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Capítulo 22 - Um pouco do passado

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        Jimin ainda me puxava pela mão com um sorriso nos lábios sem me falar para onde estava me levando. A cada minuto eu olhava em volta, tentando pensar em rotas de fulga caso algo desse errado.

- Chegamos! - Jimin anunciou parando de caminhar e eu olhei em volta me familiarizando com o local. Nós estávamos na parte de trás da escola, havia uma pracinha com bastante grama ao redor com uma aparência de abandonada.

- Onde estamos? - eu pergunto quando noto que aquela praça estava fora da escola e parecia ser restrita.

- No meu paraíso, mas conhecido como a pracinha abandonada da prefeitura. - ele ri e ergue os braços parando na minha frente e eu solto uma pequena risada.

- Aqui é bem bonito. - sorri olhando em volta - Pena que também está abandonado.

- Você tinha que ter visto essa praça como ela era antes, antes das crianças dessa cidade irem embora e a praça parar de ser utilizada. - ele dá de ombros e me puxa para um balanço e eu me sento ao seu lado.

- Como ela era antes?

- Bom, não tinha tanta grama como tem agora e nem essas flores murchas - ele faz careta paras as flores e eu solto uma risada - Era um lugar feliz.

- Não é um lugar feliz agora. - afirmei enquanto observava a ferrugem nos brinquedos. Graças a um maldito serial killer, a vida de todos dessa cidade parece ter parado.

- Com você aqui, agora ele passa a ser. - ele sorri e eu encaro meus pés.

Eu realmente não sabia o que fazer. Apesar do Jimin ser um garoto bem legal, eu não posso simplesmente descartar ele assim da minha lista. Isso está me deixando cada dia mais confusa! E ele sendo tão gentil desse jeito não está ajudando em nada! E se ele não for o cara que me persegue? E se ele for apenas uma garoto normal? Eu não devia ter tanta insegurança... Mas e se por acaso for ele o autor das cartas que eu recebo? Inferno, isso está me enlouquecendo!

- Zafi, está tudo bem? - Jimin me chama e eu acordo dos meus pensamentos e olho para ele que me encarava sem expressão.

- Está sim.

- Você parece um pouco triste.

- São apenas paranóias que a minha cabeça inventa. - eu murmuro e nego com a cabeça prendendo uma mecha de cabelo atrás da orelha.

- Eu posso te ajudar de alguma forma?

- Infelizmente não. - eu murmuro com uma pequena careta e olho para as minhas mãos - Não há como fugir dos próprios pensamentos.

Depois disso ficamos em silêncio novamente, apenas dava para ouvir o som dos balanços e os nossos pés raspando na areia. Até o Jimin quebrar o silêncio.

- Sinto saudades de quando esse lugar era cheio de pessoas, pessoas felizes e sem medo, e agora... - ele solta um suspiro olhando em volta - Agora é apenas um lugar frio e solitário.

- Os assassinatos começaram há muito tempo? - pergunto encarando meus pés. Não tinha coragem para perguntar isso olhando diretamente para seu rosto.

- Na verdade, não faz muito tempo. - ele faz uma pausa - Lembro dessa praça ser cheia há um ano atrás.

- Os assassinatos começaram depois da morte da Paewoo, não é?

- Paewoo? Como você sabe sobre a Paewoo? - ele pergunta apressado e eu encolho meus ombros.

- Me contaram. - eu murmuro e o olho de canto de olho - Pelo visto você a conhecia.

- Sim, eu conhecia ela.

- Vocês eram amigos? - eu pergunto tentando descobrir mais sobre essa garota.

- Acho que já bateu o sinal para entrarmos. - ele muda de assunto levantando do balanço e me olha com um sorriso fechado - Vem?

- Aham. - eu murmuro e me levanto voltando a caminhar ao seu lado.

Quem é Paewoo? E por que Jimin pareceu tão afetado quando eu citei o nome dela? Eu preciso descobrir.

(...)

- Como foi seu primeiro dia de aula? - minha mãe me pergunta enquanto eu me servia de comida.

- Foi bom. - eu dou de ombros e sento na mesa ao lado da Olívia que sorri animada para mim - O que foi?

- Nada não. - ela ri e cutuca a Alice cochichando algo no ouvido da mesma.

- Nate me falou que vocês dois vão para Daegu amanhã. - meu pai puxa assunto e eu o olho.

- Sim, estou com saudades dos garotos.

- Bom, eu confio muito naqueles garotos, então por mim tudo bem. - minha mãe sorri para mim e para o Nate - Vai ser até bom vocês saírem um pouquinho daqui.

Respondi apenas com um sorriso fraco enquanto desviava o olhar para meu prato. Eu realmente precisar sair daqui.

Terminei de comer e subi para meu quarto para pegar meu celular no carregador e assim que o peguei notei que tinha duas chamadas perdidas do Yeonjun.

- Alô. - ouvi sua voz do outro lado da linha.

- Oi, Yeon! Desculpa não ter atendido antes, estava jantando.

- Ei, boneca! Como você está?

- Eu estou bem e você?

- Estou com saudades de você, tenho a sensação de que você me esqueceu.

- O quê? Eu jamais te esqueceria Yeon! - murmurei me jogando na cama.

- Jura?

- Juro. - sorri, mas logo diminuí meu sorriso quando ouvi um soluço - Você está chorando? Yeon, o que aconteceu?

- Eu não sei, ultimamente anda acontecendo umas coisas estranhas comigo. - ele murmuro baixinho.

- Como assim? - perguntei sentindo meu peito apertado.

- Promete nunca me abandonar? Não me deixa sozinho, por favor.

- Yeonjun... - sentei na cama sentindo meus olhos lacrimejarem - Você está me deixando assustada.

- Te vejo amanhã! Eu amo você. - dito isso, ele encerrou a ligação.

Tentei ligar para ele de novo, mas caía só na caixa postal. Com um resmungo derrotado, eu sai do meu quarto e fui até o do Nate, ainda tentando ligar para o Yeonjun.

O que será que está acontecendo com ele?

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