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Capítulo 12 - Casa

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        Prendi meu cabelo enquanto observava as gêmeas brincarem na pequena gangorra da pracinha. Estava em um dia quente e eu aproveitei o sol para trazer as gêmeas para brincarem um pouco, já que elas passam quase o tempo todo trancadas dentro de casa, se minha mãe souber que trouxe as gêmeas para rua, ela me mata, mas só de ver minha irmã rirem e brincarem, já compensa.

Faz dois dias desde que eu recebi a visita inesperada daquele psicopata, faz dois dias que eu não recebo mais bilhete, faz dois dias que eu não consigo dormir direito, faz dois dias que eu não vejo mais os garotos.

Era como se esses dias que eu estava sendo perseguida e observada foram apenas fruto da minha imaginação! Algo que nunca aconteceu, mas eu sei que foi real. Estava tudo tão normal, tão calmo, o que me deixa ainda mais preocupada, por que esse cara está tão quieto? Por que ele não me procurou mais? Será que ele encontrou outra pessoa para atormentar?

- Está perdida? - escuto alguém perguntar atrás de mim e me viro encontrando uma garota com cabelos compridos e escuros de altura mediana.

- Oi? - pergunto confusa olhando em volta. Não havia mais ninguém naquele pequeno parque, somente eu, as gêmeas e agora essa garota.

- Eu perguntei se você está perdida. - ela fala sorrindo e senta no balanço ao meu lado - Quase ninguém custuma vir aqui. - ela solta um risada fraca e começa a se balançar no balanço - Achei que era uma miragem quando vi duas crianças brincando aqui, como antigamente. - ela sorri olhando para as gêmeas que estavam rindo porque a Olívia caiu do gira-gira - Estão perdidas?

- Não, eu não estou perdida, eu me mudei há pouco tempo.

- Você é a irmã do Nataniel então? - ela pergunta e eu franzo as sobrancelhas.

- Sou, ele falou de mim?

- Quase isso. - ela ri fazendo seus olhos se tornarem duas linhas - Vocês tem o mesmo olhar, seus olhos são iguais aos dele.

- Ah. - eu solto uma pequena risada e estendo minha mão em sua direção - Sou Zafira.

- Não é um nome muito comum. - ela observa e eu seguro a vontade de revirar os olhos, já que não era a primeira vez que ouvia aquilo - Sou a So-hyun.

- Ah, então você é a famosa So-hyun. - eu abro um sorriso maroto e vejo ela abaixar a cabeça enquanto suas bochechas ficavam vermelhas.

- Bom, eu devo ser a única So-hyun dessa cidade então creio que seja eu. - ela ri sem graça olhando para o chão.

- Não há muitas garotas nessa cidade? - eu pergunto olhando para as gêmeas que ainda estavam rindo de alguma coisa. Eu amava a forma que ela se divertiam por qualquer coisa.

- Não, desde o ocorrido da Paewoo. - ela dá de ombros.

- Paewoo? Quem é Paewoo? - eu pergunto confusa e ela logo arregala os olhos percebendo o que falou.

- A-Ah, ela era uma garota que morava aqui perto. - ela dá de ombros.

- Ela era? O que aconteceu?

- Ela morreu. - So-hyun encara suas mãos - Ela foi a primeira vítima.

- Ah. - eu encolho os ombros - Sinto muito.

- Tudo bem, eu não era próxima dela, mas confesso que aquilo pegou todos de surpresa.

- Mas o que exatamente aconteceu? Ela foi envenenada? - perguntei e a So-hyun me olhou surpresa - Eu andei pesquisando algumas coisas sobre essa cidade e vi que a maioria das garotas foram mortas envenenadas.

- Ela foi atropelada na verdade. - ela falou e foi a minha vez de ficar confusa. Por que quando eu li sobre o caso, ela não apareceu? Será que ela é a décima primeira vítima que não foi identificada? Mas se a So-hyun sabe dela, por que não há mais informações sobre ela? - Desde a morte dela, várias outras pessoas começaram a serem mortas e as pessoas começaram a ficar assustadas, então a maioria das pessoas foram embora.

- E por que você continua aqui? - eu pergunto fazendo ela me olhar - Você não tem medo?

- Não. - ela dá de ombros - E você, por que continua aqui?

- Nem eu sei. - eu solto um suspiro e olho para meus pés - Não foi uma escolha minha por assim dizer, foi mais pelo meus pais.

- Esse lugar costumava ser incrível. - ela ri olhando para cima como se estivesse relembrando de um passado distante - Às vezes eu venho aqui e começo a me lembrar de como esse lugar era antes de tudo isso, eu queria que as coisas voltassem a ser como eram.

- Há quanto tempo isso está acontecendo? - eu pergunto me referindo aos assassinatos.

- Já tem um tempo.

- Ah. - eu olho minhas mãos e logo me levanto do balanço - Eu tenho que ir para casa, já está começando a ventar forte.

- O Nate está lá?

- Está. - eu falo e a encaro risonha - Você quer vir comigo?

- N-Na sua casa? - ela pergunta com as bochechas vermelhas e eu concordo com um aceno - Melhor não.

- Por que não? - pergunto confusa - Tenho quase certeza que o Nate quer ver você também.

- Você acha que ele se importaria se eu aparece assim do nada? - ela pergunta em um tom baixo - Não quero que ele ache que eu estou o perseguindo ou algo do tipo.

- Claro que não! Ele jamais pensaria isso. - reviro os olhos e estendo minha mão em sua direção - Vamos.

- Vou confiar em você. - ela ri e segura minha mão e eu a ajudo a levantar e nós caminhamos para perto das gêmeas.

- Alice! Olívia! Vamos embora.

- Mas já? - a Olívia resmunga e eu reviro os olhos já sabendo que seria uma guerra convencer essa garota à irem embora.

- Mas já. - repito e pego ela pela mão tirando ela do gira-gira.

- Não podemos ficar mais um pouquinho? - a Alice pergunta fazendo biquinho.

- Não. - eu falo ouvindo a Olívia resmungar enquanto eu arrastava as duas para fora do parquinho - Vamos logo.

Fomos o caminho inteiro conversando de coisas aleatórias enquanto as gêmeas iam na nossa frente andando pela calçada enquanto brincavam de pular as linhas. Até que a So-hyun era uma garota bem legal, pena que não tenha muitas garotas como ela por aqui.

- Eu moro aqui, mas acho que você já sabe. - eu falo parando em frente ao portão de casa. Ela para de andar e franze as som
brancelhas olhando para a casa ao lado da minha, olhando para aquela casa - O que foi?

- Você mora do lado da antiga casa do Yoongi. - ela murmura ainda com as sobrancelhas franzidas.

- O que? - eu pergunta com os olhos arregalados.

- O Yoongi. - ela dá de ombros como se achasse que eu não sabia quem ele era - Aquela casa é da família dele.

Olhei mais uma vez para casa e prendi a respiração... O Yoongi já morou alí?

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