I want you back
hellooooooooooooo fellas
gente gente se liga aqui, eu tava olhando e mes que vem essa fanfic vai fazer DOIS ANOS. eu comecei a escrever isso com 17 anos nossa senhora, se tem alguem aqui q acompanha desde que comecei, meus parabens, vcs sao uns guerreiros viu. eu nao me acompanharia
enfim, só lembrando que discos tem várias playlists e elas estão no link fixado no meu perfil.
boa leitura!
***
11 de abril de 1987,
seis da tarde,
parque perto da residência dos Jeon
JUNGKOOK
— Vou te contar, tu é um baita de um pau mandado.
Paro de andar abruptamente e viro meu rosto para poder encarar Namjoon.
— Eu posso saber o que você ainda está fazendo aqui? Ou melhor, vocês.
Yoongi dá de ombros e segura o braço de seu namorado inocentemente.
— Estou ativando o modo 'Detetive Namjoon'.
— Você quer dizer que está me perseguindo, então. Entendi.
— O que eu quero dizer é... — ele enfia o dedo indicador na minha testa — que estou assistindo de camarote enquanto você vomita seu próprio orgulho e faz merda na cara dura.
Reviro os olhos com o máximo de força que consigo. Como se eu não soubesse que estou fazendo merda. Como se eu realmente não estivesse quase vomitando de pura ansiedade, por não saber como vou reagir quando ver o mauricinho besta que me meteu nisso tudo.
Arranco o dedo de Namjoon de minha cara e olho para os lados para ter certeza de que Jimin ainda não está a vista.
— Isso não importa... — digo — Vão embora logo, eu só vou esclarecer algumas coisas com ele.
O Kim arregala os olhos e faz careta, mas não responde nada, então estou pronto para o empurrar até a saída do parque. Irei lutar por meu direito de ser trouxa em paz!
Isso até a voz que eu menos queria ouvir ecoar por meus ouvidos, me fazendo finalmente perceber o motivo de meu melhor amigo ter ficado quieto tão abruptamente.
— Estão falando de mim?
Fecho os olhos com força e os abro novamente, mas não arrisco olhar para trás. Óbvio que ele tinha que chegar no pior momento possível. Namjoon e Yoongi já se esgueiram para longe como cobras, me deixando sozinho e sem saber o que fazer.
Meu coração não demora nada para se desgovernar, batendo feito louco. Provavelmente de raiva. Definitivamente é raiva.
— Sendo sincero, eu não imaginei que você viria — Jimin quebra o silêncio mais uma vez — Mas estou feliz de te ver aqui.
Maldito, desgraçado.
Portando meu sorriso mais falso, como se fosse um trófeu, dou meia volta e imediatamente sinto os cantos de minha boca vacilarem.
Puta merda.
Ele não poderia ter escolhido um dia pior para estar mais chamativo. Não tem outra palavra para descrever sua aparência nesse exato instante. Jimin está usando uma blusa preta do Black Sabbath, uma calça xadrez verde musgo e um lenço vermelho ao redor do pescoço.
De qualquer forma, foco. Esse não é o ponto.
— Eu só vim porque... — começo a dizer, mas acabo me atrapalhando e esquecendo de tudo que estava na ponta da lingua — Porque... Porque quero saber o que tem por trás disso tudo.
Jungkook, você é um bosta.
— Deixa eu te pagar um sorvete, então?
Encaro seu rosto, aparentemente mais cansado agora, sua jaqueta preta apoiada no braço, como se ele soubesse que vai fazer frio e, por fim, sua mão indicando o caminho, esperando que eu o acompanhe. Suspirando, tomo a frente e começo a andar em direção ao carrinho de sorvete.
— Óbvio... — murmuro — Não se nega comida.
Escuto uma risadinha vinda dele e sinto meu estômago se contrair ainda mais. Não, eu prefiro morrer a aceitar isso...
A verdade, no entanto, é que não pude me conter por mais que eu quisesse. Eu senti falta dele e por isso estou aqui, me segurando em uma esperança idiota de poder o perdoar por algo que nem entendo completamente ainda. Por mais que eu ainda esteja fervilhando de ódio, óbvio.
Eu queria ver Park Jimin e sua cara irritante e queria ouvir o que ele tem para me dizer. E admitir isso dói, infelizmente.
— Qual sabor você vai querer, Jungkook? — a voz dele me desperta de meu pequeno devaneio.
— Pode ser chocolate com menta...
Ele passa o dinheiro para o vendedor na barraquinha e espera o sorvete sair, enquanto sorri de cabeça baixa.
— Você sempre escolhe os sabores mais esquisitos, não é?
— Favor, não falar mal do meu chocolate com menta sagrado.
Jimin dá mais uma risadinha e quase acabo rindo junto.
— Aliás, o que seus amigos estavam fazendo aqui?
Ah, a pergunta mais temida de todas. Preferia que ele continuasse falando mal dos meus gostos peculiares para comida.
— Ah, aqueles idiotas... — minha voz quase falha e sou obrigado a tentar disfarçar — Eles vieram para um encontro... Sabe, por conta da inauguração do parque. Acabamos nos encontrando por acaso.
Mentira, eles me encontraram na porta de casa e me seguiram até aqui. Sabe deus como eles descobriram que eu estaria saindo na surdina, apenas para ver o mauricinho.
— Entendi... — Jimin me entrega a casquinha, enquanto segura um copo de milkshake — Em qual brinquedo você quer ir primeiro?
Travo com o sorvete a milimetros de minha boca.
— Como assim brinquedos? Eu vim aqui para ouvir a sua explicação.
— Mas olha, já tem até algumas filas — ele me lança um sorriso amarelo e me encara com um par de olhinhos brilhantes — Vamos nos divertir primeiro, temos todo o tempo do mundo para conversar.
Queria conseguir contestar e dizer que não, não temos todo o tempo do mundo, mas ele agarra minha mão livre e me puxa com delicadeza na direção da roda gigante. Tudo o que posso fazer é engolir meu sorvete rapidamente, enquanto ele me encara com surpresa. Esperamos enquanto algumas pessoas entram e logo chega a nossa vez. Sento no banco vermelho e espero até estar devidamente preso com o cinto. Meu sorvete já acabou, mas Jimin ainda está com seu milkshake em mãos.
Não sei se é mais algum mecanismo de defesa, mas estou me mantendo o mais afastado dele que posso nesse banco apertado. Estou evitando pensar, estou evitando sentir seu perfume e estou evitando que todas as palavras que quero dizer deixem minha boca, porque isso não seria bom. O lado ruim é que, aparentemente, Jimin esqueceu seu lado engraçadinho em casa hoje. Ele nem mesmo está me encarando muito, quem dirá falando pelos cotovelos como faz normalmente.
A situação está chata. Chata até demais.
A roda gigante começa a se mover e, pouco a pouco, a cidade começa a diminuir e diminuir, até estar lá embaixo, resumida a uma bagunça colorida e brilhante ao meu ver. Quando olho para o lado, me deparo com outra bagunça, desta vez de cabelos loiros, enquanto Jimin encara a paisagem. Por alguns segundos, eu até senti que poderia esquecer tudo o que aconteceu, mas então ele me encara de volta e tudo congela no lugar igual a um maldito filme clichê.
Não ouso dizer palavra, até que percebo que a roda gigante não está mais se movendo.
Imediatamente desvio meu olhar de Jimin e faço meu melhor para tentar enxergar o que está acontecendo lá embaixo. Não consigo identificar muita coisa diferente do habitual, mas algo chama a minha atenção. Tem um casal de garotos mais do que familiar se afastando do local onde se entrega os ingressos.
Já consigo ouvir os protestos de algumas das pessoas ao nosso redor, mas estes não duram muito. Infelizmente, eu preferia que tivesse durado. Como eles podem se achar no direito de parar de reclamar para apreciar a paisagem?
— O que está acontecendo? — Jimin pergunta e sinto o desespero em sua voz — O brinquedo quebrou?
Eu poderia até perguntar se ele estar por trás disso, mas dessa vez eu tenho certeza de que ele não sabe de nada. Já ficou óbvio o que está acontecendo, mas não posso deixá-lo saber que meus dois melhores amigos são psicopatas ao ponto de nos prender no topo de uma roda-gigante.
Então só me resta mentir.
— Acho que não. Também não faço ideia do que está acontecendo.
— Ah não...
— O que foi?
Ele entrelaça uma mão na outra e evita olhar para baixo.
— Isso meio que me dá um pouco de desespero.
— Altura? Você tem medo de altura?
— Não necessariamente — ele gesticula com as mãos, mantendo seu olhar fixo nos pés — Tenho medo de ficar preso aqui em cima. Tá, e um pouco de medo de altura também.
Seguro minha vontade de rir.
— Tenho que admitir que a ideia é realmente um pouco assustadora, mas algo me diz que logo nos deixarão descer. Não somos os únicos presos aqui, afinal.
— Você tem razão. Na verdade, olhando por outro ângulo...
Encaro Jimin e ele finalmente me encara de volta, seu rosto um pouco mais pálido que o normal.
— O que você quer dizer? — pergunto.
— Parece uma oportunidade perfeita para termos nossa conversa.
Levanto uma sobrancelha enquanto escuto as pessoas voltarem a protestar ao nosso redor. Isso está demorando mais do que qualquer um de nós previa.
— Você tem certeza? Aqui em cima?
Jimin finalmente dá aquele seu sorrisinho verdadeiro.
— Tá brincando? O sol se escondeu faz pouco tempo, a cidade está linda e já tem várias estrelas no céu. É o cenário perfeito.
É, o cenário perfeito para confirmar minha decepção, acabar preso com ele aqui, sem poder correr até o brinquedo voltar a funcionar e aí sofrer quando chegar em casa, enquanto escuto Whitney Houston na fita velha que meu pai gravou para mim.
Como reclamar não adianta mais e tampouco faz sentido, deixo apenas uma risada baixa escapar.
— Vai em frente, então.
— Não se engane, eu sei que não dá tempo de te contar tudo — ele começa, já me fazendo pregar os olhos em sua expressão muito diferente da habitual — Mas eu acho que é melhor assim. Eu menti pra você, como já ficou óbvio. Na verdade, eu e Taehyung somos amigos de infância e eu poderia até te explicar toda nossa história de vida, mas de que adiantaria? Não muda o fato de que eu fui um babaca e eu sei que você não precisa fingir que nada aconteceu. Não vou tirar o seu direito de ficar bravo comigo, já percebi como você odeia mentiras. A razão pela qual eu comecei a te perserguir daquele jeito ridículo foi porque Taehyung e eu fizemos uma aposta. Ele era apaixonado por você, sabe, de um jeito super dramático, vivia falando sobre você, mas não se achava bom o suficiente.
Arregalo tanto os olhos que acho que até perdi o foco. A parte de Taehyung ter nutrido uma paixonite por mim não é novidade, mas outra aposta?
Sinceramente, a esse ponto, não tenho mais energia para ficar bravo ou surpreso então apenas desvio o olhar.
— Uma aposta? — é o que pergunto — Que tipo de aposta dessa vez?
— Eh? Bem, eu estava bêbado e falei que se aproximar assim de alguém não podia ser tão difícil e... — ele faz uma pausa, uma pausa muito suspeita — Bem, falei que você era bem metido. Então, foi meio que questão de orgulho, eu acho. Começamos a brigar, porque é o que acontece quando você convive a sua vida inteira com alguém e aí, quando dei por mim, estava começando a mexer meus pauzinhos para conseguir chegar nesse seu coração de pedra.
De repente, minha cabeça faz um clique enquanto algumas pecinhas do quebra cabeça se encaixam lentamente. Vou guardar as ofensas no meu livrinho do rancor para serem vingadas em outro momento, porque agora existe algo mais importante a ser tratado.
— Espera aí... então aquele dia no karaôke...
Ele parece advinhar o que vou dizer antes mesmo que eu possa terminar de formular a frase.
— Não! Quando eu te vi naquele dia, eu não sabia que você era o mesmo Jungkook do qual ele falava tanto. Mas você estava nos encarando com a maior cara de cachorro abandonado — ele dá uma risadinha como se eu não pudesse jogá-lo daqui de cima — Então aconteceu o que aconteceu. Te entreguei pros seguranças por conta da nossa briguinha besta, Elvis fã.
— E porque diabos vocês estavam se beijando daquele jeito então?
Ele me encara de lado, e me arrependo imediatamente de ter perguntado.
— Está com ciúmes?
E lá vamos nós.
— Não.
— Se você diz... Mas... você nunca ficou com seus amigos?
— Não.
Por mais que Namjoon seja muito atraente, não passa de uma atração do tipo "uau, como ele é gostoso, mas eu não ficaria com ele", se é que isso faz sentido.
Jimin levanta as sobrancelhas, mas não força mais a barra.
— Enfim, voltando ao assunto, quando Taehyung me contou que esse era você, eu quase não acreditei na coincidência.
Realmente, maldita coincidência.
Maldita historinha.
— E o bilhete, aquele dia da caça ao tesouro? Cara, vocês são realmente ótimos atores, então.
— Ah, o bilhete ele mandou por pirraça quando percebeu que... bem, eu estava começando a gostar de você. Ele me chamou de talarico por uma semana, mesmo que ele já estivesse começando a sair com o Hoseok. No dia da caça ao tesouro, ele que me ajudou. Eu falei para ele te encontrar e fazer com que você aproveitasse.
— Bem que foi suspeito mesmo...
— Mas eu quero que você saiba que não apostamos dinheiro, nem nada do tipo — Jimin dá uma risadinha — Foi mais uma briga idiota e...
— Deixa eu advinhar — minha voz soa cansada aos meus próprios ouvidos — Vocês apostaram a sua honra?
— Como você sabe?
A expressão de Jimin é tão ridícula que não posso evitar dar uma risada. Nesse exato momento, a roda gigante volta a funcionar. Eu estava tão concentrado na conversa idiota dele que até esqueci que estavámos no alto, rodeado de pessoas iradas, com uma paisagem linda lá embaixo. Agora voltamos a nos mover, como se nada tivesse acontecido.
— Porque é ridículo... — respondo baixinho — Sinceramente, eu achei que seria pior. Pelo menos você não faz parte de uma gangue.
— Quanto a isso... — diante do tom de voz de Jimin, acho que comemorei cedo demais — Eu não faço, mas Taehyung sim.
De alguma forma isso me deixa mais surpreso do que a ideia de que fui moeda de troca em uma aposta idiota.
— O quê?
— Essa eu deixo pra ele explicar.
A roda gigante desacelera e então é nossa vez de descer. Jimin sai rapidamente, caminhando a passos rápidos em direção a outro brinquedo, mas logo o alcanço.
— Como que você joga a bomba e me deixa assim?
— Seria uma desonra!
— Você acabou de dizer que fez uma aposta me envolvendo, mas falar sobre isso é uma desonra?
Jimin para de andar e dá uma risadinha.
— Você vai falar disso para sempre, não vai?
— Pode apostar que sim!
Ele ergue uma sobrancelha na minha direção e se inclina.
— Jungkook, você está de boa demais com isso. Com toda essa situação.
— Ah, pode apostar que eu não estou.
Jimin se afasta novamente e o clima volta a ficar pesado.
— Faz sentido.
— Sabe, eu estou com raiva, mas... Já sabia que você era só um mauricinho idiota.
— Assim você me ofende — ele coloca a mão no peito.
— Porém! Eu estou feliz que você tenha conversado comigo sinceramente e não se esquivado de mim. Só acho que preciso de um tempo... Pra assimilar isso tudo.
Jimin assente com a cabeça e uma parte de meu coração afunda. Foi um mau começo, mas podemos começar de novo. Ele não precisa que eu fale isso diretamente, no entanto.
— Certo, um tempo — o Park concorda e dá um sorriso — Promete que vai ligar, então? Quando sentir que está pronto?
Ele estende a mão, como se estívessemos num acordo formal, mas um acordo um tanto doloroso. Eu a aperto e concordo com a cabeça.
— Prometo, então.
— Certo. Me desculpa, Jungkook.
— Tudo bem — aponto para a saída, sem aguentar mais o clima pesado entre nós e ele assente — Então, eu vou... Tchau.
— Tchau.
Viro as costas para Jimin e caminho até a saída do parque o mais rápido que consigo, passando por todos os transeuntes e crianças felizes, ainda sem nenhum sinal de Namjoon ou Yoongi, o que até que é bom. É bom porque assim que viro a primeira esquina, onde já não tem mais tanta gente, começo a chorar silenciosamente pelo fim do relacionamento, que não era exatamente um relacionamento, mais curto que eu já tive.
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