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Eu continuo esperando, respostas são difíceis de encontrar. Tenho que ter uma visão mais definida da batalha, mas tudo parece um borrão de possibilidades e nenhuma sinceramente agradável.

Apresso meu passo, puxando mais ainda o casaco para me proteger do frio, que está dando finalmente as caras. Empurro a porta entreaberta do quarto de Jasper, fechando a mesma em seguida.

— Então, alguma visão milagrosa? — Questiona analisando o mapa detalhado, cheio de soldadinhos e pinos em cima.

Seu olhar vazio recai novamente sobre mim, com um sorriso suave de puro desinteresse. Isso machuca, mas do que deveria machucar. Forço um sorriso, escondendo meu receio de me aproximar da mesa de estudos.

— Minhas visões infelizmente não são milagrosas. — Rebato desviando meu olhar para a janela aberta, uma brisa suave entra me arrepiando por inteiro, mas não peço para que feche as janelas.

— Seremos em seis vampiros contra um exército de recém criados — Narra batendo os dedos contra o mapa, deslizando um soldadinho para o centro da clareira, circulada com caneta vermelha — E claro, não vamos esquecer dos dez lobisomens... — Suspirou tenso.

— Estamos em desvantagem. — Balanço a cabeça em direção aos soldadinhos inimigos — Naquela visão que tive, somente você vai sobreviver...

— Fugir você quer dizer? — range os dentes desacreditado — Eu fugi do campo de batalha como um covarde.

— Não, você não fez isso... Foi me resgatar. — Abaixo o olhar pegando um soldadinho, sentindo a textura de ferro. — A culpa de tudo isso é minha.

— Talvez seja mesmo culpa sua. — Murmura baixo, fechando os punhos — Ou minha por não ter matado aqueles vampiros no jogo de beisebol quando tive a oportunidade.

— Não tinha como ter imaginado. — Sussurro por cima do vento que assobia lá fora, trazendo consigo a aragem fria, pelas nuvens escuras no céu logo logo vai nevar. — James era muito imprevisível, deveriam ter me deixado morrer nas mãos dele.

— Não diga isso. — Jasper fala rápido, recuando um passo para trás quando percebeu o que acabou de dizer, da forma que tenta me confortar.

— Eu sinto muito mesmo... — Mordo o lábio controlando as palavras, voltando minha atenção novamente para o mapa em cima da mesa de estudos — Deveria ter sido diferente, mas agora melhor arrumar esses soldadinhos. — Forço um sorriso, fazendo ele ficar mais tenso ainda.

Não importa o quanto eu finja não sentir mais nada por ele. Jasper continua em meus pensamentos traidores, continua cutucando as memórias que criamos.

— Vamos nos posicionar ao sul. — Sua voz se arrasta, indicando no mapa com o dedo, bem mais detalhado desta vez — Eles podem vir por essa direção ou pelo norte.

— Podem vir pelo rio. — Espremo as palavras, deslizando o lápis pela área.

— Não, eles não virão pelo rio... Isso seria impensável. — Rebate roubando meu lápis inquieto — Alice, por favor. — Sua voz aveludada acaricia meus ouvidos, me pedindo para afastar o nervosismo.

— Desculpe, minhas emoções estão à flor da pele. — resmungo cruzando os braços.

É a primeira vez que fico a sós com ele, depois que contei toda a verdade. Estou me remoendo para fazer mil perguntas para Jasper. Mas me contenho, forçando um sorriso. Ele bate o lápis entre os dedos, quebrando o mesmo por acidente, sem cerimônia descartou o lápis, jogando ele pela janela.

No fundo eu sei que ainda não superei todos os sentimentos que tenho por Jasper. Meu medo é maior do que minha curiosidade, mantenho meus pensamentos longe, tentando analisar melhor o mapa.

— Percebi. — Sorriu divertido, deslizando o dedo por uma das mechas do meu cabelo, colocando atrás da minha orelha com delicadeza.

— Desculpa. — Gagueja atrapalhado — Força do hábito... — Sua voz se torna um sussurro.

— Não está... — Tropeço nas palavras tomando coragem — Não está bravo por eu tê-lo enganado todo esse tempo?

— Eu deveria estar. — Arrasta as palavras, se afastando rapidamente — Mas todas as pistas estavam bem na minha cara. — Suspira firmando as mãos na mesa onde está o mapa — Suas emoções, seus gestos, com certeza não era a mesma pessoa que conheci naquele restaurante, mas... — Pausa se virando para mim novamente.

— Como você sabia sobre aquele encontro? Todas aquelas lembranças? — Interroga visivelmente desconfiado.

A luz fraca do dia dançou em meio às partículas no ar, sobre os pequenos flocos de neve caindo, dou um passo a frente lutando para não abrir mais a janela e apreciar.

As chamas na lareira lambem o frio, deixando o quarto de Jasper mais aconchegante, ele mordeu o lábio ainda tentando me decifrar, como se eu fosse um enigma complicado demais até para ele.

— Tenho memórias deste corpo, sei até mesmo como Alice virou vampira. — Dou de ombros, tentando não gaguejar sobre o olhar selvagem como ferro quente dele.

— O que eu signifiquei para você? — Interroga com um sorriso frio, seus olhos vacilantes entrega sua ansiedade, indo e voltando pelos soldadinhos no mapa. — Todo esse tempo você estava fingindo ser ela...

— Jasper. — Minha voz se quebrou, não consigo olhar diretamente pra dele, não consigo dizer isso.

— Posso ao menos saber seu verdadeiro nome, senhorita? — Seu tom é provocativo, mas consigo ver a melancolia em seu semblante.

— Meu nome... — Sim, qual é o meu nome mesmo? Me concentro tentando achar a resposta, mas minha vida passada está borrada. — Eu não lembro. — Soluço percebendo que esqueci sobre todos que conheci, sobre minha vida toda, borrões de vozes, sensações felizes.

Esse era o preço de ter as memórias dela, as minhas estão sendo apagadas? Ou seria um efeito da cura, daquela maldição que os quileutes inventaram... Não sei, não importa agora. Forço um sorriso, engolindo o choro.

Jasper estende a mão tocando meu ombro, levanto a cabeça sendo hipnotizada por seus olhos dourados, ele sorri para mim como um ser de outro mundo, algo inalcançável.

Emoções que não me pertencem, dançam em minha pele, alegria, serena contra a tempestade no meu peito. Mordo o lábio piscando, Jasper sorri mostrando suas presas, como se tudo estivesse se encaixando, engrenagens se ajustando.

— Eu não queria ter partido, me arrependerei mil anos se for necessário. — Sua voz se arrasta como fogo — Mas eu sei que no fundo tanto eu quanto você. — Seus olhos encontram os meus, me prendendo — Sentimos essa conexão irritante.

— Não existe conexão... Eu não sou a mulher que você ama. — Sussurro com medo da minha voz falhar.

— Eu achei isso também, mas percebi que nunca estive perigosamente apaixonado antes. — Dá um passo pra frente cortando a distância, encurralando-me contra a mesa — Então seu sangue tocou meus lábios, suas palavras me feriram como ninguém nunca conseguiu antes.

Jasper tocou minha bochecha formigando, seus olhos perdidos em meus lábios, controlando seu próprio desejo, lutando contra seu coração. Tento dar um passo para trás derrubando sem querer uns soldadinhos para o chão no processo, seguro a respiração ignorando as vozes em minha cabeça que me mandam correr.

— Eu, eu... — Meus joelhos ficaram fracos, sua mão agarra minha cintura me impedindo de cair, apertando firmemente — Eu não sou ela.

Minha respiração acelera com sua aproximação, ele gruda sua testa fria contra a minha me arrepiando por completo, apoio minhas mãos na mesa atrás, tentando não cair no processo, mas ele ainda me mantém firme. Nossas emoções estão misturadas, seus lábios tocam suavemente os meus, fecho os olhos ignorando meu pulso acelerado.

— Não é por ela que meu corpo anseia. — Sussurrou mordiscando, pedindo passagem, com lentidão torturante suas mãos escorregam apertando minha pele, nos aproximando mais, levanto minha mão tentando afastá-lo, sentindo seu peitoral duro contra meus dedos — Eu gosto de você. — Empurra o mapa para o chão, pressionando seus lábios contra os meus, aprofundando o beijo devagar demais, fazendo meu coração bater assustado — Não posso negar o que sinto, não quero esconder o quanto preciso desesperadamente sentir sua pele.

— Mas... — Gaguejo perdendo a linha de raciocínio no momento que meus olhos são capturados pelos dele, todas as minhas incertezas desapareceram como a névoa sobre as montanhas em uma manhã quente.

— Não pode me enganar, sei exatamente o que está sentindo. — Sua voz se torna mais aveludada, pressionando meu corpo contra a mesa, me encurralando sem dó nenhuma do meu coração — Jacob não consegue te deixar tonta como eu deixo. — Consigo sentir uma pontada de ciúmes em sua voz; sem esforço ele me puxa para cima da mesa.

— Não pode sentir minhas emoções, isso é trapaça — Gaguejo enquanto minhas bochechas queimam.

— Posso te fazer sentir as minhas emoções, para ser justo. — Sorri de lado expondo suas presas pontiagudas, seus dedos perambulando por cima da minha perna, apertando suavemente, subindo por debaixo da saia longa, afastando meus joelhos — Se você quiser, é claro.

— Não sei... — Sussurro, as palavras escapando entre meus lábios, perdendo minha voz.

— Eu amo você, mas do que gostaria. — Admite rouco em meu ouvido, sua mão segura meu rosto com cuidado — Tudo que consigo pensar é como fazer você perceber isso.

Emoções são empurradas contra mim, eletrizantes em minha pele, formigando. Como uma tempestade tenho desejo de agarrar Jasper e nunca deixar ele partir. Quero tanto ver ele sorrir, anseio pelo seu toque mais do que deveria, perigosamente quero provar cada emoção, como um choque as emoções dele escapam entre meus dedos, Jasper as esconde de mim novamente.

Pisco ouvindo uma batida suave na porta, interrompendo meus pensamentos, Emmett entra no quarto falando alto, apressado demais para perceber. Seus olhos recaem sobre o mapa amassado no chão, soldadinhos perdidos, se mesclando na madeira com sua cor escura.

— Edward me pediu para vir busca-la. — Apressa em dizer, passando a mão pela nuca — Não queria interromper. — Ri descontraído, nervoso demais para esconder isso.

Jasper se endireita olhando de forma assassina para Emmett, sua mão apoiada na mesa afundou, quebrando a madeira, com um sorriso vazio ele se afasta um pouco, relutante.

— Ah, tinha me esquecido! — Gaguejo descendo da mesa, quase caindo no chão tonta — Marcamos de ir na casa de Bella.

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Notas:

Capitulo curtinho, feito com muito amor!

Deixem aquela estrelinha de voto! Pois isso me motiva muito S2 Não se esqueça de adicionar a Fanfic na sua biblioteca para ser notificado das atualizações.