| Nate |

- Quando foi que você leu isso? - So-hyun pergunta prendendo o cabelo.

- Já faz uns três dias eu acho, foi no mesmo dia que o Beomgyu me ligou. -  respirei fundo enquanto encarava a So-hyun terminar de ler sobre o TPB.

- Você já tentou ligar para o Beomgyu? - ela pergunta voltando seus olhos para mim.

- Já, liguei e mandei várias mensagens, mas parece que o celular dele está desligado.

- Você acha que esse negócio de TPB, tem haver com aquele cara que perseguia a Zafi?

- Eu não sei. - eu bufo - Se o Beomgyu tivesse me dito quem era, teria sido mais fácil para mim entender o porque de tudo isso e o porque da Zafira ter ido embora.

- Você acha mesmo que ela está com a sua avó? - ela pergunta segurando minha mão - Até agora nenhuma das duas deu algum sinal de vida.

- O que você acha? - eu pergunto a encarando.

- Eu não sei, talvez ela não tenha ido para a casa da sua avó.

- Isso é muito estranho! - eu resmungo e me levanto da cama e pego meu celular que estava em cima da escrivaninha.

- O que você vai fazer? - So-hyun pergunta me encarando com as sobrancelhas franzidas.

- Vou ligar para meu tio, ele sempre vai visitar minha avó, ele vai saber me responder se a Zafira está mesmo lá ou não. - eu falo discando o número do mesmo.

- Alô? - escuto sua voz do outro lado da linha e sento na cama.

- Oi tio.

- Nate? É você? Que saudade de você garoto! Por que não vieram mais nos visitar? - ele pergunta em um tom alegre.

- Estávamos um pouco sem tempo. - eu respondo e sinto a mão pequena da So-hyun segurar a minha.

- E como estão seus pais? Como eles estão?

- Estão bem, tio, você tem ido para a casa da vovó nesses dias?

- Sim, eu estive lá ontem mesmo.

- E como a Zafira está? - eu pergunto e a So-hyun solta um suspiro aliviado ao meu lado.

- Zafira? - ele pergunta e eu sinto meu coração acelerar, merda, que ela esteja lá, por favor.

- Sim, ela não está passando um tempo na casa da vovó? - eu pergunto sentindo meu peito doer.

- Não, eu vou lá quase todos os dias e nunca a vejo. - ele responde e eu fico em silêncio processando o que eu ouvi - Por que?

Ela não estava na casa da vovó, esse tempo todo ela nunca esteve lá, e como eu não notei antes? Como eu pude ser tão burro? Como eu não notei que havia algo de errado, como eu pensei que ela estava bem? Céus, onde ela está?

Mas isso não vai ficar assim! Não mesmo, eu vou achar a minha irmã, nem que eu tenha que dar a volta ao mundo! Eu vou trazer minha irmãzinha de volta para a casa.

- Por nada, obrigado tio. - eu agradeço e encerro a ligação passando a mão pelo meu cabelo - Merda.

- Nate? Onde você vai? - a So-hyun pergunta quando eu me levanto já vestindo meu casaco.

- Na delegacia, vou falar com meu pai. - eu respondo colocando minha carteira e meu celular no bolso.

- A Zafira não está na sua avó?

- Não, e eu não faço a mínima ideia de onde ela esteja. - eu respondo sincero e sinto vontade de chorar só de pensar no que ela deve estar passando nesse momento, será que ela está bem? - Eu preciso contar isso para meu pai, ele tem que achar ela, é o dever dele como policial, e como pai.

- Eu vou com você. - a So-hyun fala colocando suas sapatilhas e levantando na cama em seguida. Segurei sua mão entrelaçando nossos dedos e sai do meu quarto descendo para sala e encontrando a mesma fazia, já que as gêmeas estavam na escola.

Fui até a porta e assim que eu abro eu sinto um peso cair sobre mim e solto rapidamente a mão da So-hyun para poder segurar a pessoa que caiu em cima de mim.

- Mas o que..? - eu pergunto confuso tentando ver quem era.

- O-Onde ela está? - escuto sua voz fraca perguntar e franzo as sobrancelhas.

- Beomgyu? - eu pergunto e o seguro com mais força fazendo ele erguer seu rosto em minha direção.

- A Z-Zafira, e-ela... - e então ele apaga antes de terminar a fala. Olhei para So-hyun que apontou para o sofá, então apenas concordei com a cabeça levando o Beomgyu até lá e o deitando no sofá.

So-hyun me ajudou a arrumar o Beomgyu no sofá, e eu logo peguei para ela o kit de primeiro socorros que havia em casa e ela começou a cuidar das pequenas feridas que haviam na sua mão e depois de quase 20 minutos o Beomgyu começa abrir os olhos.

- Onde ela está? - Beomgyu fala assim que acorda assustando a So-hyun que estava medindo a sua temperatura, já que ele segurou seu pulso - Ela está aqui? Vocês a encontram? Ele a machucou?

- Beomgyu, calma, você não está bem. - eu falo me aproximando dele e fazendo ele largar o pulso da So-hyun que se escondeu atrás do meu corpo.

- Nate, você não está entendendo! A Zafira está correndo perigo! - ele fala apressado segurando minhas mãos.

- Como assim? - eu pergunto confuso me abaixando na sua frente o encarando sério.

- Eu deveria ter notado antes, mas eu nunca percebi, ele nunca deu sinal de que tinha transtorno de personalidade, ele sempre escondeu isso muito bem. - ele fala mais para sí do que para mim - Ele sempre foi tão bom com ela, tão bom com todos nós.

- Do que você está falando Beomgyu? - eu pergunto ainda mais confuso.

- Aquela vez que a Zafira falou comigo por telefone, eu percebi que tinha algo errado, mas deixei passar, mas foi quando eu notei que ele desaparecia do nada e depois voltava completamente diferente, eu notei que tinha algo realmente muito errado. - ele fala e eu paro para pensar - Ele sempre demonstrou o quão grande era a dependência emocional que ele tinha por ela, mas eu nunca pensei que seria a ponto de se tornar algo obsessivo e perigoso.

- Ele está com ela? - eu pergunto sentindo meu peito apertar.

- Infelizmente, eu acho que sim. - Beomgyu fala e esconde o rosto entre as mãos.