Opostos ou muito parecidos?

ANA ON...

       Diferente de muitas pessoas com quem convivi, eu sempre soube que desejava ser uma chef de cozinha. Como toda boa descendente de italiano, estar naquele ambiente  era natural para mim. Ao longo de minha adolescência fui me dedicando a culinária  asiática, em especial a coreana. Fato que causou uma certa briga na família, afinal mamãe jamais aceitou o caminho que escolhi. Dizia a plenos pulmões que preferia que sua única filha mulher seguisse seus passos e se tornasse uma médica cirurgião de respeito. Nunca deixei a implicância  dela me abalar pelo contrário, aproveitei todas as oportunidades que tive para me aprimorar.

        Costumo dizer que metade de minha alegria começou  quando Lili entrou em minha vida aos 11 anos de idade e minha felicidade  se completou quando conheci o BTS aos 19. Hoje com 26 me sinto radiante. Ter Lili  morando comigo só me deixa nas completa. Foi um choque quando descobrimos que o amigo coreano dela era na verdade Kim Taehyung. Lili só pode ter nascido com o bumbum virado pra lua. Sempre brinco com ela sobre isso. Minha amiga é  teimosa e pretendia se manter reclusa até mesmo durante sua formatura então eu fiz o que uma boa amiga faria, me meti.
As vezes eu participava de uma ou outra conversa, e foi numa dessa vezes que Taehyung soube da resistência de Lili a participar de sua formatura.

— Nem vestido essa aí quer escolher. - Reclamo me enfiando no meio da conversa dos dois.

—  Garota quem te chamou aqui? - Lili reclama arrancado risadas de Taehyung.

—  Tô falando alguma mentira? - Pergunto sentando-me  no colo dela. — Teteco, da um jeito nela.

—  Teteco? - Uma outra voz resoa e logo vemos Seokjin sentar-se ao lado de Tae. Meu Deus como a beleza dele é  impaciente.  —  Que fofo posso usar? - Pergumta ele provocando o mais novo. — Woaaa aposto que você é a Lili, esse menino não para de falar de você. - Diz apontando para a mesma.  — E você quem é? - Pergunta se referindo a mim.
Ficamos encarando ele por alguns segundos sem saber como reagir, pois até aquele momento não tinhamos interagido com nenhum outro membro.

— Aquela é a Ana a amiga chef de cozinha da Lili e não, você não pode me chamar assim. Sai da frente Hyung. Maiaaaa! - Não  sabíamos se  ríamos ou não.

— Aí mais que gritaria é essa? - Outra voz toma nossos ouvidos e desta vez era feminina. — O que está acontecendo? Por que os dois estão empuleirados feito galinhas na frente do computador? - Agora já conseguíamos ver de quem se tratava.

—  Senhorita Maia aí me belisca Lili. - Eu admirava muito Maia por toda sua trajetória. —  Aí criatura eu estava brincando. - Reclamo por ela ter me beliscado mesmo.

— Ah fico feliz em conhce-las de fato. Como é bom falar um bom português. Sabe sinto falta as vezes.

— Ah e eu sou o que? Tô me esforçando pra aprender tá. - Agora era vez de Jimin aparecer com os braços cruzados bem atrás de Maia.

— GENTE! Parem estão assustando as meninas! - Grita Taehyung.

— Ué assustar porque? - Pergunta Yoongi que aparentemente estava observando o tempo todo.

—  Por que do nada está chovendo BTS na frente de duas armys. - Responde Namjoon finalmente aparecendo. Ele e Yoongi sorriem nos cumprimentando.

— Lili me segura.... não sinto minhas pernas. - Digo afinal, Yoongi era meu utt.

— Vai, todo mundo pra fora. - Dita Maia. —  Vamos deixar eles conversar.

        E assim ela põe ordem na casa restando somente Taehyung que parecia envergonhado. Alguns dias se passaram e nesse meio tempo tento convencer Lili a todo custo que participar desse momento era único e importante. Naquela noite  meu celular toca e paraliso ao perceber de quem se tratava.

Chamada de vídeo.

— Teteco? Aconteceu alguma coisa? - O meu coreano era muito bom uma vez quase todos que trabalhavam ao meu lado eram fluentes na linga.

—  Oh você fala muito bem! - Ele adimirou-se.

— Agradeço, mais acho que não foi por isso que me ligou.

— Não, eu estou preocupado com Lili. Ana por que ela não quer na própria formatura? - Claro que Lili já havia lhe falado sobre a morte de seus pais, mas nunca tinha entrado em detalhes e Taehyung nunca tinha insistido pois sabia que era um assunto delicado.

— Acredito que tenha haver com os pais. Mais ela não se abre a respeito, achei que com você, ela teria mais coragem de se abrir. - Digo triste em saber que a amiga ainda guardava tantos sentimentos ruins.

—  Está disposta a me ajudar?

— Depende, no que você precisa de ajuda. - Respondo  e assim Taehyung contou seu plano e com minha ajuda e de  Maia, dois meses após essa conversa o plano foi posto em prática.
No dia da formatura.

        Em resumo: Lili foi em sua formatura, tudo providenciado por Taehyung. Não foi fácil chegar na coreia, mais agora que já estamos aqui, parece tão certo. Me sinto estranhamente em casa.
Maia nos pega no aeroporto  pra minha felicidade. Fico de boca aberta ao ver o tamanho da barriga dela e mais surpresa ainda quando constato que realmente ela terá gêmeos. Ela nos deixa no apartamento que iremos usar enquanto estivermos aqui.

— Bom.... disputa pra ver quem fica com o melhor quarto? - Saio correndo antes que Lili possa responder.
Ela sai  em seu encalço e logo constatamos que haviam três quartos iguais. A verdadeira tradução do tanto faz. Todos com lindas vistas. Olhei no relógio e eram 8 horas da manhã. Nós  duas concordamos que precisávamos arrumar nossas coisas, tomar um banho e tentar descansar. Maia nos enviou uma mensagem avisando que nos pegaria as 15 horas, então havia tempo suficiente para tudo. Na hora marcada ela nos busca.

       Enquanto assisto o encontro dos pombinhos, percebo que não sou a única feliz com essa situação.

        Sou apresentada aos demais e estendo a mão para o moreno a minha frente. Kim Seokjin repousa seus olhos nos meus me deixando um tanto desconcertada.

— Ana, prazer. - Por hábito estendo a mão. Quando me dou conta do erro, sua mão já está segurando a minha.

—  Então você é  a chefe de cozinha de quem ouvi falar! A melhor comida coreana fora da coreia! - A voz dele é  mais grave do que aparenta ser e sinto um leve arrepio quando ela chega aos meus ouvidos. Existem tantas palavras que eu poderia usar agora, mais nenhuma sai. Estava perdida naqueles olhos escuros. Marcantes sim, inesquecíveis com certeza. No fim acabo sorrindo.

— Vocês vão ficar de mãos dadas aí parados no meio da sala? - Taehyung  pergunta.

— Quem está de mãos dadas garoto. - Jin me solta rapidamente e me ajeito ao lado de Lili. — Senhorita Ana.

— Só Ana por favor. Se me chamar de Senhorita vou entender que me acha velha. - Respondo sem pensar muito. Um detalhe  sobre mim, quando fico nervosa costumo falar pelos cotovelos e normalmente acabo sendo sincera demais. Por algum motivo, Jin está me deixando agitada e nervosa. Ele ergue uma sobrancelha.

— Ana! - Repete com um sotaque arrastado e fofo. — O prazer é  meu.

        Não consigo responder. Fico me perguntando o que há de errado comigo? Esperava esse tipo de reação na presença do Yoon que aliás é  um pedaço de mal caminho.

        Depois desse breve contato pretendia deixar Lili e Tae aproveitarem o tempo que possuem juntos, porém eles precisavam voltar ao treinamento. Maia nos leva ao museu da Hybe. Lugar impressionante.

— Temos estúdios aqui sim e eles ficam na ala oeste, mais atualmente  a grande maioria dos programas dos meninos não são feito aqui. Contratamos estúdios externos para isso.

— Impressionante. - Digo girando em torno de mim mesma de braços abertos.

— Me conte, sei que Você é  chefe de cozinha né Ana?!  Aliás estou curiosa de mais pra ver você cozinhar. O Jin é  sempre muito crítico quanto a isso e ver uma brasileira vence-lo seria incrível. - Comentou rindo.

— Ah ele não acha que uma estrangeira saiba cozinhar pratos da culinária  coreana é?  - Indago.

— Não é  bem assim. A verdade é  que sua única base para essa suposição somos Alice e eu e devo ser franca, ambas somos péssimas. - Sua revelação nos fez  cair na gargalhada.

— Posso mostrar do que sou capaz. Me dê uma boa cozinha e utensílios  bons e deixa que eu faço a mágica acontecer. - Respondo rindo.
Maia nos deixa explorar o lugar e nos perdemos com tantas coisas para ver. Quando finalmente terminamos o passeio já estava tarde.

— Venham, vou mostrar o dormitório pra vocês e podemos espera-los lá.

       O local  era grande e aconchegante. Não demorou muito para os meninos chegarem. Observo Lili e Tae e como eles formam um casal lindo, mesmo ambos não admitindo que está caminhando para formarem um casal.

— Ana você bem que podia cozinhar pra gente né? - Jimin pede fazendo bico.

— Menino que isso? Ela mal chegou e já quer por a enfiar na cozinha? - Alice dispara o repreendendo.

— Alice meu amor, até que isso não seria uma má ideia. Já estou enjoado da comida do Hyung. - Hobi diz acariciando o ombro da namorada.

— ENJOADO? DA MINHA.....WOAAA.
Que tal nós dois na cozinha?

— Isso é  um encontro? - Pergunto entrando na brincadeira.

— Será que você consegue me surpreender? - Jin pergunta rindo e indicando o cômodo.

       Passo entre os meninos para acomnha-lo.

— Parece que vamos comer bem hoje. - Tae brinca.

— Vamos mesmo, se aqueles dois pararem de flertar.  - Responde Lili brincando.

— Fofoqueiros! Humm esses dois. - Digo os repreendendo.

— O que Faremos  hoje senhora chef.

— Já pedi pra não me chamar de senhora ou Senhorita. E estou inclinada a fazer um Tteokbokki. - Ele me olha desconfiado.

— Que tal um Bulgogi? - Sugere ele.

— Brega! -  Provoco sorrio em seguida.

— Vamos fazer um Bimbibap, que tal?

— Você gosta de ser do contra ou está fazendo isso pra me provocar?! - Pergunta irônico.

— Um pouco dos dois eu acho. - Respondo e começamos a rir.

— Então façamos assim, um Bimbibap e uma deliciosa carne coreana com legumes na grelha. - Concordo satisfeita.

— Muito bem. Vou só observar por enquanto. - Ele cruza os braços me provocando.

— Então é  melhor sentar bonitão. - Digo me aproximando um pouco mais do que devia. — Ainda assim preciso que me indique aonde encontro os utensílios. Sua cozinha lembra?

— Pode deixar masterchef. - Diz ele ainda encostado na bancada.

— Preciso de um colher grande. Se tiver de madeira será o ideal.

— Segunda gaveta de cima para baixo, bem ali. - Ele aponta.

— Yaaaa! - Sinto uma dor aguda assim que coloco a mão em busca da colher.

— Deixa eu ver! Para de se mexer menina! - Jin gritava e  segurava um pano na minha mao.  Droga eu e  essa minha mania de procurar as coisas sem realmente olhar.

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