Capítulo 32 - Garoto risonho.

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É possível uma pessoa ter duas personalidade?

Eu já ouvi pessoas falarem sobre isso, que às vezes alguém é de um jeito e de repente ela se torna uma pessoa totalmente diferente. Mas, eu nunca acreditei muito nisso, achava que era impossível alguém ser assim, alguém mudar tão dramaticamente desse jeito... Até agora.

- Por que? - eu deixo um soluço escapar encarando seu rosto que tinha um sorriso divertido. Qual era o problema dele? Por que ele fez isso? - Como?

- Shiu, shiu, uma pergunta de cada vez, meu amor. - ele sorriu e estendeu sua mão para tocar meu rosto mas eu virei a cara evitando o seu toque.

- Por que você está fazendo isso comigo? - eu cuspo as palavras para fora e ele segura minha bochecha virando meu rosto para ele.

- Ah, meu amor, por favor, não chora, não gosto quando você chora. - ele resmunga limpando as lágrimas das minhas bochechas - Eu estou fazendo isso porque me apaixonei por você.

- Você tem uma maneira estranha de demonstrar isso. - eu resmungo e ele ri.

- Eu não quero que você me odeie agora que você sabe quem eu sou.

- Por que você fez isso? Por que me sequestrou? Por que matou aquelas pessoas? Po... - ele me cala colocando seu indicador sobre meus lábios.

- Sei que está confusa agora. - ele faz uma careta olhando para baixo - Mas, logo você vai entender o porquê de eu ter feito tudo isso.

- Eu já entendi porque você fez tudo isso! - eu exclamo e ele sorri. Ele fez tudo isso porque ele é um louco! Um completo psicopata.

- Que bom, achei que ia continuar brava comigo. - ele sorri completamente dissimulado - Mas sei que você vai me amar da mesma forma que eu te amo.

- Eu amar você? Por acaso você é louco?! Ou melhor, você é louco! Um lunático! Um psicopata completo! - eu grito fazendo ele trincar o maxilar e levantar rápido me encarando sério.

- Abaixe seu tom para falar comigo. - ele rosna e eu franzo as sobrancelhas. Aonde foi parar aquele garoto risonho?

- Eu falo no tom que eu quiser! Agora me solta! - eu grito tentando me soltar das cordas que me prendiam.

- Te soltar para quê?! Para você fugir de mim? Para você me deixar? - ele grita três tons mais alto que eu me fazendo encolher naquela cama - Presta bastante atenção, Zafi. - ele se aproxima de mim segurando meu rosto entre suas mãos.

- N-Não me toque. - eu tento tirar meu rosto das suas mãos mas ele me segura com mais força.

- Você é minha, Zafira! Sempre foi! E eu não vou te perder para ninguém! Nem que eu tenha que matar cada filho da puta que se aproxime de você. - ele rosna com o rosto próximo ao meu - Você entendeu?

- Eu te odeio. - eu falo sentindo uma lágrima deslizar pela minha bochecha.

- Não, você não me odeia. - ele ri debochado - Eu não sou o vilão dessa história, Zafi.

- Você é mesmo um iludido se acha que eu sinto algo por você! A única coisa que eu sinto por você é pena. - eu falo e ele larga meu rosto se levantando.

- Eu volto quando você estiver mais calma, nós temos muitas coisas para conversar, mas não vou falar com você nesse estado.

- O que?! Não! Não me deixe aqui! - eu grito enquanto meus olhos lacrimejavam. Como eu pude ser tão burra?! Estava sempre tão óbvio! O fato dele ser tão bom para mim e sempre querer me ajudar! Óbvio que ele era um sociopata. Senti minha gargante arder enquanto gritava seu nome depois dele ter saído pela porta, até que eu perdi minha forças e disse num último sussurro antes de apagar - Não me deixa aqui, Jungkook.