Capítulo 1

"Querido diário... Eu não acredito que eu estou fazendo isso, mas vamos lá.

Querido diário, é a primeira vez que eu estou escrevendo aqui, hoje a minha terapeuta disse que você poderia me ajudar com o meu problema de se socializar com os outros seres vivos desse planeta.

Ela falou que aqui eu posso escrever tudo o que eu penso, tudo o que eu acho, tudo o que e tenho vontade de fazer com as pessoas.

Vou chamar isso aqui de País das Maravilhas e eu vou ser a rainha vermelha que vai cortar a cabeça de todos os habitantes desse lindo lugar. Vamos começar pleos personagens, e qual os seus papeis aqui nessa historia.

DIEGO THOMPSON (A RAINHA) ♥♥♥

Sim, eu me considero uma divindade que o mundo ainda não está pronto para conhecer. Tenho 17 anos, sou um loirinho com cara de bebê, os azuis angelical, alma de demônio e um corpo não muito aceito pela sociedade. (Malditos padrões de beleza).

Nossa ele é gordo. (Pessoas me apontando o dedo).

Sim, eu sou gordo. Eu gosto disso? Não! Me sinto bem com isso? Não! Minha mãe me ajuda dizendo que eu sou um ser humano lindo, que não tenho que me importar com que os outros dizem sobre mim, que o que importa é a beleza interior? Não!

Por meio disso eu acabei meio que desenvolvendo um pequeno distúrbio, não gosto de falar muito sobre isso, não quero deixar meus súditos entediados com os meus problemas.

EMMA THOMPSON (A BRUXA MÁ)

Tudo bem, eu sei que não existe bruxa má no País das Maravilhas, mas no meu mundo existe.

Emma é a minha irmã mais velha que merecia viver em meio aos porcos de tão imunda que ela é. Por fora? Diego, sua irmã fede a carniça? Não, infelizmente essa entidade maligna de saia vem de uma beleza um tanto quanto maravilhosa... Ela é podre por dentro mesmo.

Posso dizer que ela vai ser a primeira que terá a cabeça cortada aqui no meu mundo.

Vai ser lindo. (Olhos brilhando enquanto penso na cena).

HUNTER THOMPSON (A VADIA, DONA DO BORDEL QUE QUER ROUBAR A MINHA COROA).

Hunter é o meu irmão mais velho, o orgulho da família, o futuro presidente da empresa dos meus pais... E com certeza o fruto de uma traição da mamãe. Por que traição Diego? Por que diferente da minha irmã e eu, tudo bem, ele é loiro e de olho azuis assim como nós, mas a beleza dele é diferente, e é um diferente que não se enquadra na nossa família.

Nunca esperaria isso da mamãe.

Hunter tem 22 anos e me odeia no fundo da sua alma, tudo bem, tudo bem, eu não sofro por isso, se fosse por mim ele seria manco e caolho e não posso esquecer do banguelo. Ele também é o futuro dessa família já que é heterossexual.

Joguei no ar, quem pegou pegou, quem não pegou... 

KATTY THOMPSON (A MADRASTA).

Não, ela não é a minha madrasta, ela é a minha mãe, mas nas historias dos contos de fadas as madrastas sempre são as ruins.

Minha mãe é uma velha louca que sempre se importa com o que a sociedade vai pensar sobre nossa família, mas eu acho isso ridículo já que ninguém na face da terra nos conhece. Uma vez ela fez escândalo por que um fotografo não a fotografou... (Sinta a vergonha alheia).

Ela acha que eu sou louco, não tiro as razões dela. Uma hora eu estou de boa, na outra eu estou arremessando panelas e pratos nos meus irmãos. Ela me colocou na terapia, Vamos ver se vai dar certo, eu particularmente acho que é dinheiro jogado fora, mas como ela dita as regras...

E por ultimo e não menos importante... Na verdade só eu sou importante nessa história, os outros apenas precisam estar aqui para o desenrolar da trama.

ROBERT THOMPSON (O REI DO REINO INIMIGO)

Ele é quem manda e desmanda nessa casa, é um pouco chato e fala de mais, na maioria das vezes ele fala com o meu irmão, elogiando e dizendo como a vadia do Hunter é perfeito. E quando não é  maioria, ele está falando da minha pessoa. Como eu sou inútil, imprestável, ridículo, gordo...

Nada fora do normal. (Revirando os olhos levemente entediado).

Eles as vezes trata até a minha mãe mal. Eu acho que ele e meu irmão fazem incesto e quando o velho no toma a sua dose diária de pica, fica revoltado.

Lamentável...

Bom, é isso. Você vai me ver todos os dias por aqui dizendo como a minha vida é horrível e como é bom arrancar a cabeças desses personagens enquanto tomo uma taça de vinho. E se prepare, por que eu vou ressuscitar todos eles e depois matar de novo.

Até amanhá diário.

***

Eu fechei o diário e fiquei olhando para o pequeno caderno branco com um D desenhado na capa.

— Espero que ninguém ache isso aqui, com toda certeza seria a minha passagem para o inferno.

Eu me levantei da cama e olhei para os lados. Onde é que eu poderia guardar um caderno suspeito, onde está os maiores segredos da minha vida?

— Com certeza no banheiro!

Eu entrei no banheiro do quarto e olhei para os quatros cantos do comodo e o lugar que me veio a cabeça foi atrás do vaso sanitário. A empregada não iria encontrar, e os outros seres iluminados dessa casa não fazem ideia sobre isso.

— É... Acho que não vai dar ruim — eu disse dando de ombros. — Espero que não de ruim.

Eu me joguei na minha cama e coloquei o celular para despertar de manhã. Dei um beijinho no retrato do Ryan Gosling e prometi mais uma vez que quando nos casaríamos, ele teria comida na mesa e roupa lavada todos os dias.

— Por você eu faço esse sacrifico... Quem eu estou querendo enganar, está para nascer o homem que vai me fazer cozinhar e lavar roupa. Está pra nascer.

Me cobri e fechei meus olhos, torcendo para sonhar com o meu país das maravilhas e com os meus irmãozinhos. É Diego, com toda certeza você tem um problema.

***

Eu acordei no susto ao som de Britney Spears.

— Maldito despertador. 

Eu disse me jogando no chão e me arrastando até meu celular e desligando a música. Estava na hora de trocar, por que depois de um tempo não conseguia mais ouvir a música sem sentir um certo asco.

Ainda fiquei jogado no chão por alguns minutos até criar uma real coragem e me levantar. Liguei o radio e fui tomar o meu banho, na verdade não foi bem tomar um banho, foi mais um show que eu dei na banheira.

Quando me olhei no espelho, fiz cara feia para o meu corpo e dei de ombros.

Coloquei o meu uniforme e peguei o meu material assim como meu celular. Quando sai do quarto, pensei em trancar a porta, mas a empregada tinha que arrumar minha cama... É a vida.

Me sentei na mesa sem falar com ninguém.

Emma estava no celular.

Minha mãe estava comendo.

Meu pai estava lambendo o meu irmão.

Nada fora do normal.

Revirei meus olhos e comecei a colocar comida no prato. Foram três pães, quatro bolinhos, dois copos de sucos e uma tigela de cereal. Eu estava comendo muito bem quando ouvi minha irmã dando uma risada nojento.

Eu a olhei e vi que ela estava rindo de mim.

— Está rindo de quê? — eu perguntei tentando ser educado.

— Desse jeito você nunca vai emagrecer.

— E desde quando o meu peso é um problema pra você.

— Desde que todo mundo começou a olhar pra mim por causa de você.

— Me poupe Emma, eles olham pra você por que sabem que você é uma vadia que não vale nada!

Meu pai bateu na mesa com força e eu levei um susto. Emma ficou me olhando com os olhos arregalados e eu não quebrei o contato visual com ela, sei que quanto mais eu olho, mais assustada ela fica.

Acho que ela pensa que eu vou atacá-la.

— Diego peça desculpas a sua irmã — ele disse tentando se controlar.

— Perdi a fome — eu disse me levantando. 

Quando passei pelo meu pai ele segurou meu braço.

— Eu estou falando com você.

— E eu não estou dando a minima.

Puxei meu braço com força e sai de casa batendo a porta da frente. Todas as manhãs eram assim. Se não era a Emma no meu ouvido me enchendo sobre o meu peso, era o Hunter falando sobre a minha sexualidade. 

Eu sou um ser humano super do bem, mas também tenho os meus limites.

— Vaca leiteira!

Eu fui caminhando até a escola.

Quando eu cheguei, não dei muita atenção para as pessoas que estavam por perto e fui direto para o banheiro mais distante. Quando entrei, fiz questão de ver se estava vazio e tranquei a porta, fui até a primeira até a primeira cabine e sem pensar duas vezes coloquei o dedo na garganta.  

No começo era uma sensação ruim, mas depois de um tempo eu consegui me acostumar com essa rotina. Eu comia tudo o que queria e depois induzia o vomito, dessa maneira eu não engordava, mas também não emagrecia.

Senti minha visão ficando turva e me sentei no chão do banheiro esperando esperando melhorar daquela sensação ruim.

Fechei meus olhos e senti as lágrimas descendo por meu rosto.

— Eu sou forte... Eu tenho que ser.

Disse limpando meus olhos e me levantando do chão.  

Me olhei mais uma vez no espelho e lavei meu rosto. Arrumei minha roupa e sai do banheiro com o nariz em pé, nada de chorar na frente dos outros. Tenho pelo menos um pouco de amor próprio.

Pelo menos um pouco.

Enquanto andava pelos corredores de cabeça baixa, alguém se colocou na minha frente e quase me derrubou.

— Olha por onde... Ah é você — eu disse me referindo ao namorado tapado da minha irmã.

— Diego cuinhadinho... Preciso de um favor seu.

— Tenho cara de quem presta favor a vagabundo.

— Hahahaha, seu humor é inacreditável.  

Ele passou o braço em volta do meu pescoço e apertou com força.

— Está me machucando.

— E se não me ajudar vai ser pior...

— O que você quer?

— Hoje a noite vai rolar uma festa e eu vou levar a sua irmã, nós vamos direto daqui da escola, então você vai avisar seus pais que a Emma vai dormir na casa de uma amiga.

— Não seria mais fácil ela avisar?

— Para onde nós vamos não tem sinal de celular. E é só avisar seus pais, tenho certeza que eles vão acreditar em você.

  — Não te faz de sonso — eu disse empurrando o animal. — Sabe que por mim a Emma pode morrer em uma rodovia implorando por uma carona, ou e um deserto implorando por um copo d'aguá, ou eu mesmo posso colocar veneno na comida dela...

— Eu não me importo. Você vai avisar e ponto final.

— Tudo bem... Tudo bem... Mais alguma coisa?

— Sabia que podia contar com você — ele disse dando um soquinho na minha cabeça e se afastando com seus amigos sem cérebros.    

Fiquei olhando ele se afastar e um pequeno sorriso se formou e meu rosto.

— Avisar minha família ou deixar que eles se matem de preocupação com a Emma? — eu dei um pequena gargalhada sem me importar com as pessoas que estava por perto. — Como diria a Rainha vermelha... Cortem-lhe as cabeças.

XXX

Tudo bem meus bacons?

Esse é o primeiro capítulo da vida do Diego, espero do fundo do meu coração que tenham gostado. Eu vou começar a postar a historias todos aos domingos, que é um dia que eu não costumo fazer nada. O segundo capítulo vai sair quando eu terminar AEA.

Mais uma vez, espero que tenham gostado.

Um beijinho nos seus corações.

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