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- Então, o que eu tenho que fazer agora? - Jungkook pergunta para mim enquanto brincava com os dedos.

- Como assim? 

- Eu não sei, eu estou nervoso, eu não sei o que fazer. - ele admite em um tom baixo e eu vejo suas bochechas ganharem um tom rosado.

- Ah, eu também não sei o que fazer. - eu encolho os ombros. Minha vontade era pedir para ele deixar eu ir embora, mas isso certamente não iria acontecer, então preciso arrumar um jeito de entrar no seu jogo.

- Você gosta de filmes? - ele pergunta rápido.

- Gosto. 

- Então, vamos ver um? - ele pergunta se levantando da cama.

- Ok. - eu encolho os ombros. Ele concorda com a cabeça e segura minha mão começando a me puxar para fora daquele quarto que de certa forma me fez ver ele com outros olhos agora.

Não que eu tenha esquecido tudo que ele me fez, longe disso. Eu apenas não sinto mais aquela raiva gigantesca que eu tinha por ele.

- Que tipo de filme que você gosta? - ele pergunta quando chegamos na sala. Estavamos em uma espécie de cabana, as janelas estavam todas fechadas, então eu não fazia ideia de que horas eram.

- Animação. - eu falo sentando no sofá.

- Você quis dizer desenhos, não é? - ele pergunta sorrindo divertido.

- Sim. - eu falo envergonhada encolhendo os ombros.

- Ah, são legais. - ele fala ainda sorrindo.

- Você gosta desse tipo?

- Sim, mas sou mais fã de filmes de suspense.

- Não me diga. - eu falo e ele ri.

- Pipoca ou pizza?

- Pizza.

- Boa escolha. - ele sorri e sai da sala indo em direção a cozinha.

Desviei o olhar para a porta e encontrei diversas trancas nelas, e a mesma coisa ocorria com as janelas que também estavam muito bem trancadas, eu obviamente não tinha chance alguma de fugir dali, não sem a chave das trancas, mas a pergunta era... Onde estava a chave?

- Aqui está. - escuto a voz do Jungkook e ergo o olhar encontrando ele segurando um prato com algumas fatias de pizza e uma lata de refrigerante.

- Obrigada. - eu agradeço pegando de suas mãos e me ajeitando melhor no sofá. Ele sentou na outra ponta do sofá, deixando uma distância entre nós e pegou o controle da tv procurando um filme e logo deixou em uma animação qualquer e eu consegui sentir seu olhar sobre mim.

- Eu realmente quero que você não tenha medo de mim. - ele sussurra mas para ele do que para mim.

- Honestamente, eu também. - eu respondo sem som.

| Beomgyu |

42 chamadas não atendidas... Por que ela simplesmente não atende minhas ligações?! Alguma coisa deve ter acontecido, ela sempre me atende, e se algo deu de errado naquele acampamento? Ou aquele sem noção que estava a perseguindo, fez algo com ela?

Com o coração apertado eu peguei meu celular discando o número do Nate, rezando para que nada de mau tenha acontecido com ela.

- Fala, cara. - Nate fala assim que atende a chamada.

- Nate, a Zafira está com você? - eu pergunto apresado.

- Não, ela está passando um tempo na casa da minha avó, por que?

- Ela não está atendendo minhas ligações, eu já liguei várias e várias vezes. - eu falo frustrado me deitando na cama.

- Ah, ela não tá atendendo ninguém. 

- E você não está preocupado com isso? Ela é sua irmã.

- Eu sei, mas ela falou com a Minna que estava se sentindo estranha e pediu para Minna falar para a gente que ela iria passar um tempo na casa da nossa vó, e lá não tem sinal, já que é afastado da cidade, e ela me mandou uma mensagem antes de ir me avisando. - ele explica e eu fecho os olhos. Pelo menos ela está bem.

- Ela quase me matou de susto. - eu resmungo e escuto o barulho do interfone avisando que tem alguém no portão.

- Ela é uma desnatura! Não avisou ninguém, simplesmente foi para a casa da minha avó. - Nate resmunga e tocam o interfone de novo.

- Nate, tem alguém no portão, te ligo depois. - eu falo me levantando da cama.

- Tá bom. - ele fala e eu encerro a ligação jogando meu celular sobre a cama e saio do quarto arrumando minha camiseta e vou até o interfone.

- Oi? - eu falo atendendo e não ouso nada do outro lado da linha - Quem está aí? - eu pergunto e de novo só recebo o silêncio - Kai, se for mais uma daquelas suas brincadeiras sem graça, você vai ver só!

- Não é o Kai. - uma voz grave fala do outro lado da linha e eu franzo as sobrancelhas confuso - É melhor você abrir o portão.