Capítulo 46
-ooOoo-
Depois da adoção nossa vida melhorou muito. Muito mesmo, Bernardo era com certeza o ser humano que eu estava esperando para a vida. Ele era amável com todos, adorável com todos, gostava de ajudar as pessoas, gostava de ser gentil com as pessoas... E eu com certeza tinha que mudar isso.
Noah quando o conheceu se apaixonou. Ele disse que sempre quis ter um irmãozinho e Bernardo como é carente de pessoas logo se apaixonou também e os dois eram confidentes um do outro.
O que eu não gostei muito para deixar claro.
— Não quero você com ele!
— E por que não? — ele perguntou confuso.
— Você é o Noah! Preciso de mais algum motivo?
Ele apenas revirou os olhos.
— O monstro dessa casa aqui é você e não eu!
— O que disse? — perguntei só para saber se ele tinha coragem mesmo de dizer novamente aquilo que tinha dito, o que eu duvido muito.
Noah apenas se jogou no sofá e ficou me olhando como se estivesse me desafiando. O que está acontecendo com essas criaturas desse livro? Eles estão muito ousados.
— Diego... O menino é um anjinho e você está tentando transformar ele em uma copia fiel sua, mesmo sabendo que ele é muito puro para esse tipo de coisa. Então não vai rolar, por que não pode apenas aceitar que ele é um anjinho e não vai para o lado negro da força?
Foi a minha vez de revirar os olhos.
— Quantas pessoas tiveram coragem de mexer comigo por eu ser assim?
— Ninguém...
— Exatamente.
— Mas não é por que você é porra louca, e sim por que faz questão de gritar para os outro que é louco, que tem tratamento especial e que pode matar todo mundo, mas não vai preso por que toma remédios manipulado.
— E costuma dar certo.
Noah se levantou.
— É impossível ter uma conversar normal com você.
Desde quando eu sou normal?
— Eu vim aqui apenas para ver o Bernado e dizer para esquecer do casamento na semana que vem.
— Noah... Você vai se casar, acha mesmo que eu iria esquecer disso? Não é todo os dias que isso acontece. Pode ter certeza que eu não irei esquecer.
Ele deu um sorriso e beijou a minha cabeça.
— Te amo, diz para o pai que eu mandei um beijo.
Como Bernardo estava dormindo, ele apenas deu um beijo no rosto gordo do meu filho e foi embora. Eu então me joguei no sofá e liguei para o Maurício. Ele estava mais animado que qualquer coisa por causa desse maldito casamento, maldito apenas pelo fato dele estar me irritando, mas eu estava muito feliz pelo meu filho e pelo Michelangelo.
— Fala Diego! — ele disse respirando rapidamente.
— Por que está assim?
— Estava aqui na pousada onde será a festa de casamento.
— E é bonita?
— Poderia ser melhor, mas o Michelangelo disso que é maravilhosa...
— Os gostos de vocês são questionáveis.
— Os dos meus filhos são, pode ter certeza. O que você quer?
— Sair... Estava pensando em ir no shopping.
— Desculpa, mas as coisas aqui estão uma loucura. Se eu deixar as coisas na mão dos meus filhos não haverá casamento, mas você pode sair com o Patrick, ele é o único que está disponível.
— Prefiro enfiar agulhas nos meus olhos...
***
Eu estava sentado na praça de alimentação olhando para o Patrick, ele estava comendo dois x hambúrgueres que nem um boi... Isso não foi uma comparação muito certa... Mas enfim, Bernado estava do meu lado comendo batatinhas e seus 10 filhos estavam juntos com a gente.
O nerd estava mexendo no celular.
O outro estava se maquiando.
A outra estava lendo e nem ai para o mundo.
Os outros dois (que eram gêmeos) estavam discutindo.
O outro estava gritando para a tela do tablet por causa da galinha pintadinha.
O outro estava comendo (gordo, imenso, obeso).
Os outros dois (mais uma vez gêmeos) estavam dormindo.
E o mais novinho estava no carrinho.
— Quantos anos seus filhos tem? — eu perguntei para ele.
— Vou começar dos mais velhos para os mais novos — ele disse limpando os restos dos dentes. — Esse aqui é o Ned, ele tem 17 anos e é um futuro programador. Esse aqui é o Pablo, tem quase 16 e é um futuro maquiador/estilista/Drag Queen. Essa aqui é a Mag, ela tem 13 anos e é... Bom, ela não gosta muito de conversar. Esses dois animais aqui são o Pedro e o Jhon, ambos tem 12 anos e só sabem brigar e jogar futebol. Esse que está comendo desde que chegou é o Sebastian, ele tem 10 anos e é o futuro chef da casa. Esse que está fascinado com a galinha pintadinha é o Josh, ele tem apenas 5 anos. Os dois gêmeos que estão dormindo estão com 2 anos e essa aqui é a minha caçula... Perola, tem alguns meses, mas não me lembro qual ao certo.
— Meu Deus Patrick, vocês precisam parar de fazer filhos!
O garoto que estava passando um batom "nude" na boca saiu do seu mundinho de RuPaul e concordou com a cabeça freneticamente.
— Esse ai está mais que certo! — ele disse me apontando o batom.
Esse ai?
Esse ai?
Quem essa criatura perturbada acha que é.
— Eu não aguento mais dividir o quarto com esse dai! — ele apontou para o nerd que eu não me lembrava mais o nome. — Ele fede, não toma banho, não arruma o quarto e me masturbando em baixo da coberta.
O nerd que estava jogando video Game olhou para o irmão com desprezo.
— Pelo menos eu faço em silêncio, não fico miando o nome do Brian no banheiro. Isso ai, vai mais forte Brian, mais rápido Brian — ele disse afinando a voz.
A garota que eu nem me lembrava que existia arregalou os olhos.
— Olha onde estamos seus nojentos pervertidos. Ai, por isso eu odeio essa família.
— E você nem devia estar aqui fofa — ele disse para a irmã. — Volta para o buraco de onde você saiu fofa.
"O buraco da Amanda." — disse a personalidade legal me fazendo segurar o riso.
"Diego por favor, essa briga não é nossa."
"Chegou quem não devia."
— Vocês são patéticos — disse um dos gêmeos e o outro concordou com a cabeça.
— Não mais que o que gosta de falar com nuggets de frango — disse o maquiador para o gordo que arregalou.
— Não diga meu nome em vão criatura nefasta — o gordo arremessou uma batata no gay que ficou revoltado e esperneou.
Então a discussão começou.
Todos estavam em volta olhavam para aquela cena deplorável dos 50 filhos da Amanda e do Patrick brigando cada um por um motivo inútil que não me importava. Eu apenas peguei meu filho com seu lanche e sua mochila e me levantei.
— Onde você vai? — Patrick perguntou desesperado.
— Pra bem longe daqui.
— Mas isso é culpa sua, não pode ir embora.
— Na verdade isso é culpa sua e da Amanda que não param de transar.
— Diego!
— Mande lembranças a ela.
***
Enfim chegou o casamento do Noah. Todo mundo estava animado e muito feliz, tirando o Noah que estava em estado vegetativo.
— Noah acorda — eu disse puxando seu cabelo.
— Não faz assim com o meu filho — Africa disse brava.
— Agora ele é o seu filho? Onde estava a três anos atrás quando ele quase foi preso?
— É...
— Onde estava quando ele chegou bêbado e destruiu tudo?
— Diego...
— Onde estava quando esse desgraçado me fez ir preso? Não diga que ele é seu filho — eu bati palmas para ela como aqueles barraqueiros em programas onde vão brigar com família em rede nacional fazem.
— Ele saiu da minha vagina.
— Para você ver qual o nível da criança.
Rafael entrou no quarto de cara feia.
— Já chega vocês dois, podemos por favor focar no Noah que deve estar tendo algum ataque de pânico, ou colapso, ou até mesmo um derrame — Rafael disse desesperado.
Igual ao pai.
Depois de um tempo ele voltou a vida e conseguiu ser normal por alguns minutos. Tomou um banho correndo, trocou de roupa e se vestiu como uma pessoa deve se vestir para um casamento e fomos correndo antes que o Marcelo pensasse que fugimos.
Quando chegamos lá a cerimonia foi linda de mais e o melhor é que ele estava se casando, significa que nunca mai ia voltar para a casa e se pensasse em voltar eu tacaria fogo nele e quem tentasse me impedir.
No final da cerimonia todos estavam felizes até chegar um ser humano... Para não falar outra coisa, e disse que tinha um filho do meu filho. Pensa em um mini Noah... Pois é, as coisas ficaram um pouco fora de controle.
Mas tudo foi esclarecido quando fizemos e exame de DNA e deu positivo... Pois é, nem tudo no mundo é como você quer.
Mas o importante é ser feliz.
Ou não. Na verdade não ligo.
O que eu estava falando mesmo?
XXX
Mais dois capítulos.
Espero que estejam gostando.
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