→Um←

/ a: Os nomes dos personagens foram alterados, okay? Não são mais os mesmo de quando eu publiquei essa história pela primeira vez /
LEMBRANDO QUE EU ESCREVI ESSA HISTÓRIA LÁ EM 2018/2019, tem muita coisa que eu escrevi nela que hoje em dia eu não curto muito, mas percebi que todo escritor passa por isso um dia shshjdj

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"Sem ossos, sem drama
Vivemos como queremos
Nós podemos ser os forasteiros
Seja o forasteiro dos forasteiros"
Outsiders - au/ra.

Capítulo 01 - Piloto.

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Eu definitivamente odeio mudanças!

Largar tudo que você conhece tendo que recomeçar sua vida do zero, nunca foi algo que eu particularmente gostei de fazer, ao contrário disso, eu não suporto nem mesmo a idéia de mudar novamente, mas quando se tem um pai que é um policial investigador, que parece gostar mais do seu trabalho do que de você, você não tem muita escolha a respeito de mudanças.

Meu pai sempre teve que trabalhar viajando de Estado à Estado para resolver alguns casos de polícia, já que ele era um ótimo investigador, mas raramente nos levava junto com ele para os lugares que ele trabalhava, porque tinha medo que algo pudesse acontecer conosco, então na maioria das vezes ele viajava sozinho.

Mas o caso que ele está investigando agora, é bastante complicado, então ficar indo e voltando para casa, era visivelmente exaustivo para ele, por isso depois de muito tempo pensando sobre o que ele faria, ele decidiu alugar uma casa para nós ficarmos lá temporariamente até que o caso fosse resolvido.

Minha mãe obviamente não concordou com isso, já que estava com medo de morar em uma cidade que estava sendo amedrontada por um possível serial killer, mas meu pai conseguiu convencer ela dizendo que ficaríamos seguros, porque ele estaria lá conosco, o que acabou resultando em minhas roupas guardadas em diversas malas. Eu queria muito entender o que se passava na cabeça do meu pai quando ele aceitou fazer parte dessa investigação colocando todos nós em risco.

- Já empacotou tudo?

Me virei para porta encontrando meu pai entrando no meu quarto de braços cruzados, como sempre, impaciente com a minha demora.

Soltei um suspiro pesado e olhei em volta procurando por algo há mais que eu poderia levar comigo, mas eu basicamente já tinha pegado o necessário para passar pouco mais que alguns meses por lá.

- Sim, essa é a última. - falo entregando a pequena caixa para ele que a pega sem muita dificuldade.

- Ótimo! Já pode ir para o carro, só falta você. - ele avisa sério e sai do quarto voltando a me deixar sozinha.

Dei uma última olhada no meu quarto me recordando de cada coisa que aconteceu alí, me sentindo mal por saber que não voltaria para cá de novo tão cedo, e foi perdida nesses pensamentos que eu demorei para notar que meu celular vibrava no meu bolso. Alcancei o mesmo e logo o nome "Beom♡" apareceu no ecrã.

- Desculpa! - foi a primeira coisa que eu ouvi assim que atendi a ligação e franzi as sobrancelhas ao notar que aquela não era a voz do Beomgyu.

- Yeonjun? Por que você está me ligando pelo celular do Beomgyu?

- É que eu meio que perdi o meu, e eu tinha deixado ele no silencioso. - ele sussurra e eu nego com a cabeça sabendo que aquilo era bem comum vindo de Yeonjun - Me desculpa por não ter conseguido me despedir de você ontem, eu tive que ficar cuidando dos meus irmãos e quando meus pais voltaram para casa, já era muito tarde e o Beomgyu ligou dizendo que os garotos já tinham ido embora da sua casa.

- Tudo bem, Yeon, não se preocupa com isso.

- Você já está indo?

- Acabei de sair do quarto. - respondi girando a chave na porta a trancando, guardando a chave no meu bolso em seguida.

- Aigoo, queria te dar um abraço de despedida antes de você ir! - ele resmunga em um tom infantil me fazendo rir.

- Yeonjun, logo eu vou voltar para cá, não vou ficar lá para sempre.

- Mesmo assim, queria ter me despedido de você. - ele bufa - Eu vou ter que desligar agora, o Beomgyu já saiu do banheiro e certamente vai me encher o saco se me ver mexendo no celular dele, boa viagem, boneca.

- Para de me chamar de boneca! Você sabe que eu não gosto quando você me chama assim. - resmunguei com o rosto corado ouvindo ele rir do outro lado da linha.

- Eu sei, é por isso que continuo chamando, você fica adorável quando está toda irritadinha, sabia?

- Você não tem jeito mesmo. - ri descendo as escadas enquanto escutava meu pai buzinar freneticamente - Meu pai está me esperando, vou desligar, mas eu te ligo quando chegar lá.

- Você promete, boneca?

- Eu prometo, bobão! E trate de encontrar seu celular! - encerro a chamada sem esperar sua resposta e saio de casa apressada indo até o carro do meu pai onde já estavam todos acomodados me esperando.

- Todos prontos? - meu pai perguntou animado quando todos nós já nos encontrávamos dentro do carro e minhas irmãs soltaram um gritinho histérico junto com o meu irmão no banco em frente ao meu, enquanto eu apenas revirei os olhos encarando a janela ouvindo o Willy latir ao meu lado.

Fala sério! Até o cachorro está mais animado que eu!

Eu não quero me mudar! Não quero mudar de escola! Só de pensar em ser novamente a "garota novata" em algum lugar, meu estômago já fica embrulhado, mesmo que isso seja apenas temporário, não é algo que me agrade nem um pouco. Eu odeio essa sensação de nervosismo e ansiedade que sempre se apossa de mim quando penso sobre o que irá acontecer daqui em diante.

- Vamos lá, Zafira, vai ser legal. - minha mãe me da um pequeno sorriso.

- Espero que você esteja certa, mãe. - murmurei enquanto colocava meus fones escolhendo uma música para deixar tocar - Eu realmente espero.

Apoiei a cabeça na janela e me deixei perder na letra da música enquanto olhava para o bairro ao qual eu estava dando um "tempo". Eu já sou maior de idade! Poderia muito bem continuar morando lá sozinha, eu poderia até arrumar um emprego legal, mas quando comentei sobre isso com meus pais, ele riram de mim me dizendo que eu não era responsável o suficiente para morar sozinha, e provavelmente não ficaria uma semana sem ligar desesperadamente para eles.

Eles não tinham um pingo de fé em mim, aos olhos deles, eu era uma completa irresponsável.

- Eu preciso ir? - tentei argumentar novamente - Já falei que sei me cuidar sozinha! Por que vocês não podem confiar uma vez em mim?

- Por que você tem que questionar tanto? Vocês vão gostar de morar lá! Eu garanto! - meu pai riu e eu bufei cruzando os braços. É óbvio que eles não dariam o braço a torcer.

Depois de aproximadamente duas horas na estrada sendo obrigada a aguentar a minha família, meu pai finalmente parou o carro em frente à uma casa de dois pisos em uma rua quase deserta.

Olhei pela janela e a primeira coisa que conseguir notar, é que havia muitas árvores, muitas mesmos... Eram árvores grandes e cercavam quase toda a rua, e enquanto eu examinava o lugar com uma careta no rosto, as minhas irmãs saíam do carro animadamente sendo seguidas pelos meus pais.

- Eu não vou morar aqui. - resmunguei me recusando a sair do carro. Por que o meu pai está fazendo isso comigo? Talvez seja apenas drama adolescente, mas eu não quero mesmo morar nesse fim de mundo!

- Para de fazer drama, pirralha! Isso nem é tão ruim assim. - Nate fala tentando me tirar do carro - Tenta pelo menos dar uma chance.

- Já dei uma chance na hora que entrei no carro e agora notei que não vale a pena! Vamos Nataniel! Entra no carro e dirige de volta para nossa casa!

- Vem, Zafi! Vem conhecer nossa casa nova! - Olivia me chama parada na porta de casa e eu só conseguia choramingar dentro do carro.

- Nem pensar! Isso está parecendo uma casa de filme de terror! - reclamei olhando em volta notando que deveria ter somente umas oito ou nove casas naquela rua - Nem centro tem!

Confesso que não era ao todo um lugar feio, as casas eram bonitas, a rua asfaltada e ao lado havia uma bonita calçada com grama pouco cuidada, mas o que realmente me incomodava... Eram as árvores! Que pareciam engolir a rua, criando sombra em grande parte desse quarteirão.

- Claro que tem! Só que ele fica no centro da cidade, por isso ele é chamado de centro e não bairro. - minha mãe responde com um sorriso forçado nos lábios quando eu finalmente saí do carro, sendo arrastada pelo Nate.

- Que provavelmente é uma vida inteira longe daqui.

- Para de reclamar um pouco, Zafira! Você deveria agradecer por ter um teto aonde morar! - meu pai chama a minha atenção abrindo a porta de casa - Querendo você ou não, é aqui que você vai morar! Então pare de ficar fazendo drama. - ele fala com aquele seu tom super "paternal" e entra na casa sendo seguido pelas gêmeas e por minha mãe.

- Ignora ele. - Nate fala colocando as mãos sobre meus ombros me dando uma pequena chacoalhada - A velhice dele já está alcançando o seu cérebro e dominando sua alma! Não dou três dias para ele comprar uma bengala e começar a bater com ela nos outros, como um típico velhinho rabugento.

Deixei uma risada baixa escapar e atravessei o pequeno portão de ferro para entrar no pátio da casa, mas parei de andar quando tive uma sensação estranha de estar sendo observada. Olhei para a casa ao lado e franzi o cenho, ela era quase igual a que eu irei morar, só mudava a cor e a aparência, já que aquela casa parecia que estava abandonada há séculos.

Espremi os olhos e olhei para o andar de cima onde avistei a silhueta de alguém na janela, as cortinas eram pretas e compridas, mas mesmo assim consegui notar que realmente havia alguém ali.

- Acho que tem alguém nos observando.

- Aonde? - Nate perguntou parando ao meu lado enquanto eu ainda olhava para a casa ao lado.

- Zafi! Nate! Venham ver a casa! - Alice nos chama e eu e o Nate olhamos para ela.

- Já estamos indo! - aviso e volto meu olhar para a janela da casa vizinha, mas a pessoa que estava ali já havia sumido.

- Vamos logo forasteira. - Nate riu me puxando para entrarmos na casa.

Encolhi os ombros e caminhei até a porta, entrando na casa dando de cara com as gêmeas inseparáveis.

- Seu quarto é ao lado do nosso! - Olívia fala animada e logo as duas estão me puxando em direção as escadas, ao qual eu subi sem a metade da animação delas - Seu nome está na porta, olha! - ela exclama e eu vejo uma placa com meu nome na porta - Esse é meu quarto e o da Alice. - ela aponta para porta do quarto ao lado do meu - E o do Nate é aquele. - ela aponta para a porta do outro lado do corredor.

Não demorou muito para a minha mãe chamar as gêmeas do andar de baixo e elas saíram me deixando sozinha no corredor, andei até a última porta do corredor, a única que não tinha placa e estranhei quando notei que ela estava trancada, então simplesmente me virei e andei até meu quarto.

Ele não era tão mal como eu imaginei que seria, ou como a minha mente desejou que fosse, para eu ter mais uma coisa para reclamar aqui... Havia uma cama de casal, um criado mudo, uma estante vazia, um roupeiro médio e uma porta que deveria ser o banheiro, pelo menos eu teria o meu próprio banheiro!

Andei até a janela grande que havia no quarto, e a abri encontrando do outro lado uma janela próxima da minha, que era da casa vizinha. Tentei olhar o que tinha por alí, mas havia uma cortina escura igual aquela da janela da frente, só que diferente daquela, essa não dava visão para nada.

- Suas coisas. - escutei a voz do meu irmão e me virei para trás encontrando ele entrando no meu quarto com duas caixas nos braços.

- E o resto? - eu perguntei confusa olhando para trás dele tentando achar minhas outras caixas. No total, eram cinco caixas, duas grandes, duas médias e uma pequena.

- Vai você buscar, sua preguiçosa. - ele fala e sai do quarto batendo a porta.

- Criança. - gritei e logo escutei ele me chamar de folgada, apenas revirei os olhos e me abaixei pegando a menor caixa, colocando ela sobre a cama.

Aquela era a caixa onde estavam os meus álbuns de fotografias, e algumas coisas importantes para mim. Sorri nostálgica quando encontrei uma foto minha com o Beomgyu e com os garotos, no nosso primeiro encontro de amigos.

Eu os conheci no mesmo dia que me mudei para a Coréia, lembro que o Beomgyu jogou por acidente a sua bola de basquete em mim e depois de tirar sarro do meu nome e eu tirar sarro do dele, ele me chamou para jogar com ele e com os outros meninos e desde então, ele é meu melhor amigo, óbvio que eu também sou próxima dos outros, só que eu e o Beomgyu temos um carinho enorme um pelo o outro, somos quase "irmãos".

Peguei um dos nossos portas retratos e coloquei sobre o criado mudo, mas ele acabou caindo com o vento forte que veio da rua. Levantei o retrato do chão agradecendo mentalmente quando notei que o vidro não havia quebrado, andei até a janela e antes que eu pudesse fechar a mesma, eu vi algo que chamou minha atenção.

Era aquela sombra.

A mesma que eu vi quando estava no quintal, ela estava novamente parada atrás da cortina escura, e com um arrepio, eu fecho as janelas com rapidez e dou um passo para trás soltando um suspiro pesado.

Isso estava me assustando.

(...)

- Quando começa a escola? - Olívia pergunta com a boca cheia de comida.

- Olívia, tenha modos na mesa! Está parecendo uma sem educação falando de boca cheia! - minha mãe repreende a garota que se encolhe envergonhada e eu noto o Nate revirar os olhos sentado em minha frente.

- Desculpa, mamãe.

Desde pequena, eu sempre soube que a minha família é e sempre foi muito rigorosa a respeito de modos e educação, de um jeito extremo. Deve ser por isso que hoje eu sempre faço o contrário das coisas que eles me "ensinaram" quando criança, lembro das vezes que eu fiquei trancada de castigo no quarto, apenas porque não gostava de usar vestidos rosas e compridos, ou me recusava a fazer o que meus pais queriam.

Os mesmo vestidos que a minha mãe obriga as gêmeas usarem, só que diferente de mim, elas nunca reclamaram, elas até gostam de se vestir assim.

- Elas já começaram, eu só preciso matricular vocês e vocês já poderão ir. - minha mãe responde depois de uns minutos de silêncio.

- Não vejo a hora de ir para escola! - Alice exclama animada.

- Eu também! - Olivia fala com a boca cheia de comida novamente e eu solto uma pequena risada.

- Amanhã eu vou dar uma volta. - eu anuncio largando os talheres no prato, fazendo toda atenção da mesa ser virada para mim.

- Uma volta aonde? - meu pai pergunta me olhando sério e eu dei de ombros.

- Por aí, eu quero conhecer melhor esse lugar.

-- Mas você não vai mesmo!

- E por que não? Vocês já me arrastaram até aqui, o mínimo que podem fazer é me deixar conhecer o lugar!

- Você não tem que questionar uma ordem minha, Zafira! Você não vei sair amanhã e fim de discussão! Você se esqueceu que há um assassino rondando por aí? Perdeu de vez o seu juízo? - meu pai pergunta sério e eu abaixo a cabeça respirando fundo.

...Não chora... Não chora... Eles não merecem suas lágrimas...

- Vou dormir. - me levantei da mesa e rapidamente fui para o meu quarto antes que algum deles pudesse me impedir.

Minha relação com meus pais nunca foi boa, tanto que eu agradeço por quase nunca ter que ver eles em casa, já que o trabalho deles ocupa grande parte do seu tempo.

Peguei um pijama leve e vesti alí mesmo me jogando na cama esquecendo do cobertor que estava do outro lado do quarto.

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sei que esse capítulo ficou chatinho, mas logo logo melhora, okay??? ♥️

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