Linda, mas falta os saltos. — Repuxa os lábios em um sorriso tirando um par de sapatos prateados, quero recusar, mas não consigo dizer não para ela.

Batidas na porta despertam Rosalie, que se vira para o relógio estressada, jogando seu longo cabelo para trás.

— Já estamos saindo Emmett! — Resmunga me entregando as sandálias prateadas cheias de pedrinhas, com um salto muito alto 15... — Homens. — Suspira.

Coloco fechando a faixa, afivelando o mesmo. Dou um passo a frente enquanto a loira começa a discutir com Emmett no meio do corredor do hospital. Quase tropeço indo com tudo pro chão, seguro na porta, evitando um desastre.

— Como assim Emmett? — Grita Rosalie correndo em direção ao grandalhão rindo em direção às escadarias.

— Alice? Está deslumbrante. — Reconheço a voz calma de Carlise, seu rosto sereno, estendendo o braço para mim como um cavalheiro.

— Obrigada. — Aceito seu braço, passando o meu por baixo, segurando no tecido — Rosalie fez a maquiagem. — Conto conforme damos passos lentos, quase tropeço uma vez ou outra.

— Ela tem um dom para tonalidades. — Ri descontraído — Estávamos muito preocupados Filha.

— Desculpe. — Espero que me repreenda por minhas atitudes eloquentes, mas ele não parece bravo.

— A culpa é minha pequena, não deveria ter subestimado a lenda. — Suspira cansado, descendo os últimos degraus da escadaria para o saguão.

Jasper está me esperando com um capacete em mão, sorrindo de forma estranha ao percorrer seus olhos selvagens meu vestido. Engulo em seco colocando um sorriso no rosto.

— Tenha um bom baile! E voltem cedo para casa. — brinca Carlisle se afastando, mas sem antes me dar um beijo na testa.

— Não prometo nada. — Admito contendo uma risada, dou passos rápidos em direção a Jasper.

Carlisle sorriu divertido indo até a recepção. Bem dizer dou pequenos pulinhos me juntado ao loiro, pegando o capacete de suas mãos.

— Vamos de moto? — Prevejo.

— Sim, deixa que eu te ajudo. — Sorri leve, pegando as alças, fechando em baixo do meu queixo, ajustando o capacete em minha cabeça. — Vamos então. 

— Humm. — Faço que sim, puxo a saia leve do vestido levantando um pouco para andar mais rápido atrás dele.

Jasper ansioso, sua moto está estacionada em frente a portaria, brilhando em meio a noite nublada. Repuxo meus lábios, não consigo parar de sorrir. Estava finalmente tudo bem, nenhum perigo por enquanto. Ouço o moto dar moto ganhar vida, espero  que acena para mim subir.

— Vamos, Milady?— Com um sorriso de lado sinto meu coração bater mais forte.

Dou um passo a frente. Posiciono minha mão em seu ombro, colocando o pé esquerdo na pedaleira, passando a perna por cima, sentando. Meu vestido aperta, subindo mais um pouco, puxo o tecido fino para cima, abraçando Jasper em seguida.

Sinto o vento frio em minha pele, percorrendo pelo tecido fino, encaixo bem minhas pernas, ficando perto demais do corpo gélido dele. Jasper arranca com a moto cantando pneu, me fazendo aperta mais ainda meus braços em volta da sua cintura, contendo um grito.

Ao contrário de Jacob que matem certa velocidade estável, essa moto é bem mais potente, Jasper acelera virando uma curva, quase raspando o joelho contra o asfalto. Agarro mais firme, seguindo sua postura para não desequilibrar e acabar me esborrachando. Ouço o ronco da moto ganhando mais velocidade, fazendo meu vestido levanta um pouco com o vento. Para minha sorte, sentei em cima de grande parte do tecido, mas sua longa cauda não tem tanta pressão, dançando em ondas vermelhas, aperto mais meus braços sentindo o pânico me dominar.

— Jasper ! — Grito o agarrando mais forte, ele simplesmente olha pelo espelhinho com um sorriso sereno. — Pode desacelerar!

Com ousadia ordinária ele acelera mais me fazendo agarra-lo com mais força, colando meu corpo contra o seu.

Meu coração bate forte, fechos os olhos segurando as lagrimas. Lembranças invadem minha mente, elas não me pertencem.  Estão bagunçadas demais... Sinto a moto desacelerar. Espio sentindo o vento bater de leve sobre minha pele, como um sopro suave, tonalidades de azul tomam o céu afastando algumas nuvens carregadas. 

Mordo o lábio sentindo o cheiro de pinho, árvores e mais árvores se estendem por uma longa reta escura. Estamos devagar, seus olhos cor de mel me analisam com culpa. Afrouxo meu aperto, algo passa pelo seu rosto, não consigo identificar o que.

— Obrigada. — Sussurro curtindo a brisa suave, estico os braços não resistindo ao instinto de sorrir.

— Alice? — Sua voz aveludada se perde no vento, sendo levada para longe. — Eu amo você, sempre vou amar não importa o que aconteça.

Não consigo dizer nada, lagrimas quentes escorrem traíras pelas minhas bochechas, quero pausar esse momento, guardar para sempre no meu coração. Seus olhos estão brilhantes, refletindo o azul escuro do céu neles, sorrindo para mim fazendo me abraça-lo com mais força.

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Quebra de Tempo

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Logo chegamos ao refeitório, as portas estavam totalmente abertas. Todas as mesas haviam sido removidas daquele amplo espaço. Andei devagar ao lado de Jasper que não conseguia conter o sorriso enquanto segurava minha mão com cuidado.

As luzes do teto estavam todas apagadas, havia metros e metros de pisca-piscas natalinos, presos nas paredes em um padrão irregular que deixava o ambiente animado.

— Me daria a honra de ter sua primeira dança? — Questiona como um cavalheiro quase derretendo meu coração.

Deslizo meu olhar pelo local um pouco escuro, aceno que sim com a cabeça passando pelos arcos de balões.

— Seria um prazer dançar com você.

Contudo, paro ao ver Rosalie e Emmett destruindo qualquer esperança de arrasar nessa noite, eles dançavam como profissionais fascinando a todos em redor.

Eles misturavam centenas de estilos de outras décadas, criando novos movimentos que poderiam ser atemporais. É claro que suas habilidades estavam fora do alcance humano. Seria vergonhoso tentar imitá-los.

Alguns corajosos também dançavam, mas mantinham distância dos vampiros exibidos. Mesmo assim sigo para a pista de dança, não seria a única passando vergonha, Jessica e Mike balançavam a cabeça como roqueiros na música clássica acompanhados de Eric que imitava um robô.

— Alice! — Gritou Angela vindo em minha direção com seu vestido roxo brilhante — Você está linda! — Diz empolgada ignorando a careta tensa de Jasper atrás de mim.

— Obrigada, você também está muito linda. — Devolvo o elogio — Sério essa cor combinou com seu cabelo.

— Sim eu sei. — Sorri envergonhada — Tipo foi difícil encontrar essa tonalidade que combinasse com a maquiagem.

— Entendo totalmente, tive que trocar de batom cinco vezes. — Ri

Antes que diga mais alguma coisa seus olhos vão para a entrada do baile, Edward e Bella chegam muito próximos, conversando um com o outro. Sem hesitar ela se despede de nós indo em direção a eles.

Bella me nota sorrindo em nossa direção para em seguida observar meus irmãos dançando com admiração. Apertei a mão de Jasper e o puxei em direção a pista de dança.

Ele Levantou meus braços e os colocou em volta do seu pescoço com um sorriso pragmático.

— Lembra dessa música? — Questiona ouvindo o começo da melodia calma, alguns casais se aproximaram mais.

— Tocou na lanchonete quanto nós vimos pela primeira vez. — Digo confiante o fazendo sorrir mais ainda, pondo suas mãos ao redor de minha cintura. — Você me fez esperar por muito tempo. — Provoco.

— Desculpe, senhorita. — Sorri sedutor erguendo meus pés a poucos centímetros do chão, puxando meu corpo para junto do seu.

Balançamos com a música, Jasper sustenta quase todo o meu peso com as mãos me girando pelo meio da pista, onde meus irmãos dominavam as atenções.

Não tentamos manter o ritmo deles, balançando devagar, dou passo pro lado ou outro, sempre voltando para ele. Seguro a respiração hipnotizada, as luzes de natal fazia os olhos dele parecem de outro mundo, algo encantador ao mesmo tempo assustador. Eu queria poder congelar o tempo, continuar encarando descaradamente meu par, mas respiro devagar recuperando a postura. Preciso de um pouco de ar fresco, desvio minha atenção pelo salão cheio, sinto uma mão me puxando, girando novamente, meu vestido longo roda junto comigo. Bato contra o peitoral de Jasper voltando para seus braços.

— Seu amiguinho está aqui. — Aponta com a cabeça rouco, me fazendo estremecer sem perceber.

Vejo Jacob chegando, os quileutes continuariam a pressionar, a resistir ao tratado que eles haviam feito, o tratado que não tinha outro propósito a não ser protegê-los.

Jacob Black entrou pela porta de maneira hesitante, piscando para ajustar a visão à pouca luz. Ele não demorou a encontrar o que procurava.

Ignorando o estande de ingressos, marchou na direção de Bella como um soldado passando pelas rodas de dançarinos como em um campo minado. Edward dança com Bella, olhando com raiva para Jacob.

— Estou com sede. — Digo com olhos pidões para o loiro que sorri mostrando as presas, se afastando em direção a mesa de bebidas do outro lado do salão.

Aproveito sua distração para ir ouvir a conversa alheia, dou passos rápidos já me acostumando ao salto, que bate contra o chão de forma cruel. Edward permaneceu imóvel conforme Jacob se aproximava fixo em Bella, sua expressão tão relutante que chegava a ser cômica.

— Oi, Bella, eu esperava encontrar você aqui. — Mentiu Jacob com um enorme sorriso.

— Oi, Jacob. Como é que você está? — Claro que a songa monga não percebeu isso.

— Posso interromper? — perguntou em direção ao Edward.

— Caramba, Jacob, como você está alto agora! — Quase grito ao falar, não é possível que cresceu tanto em pouco tempo.

Aproximo o analisando da cabeça aos pés, realmente cresceu muito nesses meses.

— Um e noventa e dois. — Pareceu orgulhoso com um sorriso a mostra.

— Ta competindo com um poste! — Provoca Mike passando do lado dançando animado, com uma garrafa de cerveja na mão. Jacob simplesmente revirou os olhos rindo.

— Posso ter um momento a sós com Bella? — Pergunta baixinho enquanto ela se distraia com os colegas dançando...

— Ah, sim, claro. — Digo os deixando sozinhos. Não é como se eu não soubesse o que vão conversar...

Vou em direção a mesa de doces pegando bolinho para encher a cara e esquecer que quase morri de novo. Edward está parado encostado na parede como uma estatua de mármore.

— Ele é irritante. — Rosna Edward fechando os punhos, seu olhar em Jacob.

— Eu acho uma gracinha. — Provoco recebendo um olhar carrancudo de Edward.

Depois não sabe porque vai ser corno, mordo mais um pedaço de bolo ainda irritada com Edward por ter tentado me abandonar no estúdio de balé.

— Foi puro instinto, às vezes esqueço que não é mais uma vampira. — Ouço seu suspiro — Peço sinceras desculpas irmãzinha. — Sua voz é aveludada, com um gesto pega minha mão a beijando.

Minha bochechas formigarem, provavelmente estou vermelha. Não, ele não pode ler minha mente, pode? Des de quanto?

— Não consigo, mas inexplicavelmente hoje, nesse momento posso ouvir seus pensamentos. — Parece confuso, lembro de como Bella pode abaixar seu escudo de proteção... permitir que ele ouça seus pensamentos no futuro.

Edward sorri levemente para mim, procurando, analisando algo que escondo, de forma incontrolável começo a pensar em sexo, não, não, pare mente! Droga começo a reviver os momentos que tive com Jasper no quarto de hotel, de Bella nós pegando no flagra.

— Não se atreva a ler meus pensamentos! — Rosno batendo os dentes, Edward levanta as mãos rendido, parece meio irritado, não entendo.

Tento levantar meu escudo forçando, fingindo que tem algo me protegendo de sua mente curiosa. Parece funcionar pela sua careta descontente. Sinceramente Edward, preciso de privacidade! Já ouviu falar? Sabia que a Bella vai te trair com o Jacob? Pois é, pura verdade, eles vão ficar juntinhos, agarradinhos enquanto você olha ele esquentar aquela songa monga indecisa.

Nada se altera no rosto sereno de Edward, pelo visto meu escudo deu certo.

— Não tenho controle sobre isso Alice. — Suspira — Mas pode relaxar que não estou mais ouvindo sua mente.

é bom mesmo corno, mordo mais um pedaço de bolo me afastando de Edward. Tenho paciência pra isso não, tanta merda que aconteceu, não quero mais um problema, ele não pode descobrir que não sou a verdadeira Alice.

— Milady? 

— Jasper. — Digo pegando o copo com ponche vermelho de sua mão — Estou precisando tomar um ar fresco.

Bebo um gole sentindo o gosto de framboesa, tomo coragem e marcho em direção as portas duplas francesas, saindo para o jardim do outro lado. Luzes de natal estão espalhadas por toda a extensão do corredor subindo por algumas árvores. Apresso meus passos saindo da cobertura do telhado, olho ao redor, sentindo meu cabelo ser jogado pra trás com o vento frio da noite.

— Está nevando! — Pronuncio tentando não gaguejar, afundo minhas sandalinhas no cobertor branco que cobre a grama, se estendendo pelos telhados e pinheiros ao longe.

Estendo meu braço, flocos caem sobre o tecido vermelho, como cristais. Mordo o lábio o machucando um pouco, está mesmo nevando? Sorrio correndo em direção a estatua que me olha com curiosidade, sorrindo suavemente. 

— Olhe, olhe Jasper. — Saltito em suas direção agarrando suas mãos, fazendo me seguir  — Está nevando...

Quando a neve cai ao nosso redor, ventos sopram os flocos para longe. O puxo conforme afundo meus saltos no chão fofo.

Quero me jogar no chão, fazer bonecos de neve e mesmo assim me contenho sorrindo sem conseguir parar. O loiro segura minhas mãos com delicadeza exagerada, com os dentes a mostra parece estar se divertindo tanto quanto eu, mas seus olhos dourados não estão na neve que cai sobre seu terno preto, muito menos nos flocos que parecem cristais decorando as mangas de meu vestido.

— Nunca a vi sorrir assim por neve. — Comenta em um sussurro, como se fosse um segredo — Milady está deslumbrante esta noite, em todas elas na verdade, mas hoje sinto que posso te dizer isso.

— O que? — Gaguejo sentindo minhas bochechas formigarem quentes, desvio o olhar, mas ele puxa minha cintura me prendendo a si.

— Me daria a honra. — Seus olhos encontram os meus curiosos, hipnotizados. Com rapidez Jasper se ajoelha me fazendo dar um passo pra trás com os olhos arregalados. — De casar-se comigo, Milady?

Meu coração bate de forma ansiosa, sem hesitar balanço a cabeça fazendo que sim.

— Sim! Claro que sim! — Grito pulando em seus braços, derrubando a caixinha de alianças no chão nevado.

Consigo escutar a melodia abafada da musica saindo do salão,  sua mão desliza por minha bochecha, puxando meu rosto contra o seu. Meus lábios quentes se derretem nós dele. Porém Jasper parece congelado, firmo minhas mãos em seus ombros notando sangue em seus lábios, meu sangue.

Os olhos dele ficaram selvagens, me olhando como se fosse sua pressa, querendo me devorar. Ele congelou em uma expressão fria, neutra. 

— Está tudo bem? — Questiono me afastando um pouco.

— Sim. — Sua voz luta para sair, não passa de um rosnado. — Me perdoe. — Consigo ver em seus olhos a luta interna, arrastando as palavras.

Nenhuma visão me alerta, Jasper levanta de supetão, puxando me consigo. Espero que diga alguma coisa, mas seus olhos estão longes, vagando pela neve caindo distante nas montanhas. Seguro sua mão, entrelaçando nossos dedos, fazendo prestar atenção em mim.

Fico parada encarando seus olhos dourados, suas feições serenas, parece estar voltando a si. 

Meus olhos embaçam me deixando irritada, dessa vez a visão não é clara, consigo ouvir algo se quebrando, gritos, antes que me de conta sinto uma dor se alastrar pelo pescoço, então caiu contra o piso, reconhecendo os Volturi parados me olhando agonizar, debatendo no chão na sala de julgamento. Pisco voltando novamente ao presente, Jasper me olha cuidadoso.

—  Não queria fazer você chorar. — Sinto seu dedo deslizando por minha bochecha, limpando a lagrima.

Jasper repuxa os lábios em um sorriso frágil, culpando a si mesmo.


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Notas:

Deixem aquela estrelinha de voto! Pois isso me motiva muito a continuar S2 Não se esqueça de adicionar a Fanfic na sua biblioteca para ser notificado das atualizações.

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