never tear us apart

na hora q eu abri o app p atualizar esse cap eu vi q a fanfic bateu 100mil visualizações e eu queria dizer... muITO OBRIGADA DE VERDADE

eu sei q nao sou mt consistente com atualização mas obrigada a td mundo q continua lendo de vdd, eu amo voces tanto quanto amo essa historia 

espero q aproveitem o capitulo





1 de maio,

Biblioteca da Beacon Hills High School


JUNGKOOK


Deu tudo errado.

Taehyung está me impedindo de deixar o corredor entre as estantes de livros, enquanto me encara com ódio, e ainda não sei dizer exatamente quando ou como a situação saiu do controle. Talvez já estivesse fadada ao fracasso desde o começo.

— Eu só quero entender... — ele diz enquanto pega um livro velho das prateleiras, aparentemente algum da Jane Austen, e começa a folhear — o que você fez para ele sumir assim.

— Eu não fiz nada! É justamente por isso que...

Interrompo minha fala quando vejo a silhueta da "moça da biblioteca", que por algum motivo sempre está me olhando torto, passar por nós, provavelmente procurando a origem do barulho. Ela caminha lentamente, talvez esperando por uma brecha para poder nos dar uma advertência, mas permanecemos em silêncio absoluto e ela logo vai embora.

Quando não consigo mais enxergar a sombra dela no piso velho, volto a olhar para Taehyung, que está esperando com uma sobrancelha erguida, e respiro fundo.

Eu fiz tudo certo. Cheguei cedo na biblioteca, antes mesmo de todo mundo, fingi estar interessado na matéria, apesar de não entender bulhufas do que estavam falando e fui até simpático, mas Taehyung continuava ignorando minha existência. De uma forma ou de outra, o clima acabou ficando pesado demais até para mim, então resolvi andar um pouco para me distrair e pensar em uma forma de abordá-lo sobre Jimin, só que ele me seguiu. O que seria perfeito para o meu plano, caso ele não estivesse super pilhado comigo, o que levou a essa situação nada agradável.

Acho que Taehyung não vai ser de muita ajuda. Eu deveria ter percebido isso no momento que tive essa ideia idiota.

— Você vai falar ou não? — Taehyung resmunga — Estou esperando você explicar.

Ele definitivamente me odeia.

— Eu ia dizer que é justamente por isso que eu queria te perguntar sobre o Park... — falo o mais baixo que consigo — Achei que você saberia dizer onde ele está.

— Você — ele aponta bem para o meu peito — deu um fora no meu melhor amigo e agora está por aí correndo atrás dele feito um cachorrinho abandonado?

— Bem, vocês — também enfio o dedo nos botões da camisa certinha dele — me fizeram de idiota e mentiram na minha cara. Eu acredito que tive motivos para isso.

Taehyung abre a boca para responder, mas parece abalado. Claro que ele está, eu não fiz nada de errado aqui. Então ele se afasta e volta a olhar para a variedade de livros nas estantes, em completo silêncio.

— Eu não sei por qual motivo vocês acharam que seria super massa fazer uma aposta com o meu nome no meio, mas eu já superei metade disso — continuo falando.

— Metade?

— Eu guardo rancor.

— Ah...

— Enfim, seja lá o que aconteceu com o Jimin, não tem nada a ver comigo. Nós mal conversamos nessas duas semanas, mas ele parecia estar normal.

Tão normal quanto eu estava, pelo menos.

— Garoto, ele chorou por duas horas seguidas depois que chegou do parque.

— Que coincidência, eu também — dou uma risadinha — Acho que somos almas gêmeas.

Taehyung vira o rosto abruptamente em minha direção e não sei se ele está me lançando um olhar de nojo ou se ele quer rir.

— O que foi?

— Nada — ele volta a olhar para as lombadas desgastadas dos livros — Você é tão careta quanto ele. Acho que são almas gêmeas mesmo.

Dou de ombros. Não sei bem o que responder, já que não esperava que ele fosse concordar. Também não esperava que ele fosse me chamar de careta, mas eu posso lidar com isso.

— Então... — murmuro — você também não sabe onde ele se enfiou?

Taehyung faz que não com a cabeça.

— Já faz mais de uma semana que ele não aparece lá em casa. Eu já... — ele se interrompe e me lança uma encarada rápida — Espera, quanto o Jimin te contou?

— Que você faz parte de uma gangue...

— O quê? — ele praticamente grita e imediatamente tapa a boca com a própria mão — Merda.

Repentinamente, como se já estivesse esperando por isso, a "moça da biblioteca" aparece onde estamos. Ela faz uma careta feia pra caramba antes de apontar para seu lado direito, onde fica a porta.

— Fora! — ela diz — Os dois.

Taehyung faz um ruído de descontentamento, mas dá meia volta e começa a caminhar em direção à saída. Eu, por outro lado, estou parado pensando em como posso contestar isso. Normalmente, existe uma regrinha implícita de que você pode fazer barulho umas três vezes antes de ser expulso... Nós fizemos barulho só duas vezes!

Quando abro a boca para falar, no entanto, Taehyung me puxa pelo casaco e ainda pede desculpas baixinho quando passamos pela bibliotecária irritante.

Não tão irritante quanto essa personalidade que ele encena enquanto está aqui, entretanto.

Passamos de cabeça baixa pela mesa onde antes estávamos sentados estudando e vejo Taehyung sussurrar algo na direção de Yeri bem lentamente, esperando que ela provavelmente leia seus lábios, mas não consigo entender o que ele está dizendo. Consigo pegar minha bolsa enquanto passamos, junto de meu caderno e a caneta que estava jogada em cima da mesa, antes de ser puxado com ainda mais força para fora da biblioteca sob olhares curiosos e doidos para iniciar uma falação.

Quando a porta se fecha atrás de nós, Taehyung dá alguns passos, mas permaneço parado, colocando as coisas dentro de minha bolsa com raiva. Não acredito que realmente saímos sem nem contestar e que ele ainda pediu desculpas!

O Kim então dá meia volta como se lesse minha mente e faz uma pose um tanto engraçada.

— Eu não acredito que o Jimin te contou isso.

— Pois é — dou de ombros — Também fiquei surpreso, mas tem outra coisa que atiça ainda mais minha curiosidade.

Ele suspira, mas volta a andar. Não tenho opção a não ser segui-lo e é isso que eu faço.

— Essa foi a única informação marcante que ele me deu — continuo a falar enquanto me esforço para acompanhá-lo — O Park nunca me explicou o motivo por trás dessa relação esquisita que vocês dois mantêm.

— Talvez ele não tenha explicado porque não é da sua conta.

Levanto uma sobrancelha em puro choque. Não acredito que ele tem a cara de pau de me tratar desse jeito mesmo depois de ter brincado comigo.

— Quer parar de ser babaca?

— Quer parar de me seguir?

— Eu vou parar de te seguir se me disser onde o Park está...

Taehyung para de andar abruptamente. Estamos quase no corredor dos armários agora. Ele se vira para me encarar e parece bem mais irado do que eu pretendia que ele ficasse.

— Por que de repente decidiu ser tão formal? Não precisa fingir pra mim — ele diz com desdém — E eu não sei onde ele está.

— Como não? Vocês moram juntos...

Taehyung enfia a mão na minha cara e o resto da frase sai como um som não identificável.

— Por Deus, não sei como você ainda não espalhou isso para a escola inteira.

Tiro a mão dele da minha cara e faço uma careta involuntária, mas não deixo de perder a oportunidade.

— Sempre existe a probabilidade.

— Você está me ameaçando? É isso?

Volto a andar despreocupadamente na direção da saída e logo estamos no estacionamento.

— Claro que não. Só preciso saber o resto da história — encaro a expressão desacreditada de Taehyung e seguro a vontade de rir alto — Eu sei que vocês são amigos de infância, mas por que todo esse teatro? Vocês mal se falam quando estão aqui.

Taehyung passa por mim e posso ver ele revirando os olhos.

— Se me contar eu não espalho para todo mundo.

— Não sabia que você era tão manipulador e sem vergonha.

Imediatamente tenho um déjà vu e não posso mais evitar rir.

— Eu aprendi com o melhor.

— Vocês realmente foram feitos um para o outro... — escuto ele murmurar — Se você quer tanto saber, sobe aí.

Como se estivesse saindo de um transe, percebo que estamos em uma das vagas mais afastadas da entrada do colégio. Uma moto preta está bem em frente a mim e não é a primeira vez que a vejo. É a mesma que Jimin dirigia no dia da festa.

— Está bem — estendo a mão e ele me entrega um capacete enquanto ri baixinho — Vamos lá.

— Não vai nem perguntar pra onde vou te levar? — Taehyung já está ligando a moto e eu imediatamente subo na garupa.

— Não.

Vejo ele dar de ombros, provavelmente rindo, mas engata mesmo assim e logo saímos em disparada. Nesse momento, quase me arrependo de minhas decisões.


***


Toda vez. Toda vez eu digo para mim mesmo que vou parar de sair por aí subindo na moto de criminosos aleatórios, mas sempre acabo assim. Vendo a vida passar diante de meus olhos.

Quando Taehyung estaciona em um bairro rico, na esquina de uma rua cheia de casarões, eu demoro alguns segundos para conseguir levantar sem vomitar em seus pés. Acho que ele tem anjos da guarda realmente bons.

— Onde estamos? — faço um esforço para perguntar.

— Você disse que queria saber onde o Jimin se enfiou, não foi? A sua resposta está aí.

Demoro alguns segundos para assimilar o que ele quis dizer. Apenas quando vejo a plaquinha com o nome da rua é que a reconheço. Esse é o endereço que Jimin deu à escola, a rua onde o pai dele mora.

— Espera aí... Achei que você não soubesse onde ele está.

— Eu menti — ele desce da moto e se senta no meio fio — A verdade é que ele até voltou para casa por alguns dias, mas depois sumiu e deixou só um bilhete.

— O que dizia no bilhete?

— Que ele ia voltar a morar junto do pai, mas ia mandar o dinheiro do aluguel do mês e outras coisas. Um pedido de desculpas também.

Balanço a cabeça, mas sento ao lado dele na calçada.

— Eu não entendo...

Taehyung tira um cigarro do bolso e coloca na boca, mas não acende.

— Tudo bem... — ele suspira — Jimin pode não ser parte oficial do grupo, mas ele é bem importante por lá. Eu organizo várias coisas por trás dos panos, então não posso aparecer na cara dura, e ele me ajuda com isso. Mas... acabo me sentindo culpado. Ele já apanhou por mim e não foi um evento isolado.

Lembro dele na minha casa dizendo que brigou com uns caras na rua.

— Então ele meio que lida com questões para você?

— Ele entra em campo e resolve casos — Taehyung explica e não preciso de mais para compreender.

— Entendi — abaixo a cabeça — Por isso vocês fingem não se conhecer na escola?

— Basicamente. Ele cultivou uma imagem por causa disso e então geraria um efeito bola de neve.

— Faz sentido.

— Eu acho que o pai dele finalmente descobriu e o obrigou a sair — ele tira o cigarro da boca — De tudo.

— Até da escola? Isso não faz sentido.

— Claro que faz. A família dele é rica.

Fico em silêncio diante disso e observo Taehyung finalmente acender seu cigarro.

— Então não tem nada que a gente possa fazer — eu murmuro.

— Eu não disse isso.

Tarde demais, percebo o buraco na história.

— Espera aí! — afasto-me do garoto ao meu lado — Por que você disse que fui eu quem fez ele sumir? Eu não tenho nada a ver com isso.

Taehyung dá uma risadinha baixa.

— Eu também não disse isso. Só que o afastamento de vocês dois não foi algo com que Jimin lidou bem. Imaginei que talvez ele tivesse decidido abandonar tudo pra ser mais "certinho", mas você tem razão.

Não posso evitar revirar os olhos. Toda essa ideia de crime juvenil é sem sentido, isso é um fato, mas eu duvido muito que Park Jimin fosse abandonar toda sua vida por uma paixonite brega de ensino médio. Um fora é algo com o que ele com certeza deve saber lidar. Além disso não foi um fora definitivo, eu falei sério quando disse que era um tempo. Temporário.

— Deve ter acontecido algo que a gente não sabe — especulo em voz alta — Mas não adianta nada só sentar aqui e olhar para a janela. Ele não pode fugir?

— Claro que pode. Você é idiota?

— Então ele não quer.

— É isso que venho tentando dizer.

Lanço uma olhadela julgadora na sua direção.

— Seria mais fácil se você não se comunicasse por meio de enigmas... — murmuro, indignado, enquanto levanto e dou algumas batidinhas em minha calça jeans — Vamos embora.

— Você não vai bater na porta ou algo assim?

Sinceramente.

— Eu não acredito que já fui apaixonado por você... — acabo falando — Vamos logo.

— O que você disse? — ele finalmente levanta.

— Eu disse que devemos ir logo.

— Antes disso.

— Que tu é insuportável.

— Ah, não foi isso. Não mesmo.


***


Taehyung ainda insistiu por alguns minutos no que eu tinha falado, o que me faz acreditar que ele ouviu perfeitamente. No final, acabei deixando ele me levar para o velho apartamento que ele costumava dividir com Jimin. Eu pretendia ir para casa e fazer algo estúpido por minha própria conta e risco, mas me senti mal. Imaginei que ele estivesse um tanto... solitário.

O lugar já nem mesmo sustenta a mesma aparência de antes, está ainda mais desorganizado e cheio de coisas aleatórias jogadas na sala do que da última vez que vim aqui. Tiro uma blusa florida do sofá e me sento no lugar que parece não estar coberto por pedaços de salgadinho ou peças de lego.

— Então, você ficou mesmo puto comigo por eu ter pedido um tempo com o Jimin? — só percebo o quão idiota é dizer isso depois que as palavras já deixaram minha boca.

— Acho que mais por ele ter chorado. Caso ele estivesse bem com isso... nem tanto — Taehyung responde normalmente enquanto tira duas Coca-Colas da geladeira — Jimin é meu melhor amigo, óbvio que minha função é ficar bravo contigo por ele.

Pego o refrigerante de sua mão e bebo em silêncio. Faz sentido.

Agora que estou aqui, já não sei mais por qual motivo aceitei vir. O que vamos fazer? Ver fotos de um Jimin bebê como se Taehyung fosse um parente orgulhoso? Ele vai tentar me recrutar para a gangue e aí vamos invadir a casa e sequestrá-lo? Tudo isso é tão ridículo que quase dou risada.

— O que você quer fazer? — ele pergunta e me engasgo com o refrigerante.

— Como assim? — pergunto entre uma tosse e outra.

— O que você quer fazer sobre o Jimin? Você quer reatar ou algo assim?

Não tem como reatar se a gente nunca namorou...

— Vou reiniciar a operação.

Não tenho exatamente um plano perfeito em mente, mas não é como se as coisas precisem ser exatamente como eu imaginei. Quem faz os planos detalhados e complicados é Jimin.

Aquela operação?

— Isso. Logo ele volta ao normal.

Levanto de uma vez do sofá e escaneio a sala com o olhar, à procura do que preciso.

— Vou engolir meu orgulho, — finalmente acho o objeto que procuro, jogado em um canto da sala — e vou atrás dele.

— Pra que você precisa desse rádio? — ele aponta pro objeto em minhas mãos — Você não vai fazer isso, vai?

— Você tem alguma ideia melhor?

Ele fica em silêncio. Nós dois sabemos que a impulsividade é a única saída.

— Eu confesso que até conversei com Jin, mas...

— Mas ele não quis se meter, não foi? — complemento.

— Como você sabe disso?

Retiro a fita que estava dentro do aparelho e procuro em minha bolsa por minha própria fita.

— Não precisa ser muito inteligente para deduzir — viro o lado certo da fita e vejo a música que mais almejo — Imagino que Seokjin não queira se meter nessa situação.

— O pai dele tem dinheiro, é difícil até ligar pro telefone de lá. Sempre uma senhora desagradável atende e diz que ele está 'tendo aulas particulares e não pode falar'.

Sinto um arrepio.

— Odeio ricos.

— Somos dois, então — ele se estica para olhar para o que estou fazendo e levanta uma sobrancelha — Você quer uma carona?

— Óbvio.

— Que bom, porque não vou perder isso por nada.

Dou um último gole em minha Coca-Cola e rezo pela minha dignidade.

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