Meu Nome é Guilmon!

Takuma continuava correndo para sua casa a toda velocidade, em sua mente, as imagens da criatura misteriosa se faziam cada vez mais presentes, o misterioso dinossauro vermelho, se é que pode se chamar de dinossauro, deixou à mente de Takuma ainda mais confusa, o garoto nunca havia presenciado uma cena como aquela antes. Explosões, carros voando, tudo parecia ser obra de algum filme muito bem elaborado por Michael Bay, ou Zack Snyder, diretores do qual Takuma gostava de acompanhar nas idas ao cinema.

Não demorou muito para Takuma chegar a sua casa, o garoto parou tomando um pouco de fôlego na porta de entrada e então, com calma, abriu a porta de sua casa, Takuma retirou seus sapatos ficando somente de meia, a casa não era muito grande, possuía um tamanho para abrigar ele e sua mãe sem problemas, no térreo, além da lavanderia e do jardim atrás da casa, havia o banheiro, a sala de estar, a cozinha e um pequeno escritório onde sua mãe trabalhava de casa. No andar de cima ficavam os quartos assim como outro banheiro.

Takuma logo subiu para o seu quarto e fechou a porta em seguida, durante a breve parada na entrada da casa, Takuma percebeu que sua mãe ainda não havia chegado do trabalho, pois seus sapatos não estavam por lá, talvez por conta do trabalho extra ou por conta das falhas na cidade, o garoto não teria como saber. Takuma largou sua mochila no chão e logo se deitou em sua cama dando um longo suspiro de alívio.

Seu quarto era espaçoso, possuía uma cama do lado da janela, um enorme guarda roupa, assim como uma estante com suas revistas e mangás enfileirados nela, perto da ponta da cama, ficava uma mesa com mais alguns livros e um PC de mesa, assim como uma cadeira para se sentar, no chão, havia um belo tapete estampando algo similar a uma pintura da época renascentista, completando o visual do quarto, alguns pôsteres de filmes e animes famosos do quais curtia se faziam presentes enfeitando ainda mais o quarto.

Depois de algum tempo deitado refletindo sobre o ocorrido, Takuma se lembrou da misteriosa luz que viu em seu bolso. Com calma, Takuma colocou a mão no bolso da perna direita e em seguida, onde antes não havia nada, Takuma sentiu algo, lentamente, Takuma retirou a mão do bolso, e em seguida, o garoto soltou um olhar assustado o que o fez se levantar de imediato, em sua mão, havia um pequeno dispositivo, muito similar aos famosos Tamagotchi que fizeram sucesso nos anos 90.

Takuma os conhecia por sua mãe guardar um de lembrança de quando era mais nova, porém diferentemente dos aparelhos de brinquedo, o dispositivo era de uma cor verde bem clara, havia uma pequena tela no centro com dois botões do lado esquerdo do dispositivo e um do lado direito, em volta da tela, Takuma notou que havia algo gravado, porém o garoto não conseguia ler o que era, pois não conseguia reconhecer os símbolos.

Em seguida, Takuma apertou um dos botões e logo afastou o dispositivo de seu rosto esperando que algo acontecesse, porém, não aconteceu nada. O dispositivo não fez nenhum barulho ou emitiu sequer um brilho, Takuma o observava com um olhar estranho e confuso, um dispositivo misterioso que surgiu do nada em seu bolso em meio a uma confusão como aquela, era no mínimo estranho. Takuma imaginou que alguém poderia ter colocado ali sem que percebesse, pois não faria sentido aquilo surgir brilhando do nada no meio da rua, em meio a um momento de desespero, em meio a uma confusão enorme como aquela.

- O que será isso? Será que... Está quebrado? - se perguntava Takuma observando o pequeno dispositivo. - Ah merda! O que é tudo isso? - se perguntou Takuma novamente enquanto deixava o aparelho em cima de sua cama.

Em seguida para relaxar, Takuma pegou sua toalha e seguiu para o banho, o garoto demorou quase 15 minutos, enquanto relaxava com a água caindo sobre seu corpo, em meio aos seus pensamentos e dúvidas, Takuma procurou esquecer um pouco o que aconteceu na rua e voltou a relaxar. Após o banho, o garoto se enrolou em sua toalha e seguiu de volta para o quarto a passos calmos, quando Takuma abriu a porta, o garoto soltou um enorme grito enquanto caia para trás assustado, a sua frente, o misterioso dinossauro vermelho estava no seu quarto sentado em sua cama, e do seu lado, o misterioso dispositivo se encontrava, emitindo uma luz fraca que logo se apagou.

- Olá Takuma! - disse o dinossauro em seguida com um sorriso.

- V-vo-você fala? Então não era um sonho? - questionou Takuma se levantando aos poucos.

- Sonho? Não, não era um sonho aquilo foi real Takuma! - respondia a criatura.

- Como... Como você sabe o meu nome? - questionou o garoto em seguida se aproximando com cuidado.

- Por que, eu te escolhi... - respondia o monstro.

- Eu... Não entendi. O que quer dizer com isso, como assim me escolheu? - perguntou Takuma com um rosto de muitas dúvidas.

- Eu... Fui enviado para este mundo, enviado para procurar alguém que pudesse ajudar... Eu te observei por algum tempo, sua coragem, sua vontade de ajudar as pessoas sem pedir nada em troca... Isso me atraiu até você... E quando você correu para salvar a menina, eu sabia que era você o escolhido... - respondia o monstro.

- Mundo? Escolhido? Isso ta... Muito...

- Takuma!

- Ué, está tudo, girando... - de repente, Takuma caiu no chão desacordado.

Ter um monstro vermelho conversando com você, o choque por presenciar um misterioso acidente, e depois o monstro falando de outro mundo dentro do seu quarto, tudo isso foi demais para o garoto que desmaiou em seguida. Após meia hora desacordado, Takuma começava a recobrar a consciência aos poucos, o garoto notou que estava em sua cama coberto por um cobertor, ao olhar para o lado, viu perto da almofada, o pequeno dispositivo, e agora sentado no chão com um sorriso no rosto estava o dinossauro vermelho. Takuma respirou fundo tentando se acalmar novamente, após se sentar na cama encarando o monstrinho, as perguntas recomeçaram.

- Certo... Vamos por parte e com calma. Então... Eu fui escolhido por você para te ajudar em alguma coisa? - Questionou o garoto.

- Sim!

- E por conta da minha coragem, você decidiu que eu era a pessoa certa, e que estava me observando há algum tempo? - questionou Takuma novamente.

- Sim! Eu o observei até ter certeza que era você... - respondia o dinossauro.

- Certo até aqui acho que da pra entender... Agora... Da onde você veio exatamente? De que lugar você é? O que é você? - questionava Takuma.

- Eu sou um Digimon... Nós somos seres que vivem no mundo digital, chamado de Digimundo. - respondia o monstrinho.

- Digi... Mundo? Isso parece coisa de mangá de fantasia... - após uma pausa, Takuma continuou. - E... O que você quer no nosso mundo exatamente? Por que precisa de ajuda? - questionou.

- Assim como existem Digimons bons como eu, existem Digimons maus, e esses Digimons vieram ao seu mundo e estão causando estragos... Porém, nós não conseguimos lutar sozinhos... E então, fomos enviados até aqui para que possamos achar um parceiro, alguém que podemos confiar, para nos ajudar nessa batalha. - respondia o monstrinho.

- Mas se vocês são... Assim, nessa forma, e pelo que estou observando, ainda possuem poderes, por que precisam da ajuda de nós humanos para lutarem contra esses... Digimons maus? - perguntou Takuma franzindo a testa.

- Quando estamos unidos a alguém o qual escolhemos, nós desbloqueamos poderes que sozinhos não podemos usar... Humanos e Digimons podem conviver em harmonia... Takuma, por favor, me empreste a sua força! Juntos, nós podemos salvar os mundos, nós podemos salvar vidas... - dizia o misterioso Digimon se levantando.

Takuma estava surpreso com toda a história, tudo aquilo dito pelo Digimon a sua frente, parecia algo difícil de acreditar. Digimundo? Seres digitais chamados de Digimons? Tudo ainda era muito confuso para se compreender, Takuma havia entendido toda a história, porém muitas outras perguntas se faziam presentes em sua mente, o garoto que já estava cheio de informação logo afastou tais perguntas de sua cabeça, afinal, saber de tudo no momento não era o ideal, Takuma já havia desmaiado só por tudo o que passou pela manhã, e pelas informações ditas pelo misterioso Digimon a sua frente, Takuma já possuía ali, muita coisa para se pensar.

Só por ter visto um carro voar, e mais cedo ser salvo pelo Digimon a sua frente, Takuma já sabia que a história poderia ser verdadeira. Takuma estava com uma expressão séria no rosto, o Digimon a sua frente o olhava com atenção esperando atentamente por alguma fala do garoto. Após alguns minutos pensando, Takuma pegou o dispositivo nas mãos e então o observou por alguns minutos.

- Eu... Quero lhe perguntar uma última coisa... Aquela explosão de mais cedo... O que foi aquilo? - questionou Takuma.

- Aquilo, foi causada por um Digimon mal. Eu não aguentei esperar e iniciei uma breve batalha contra ele... Desculpa por causar confusão pelo seu mundo... - dizia o Digimon.

- Se ele não foi derrotado... Significa que ele está à solta por ai não é? Significa que mais pessoas como aquela menina podem estar em perigo não é? - questionou Takuma com um olhar de preocupação.

- Sim, mas se unirmos nossas forças... Podemos impedir que ele e outros Digimons maus, causem mais estragos... - afirmava o Digimon.

- "Ele tem razão... Eu vi aquilo com meus olhos... Ele está na minha frente agora... Sei que nada disso é mentira... Salvar os mundos... Salvar as pessoas me unindo a ele... Isso tudo é loucura, mas... Se existem monstros assim... Se existem Digimons maus causando toda essa destruição por aqui... Eu..." - pensava Takuma consigo mesmo enquanto fechava seus olhos se concentrando.

- Takuma...

- Está bem... Eu vou ajuda-lo, isso tudo ainda é estranho e confuso, mas se pessoas estão em perigo e eu tenho o poder de salva-las eu vou salva-las... Eu vou lhe ajudar Digimon... Juntos, vamos deter esses monstros maus e salvar cada vez mais vidas... - dizia Takuma se levantando com um sorriso no rosto e esticando sua mão.

- Meu nome não é Digimon, eu tenho um nome também... Meu nome é Guilmon! - dizia Guilmon com um sorriso enquanto esticava sua mão.

Em seguida, Takuma deu um sorriso estranho e logo apertou uma das garras da mão direita de Guilmon.

- Muito prazer... Guilmon! - disse Takuma com um sorriso no rosto.

- Takuma...

- Sim...?

- É... Pequeno... - disse Guilmon olhando para Takuma com uma cara estranha.

Em seguida, Takuma olhou para baixo e notou que ainda estava sem roupa, o que lhe causou um novo susto. Sem pressa, Takuma abriu o guarda roupa e pegou algumas roupas de baixo assim como um visual mais casual. Após alguns minutos, Takuma já estava devidamente vestido, o garoto usava uma camisa vermelha e por cima, estava com uma blusa de frio de manga longa, com uma cor branca em boa parte da blusa, com mangas em cor azul, sua blusa ainda continha uma touca na parte de trás também de cor azul, sua calça era branca, e em sua cabeça, Takuma colocou seus óculos vermelhos.

Em seguida, Takuma se sentou na cadeira que havia em seu quarto enquanto ligava seu PC, porém sem sucesso, a máquina não respondia ao pressionar dos botões que a ligavam. Logo o garoto se lembrou que boa parte dos equipamentos estavam apresentando falhas o dia inteiro, em seguida, Takuma girou sua cadeira observando Guilmon sentado no tapete do lugar.

- Assim... Guilmon... Como vamos fazer para localizar esses Digimons maus que estão causando confusão pela cidade? - questionou Takuma.

- Geralmente eu sinto a presença deles se aproximando, algo que vocês devem chamar por aqui de extinto animal... Porém tem um jeito fácil... Usando o seu Digi-veice. - respondia Guilmon apontando para o dispositivo na mão de Takuma.

- Digi-veice? Então esse é o nome desse treco aqui... - disse Takuma o analisando novamente.

- Sim, com ele podemos unir nossas forças, e ao apertar esse único botão... - disse Guilmon apertando o botão da direita do dispositivo. - Podemos localizar outros Digimons, assim como outros Digi-veices... - concluiu Guilmon enquanto um pequeno mapa da região surgia na tela.

- Outros desse... Significa que tem mais por ai que nem a gente? - questionou Takuma.

- Muito provavelmente, eu conheço mais dois que estavam comigo no Digimundo, mas eu não sei dizer se eles vieram pois nos separamos e eu vim sozinho para cá em seguida. - respondia Guilmon.

- Entendo... Que maneiro... Mas por que ele não funcionou quando apertei antes? - questionou Takuma observando o misterioso Digi-veice.

- Deve ser porque você apertou muitos botões de uma vez... - respondia Guilmon.

- Entendi... Bom eu acho que uma criatura como você vai causar pânico por ai, principalmente com a minha mãe... Ela vai ter um surto pior do que o meu se te ver aqui... Então, vãos seguir algumas regras ok? - dizia Takuma.

- Sim! E quais serão? - questionou Guilmon.

- Bom para começar, você não deve sair deste quarto enquanto estivermos aqui, se eu estiver fora, e você ficar, não saia sozinho, e não abra aquela porta, se ouvir qualquer barulho estranho ou uma voz que não seja a minha, se esconda embaixo da cama e só saia se eu chegar e falar algo, entendido? - sugeriu Takuma com um sorriso.

- Pode deixar... - disse Guilmon sorrindo em seguida.

- Certo! Então, espere aqui, eu vou pegar algo para comer, espero que você coma comida normal. - disse Takuma saindo pela porta do quarto.

Em seguida o garoto foi até a cozinha, onde preparou alguns lanches, Takuma preparou alguns sanduíches improvisados com o que tinha na geladeira, Takuma também pegou um pouco de suco e alguns salgadinhos e com cuidado, levou a bandeja com as coisas para seu quarto.

Takuma sentou-se no chão com Guilmon e juntos ambos passaram a comer, Takuma se espantou, pois o apetite de Guilmon era enorme, rapidamente o Digimon comeu praticamente todos os sanduíches deixando apenas dois para Takuma, o garoto os comeu e em seguida, tomou um pouco de suco, sendo que Guilmon bebeu a jarra inteira, novamente deixando o garoto espantado. A tarde foi se aproximando de seu fim, já era quase 17:10 e o dois conversavam sobre algumas coisas, Takuma ainda ensinava a Guilmon a se esconder quando sua mãe estivesse em casa dentre outras coisas.

Depois de 15 minutos, ambos pararam o que estavam fazendo, Guilmon subiu de repente em sua cama, indo até a janela e olhando para fora, Takuma o seguiu observando a cidade, tudo parecia tranquilo, porém Takuma sentiu um vento gelado percorrendo o local, em seguida, os fios de luz na rua começaram a emitir ondas elétricas estranhas, pequenos fios de energia podiam ser vistos, e então alguns transformadores explodiram o assustando. Guilmon fez uma expressão séria olhando na direção do centro do bairro, onde antes aconteceu o acidente.

- Takuma... Eu o sinto... Tem um Digimon mau por perto... O mesmo que eu estava perseguindo de manhã. - dizia Guilmon.

- Sério? Consegue achar ele? - questionou Takuma.

- Sim, Takuma... Vamos nessa. - disse Guilmon com um sorriso observando o amigo.

- "Uma batalha... Se esse Digimon mal continuar a solta... Pessoas vão se ferir... Agora... Não, não pensa Takuma... Você sabe o que tem que fazer... Ter poder e não ajudar as pessoas, isso faz de você um vilão também..." - pensava Takuma com um olhar assustado.

Takuma deu tapas em seu rosto voltando a se concentrar, em seguida, o garoto viu o rosto de Guilmon o observando esperando por algum sinal, esperando seu parceiro atentamente, para que pudessem enfrentar sua primeira batalha juntos.

- Certo! Guilmon! Vamos nessa! - afirmou Takuma pegando seu Digi-veice na cama e o colocando no bolso.

- Sim!

Em seguida, os dois desceram as escadas, Takuma colocou seu tênis branco e assim correu para fora de casa junto com Guilmon, mesmo com dúvidas e um frio na barriga, Takuma estava determinado, e com muita coragem em seu rosto, o garoto estava pronto para sua primeira batalha, uma batalha para salvar vidas.

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