12.Abandono

━━━━━━━ ⟡ ━━━━━━━

Demoro a percorrer meus olhos por cada livro exposto nas estantes velhas, isso de certa forma torna eles mais valiosos. Touco a lateral do encadernado de couro antigo "Lendas locais" percorro meus olhos pelas paginas devorando cada palavra, nada muito útil, parece ser tudo superstição, foco no desenho dos totens de lobo, parecem seguir a transformação dos lobisomens por séculos e séculos, viro outra pagina me deparando com algo estranho demais para ser lido em voz alta.

Imprinting é uma espécie de amor à primeira vista, acontece quando uma pessoa encontra sua "alma gêmea". Raro acontecer, mas quando ocorre é mais forte que tudo. A pessoa que sofre isso não consegue sair de perto da pessoa com quem teve imprinting. Torna-se seu escravo, se sua amada o rejeitar será condenado a viver na forma de lobisomem.

Que romântico... viro outra pagina encontrando com nada mais que contos ensinando sobre caçada, como montar armadilhas até pesca. Novamente procuro entre as palavras, mas parece que não tem mais informações, passo o dedo pela pagina rasgada, alguém não queria que ninguém lesse isso, mesmo assim tento ler as letras miúdas, não fazem sentido. 

— Espere a oitava lua cheia e de volta o que desejar terá se der tempo ao tempo? — Resmungo tentando entender, mas não faz sentido.

— Alice... Alice?

— Oh desculpe, acabei distraindo-me. — Forço um sorriso devolvendo o livro a prateleira, não sei porque pensei que os Quileutes revelariam seus segredos tão facilmente ao publico.

— Tudo bem, sei como é. — Sorri sem jeito colocando uma mecha de cabelo pra trás — Acho que já passamos da hora, está noite. — Conta com a sacola cheia de livros em mãos.

Não sei como não notei a noite cair, agora tudo que nós resta é andar até o restaurante, deveria ter aceitado o carro de Carlisle, mas não eu tinha que pedir uma corona, que não precisaria me buscar... Suspiro puxando mais ainda meu capuz cobrindo me do vento frio quem vem das janelas abertas.

Pelo cheio de chuva logo logo uma tempestade vai chegar, nenhuma novidade desse clima cinza.

— Melhor irmos então, Jessica já deve estar no segundo prato nos esperando — Brinco fazendo Bella rir andando em direção a porta se despedindo com um aceno do atendente.

— Não estou com fome mesmo. — Repuxa um sorriso rindo em seguida.

— Bom, mas eu estou morrendo de fome. — Digo empurrando a porta da saída fazendo o sino tocar.

— Cuidado meninas. — Se despede o carinha sorrindo.

Seguimos por uma escadaria com a fraca luz dos postes espalhados distantes uns dos outros, degrau por degrau estou perdida em meus pensamentos, não consigo entender o que aquelas palavras significam, muito menos compreender os totens de madeira desenhado nas paginas. Parecem contar uma historia, montar um quebra cabeça.

— Charlie disse que você é uma boa influencia pra mim. — Declara Bella distraída com os próprios sapatos para olhar em meus olhos.

— Claro que sou uma boa influencia! — Afirmo desviando o caminho pelo beco ao lado — Quem mais ficaria até tarde em uma livraria com você?

— Ninguém. — Concorda rindo enfiando os livros na mochila.

Desviando de um canteiro bato minhas botas contra o chão, pera... sinto que estou esquecendo de algo muito importante, mordo o lábio notando o silêncio que domina, folhas e mais folhas são arrancadas das arvores com o vento forte, encaro os degraus cheios de lima recordando de Edward, principalmente de Bella sendo assediada por um bando de retardados babacas.

— Melhor irmos pro outro caminho. — Sussurro puxando o braço dela tarde demais.

Encaro o corredor escuro, dois idiotas andam cambaleado em nossa direção, provavelmente bêbados. Puxo Bella que rapidamente acompanha meus passos rápidos seguindo para o estacionamento vazio onde talvez alguém possa encontrar nossos corpos se Edward não chegar a tempo.

— Eu vi você na loja de vestidos. — Grita o tatuado provocando nós olhando de cima a baixo.

— Oh não foge da gente não! — Ri se aproximando de Bella.

— Olha quem está aqui? — Sorri perverso dando passos largos em minha direção — Oi gatinha, tudo bem? — Sorri de lado jogando uma bola de basebol para o outro cara nos encurralando do outro lado.

— Estaria tudo bem se vocês não tivessem aparecido! — Afirmo encarando seus olhos azuis, mantendo seu olhar não desviando nem por um segundo.

— Ei, onde você vai? — Resmunga alto um cara de boné preto pegando a força o braço de Bella que tenta se desviar — Venha beber com a gente. — Convida malicioso.

Ela simplesmente olha em redor em certo panico procurando uma saída, meu coração bate forte contra o peito, puxo o canivete da cintura que peguei "emprestadado" de Jacob no hospital, acho que ele não vai dar falta mesmo da lâmina. Tiro levemente da cinta desembainhando devagar olhando profundamente nós olhos frios do homem em minha frente fingindo uma posse ameaçadora.

— Ah gatinha assim me magoa. — Provoca agarrando meu braço fazendo me bater contra seu peito — Você é linda.

— Tire as mãos de mim! — Ameaço tentando me soltar, afundo a lamina em seu braço sendo solta rapidamente.

Dou rápidos passos pro lado esperando que a qualquer momento pneus catem no asfalto. Porque Edward está demorando tanto para aparecer... engulo em seco dando um passo pra trás encarando o homem fritando o corte não muito profundo no braço, parece um arranhão.

— A gatinha tem garras? — Sorri sádico — Gosto das mais selvagens, são mais divertidas. — Debocha se aproximando.

Seguro bem firme o cabo do canivete, mordo o lábio concentrando, não consigo evitar de pensar na possibilidade de Edward não aparecer, poderíamos correr de volta  a livraria e pedir ajuda, no entanto não sei se daria certo, mesmo sendo rápida, podem nós alcançar.

Não importa, não posso fugir, não é como se não soubesse que isso aconteceria. Giro o canivete entre os dedos deixando os mesmos se ajustarem na soqueira que venho junto.

— Você é tímida? — Questiona alguém ao longe se aproximando de Bella, ouço seu grito abafado quando puxam seu cabelo — Vamos nós divertir, vamos.

— Não me toque. — Pede ela se afastando com olhos espantados, sendo encurralada por outro — Não encosta em mim! — Grita chutando as joias reais do loiro o fazendo se encolher no chão a permitindo fugir, correr em minha direção.

Me afasto rápido enquanto o homem em minha frente anda em passos lentos, não está preocupado, essas horas da noite, com essa escuridão ninguém pode nós ouvir. Dou outro passo batendo de costas com Bella que agarra meu braço livre, trocamos rápidos olhares.

— Vai ficar tudo bem. — Sussurro tentando acalmar nós duas.

Para meu desespero não ouço o barulho de nenhum carro vindo, engulo em seco dando um passo pra trás sendo encurralada junto de Bella, costas a costa penso na probabilidade de morrer, era alta demais.

— Tem spray de pimenta? — Questiona a fazendo tirar a mochila das costas rapidamente puxando um tubo colorido fazendo que sim com a cabeça.

Parece que a morte me persegue, levanto o canivete apontando pra frente pronta para o que vier, mas minha mão continua tremula. Respiro fundo dando pequenos passos analisando enquanto Bella e eu andando em círculos de forma lenta protegendo uma as costas da outra.

— Eu não tenho medo de usar isso! — Ameaço em direção ao idiota de cabelo curto cheio de tatuagens.

Minha mão treme enquanto meu coração bate em agonia, merda, merda. Isso não deveria acontecer, será que demoramos demais lá dentro? Deve ser isso... Puxo o ar pela boca encarando os homens altos, não tenha medo, não tenha medo, repito mentalmente ignorando minhas pernas bambas.

— Então porque sua mão esta tremendo? — Observa rindo.

— é de raiva. — Rosno sendo dominada pela adrenalina, vai ficar tudo bem... tem que ficar.

Ouço o grito de Bella sendo arrancada de perto de mim, seus chutes são meio inúteis conforme ela tenta escapar das mãos dos dois homens com o dobro de seu tamanho. Isso é culpa minha, minha, minha. Aperto firme o canivete dando dois passos pra trás virando as costas para o inimigo. Não penso duas vezes antes de me jogar contra os dois animais que agarram Bella.

Pulo sobre o cara, agarrando seu pescoço subindo em suas costas fazendo largar minha amiga de volta ao chão para o outro ainda segurar seus braços a impedindo de fugir. Afundo a lamina em seu ombro deixando um rastro de sangue pela camiseta, sinto meus pés fora do chão sendo puxada sem cerimonio derrubada contra o asfalto, seguro o grito de dor com o choque pela pele, ardendo pela batida. Encaro o homem segurando o ombro, viro pra trás arrastando me pra longe, outro homem encapuzado aparece tirando o cinto.

— Parece que não te ensinaram direito. — Estala o cinto dando passos longos em minha direção — Tem que ficar quietinha vadia.

— Então é melhor você ficar quieto!— Sou tomada pela raiva — Porque a unica vadia aqui é você seu bosta! — Firmo minhas mãos no chão levantando rapidamente.

O cinto estala me fazendo recuar, dois outros se aproximando de mim fazendo meu estomago embrulha, dou um passo pra trás, alguém empurra me pra frente a tempo do cinto estralar em meu braço, em seguida batendo contra meu rosto acertando minha cabeça fazendo um grito escapar entre meus lábios.

Ele prepara novamente, sinto a ardência em meu braço quanto o cinto pega de novo e seguro o puxando, aproximo o suficiente, sem hesitar dou uma joelhada no meio de suas pernas para em seguida puxar o cinto comigo dando a volta em seu pescoço, o soltando de sua mão. Seguro usando o peso de meu corpo fazendo a gravidade agir ao meu favor. Ouço Bella gritando com spray de pimenta em mãos, não importando onde pegasse.

 Antes que os dois encapuzados se aproximem mais de mim para tentar livrar seu amigo do cinto que o enforca pneus cantam no afasto trazendo consigo nosso salvador. A luz forte do carro cega, pisco vendo os homens se afastarem surpresos com a luz ofuscante caindo sobre eles. Reconheço a sombra de Edward, saído as presas do carro, ao seu lado Jasper parece perdido em confusão.

— Entre no carro! — Ordena encarrando Bella apavorada com as roupas bagunçadas. — Entre no carro. — Pediu novamente encontrando meus olhos com os seus dourados como ouro escaldante.

Não espero o folego voltar simplesmente largo o homem no chão indo em direção ao carro, sinto algo em meus cabelos, puxando, sou jogada com toda a força contra o asfalto batendo a cabeça no mesmo, tudo parece girar ao meu redor.

Olho pra trás capturando o sorriso provocativo do homem que antes tinha enforcado. Um revolver brilham em sua cintura, não tinha medo da morte. Pisco novamente sentindo tudo girar, firmo minhas mãos contra o chão me impulsionando pra cima, porém meus braços falham me jogando no chão novamente. Espero que alguém venha me ajudar a levantar, encarro a cor cinza se misturando com o sangue que mancha meus dedos pelos pequenos arranhões. Um trovão parte o céu no mesmo momento que pneus cantam me mergulhando no escuro, novamente na fraca luz dos postes.

Meu coração parece parar quando volto meus olhos para rua deserta, rezo para que isso seja outro pesadelo.

— Parece que te abandonaram — Debochou puxando minha perna, consigo ver o olhar nojento descendo pelo meu corpo.

Fecho os olhos tentando diminuir a ânsia de vomito, rezo para que minha morte seja rápida. Algo se quebra, lamentando em meu coração abro meus olhos sendo observada pela enorme lua cheia a se esconder entre as nuvens carregadas de chuvas, antes que consiga observa-la melhor outro trovão caí fazendo o céu ser coberto por uma chuva densa.

 O homem ainda segura meu tornozelo parado olhando-me como se eu fosse seu novo brinquedo. Ele não esperou, nenhum deles conseguia ver aquele vulto pelo quão me acostumei a encontra no corredor quando Rosalie e Emmett discutiam e saim correndo pelos corredores, engulo em seco quando Jasper carva os dentes no pescoço do meu agressor roubando sua preciosa vida miserável em seguida arrancando a cabeça do corpo, largando o cadáver cheio de tatuagens sem significado quando se está morto em uma poça de sangue.

Edward estava disposto a tudo para esconder sua verdadeira natureza de Bella, fugindo confiando em Jasper. Dois homens correm pra cima do mesmo que desvia arrancando o braço de um e quebrando a perna de outro em um chute, eles tentam lutar, acertar socos que não fazem efeito, ossos se quebram ao entrar em contato com a pele dura do vampiro.

Lastimas e gritos se seguiram abafados pelo barulho da chuva caindo sobre os telhados ao longe, trovões cantam lamentos, fazendo gritos serem mergulhados, sufocados em medo. Um tiro, depois outro disparam perfurando a roupa, trincando a pele de um soldado. Com rapidez sobre humana corpos são atirados, cabeças arrancadas e ossos quebrados em uma bagunça de vultos que não consigo acompanhar.

Jasper se demorou saboreando o sangue de sua presa, por fim os gritos do homem foram perdendo a força, firmo minhas mãos em meus joelhos trêmulos. Levanto ignorando as poças de sangue se misturando com a chuva que me lava.

Em um ataque de fúria o loiro mordeu o pescoço o dilacerando derrubando o corpo sem vida contra uma poça, sangue humano era a pior droga, viciante para um ex-combatente.

Jasper não pareceu se importar de pisar em cima de um dos corpos esmagando, quebrando, sorriu frio em minha direção. Olho pra cima deixando as gotas de chuva esconderem minhas lagrimas.

Seus olhos antes dourados são vermelhos cheios de vida, tento não revelar o choque, deixar transparecer o quão apavorada estou. Não consigo me mexer, estou paralisada, gritos ainda continuam ecoando em minha cabeça.

— Corra. — Pede rouco dando passos pra trás cambaleantes, tentando voltar totalmente a si, evitando olhar em meus olhos.

— Jasper? — Questiono ouvindo minha voz se quebrar — Jasper...

— Eu sou um monstro — Declara se virando para mim fazendo me encolher.

— Isso não é verdade, sei que não é. — Gaguejo relembrando todos os momentos que passamos juntos. Existe uma grande possibilidade de estar errada...

— Não quero machuca-la. — Sua voz rouca troveja dando um passo a frente, deixando seu lado mais selvagem dominar — Alice você não sabe o quanto quero matar-la.

— Sei que cada segundo ao meu lado é uma tortura. — Grito rouca ainda tentando assimilar tudo o que aconteceu — Então porque. — Gaguejo — Porque insiste em ficar perto de mim?

— Não consigo ficar longe! — Pronuncia cortando a distancia entre nós rapidamente, fazendo meu coração errar uma batida. — Não quero ficar ...

Meu coração bate errante me fazendo questionar o quão apavorada estou, evito olhar para o chão, simplesmente sou hipnotizada por seus olhos vermelhos como rubis, sangue escorre entre seus lábios. Eles não tinha chance, não tem como fugir de um monstro, devorar, saborear o sangue deles foi prazeroso, aquele sorriso selvagem provou sua verdadeira natureza.

— Alice você não imagina o quanto doí. — Sua voz não passa de um sussurro perdido em meio a ventania — Desejo seu sangue a cada segundo, não sei se vou conseguir me controlar.

Mesmo que quisesse correr, não adiantaria, nada poderia me salvar. Sinto seus dedos sujos de sangue deslizarem pela minha bochecha notando minhas lagrimas fugitivas, não consigo segurar os soluços que se seguem.

Seus olhos se arregalaram dando rapidamente um passo pra trás olhando as próprias mãos, voltando a observar meu rosto com culpa.

— Eu... eu... — Gaguejo sem conseguir pensar direito.

A chuva arrepia minha pele, adentrando em minhas roupas, lembrando-me como sou frágil nessa forma. Respiro devagar em meio as lagrimas sentindo a dor se alastra pelo meu corpo, tudo parece girar conforme minhas memorias se misturam em uma sinfonia, trazendo visões do futuro.

Possibilidades estão na frente dos meus olhos, futuros alternativos... escolhas e tragedias. Consigo ver Jasper partindo, no decorrer dos anos se tornou tão cruel quantos os Volturi. Matando inocentes, saciando a sede de sangue, sempre com o mesmo olhar vazio.

Em todos eles Jasper se afasta dos Cullen quando grito que ele é um monstro, que estou com medo. Ele não hesita em fugir quebrando o próprio coração para me proteger, deixando-me sozinha.

Uma ultima visão desperta memorias antigas que não pertencem a mim, sorrisos doces, viagens e lanchonetes antigas. São alternativas da verdadeira Alice, são as memorias dela se misturando com as minhas. Me vejo novamente encarrando Jasper na chuva, seu cabelo cola na testa ainda estático.

Ouço me dizer palavras que não são minhas, então eles arranca a própria cabeça tronando tudo cinza... tudo parece um borrão, consigo ver os Cullen seguindo em frente, conforme os anos passam cada um segue um caminho, pisco forte voltando a realidade. Sei o que devo fazer, mas não sei se tenho coragem.

Quero acreditar em suas palavras, que seu desejo por meu sangue o torna perigoso, todos meus instintos gritam para correr e não voltar, no entanto meu coração bate disposto a dar um passo a frente, corto a distancia e seguro suas mãos que estão prestes a arrancar a própria cabeça.

— Não me deixe sozinha. — Imploro segurando as lagrimas — Por favor.

Puxo seus dedos sem muito jeito tentando o fazer soltar o próprio pescoço prestes a se quebrar, sinto sua pele fria contra a minha, seus olhos capturam os meus. Não deveria ter vindo atrás da Bella, estou mudando a linha do tempo... estragando tudo.

Não posso deixar que se mate para proteger a falsa Alice, não é para mim esse sacrifício, não sou eu quem Jasper ama, mesmo que no fundo eu deseja-se que fosse a mim... é injusto roubar, destruir o futuro já escrito a mais de mil anos, ele não deveria mudar.

— Sou um monstro, Alice. — Sua voz não passa de um sussurro quebradiço — Não posso controlar minha natureza assassina — Gagueja afastando minhas mãos — Não sou o suficiente... não posso dar a vida humana que você deseja.

— Tudo que desejo é você. — Declaro apressada ficando na ponta dos pés selando nossos lábios em uma promessa — Então por favor não me abandone. — Imploro agarrando seus ombros para que pare de desviar seus olhos dos meus.

— Alice... nunca seria capaz de negar um pedido seu. — Sorri hesitante, parece perdido.


━━━━━━━ ⟡ ━━━━━━━

Notas:

Gostaram do capitulo, teorias para os próximos capítulos?

Deixem aquela estrelinha de voto! Pois isso me motiva muito a continuar S2 Não se esqueça de adicionar a Fanfic na sua biblioteca para ser notificado das atualizações.


Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top