Verdade!

Narrador on...

       Nari observava tudo em silêncio e de braços cruzados. Se surpreendeu com a atitude de Jin e não pretendia sair dali sem pelo menos trocar uma ou duas palavras com ele.

        Já Ana se mantinha altiva ao lado do amado e mesmo achando sua atitude impulsiva demais, não se importou muito com as consequências daquele ato. Estava apaixonada demais para se importar. E para falar a verdade sentia um alívio em saber que agora o relacionamento deles era público. Jimin e os demais encaravam Nari como se fosse um inseto do qual precisavam se livrar.

— Docinho, se continuar a olhar para ela assim vou te beliscar. - Alice, namorada de Hobi cochichou em seu ouvido. —  Desimbucha logo.

—  Resumo da opera. Ela é a ex do hyung. Abandonou ele e sumiu por anos. Não acredito que teve coragem de vir aqui depois de tanto tempo.

—  A safada veio é atrás de fama. - Alice comenta fechando a cara.

        Lili estava tão irritada com a pouca vergonha de Nari que Taehyung teve certa dificuldade para acalma-la.

—  Benzinho eu sei que está querendo arrancar os olhos dela. Pense bem, não é hora nem lugar pra isso. - Argumentou ao pé do seu ouvido qua do ela escutou a explicação que Hobi deu a namorada.

—  O que essa lombriga sem sal tá pensando em fazer?

—  Pelo tom você acabou de xingar ela né? Traduz pra mim meu bem. - Taehyung pede todo derretido e isso foi o suficiente para desarmar Lili completamente. O mesmo caiu na gargalhada quando ela finalmente explicou o que havia dito.

      Enquanto o burburinho continuava, Ana e Jin sentaram-se em uma das mesas sendo acompanhados pelos demais, exceto por Maia que catou o marido pela mão e o puxou para um lugar mais reservado. Assim que entraram no jardim de inverno ela começou um verdadeiro interrogatório.

—  Quero que me conte exatamente o que foi que aconteceu. - Jimin conhecia muito bem a cara que sua esposa fazia e sabia que era melhor falar de uma vez. Contou detalhe por detalhe.

—  Você precisa ver a carta horrível que ela deixou. - Comentou e se arrependeu instantaneamente.

—  Você guardou a carta? -Perguntou incisiva. —  Park Jimin?!

—  Guardei. Fiquei com medo que esse dia chegasse. Guardei caso ela voltasse e hyung caísse na besteira de aceita-la de volta. Eu sei que fiz besteira. - Confessou sentando-se em um dos bancos.

—  Você não errou. Está tudo bem amor.

—  Amor você está com aquela cara assustadora que faz quando está com raiva.

—  Relaxa. Não vou estragar a noite deles. - Disse apontando para Jin e Ana que sorriam alegres alheios do que estava acontecendo ali fora. — Quero ler. Ler a carta e isso não é negociável.

—  Ótimo! Agora Nari vai ter uma brasileira cheia de hormônios na cola dela. - Ao dizer isso um sorriso nasceu nos lábios de Jimin.

      Ana estava feliz e Jin mais ainda. Ambos recebiam os cumprimentos dos convidados e as felicitações pelo relacionamento.

—  Espero que tenha um tempo pra mim também. - Nari finalmente se aproxima.

—  Não é minha prioridade. - Jin respinde seco. Tão seco que Ana sacou imediatamente que algo estava errado.

—  Podemos conversar em um lugar mais reservado? - Pergunto ela levando uma de suas mãos até a dele. Ato que o fez recuar e a olhar de maneira fria. —  Pelos velhos tempos.

       Jin deu um longo gole no whisky que trazia em mãos.

—  Quais tempos? Ah sim lembrei. Aquele tempo no qual você me largou pra correr atrás de seu sonho. - Jin disse isso e Ana imediatamente arregalou os olhos. Lembrou-se das poucas vezes que o namorado tocou no assunto e sentiu o ódio crescer dentro de si. Levantou-se puxando Jin consigo.

—  Lamento, mas hoje é dia de felicidade e obviamente isso não combina com você. Se quiser ficar no Dionysus fique a vontade, porém mantenha distância. - Ana deu dois passos na direção de Nari. —  Acho que já deu para perceber que você não é bem vinda. Tenha um pouco de amor próprio e pare de rastejar atrás dele.

        Jin segurou a risada o máximo que pode. Precisava manter a pose e honestamente não queria um escândalo no seu primeiro dia como CEO de próprio empreendimento. Assistiu a namorada voltar discretamente para seu lado e o abraçar como uma boa brasileira que é, ou seja, com muito carinho envolvido.

—  Que feio Seokjin, seu gosto por mulheres caiu muito. - Nari responde sarcástica. Jin estava prestes a responder a altura quando Maia o interrompe.

— Soube que você é modelo? - Pergunta sendo seguida de perto por Jimin. A atitude dela e sua postura deixaram os demais atentos. Namjoon já estava de mandíbula travada com toda aquela situação.

—  Sim e uma de muito sucesso. - Respondeu olhando a mulher a sua frente como se fosse superior.

—  E você é a brasileira que conquistou Park Jimin. É muito famosa por esse feito. - Sorriu sarcástica. —  Conheci algumas brasileiras. Francamente minha experiência não foi das melhores.

- Talvez perder as asas da Vitória Secret para uma brasileira tenha lhe causado uma impressão errada sobre a gente. - Maia responde firme e ainda assim com toda a classe do mundo. Quem as estava observando nem imaginava o embate que se desenrolava entre ambas.

- Bom Digamos que a minha substituta sabe usar de sua beleza a seu favor. - Nari responde visivelmente irritada.

—  "O sujo falando do mau lavado". - Maia responde em português e sua resposta arranco risos de Ana e Alice. Vendo que ela não tinha entendido
—  *Risos*... Desculpa vou traduzir. Acho engraçado você comentar isso sendo que foi assim que você conseguiu usar as asas em primeiro lugar.

      O Rosto de Nari ficou pálido e Maia observou a mesma cerrar os punhos e se retirou para um canto qualquer do imenso salão. Sorri vitoriosa com a reação que obtém.

—  Você é terrível. - Comentou Hobi se aproximando. —  Como sabia disso?

—  Digamos que ela não é flor que se cheire e uma pesquisada básica foi suficiente para saber mais do que eu queria. - Maia continuava séria.

—  Acho que já pode relaxar agora amor. - Jimin alcança sua cintura e tenta amenizar a raiva que ele sabe que a mulher está sentindo.

       Ana observa atentamente o desenrolar de tudo. Observou as reações do namorado e chegou a conclusão que a volta de Nari havia de alguma forma mexido com ele.

—  Lamento por isso. - Ele começa a dizer.

—  Anjo! Não se desculpe. Você não fez nada de errado. Vamos aproveitar a festa. Depois conversamos.

         Jin sorriu e sentiu-se aliviado pela compreensão da namorada. De começo pouco se divertiu, mas, ao longo da noite foi esquecendo o acontecido e deixou-se levar pelas loucas espontâneas de Ana.

          Já passava das três da manhã quando a inauguração e sua festa chegaram ao fim. Todos haviam ido embora, exceto Jin e Ana que permaneceram para congratular seus funcionários.

—  Vocês foram maravilhosos hoje. Aquele menino que vive dentro de mim está extasiado e cheio de gratidão. - Disse ele recebendo aplausos. —  Agora vão descansar. Todos terão dois dias de folga. Aproveitem, descansem e se preparem para Terça feira. Já perceberam que vai ser uma loucura né?

        Jin já havia decidido que levaria Ana para seu apartamento e durante todo o percurso ela foi sem emitir um único som. Estava perdida entre pensamentos sobre o Dionysus e a quantidade de trabalho que haveria pela frente e claro sobre Nari.

        Assim que passaram pela porta o rapaz quebra o silêncio.

—  Me xingue se quiser, mas, fale comigo. - Disse se pondo na frente da amada.

—  Enlouqueceu? - Ana pergunta.

—  Você não disse nada de lá aqui e está estranha. Deve estar brava por causa da Nari e com razão. Nunca falei tudo dela por que sempre foi um assunto doloroso e ...

—  Calma homem! Respira, não pira. - Diz ela segurando o rosto do rapaz entre as mãos.

—  O que... pira?

—  Você não precisa fazer um rap desses por conta de algo assim. Eu entendo. De verdade. Você ainda não estava pronto pra falar sobre o assunto e eu respeito isso. Não somos tão diferentes. Eu vivo fugindo quando o assunto é minha mãe e você nunca me pressionou sobre.

         Jin sorriu e respirou aliviado. A abraçou forte e lhe deu um beijo.

— Que homem de sorte eu sou. Quando não tinha mais esperança alguma, a vida me deu você. - Ana sorri com as palavras do amado e retribui o abraço se aconchegando nele.

—  Acho que faço suas minhas palavras.

         Jin inicia um beijo carinhoso e cheio de intimidade. Estava pronto para "queimar" o resto de energia que lhe restava, porém sentia que precisava we abrir com ela e espantar de vez qualquer pensamento que ainda o assombrava. Sendo assim a conduzindo pelas mãos e a sentou em sua cama. Sentou-se no chão a sua frente

—  Jin não precisa fazer isso se não quiser. - Ela diz quando percebe o que estava prestes a acontecer.

—  Aí que está o ponto, eu quero. Quero me livrar desse sentimento ruim que carrego aqui. - Leva mão ao peito enquanto fala. — E Ana, ele não tem nada haver com o amor que eu sentia pela Nari. - Com calma ele conta detalhadamente tudo que aconteceu sem saber que no andar de cima Jimin fazia a mesma coisa.

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