Madrielly...

Meu corpo não sabia como lidar com isso, senti meus pelos se arrepiando e a mesma sensação, como se algo realmente estivesse atrás de mim... Mas graças a Deus, tudo o que encontrei foi um escritório vazio. Aliás, onde Izaac está?

— Jenna! — ele entrou na sala praticamente correndo.

— Sim, Izaac?

Ele parou se escorou na mesa enquanto recuperava seu fôlego, se levantou e soltou de vez:

— Encontraram o carro da Elly. 

— Mesmo? Onde?

Ele deu uma risada nervosa junto com um tremilique quase imperceptível, suspirou e então depois de umedecer os lábios, respondeu:

— Quando me pediu para mapear Sarvonia, enviei também um mapa para a equipe de busca. — ele passou a mão pelos cabelos como se estivesse para dizer algo totalmente inacreditável. — O carro foi encontrado no lago a 217 metros da estrada, ao lado direito.

— Dentro do lago?

— Sim.

— Meu. Deus!

— O que? Tá que eu achei estranho, mas sua expressão está assustadora.

— No diário, Elly fala que seu carro sumiu e na última passagem ela o encontrou perto de um lago, mas não dentro!

— Essa floresta é realmente macabra!

— Encontraram ela também?

— Não.

— Vamos lá!

— Tem certeza disso?

— Não. — respondi me sentindo realmente estranha. Era como se toda a minha coragem estivesse evaporado...

Izaac dirigia em silêncio mais eu podia notar a expressão assustada e agoniada em seu rosto, a mão tensa sobre o volante confirmava qualquer pensamento sobre isso. Já a outra, estava batendo sobre a própria perna.

Agarrei sua mão em um impulso o fazendo para com aquele tique frenético. Ele me olhou confuso, porém também parecia um pouco confortável. Fechei a minha contra a sua tentando ao máximo passar a ele todo o conforto que eu podia lhe dar.

— Por que está assim?

— Não sei. — ele respondeu dando de ombros e então agarrou mais sua mão a minha. — Mas acho que nada disso vai ser bom.

— Eu também Izaac, eu também...

Não demorou muito até que chegarmos a floresta. Mais a frente, alguns carros da equipe de busca estavam parados na estrada. Izaac parou e logo estávamos ali junto.

— Onde está o carro? — perguntei sem mais enrolação.

— Mais a frente, — o garoto ruivo respondeu. — vou levá-los até lá.

— E como sabem o caminho? — Izaac perguntou sem demonstrar seu pavor em entrar naquele lugar. E eu não tirava sua razão, a floresta era exatamente como Elly havia descrevido... Tão escura e tenobrosa.

— Ali a frente — falou apontando uma parte a poucos metros onde parte de algumas árvores pareciam ter sido cortadas. — fizemos um limpa para não nos perdermos.

Izaac deu um breve aceno e seguimos o garoto floresta a dentro. Izaac apesar de ser grande e forte contra bandidos ou assassinos, ele parecia pequeno e frágil aqui. Mas esse lugar era realmente estranho e o ar era mesmo pesado.

Tudo era como Elly descrevia...

Mais de trinta minutos andando pelo local e finalmente chegamos ao lugar onde haviam encontrado o carro de Madrielly. Nada fazia sentido, não tinham rastros de carro por aqui, e o como o carro foi parar dentro do lago? Não há como um carro chegar aqui sem destroçar aquelas árvores.

— Como esse carro veio parar aqui? — Izaac perguntou.

— Eu não faço ideia. — o garoto ruivo respondeu.

Olhei em volta, algo escuro a frente me chamou atenção.

— Izaac?

— Sim?

— Aquela não é a cabana que Elly fala no diário?

— É — ele responde se virando. — parece que sim.

— Vamos lá.

Noto que ele não quer nem chegar perto da cabana, mas ele acaba acenando com a cabeça e vindo atrás de mim juntamente com o outro garoto.

Seguindo aquela trilha, era como se eu estivesse revivendo os passos de Madrielly, o que de certa forma era uma verdade... O cheiro era realmente pesado.

Parei e respirei fundo tentando tomar coragem e calma. Empurrei a porta com medo de ver todo o cenário que Elly descrevia. Não estava pronta para aquilo.

— MEU.DEUS! — ouvi Izaac falar como se estivesse tendo um ataque.

— QUE DIABOS É ISSO!? — o outro gritou também.

Ergui a cabeça, isso não podia ser tão assustador assim, poderia?

Abri os olhos e então em meu estado de choque, entendi o motivo daqueles gritos e indagações desesperadas.

No fundo da pequena cabana, com arranhões profundos nos braços, enormes manchas rochas, as pernas rasgadas de formas grotescas e com sangue por todo corpo... Estava Madrielly. Pendurada por uma corda no pescoço.

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