A salvo

Narrador on..

       Com seus nomes estampados em todos os meios de comunicações, já era um fato consumado que sua estadia no Brasil seria afetada. Jin estava muito nervoso, Taehyung não ficava atrás, Lili e Ana trataram logo de movimentar os vários grupos de armys e montaram um grande movimento de contingência na tentativa de parar os rumores e falatórios sem sentido.

        O dia da partida chegou e Ana estava visivelmente devastada. Sentia como se uma parte de sua alma estava se separando de si. Mesmo que tentasse de qualquer forma não demonstrar como realmente se sentia na frente do homem que amava, Jin percebeu quase que imediatamente.

— Não precisa esconder o que sente. Acredito que logo estaremos juntos. - Jin fez questão de dizer isso enquanto lhe dava um abraço gostoso e aconchegante.

— E agora você passou a ler minha falta de expressão? - Ana perguntou sorrindo.

— É fácil pra mim. Usei isso como um apoio por muito tempo. Eu pensava,  "se não demonstrar que está sofrendo, então o sofrimento em si não será real. Por tanto esconda-o Seokjin".

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—  O seu sofrimento tem nome? - A pergunta de Ana lhe causa uma pontada na boca do estômago, porém sentia que talvez fosse a hora certa para falar um pouco do seu passado.

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—  Tinha. Se chamava Nari. - Respondeu a virando para si.

—  Fala com se ela não existisse. Ela ... morreu? - Ana esperava ansiosa pela resposta.

—  Não. Pior. Ela me abandonou. Me trocou per sua carreira em ascensão. Eu era um Zé ninguém na época e depois de muito tempo cheguei a conclusão que Nari nunca acreditou que o magrelo esquisito conquistaria algo. - Ana está incrédula e ouviu tudo pacientemente. Deixo que Jin lhe contasse tudo com riqueza de detalhes. Percebendo o quanto aquilo deve ter sido traumático para Jin, Ana se apressou em lhe dar carinho.

— Que pena que ela foi uma egoísta safada. - Jin já havia percebido que Ana não tinha filtros e falava o que lhe cabia falar. —  Você merece mais Jin. É um homem incrível. - Os olhos dela se enchem de lágrimas. Queria dizer que ficaria ao lado dele eternamente se ele lhe pedisse, contudo, achava que esse desejo tinha que partir de ambos e para ser franca não sabia se ele queria.

—  Nunca quis procurar ninguém. Me fechei na minha concha. Tentei me proteger, por tanto não voltei a amar ninguém. - Ana Abaixou a cabeça. Sentia seu peito arder. Jin notando sua mudança continuou. —  Aí então um dia meu amigo cabeça de vento se apaixonou por uma brasileirinha e ela trouxe sua amiga marrenta para nossas vidas.

—  Eu não sou marrenta. - Ana estava um pouco irritada com a provocação dele e ao mesmo tempo achava aquilo fofo. Fez mensão em levantar-se, porém Jin a impede.

—  Senta aí e me ouve até o fim. Essa marrenta foi me invadindo, preenchendo meus sonhos, meus desejos e aos poucos aquilo que eu mesmo permiti ficar cinza, foi ganhando cor e se multiplicando. Aos poucos Ana você foi despertando sentimentos que eu batalhei tanto para não ter mais, porém ao invés de ficar triste ou com raiva eu simplesmente parei de lutar contra. O que quero dizer é, eu tenho que volta, mais minha alma e meu coração parecem que querem ficar aqui do outro lado do oceano, ao lado da mulher que os tomaram de mim. - Ana já estava chorando sem parar. Sua única resposta foi lhe dar um beijo cheio de amor.

        Assim que chegou em casa, Ana trancou-se em seu quarto e lá ficou por dias. Seus pensamentos estavam tão nebulosas. Juntou todas a suas forças para focar no trabalho.

         Depois de um dia cansativo, Ana que chega daquele jeito.

— Mais é teimoso aff. Como posso gostar tanto? - Ela briga consigo mesma.

—  Já vi que o dia não foi lá essas coisas. - Lili comenta.

— Meu dia foi ótimo até ligar para o Jin e ele começar uma discussão sobre a pimenta coreana que usamos no kimchi. - Ela explica largando-se ao lado da amiga.

—  Vocês dois ainda vão acabar casados. - Lili diz rindo enquanto sua amiga revira os olhos.

—  Que negócio é esse que você está olhando? - Pergunta e então Lili conta sobra a proposta da menina do grupo dela e de como achou tudo suspeito.

        Ana fica calada, muito calada. Coisa que só acontece quando ela está extremamente incomodada com algo. Analisa imagem por imagem mais de uma vez e então se pronuncia.

—  Acho melhor contar para o Tae e verificar se alguém de nosso grupo aceitou isso. Tem algo muito errado.

—  Vou falar com ele agora. - Lili Responde.

—  Eu vou chamar as meninas no privado e perguntar, mais antes preciso de um banho. - Ana levanta-se e vai para seu quarto.

       A discussão com Jin tinha lhe sugado muita energia e ela agora estava desnorteada com o que acabara de ver. Deixou que água levasse toda sua raiva embora para que pudesse conversar com as demais tranquilamente.

        Quando finalmente sentiu-se melhor, Ana fez o que prometeu. Conversou com muitas meninas e descobriu que cada uma havia recebido um material semelhante ao de Lili, apenas o foco da propaganda era diferente.

— Lili! - Ana volta aos berros à sala causando um baita susto na amiga.

— Que foi? - Pergunta se virando em sua direção. —  Você está branca feito papel. Está passando mal? - Questiona assustada.

— Ela enviou mensagens similares às outras também, mais parece ter escolhido a dedo seus alvos. Só as mais novas receberam. Precisamos avisar a polícia e...

—  Não podemos!

— Como não podemos? Ela ou ele ou seja lá quem for está realmente com segundas e terceiras intenções.

— Maia pediu que enviasse tudo a ela. Vamos confiar.

— Não podemos ficar de braços cruzados. - Ana estava beirando a um colapso.

— E não vamos. Façamos assim. - Lili se ajeita na frente da amiga e segura em suas mãos. —  Vamos juntar todo o material, incluindo em outros grupos, de forma silenciosa e enviar tudo a Maia. Se alertarmos os grupos agora com certeza o esquema vai continuar em outros grupos. Agora se pegarmos seja lá quem esteja fazendo isso de forma silenciosa, acabamos com tudo.

—  Tem razão. - Ana responde ainda preocupada.

— Você está estranha.

— É só um pressentimento ruim. - As palavras dela causam medo em Lili.

— Vamos nos dividir assim, Você procura informações em outros grupos e eu repasso tudo a Maia.

        Rapidamente Ana se dedica a sua missão. Mostrando todo o material que recolheu. As imagens apesar de similares as que armygril enviou a Lili, não eram as mesma.

— Veja isso. Eles mudam a propaganda de acordo com o interesse da pessoa. Nessa aqui a gente vê que é focado em promessas de se tornar idol. - Lili diz analisando tudo com cuidado.

— Esse aqui é sobre a Hybe e não sobre o BTS. - Ana mostra as imagens enviadas num terceiro grupo.

— Vou mandar isso agora mesmo para o Tae.

—  Vamos esperar que isso ajude Maia e os meninos a chegarem ao fundo disso. - Ana fala com um semblante preocupado.

        Apesar do pressentimento ruim, Ana não estava preparada para o que iria acontecer. Quando chegou em casa aquela noite seu mundo desabou. Havia sangue no chão, móveis virados, vidro quebrado e Lili havia sumido.

        Em desespero Ana liga para a polícia. Não demorou muito para que o investigado Ramos aparecesse e lhe explicasse o que tinha acontecido.

—  Preciso ligar para O Jin, a Maia, sei lá. Preciso avisa-los.

—  Isso já foi feito.

O agente mal tinha acabado de falar e o celular de Ana toca.

Jin?! - Sua voz sai embargada demais.

—  Calma meu amor! Estamos chegando. Segure as pontas até . Não chore se eu não estiver para te consolar. Você é forte, é army e toda army é forte, mesmo que não consiga ver isso. - Ana segurou o choro e se mante firme.

         Como sua casa havia virado uma cena de crime, Ana acabou ficando na casa dos meninos. Tinha tentado dormir, porém a falta de notícias de sua amiga e a ansiedade para estar nos braços de Jin novamente não lhe permitiam desligar. Ana penas se aconchegou como pode no sofá e ali ficou.

—  Não devia dormir aqui pequena. Vai te fazer mal. - Aquela voz grossa preencheu seus ouvidos e chegou a sua alma.

—  Jin... - Ana correu de encontro ao amado e finalmente se permitiu chorar.

       Enquanto afagava seus cabelo e cuidava da mulher que amava, em um canto qualquer do país, A polícia invadia o cativeiro e resgatava Lili. Taehyung não arredou o pé do lado das autoridades nem por meio segundo e quando Lili acordou ele foi o primeiro rosto que ela viu.

      Ana respirou aliviada ao ver a amiga e depois de lhe dar um forte abraço, lhe xingou e puxou suas orelhas, por ter sido tão louca ao ponto de aceitar um trabalho tão perigoso.

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