Operação Bohemian Rhapsody: his Mustang

esse cap eh um dos que eu mais fiz mudanças até agora e...

sinceramente,

um dos meus favoritos.

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20 de março, 1987,

corredores da Beacon Hills High School

JUNGKOOK

Jimin bate os pés, impaciente, enquanto avalia cada ser vivo ao seu alcance com o olhar. Sinceramente, esse comportamento já está começando a me irritar. Fecho o armário com força, esperando por alguma reação dele, mas tudo que o loirinho faz é apontar para uma das extremidades do corredor. Estou bravo demais com sua existência para prestar atenção em qualquer coisa que ele tenha para me mostrar, então apenas ignoro. Ou pelo menos tento ignorar, até ele começar a puxar a barra do meu casaco incessantemente, o que torna minha tentativa inútil.

— O que foi?

— Aquele dali é o Taehyung? — ele continua apontando na direção do garoto — Acho que lembrei dele.

Sinceramente...

Optando pelo silêncio dos inocentes, bato na mão de Jimin, que ainda apontava na direção de Taehyung, e solto um suspiro que deixa mais do que evidente a minha exaustão. Tento não olhar na direção de nenhum dos dois, apenas encarando o chão.

Por mais que eu tente esconder, acho que é mais do que óbvio que ainda não o superei completamente. Nem mesmo infimamente, na verdade. No entanto, de alguma forma, no meio de toda essa confusão, acabei esquecendo por um breve momento de que Taehyung já beijou Jimin. O mesmo Jimin que agora tem todo o tempo do mundo pra me encher o saco, perguntando as coisas mais idiotas do mundo. Eu não sei bem o que o diretor pretende com isso, mas tenho certeza de que, quando meu período de "provação" com esse garoto acabar, eu vou ficar ainda mais burro do que já sou.

Enquanto ele tenta, de alguma forma, avaliar Taehyung de longe, dou o meu melhor em sair de fininho. Não tenho certeza sobre Jimin, mas cada palavra sobre aquele bilhete e a tal "Operação Bohemian Rhapsody" estão bem frescas na minha memória e me passam uma sensação ruim.

Claramente não é uma boa ideia.

Vai que na verdade é tudo um plano cuidadosamente arquitetado para me levar até a gangue de Seokjin, onde vão me surrar até minha alma sair do meu corpo de forma líquida e jogar meu corpo em alguma vala qualquer.

Sem chance. Eu já assisti a filmes o suficiente para saber que isso não é uma boa ideia.

Namjoon terá que me perdoar, mas hoje, por motivos de urgência, eu não posso ficar esperando na saída. Sabe, pra salvar meu próprio traseiro.

Apenas três...não, quatro passos até a porta de saída. Meus olhos brilham com a visão iminente da liberdade...

— Aquele Taehyung é bem bonitinho — Jimin fala como se nada tivesse acontecido, enquanto passa o braço sobre meus ombros. Seu movimento me faz ir para baixo com o impacto e assim eu fico mais ou menos da altura dele — Eu lembro perfeitamente agora, foi naquele dia do karaokê. Taehyung.... É um nome bonito, não é? Então é dele que você gosta... Ele beija bem, sabia?

De alguma forma, liberto-me de seu abraço desengonçado e o encaro com raiva.

É isso que me irrita profundamente. O jeito que ele fala tudo com absoluta certeza de que está certo. Suas roupas sempre surradas também me irritam.

Na verdade, acho que tudo nele me irrita.

Pra completar, agora ele também quer competir por Taehyung comigo? Me fazer inveja? Tudo bem que, sendo sincero, eu sei que não tenho chance. Nunca tive. Reparei nisso no dia da briga do refeitório. Ele nem mesmo olhou para a minha cara. Mesmo assim, Jimin nem lembrava do nome dele! É no mínimo ridículo começar a agir assim agora...

Espera. Será que ele me odeia? Taehyung, quero dizer.

— Sua cara deixa todos seus pensamentos bem óbvios.

— Cala a boca, paraquedista de meio-fio.

Silêncio. Até Jimin chutar minhas canelas com força. Bem típico de gente baixa mesmo, chutar meus joelhos.

— Cuidado com o que fala — ele ameaça, mas não consigo o levar a sério quando existe uns bons dez centímetros de diferença entre nós — Seu idiota.

— Se esse é o único lugar que você consegue chutar, acho que não devo me preocupar.

Observo enquanto a cara dele assume uma expressão raivosa e já estou preparado para correr em direção à saída, mas uma voz me chama ao longe.

— Aonde você vai? — Namjoon, como sempre, grita com toda a força — Jungkook, seu bocó, me espera aí.

Agradeço aos céus enquanto espero meu salvador se aproximar, caminhando de forma despretensiosa. Como se não estivesse escrito em sua cara o que ele costuma fazer depois que a aula acaba. Deixo um sorrisinho de lado escapar, para provocar o Jimin irritadiço ao meu lado, mas acabo levando um beliscão doloroso.

Aparentemente ele é de uma gangue, mas tudo que sabe fazer é chutar joelhos alheios e beliscar. Vergonhoso.

— Você ia embora sem me esperar? — Namjoon pergunta, assim que está de frente para mim — Oi, Jimin.

A expressão de Namjoon me diz que, caso a resposta para sua pergunta seja um sim, ele vai usar Jerônima para me atropelar e chamar Yoongi para ajudar a esconder o corpo.

— Claro que não.

— Você ia sim.

— Eu disse que não.

É, eu ia sim.

Jimin simula uma tosse.

— Na verdade, eu e Jungkook temos um compromisso. — Ele sorri enquanto diz isso, parecendo um anjo, mas tá mais para um anjo caído — Sabe, pra estudar alguns assuntos de história que eu não estou conseguindo entender.

Internamente, o xingo de todos os nomes possíveis em um intervalo de tempo tão curto que chega a ser surpreendente. Ele poderia ter falado qualquer outra matéria, mas escolheu logo a única em que eu me dou relativamente bem. Como ele pode saber até mesmo em quais matérias eu sou bom? Se bem que, indo pela lógica, eu não sou muito inteligente, então não deve ser tão difícil. Mas mesmo assim!

O encaro de lado, me perguntando se ele tem uma ficha minha, onde está anotado tudo sobre a minha vida. Será que Jimin e sua gangue estão reunindo informações sobre mim?

— Ele vai me ajudar com o assunto — o mauricinho aumenta ainda mais seu sorriso, ao ponto de seus olhos se fecharem — Tem problema?

Tento assumir uma expressão que diga claramente "Socorro, me salve. Diga que tem problema, sim."

Até porque, pelo que eu sei, Namjoon também não gosta de Jimin. Então, o dever dele é tirar-me desse problemão.

— Oh, tudo bem. — Namjoon sorri, deixando uma covinha aparente — Jungkook, que orgulho. Finalmente você ensinando alguma coisa.

E, assim, meu amigo vai embora. Ele passa pelas portas de saída calmamente, indo em direção ao seu Jeep, enquanto eu tenho que ficar sozinho com o demonio.

Que otário.

Não consigo acreditar. Agora, infelizmente, não possuo mais nenhuma, e repito, nenhuma, válvula de escape que me permita fugir de Jimin.

— Por que você tá sorrindo? — pergunto ao idiota ao meu lado, que está feliz da vida — Pare com isso, é aterrorizante.

— Estou aliviado.

— An? Por quê?

— Aquele seu amigo parece não gostar de mim. — Ele revira a mochila em suas costas e puxa meu caderno de dentro da mesma — Ainda bem que não precisei usar isso.

De repente, meu estômago se revira igual louco. Taehyung está do outro lado do corredor e, a não ser que ele tenha super poderes, é óbvio que não tem como ele saber o que está dentro do caderno. Mesmo assim, sinto desespero apenas com a visão disso sendo exposto em um ambiente onde qualquer um pode ver.

— Verdade, já está na hora de você me devolver isso. Tipo, agora. Você já passou dos limites, ficou o dia todo com isso...

— E você nem percebeu.

— Devolve.

— Não, não agora — ele balança o objeto de um lado pro outro — Não até você me ouvir. Ah, claro, você também tem que aceitar participar da minha operação.

— Operação Bohemian Rhapsody? — forço uma risada — Só o nome já é ridículo.

Na verdade, não acho o nome ridículo, e gosto bastante da música, mas não posso perder nenhuma oportunidade de irritar o loirinho metido.

— Como você ousa?

Parece que funcionou.

— Como você tem coragem de dizer uma coisa dessas quando eu posso simplesmente gritar o nome de Taehyung e mostrar isso a ele? — Jimin é realmente ótimo com ameaças será que essa é a sua função naquela gangue? — E, inclusive, por que você parece tão preocupado? Eu já disse que não sou de uma gangue.

— Talvez porque você está ameaçando acabar com a minha dignidade publicamente e, ainda por cima, invadiu a minha privacidade? E é óbvio que você diz isso. Já viu algum criminoso realmente admitir que é um criminoso?

Como ele sabe exatamente tudo que eu estava pensando?

Jimin estala a língua e fica encarando o objeto em suas mãos por um minuto inteiro.

— Caso eu use esse caderno pra te ameaçar, eu vou confirmar isso que você disse. Já que vai ser invasão de privacidade. Só que, caso eu não faça isso, você não vai me ouvir.

— Você já invadiu a minha privacidade, Jimin! Não tenta me manipular! — tenho que controlar a minha voz, para não gritar no meio do corredor — E eu não quero ouvir o que você tem pra dizer. Vamos acabar com isso logo, dizer que está tudo bem para o diretor e...

— Não. Já que eu já invadi sua privacidade, não tem problema fazer de novo. É só me ouvir, poxa. Por que você é tão difícil?

Acho que vou ter um colapso nervoso com esse garoto a qualquer momento.

— Por que que você não entende que eu não quero?

— Porque você é teimoso demais! — ele realmente abre o caderno e começa a folhear — O que que custa me ouvir? Vou mostrar, hein?

O desespero toma conta de mim enquanto Jimin realmente chega na última página e, desesperado, abro a porta que leva ao estacionamento com tudo.

— Tudo bem! Tudo bem! Você venceu, cacete. Passa e vai logo falando. Qual é a dessa tal de operação ridícula que não pode esperar?

Ouço a risada de Jimin enquanto ele passa pela porta e caminha em minha frente a passos lentos.

— Finalmente, né. Daqui a pouco vou precisar contratar criminosos só pra fazer você me ouvir.

Paro no meio do caminho e estendo minha mão na direção dele. Tenho plena certeza de que não preciso dizer nada. Ele sorri enquanto me entrega o caderno. Okay, tenho a prova do crime em mãos, agora só preciso correr...

— Na verdade, — Jimin começa a falar — eu queria fazer uma aposta com você. Nunca conheci ninguém tão insistente e irritante antes. Seria uma honra, caso não fosse tão inconveniente.

— Isso deveria me convencer?

— Só porque eu te entreguei seu caderno não significa que eu possa pegar ele de novo.

Como sempre, me ameaçando.

— Como você quer que eu acredite que você não é um criminoso com esse tipo de comportamento?

— Isso fica ao seu critério. Só que, pela última vez, eu acho que você devia me ouvir.

Obviamente, eu sinto zero confiança em qualquer coisa que saia da boca desse garoto. Entretanto, resolvo dar uma chance e ouvir sobre essa tal aposta. Talvez, assim, eu consiga achar um jeito de me livrar dela.

— Fala.

Seu rosto se ilumina ao que ele escuta aquela única palavra, e só consigo achar isso incrivelmente esquisito. De onde vem essa obsessão?

— Então, a minha aposta consiste em...

—Jungkook! — uma voz grita ao longe — Ei, é Jungkook, não é?

Arregalo tanto meus olhos que acho que eles vão sair de meu rosto a qualquer momento. Devo estar sonhando. Jimin, em minha frente, parece irritada de um jeito anormal por nunca conseguir falar. No entanto, estupefato é a única palavra capaz de descrever com precisão meu estado agora.

Taehyung vem correndo pelo estacionamento em minha direção, enquanto carrega alguns livros contra seu peito.

Eu já disse que ele está vindo em minha direção? Seus cabelos cacheados balançam, criando uma aura angelical ao seu redor e parece que estou em algum dos livros de romance que meu irmão lê. É o momento da história onde eu ganho um lampejo de esperança, antes de ser completamente massacrado.

Ele para a uma distância considerável de Jimin. Consigo sentir algum tipo de tensão no ar.

Nem preciso dizer que não estou entendendo mais nada.

— Você é o Jungkook, não é? — ele me pergunta de novo e faço que sim com a cabeça — A professora de química mandou te entregar esses papéis.

Taehyung me entrega um punhado de folhas e dá uma última olhada desconfiada na direção de Jimin antes de voltar correndo para o colégio.

De forma atrapalhada, seguro os papéis contra meu peito, tomando cuidado para não deixar cair nada.

— Esquisito... — ouço Jimin murmurar, mas não ligo muito pra isso — Você quer ajuda com isso?

Ao ouvir tais palavras, dou dois passos para trás, por puro impulso. Claro que não quero ajuda! Taehyung entregou essas folhas especialmente para mim!

Estou agindo como um idiota, mas tenho plena noção de que não devo desperdiçar nenhuma migalha sequer.

Depois de alguns minutos lutando contra os papéis, finalmente consigo organizá-los. Com a outra mão, abro minha mochila. Estou prestes a enfiá-los lá dentro, quando noto um pedaço de papel menor que os outros.

Dou uma olhada de relance para Jimin, que pacientemente espera enquanto eu me organizo, e dou um jeito de ler o que está escrito no papel sem que ele note.

Não confie tanto no Jimin.

Por favor, tome cuidado. Caso qualquer coisa aconteça, pode me chamar.

Pisco, confuso. Não está assinado, mas é bem óbvio que foi Taehyung quem o escreveu.

Bem, que Jimin não é um bom tipo de gente eu já sei. Mas... Esse bilhete... o que está escrito nesse bilhete implica que Taehyung está preocupado comigo? Quer dizer, então, que ele lembra de Jimin, mas Jimin não lembra dele? Quer dizer que ele teve todo o trabalho de escrever isso para me avisar disso? Ou seja, ele está obviamente preocupado comigo. Não tem outra explicação plausível para isso.

No entanto, se Taehyung sabe que Jimin não é um bom tipo de gente, por que ele estava o beijando naquela noite?

Será que esse loiro oxigenado idiota fez algo com ele? Será que estou realmente me metendo em uma furada? Será que, caso eu me vire agora e corra, ele vai aparecer como se fosse o mocinho de um filme clichê e me levar para longe, onde seremos felizes para sempre juntos com um cavalo e dez gatos?

Se Taehyung me disse que, caso acontecesse alguma coisa, eu poderia apenas o chamar, isso significa que ele está me observando? Em algum lugar do estacionamento?

A essa hora ele já deveria ter ido embora, não é?

Espera aí, isso também é um tanto assustador...

— E aí? Terminou? — Jimin me encara, claramente impaciente — E agora, qual será a próxima coisa que vai acontecer? Um raio? Uma nave espacial?

Não respondo nada, apenas levanto as sobrancelhas. Ele está agindo normalmente. Hmmm.

— Que foi? Tá surpreso demais por ele ter falado contigo? Você é meio trouxa mesmo, não é?

— Ah, cala a boca. Fala logo, antes que eu desista de vez de você.

Eu já havia desistido de Jimin, para ser honesto. Entretanto, sempre que ele fala assim, sinto que vou perder caso acabe recuando. "Perder o quê?" eu me pergunto.

— E você vai me ouvir?

Isso eu não posso garantir, já que estou ocupado demais processando as informações que acabei de receber. Estou cogitando gritar, mesmo sem nada ter acontecido, só pra ver se Taehyung sai de uma moita, ou algo assim, pra me salvar.

— Claro.

Jimin dá um passo em minha direção e sua expressão me assusta um pouco. Sinceramente, é a mesma expressão que Namjoon faz quando está prestes a sugerir algo absurdo.

— Minha aposta consiste em te mostrar que Queen é melhor que Elvis.

Ah?

Ah???

Só isso? Realmente, é algo absurdo. Tenho certeza que está escrito na minha cara tudo que penso sobre isso.

— Desculpe? Me mostrar o quê?

— Você ouviu.

— Isso ainda é por causa daquele dia no Karaokê? Onde você me dedurou pros seguranças?

— Ainda não superou isso? Eu já pedi desculpas, não pedi?

De novo, falando coisas absurdas.

— Você tem algum problema de memória? Não sei pra quem que você pediu desculpas, mas pra mim que não foi.

— Você é realmente muito teimoso.

Por algum motivo, Jimin parece satisfeito ao constatar isso.

O que cacildas têm de bom no fato de eu ser teimoso?

— Como você pretende me mostrar que Queen é melhor que Elvis? Vai me entregar algum disco deles ou algo assim? Porque eu já ouvi todas as músicas. Sinceramente, isso é ridículo.

— Ah, não. Não vou te entregar nenhum disco. Vou apenas te chamar para sair.

— Ah claro... — pauso assim que processo as palavras que ele acabou de dizer — Espera aí. Como assim me chamar para sair?

— Sim, não tem muito sentido por trás disso. Vamos apenas vivenciar as músicas juntos.

O duplo sentido por trás dessa única frase me faz titubear de pavor. Talvez eu deva gritar agora?

— Vivenciar? — é a única coisa que consigo pensar — Vivenciar como?

Ele sorri, mais uma vez. Jimin parece estar sempre sorrindo e isso me assusta ainda mais.

— Sim, se você aceitar sair comigo e deixar eu te provar meu ponto de vista, eu paro de te perseguir. Também prometo não pegar seu caderno escondido, ou procurar por coisas vergonhosas que você tenha guardado de um jeito tão descuidado que até uma criança consegue roubar. — Ele fez uma pausa, assumindo a expressão convencida que mais odeio nele — Se eu conseguir te convencer, você só vai ter que admitir que Queen são os reis do rock.

— Só que, pra isso, eu tenho que sair com você?

— Bem, isso é um detalhe.

Dou uma risada forçada.

— Eu? Você? Juntos? Sem eu saber o que você está planejando? Nunca. Acho que tem jeitos melhores de chamar alguém para sair, porque desse jeito você só está me assustando.

Jimin não fala nada. Ele olha de um lado pro outro, cuidadosamente. Reparo como seu cabelo brilha no sol. Ainda estou pensando no bilhete de Taehyung e o que eu devo fazer para recusar essa aposta ridícula.

Estou prestes a abrir a boca, a fim de externar meus pensamentos, quando Jimin segura minha mão e me puxa em direção a alguns carros. Não tenho opção a não ser correr junto dele, tomando cuidado para não tropeçar.

Escutar sua risada irritante enquanto isso não me ajuda a manter a calma.

— Ei, o que você está fazendo? — grito, atordoado — Jimin, o que você-

Sem dizer nada, ele diminui o passo, ao que paramos em frente a um grupo de carros, estacionados num lugar afastado.

Finalmente, ele solta a minha mão. Tenho certeza de que minha cara está vermelha e provavelmente pareço uma bagunça ambulante. Olho para Jimin, que está vermelho também, e espero que ele diga alguma coisa. Ao invés disso, no entanto, ele caminha até um Mustang preto que está estacionado logo em frente e destranca a porta.

— Entra. — O loirinho fala, baixo, me encarando do outro lado — Vamos!

O encaro como se ele estivesse com algo preso no dente.

— Pra quê?

— Pra que você acha? Vamos começar nossa operação agora.

— Mas-

— Se eu te chamasse para um encontro, você aceitaria?

— É óbvio que não. Não tenho a menor intenção de sair desse jeito com você.

— Exatamente. No entanto, você concordou com a operação, então vamos sair! — ele pisca em minha direção — Relaxa, não precisa ser como um encontro. Vamos sair, apenas. Como amigos.

Minha boca se abre em um "o" perfeito.

— Como assim? Eu disse que ia ouvir você, mas nunca concordei com a operação em si! Tudo isso é ridículo. Eu não ligo se você acha que...

— Por favor, só uma vez, então. Saí comigo hoje e, caso você não goste, eu prometo não insistir mais.

Como se fosse uma cena de algum dos filmes que minha mãe adora, um vento cortante faz com que Jimin passe a mão nos cabelos, tentando os colocar no lugar, enquanto espera que eu entre em acordo com o que ele acabou de dizer. Observo enquanto ele sorri, com um braço em cima do carro e agora, mais do que nunca, ele parece ir bem além do que a palavra irritante pode definir. Toda essa situação me deixa ainda mais bravo do que o normal. Na verdade, fico tão irritado que abro a porta do carro com força e me jogo no banco do passageiro, porque tudo que quero é evitar o sorriso provocativo desse garoto e toda sua aura que grita "garanhão" de filme clichê.

Somente quando ele dá a partida no automóvel e começamos a deixar o colégio, é que percebo o que acabei de fazer. Estou sozinho com Park Jimin em um carro e não tenho ideia de para onde estamos indo.  

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