six.
NEW YORK: Brooklyn
12 de janeiro de 1943
James Buchanan Barnes' point of view
Eu estava parado no meio da sala, sem camisa, esperando pelo resultado.
Um homem com as roupas típicas de soldados do Exército adentrou a sala abarrotada da cor creme com o meu formulário de alistamento em mãos. Ele me olhou de cima a baixo de um jeito bem invasivo, depois carimbando algo na prancheta com o meu papel.
— Parabéns, senhor Barnes. Bem vindo ao Exército dos Estados Unidos. —ele estendeu a mão direita, a qual eu apertei em um cumprimento firme.
Possuía um leve sorriso, seguindo um outro homem até os fundos para receber o meu uniforme de sargento.
"Sargento Barnes - 107"
Eu estremeci levemente ao perceber que eu serviria na mesma divisão de operações que o senhor Rogers foi alocado um ano atrás. Seria difícil contar para Steve.
Ele perdeu o pai e a mãe nessa guerra. Um ferido em combate, a mãe pega por uma doença transmissível pelo ar enquanto operava como enfermeira dos soldados atingidos. Steve ficaria completamente sozinho sem a minha companhia, mas eu precisava seguir esse rumo.
Eu não tinha família, não tinha futuro. O Exército poderia me fazer sentir realmente útil pelo menos uma vez nessa vida, e isso é tudo que eu preciso no momento. Mesmo que me mate, mesmo que me machuque... Eu quero ser alguém mais que o garotinho abandonado.
Vesti o uniforme, indo em direção à casa de Steve.
Andava com pompa pelas ruas do Brooklyn, recebendo os mais selvagens olhares das moças pelo caminho. Se eu soubesse que só precisava de um uniforme desses, teria conseguido algum há muito tempo!
Enquanto eu passava pelo beco ao lado do cinema, pude ouvir alguns grunhidos de dor, juntamente com o som de latas de lixo caindo. Meu olhar se dirigiu até o fim do beco, e logo eu o avistei.
Um lorinho magrelo apanhando de um brutamontes.
De novo.
Senti meu sangue ferver por causa de Steve, já estava cansado desse comportamento feroz enquanto ele não conseguia nem atingir uma mosca. Carreguei minhas energias em minha mão direita, que se fechou em punho.
— EI! Por que não bate em algum do seu tamanho? —chamei a atenção dele, carregando o meu ódio em minha voz.
Quando vi, já estava puxando o fortão pela gola da blusa e desferindo um soco muito bem dado em seu olho direito. Ele ficou um pouco tonto, indo alguns passos para trás. Ainda assim, precisava descontar mais de minha raiva.
Não dei espaço para ele fugir, desferindo mais um soco ainda mais forte em seu maxilar. O corpo dele envergou, dando a total chance para eu chutá-lo. Ele caiu no chão, rastejando para longe como uma cobra assustada.
Sorri minimamente com a cena, deixando o covarde ir embora com boas marcas.
— Eu tinha tudo sob controle. —ouvi a voz baixa e afetada de Steve atrás de mim. Virei meu rosto para encará-lo, me deparando com o rosto cheio de roxos e cortes de sempre.
Ele olhava para a minha roupa com pesar, carregando uma frustração em seu olhar.
Eu sabia que Steve vinha tentando se alistar há um bom tempo, mas o Exército não estava muito interessado em um anêmico, asmático e problemático. Ele não seria aceito.
— Hoje nós vamos sair, Rogers. —o puxei, abraçando seu corpo pequeno de lado.
— Seu último dia, sargento? Para qual divisão?
Respirei fundo com suas perguntas, acenando com a cabeça para a primeira e contorcendo o rosto para a segunda.
— A cento e sete. Sinto muito, Steve.
Seu olhar triste realmente me afetou. Era como se houvesse uma maldição nessa divisão, mas eu não iria recuar. Meu país precisava de mim.
— Olhe aquelas ali, Rogers! —apontei duas garotas num rodinha com o olhar. Elas conversavam animadamente, observando a exposição Stark com muita atenção.
— Bucky, eu não quero-
— Qual é, Steve! —interrompi a fala dele, sabendo o que estava por vir. —Hoje é meu último dia, será que não podemos celebrar com bebida e garotas pelo menos uma vez na vida?
Fiz uma cara de cachorro sem dono, usando a parte de "meu último dia" pela quadragésima vez nas chantagens emocionais.
— Tudo bem. —ele revirou os olhos, bufando.
Dei um sorriso vitorioso, encarando a loira belíssima que seria minha presa naquela noite. Ela me olhou de volta, sorrindo ao notar meu interesse. Aquela foi a minha deixa para me aproximar, arrumando a roupa parcialmente desconfortável, mas deixando minha identificação de sargento muito clara.
— Boa noite, senhoritas! —falei amigavelmente, atraindo a atenção das quatro garotas. —Sou o sargen-
— Barnes. Nós sabemos. —a loira me interrompeu, logo oferecendo sua mão em um cumprimento. — Sou a Cassidy.
Peguei a mão dela delicadamente, levando-a até meus lábios. Deixei um beijo demorado em sua mão pequena, não separando nossos olhares por nenhum segundo. Ela sorria com malícia, enquanto as outras à nossa volta nos encaravam animadamente.
Aparentemente, eu havia adquirido certa popularidade entre as moças do bairro.
— Senhorita, daria-me a honra de ser minha acompanhante hoje? —flexionei o braço na frente de meu corpo, oferecendo-o para ela.
— A honra é toda minha, sargento. —Cassidy passou seu braço pelo meu, como se fôssemos um par de quadrilha.
— E alguma das garotas quer acompanhar o meu grande amigo? —olhei para cada uma das moças, que entraram em êxtase. Os olhos de algumas até brilhavam.
— Ele também é um oficial? —uma ruiva perguntou, cheia de expectativas.
Olhei para Steve de relance, pensando em como atrair a atenção das moças para um nanico magrelo e asmático.
— Hmm... Bem, não. — elas murcharam um pouco. —MAS, ele é o homem mais corajoso de todo o Brooklyn. —a ruiva sorriu novamente, acenando com a cabeça. Senti grande alívio. — Vamos, senhoritas. Vou apresentá-las.
Caminhamos pela multidão da feira, eu no meio com uma delas empoleiradas em cada braço. Aproximamo-nos de Steve, que encarava um banner de alistamento do Exército de costas para nós.
— Espero que seu grande amigo não seja o Steve-lombriga, Barnes! —a ruiva soou enquanto encarava as costas de Steve, com um claro descontentamento e deboche na voz.
Fechei os olhos, lembrando-me que ele era particularmente famoso nos arredores por seu porte físico e suas brigas sempre perdidas. Eu sabia muito bem que ela não aceitaria passar toda uma noite ao lado dele, então uma ideia brilhante e altamente satisfatória (para mim) perpassou minha mente.
Aproximei minha boca do ouvido da ruiva, sussurrando enquanto Cassidy estava distraída com alguma invenção de Stark exposta no local.
— Se você for boazinha com ele, eu te recompenso pessoalmente mais tarde, querida. —dei um leve e rápido beijo ao pé do ouvido dela, recebendo um sorriso sujo e animado como resposta.
A minha despedida estava se saindo melhor do que eu esperava.
Mas eu merecia, já que ficaria não sei quanto tempo enfiado em um campo com soldados suados e sem nenhuma mulher para deliciar meus olhos.
Não é!?
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