Capítulo 31

-ooOoo-


Depois do meu casamento posso dizer que as coisas melhoraram muito. A mão do Rafael nunca mais apareceu. Rafael deixou e ser um animal debiloide e começou a se portar como gente. Maurício e Marcelo estavam insuportáveis com a gravidez da Amanda. Patrick continuava sendo ele e isso com certeza não é bom. Kendra estava agindo mais estranho que o normal e eu a peguei falando sozinha varias vezes. E Samuel continuava sendo o Samuel, o que vocês também sabem, não é nada bom.

Depois de um longo tempo os filhos do Marcelo e Maurício nasceram. Eram dois bebês lindos de olhos azuis maravilhosos. Posso dizer que um deles tinha cara de Satanás, mas o outro tinha cara de anjinho... Sou bom em ler as pessoas, um se chama Dominic e o outro Michelangelo, claro que eu mantive distancia deles.

Não sou muito chegado a coisas que não falam.

E nesse meio tempo eu também ensinei o Noah a ser um garoto educado e de boas maneira, quem visse ele hoje nem diria que era o mesmo garoto que chegou aqui em casa no passado.

— RAFAEL! — eu disse andando de um lado para o outro. Noah estava sentado na mesa me olhando com aqueles pequenos olhos castanhos desafiadores.

Rafael chegou na cozinha bravo como sempre, desde que ele abriu seu próprio  escritório com os outros três ele ficou assim, sem paciência.

— O que é, que você fica me gritando? E... — ele parou e me olhou. — O que aconteceu com você?

Ele estava segurando o riso. Sinto isso.  

— Seu filho, sua responsabilidade. Eu quero distancia de você e desse Gramlin — eu disse apontando para o Noah que estava me olhando com carinha de bravo.

Eu peguei um pano e comecei a limpar o mingau que o Noah tinha jogado na minha cara, O Rafa disse que hoje era um dia que ele estava meio emburrado, e que não gostava de muito de pessoas por perto, mas jogar um prato de mingau na minha cara já era de mais.

— Filho por que você fez isso com o papai Diego? — perguntou Rafael e ele ficou de cara feia.

Essa criança está possuída, não é possível.

— Fala Gramlin, o que você quer?

Lizette 2.0.

— Um boneco do Homem-Aranha, mas você falou que não ia me dar.

— Eu estava com pressa, e não tinha tempo para comprar brinquedo, mas isso não é motivo para me lavar com mingau de aveia.

Desde que ele aprendeu a falar... Bom, está assim.

— Amor, não precisa brigar com ele. 

Rafael disse limpando a mão do Noah.

— Rafael vem aqui— eu disse chamando ele com o dedo. — Vem mais.

— O que foi Ninfeto? — ele perguntou rindo e eu disse no seu ouvido.

— Vai se foder — eu disse e fui para o banheiro e me tranquei lá.

Eu me enfiei em baixo d chuveiro e fiquei por lá tempo de mais. Depois que eu sai, ainda pude ver como eu era gostosinho e maravilhoso e arrumei meu cabelo. Fiquei me olhando no espelho e me lembrei das brigas que eu tinha com a minha mãe.

Eu dizia para as pessoas que eu não me importava mais com as pessoas do meu passado, mas mesmo assim quando eu via algum deles na rua eu sempre saia correndo só para não ter que lidar com eles.

O que eu mais via era o meu pai em restaurantes e coisas do tipo.

Por mais que eu diga que eles não em fazem falta...

— Diego abre essa porta!

— Ai que susto — eu digo com a mão no peito.

— Abre essa porta — ele gritou. Estava descontrolado.

— O que foi?

— Por que demorou tanto?

— Eu não estava falando com a Mia se isso te preocupa tanto. Eu já passei dessa maldita fase. Então por favor, teria como parar de me lembrar disso o tempo todo por que já está ficando insuportável.

Eu ia passar por ele, mas o mesmo segurou meu braço.

— Desculpa... É que eu me preocupo...

— Com isso não, por favor. Eu estou bem e pode deixar caso venha acontecer de novo eu marco com o meu terapeuta. Tudo bem?  

Ele apenas concordou com a cabeça.

— Noah se arruma, a gente vai comprar esse maldito boneco heteronormativo.

Ele deu uns pulinhos e foi correndo para o seu quarto.

Eu troquei de roupa, Rafael deu um banho no Noah e se trocou e fomos a caminho do shopping. Quando chegamos lá o primeiro lugar que nós fomos foi comprar o boneco do Noah.

— Olha só pra isso Noah — eu disse indignado.

— O quê? — ele pergunta me olhando com aqueles olhinhos cor de folha.

— Olha o preço disso, é o olho da Cara Delevingne — Noah ficou me encarando sem entender nada. Esqueci que não se dá para fazer trocadilhos com quem não entende. — Não tem nada melhor e mais barato não?

— Não— ele diz fazendo bico.

Eu olhei para o Rafael que estava sorrindo.

— Tudo bem, você pode levar esse. É seu pai que vai pagar mesmo.

Ele abriu um lindo sorriso e deu um abraço na minha perna, quando ele foi pegar o boneco um menino com mais ou menos do tamanho dele pegou o boneco da sua mão.

— Eu quero esse papai.

— Quem é o enviado? — eu perguntei alto, mas ninguém respondeu.

— Pode fazer o favor de devolver para o meu filho? — disse Rafael.

— Ele não tem que devolver nada.

Quando eu ouvi a voz sem querer fiquei imóvel.

— Meu caro amigo, meu filho estava com o boneco na mão e seu filho veio e o tomou — Rafael disse como um diplomata.

Eu respirei fundo e resolvi agir como se eu não o conhece-se.

— Na boa Rafael — quando eu me virei os olhos do Hunter se arregalaram.

— Diego?

— Olha Noah — eu disse sem dar atenção. — Tem outro igualzinho.

— Mas papai...

— Ser... São todos iguaizinhos, e com certeza tem os mesmos preços, que custa os olhos da cara. Que no caso vai sair do bolso do Rafa. Então vamos.

Eu disse pegando o Noah no colo e querendo sair dali o mais rápido possível.

— Diego! Vai fugir de novo? — perguntou Hunter.

Eu parei e me virei. Fiquei encarando aqueles malditos olhos azuis. Minha vontade era de colocar fogo nele, nele e nesse filho dele que mais se parece com ele. Fogo nos dois. E fogo na Kendra também... Não sei por que, mas me veio uma vibração ruim dos cosmos que aquela quenga vai aprontar.

— Quem é ele? — Rafael perguntou com ciumes.

— Um parente distante — eu disse frio.

— Eu sou o irmão dele.

Quando ele disse isso, eu vi que o Rafael mudou da água pro vinho, ele foi pra ciam do Hunter e segurou ele pela camisa.

— Eu estava esperando por esse dia...

Agora sim as coisas ficaram interessantes.

Hunter ficou com os olhos arregalados e eu me senti um pouquinho vingado, com certeza se eu não tivesse o Noah no meu colo me olhando assustado com a situação toda, eu teria gritado para o Rafael como uma Líder de Torcida.

— Já chega Rafael!

— Mas... — era como se eu tivesse tirado o doce preferido dele.

— Mais nada. Eu não quero você brigando na frente do seu filho.

Ele olhou para o Hunter uma ultima vez antes de largá-lo.

— Pelo visto você está muito bem... — meu irmão disse me olhando.

— Dispenso suas ironias. Agora eu já vou, pois tenho mais o que fazer.

— Não vai perguntar dos nosso pais?

— Por que eu deveria? Foram eles que disseram que eu era uma vergonha, eles me mandaram embora de casa, eles que me humilharam a vida toda. Eu não faço e nunca fiz parte dessa família, minha família é o meu filho e o meu marido, então esquece que me viu aqui e que falou comigo. Esquece que um dia eu fiz parte da sua vida. Assim como eu me esqueci.  

Eu arrastei Rafael até o caixa e depois até o carro. Quando eu me sentei no banco do passageiro ele segurou minha mão e me lançou um grande sorriso.

— Estou orgulhoso de você...

— O quê? Por quê?

— Quando disse que Noah e eu somos sua família.

— Mas vocês são...  

— Eu te amo.

— Eu também te amo.  

Quando chegamos em casa eu deixei o Noah no quarto brincando com o seu brinquedo e fui para a sacada do apartamento tomar um ar. Rafael chegou de mansinho e me abraçou. Ele tentou me ajudar, mas eu acho que não tinha o que ajudar.

Sabe quando você seu momento e quer ficar sozinho com seus pensamentos? Bom, eu estava assim.

Batemos um longo papo sobre o passado e sobre a vida. Depois desse estresse todo resolvemos fazer uma viagem. Não muito longa, mas que desse para esquecer um pouco dos acontecimentos recentes.

Uma boa viagem...

XXX

Não sei se lembram do outro livro, mas eu fiz mudanças. Tipo não quero o Diego sofrendo mais por causa da Bulimia, ele é com certeza uma pessoa muito forte, então eu mudei a parte em que ele fica trancado no banheiro.

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