8°, 9° e 10° passagem

12 de Abril, 2018...

Oi de novo diário!

Não, eu não estou nem um pouco empolgada, o dia não amanheceu melhor hoje, pelo contrário. Amanheceu ainda pior! Sim, muito pior!

Está horrivelmente frio aqui, é sério, acho que vou congelar... Por incrível que pareça ainda achei um trapo pra chamar de coberta aqui.

Bom... Tem uma clareira ali, eu acho. Bem, aliás eu não me lembro de visto aquele pedaço de sol ali, nem em sonho. Essa floresta sempre é escura e só consigo ver alguns raios de sol nas copas...

Deve ser minha mente me pregando peças...

Ou talvez não, vai saber!

Acho que vou até lá...

Pode ser perigoso, é, eu sei. Mas que outra escolha eu tenho?

Essa maldita porta quase não abriu, é eu podia ter simplesmente pulado pela janela, mas acontece que minha perna não está tão boa.

Com muito custo e dor eu consegui sair. Minhas pernas parecem estar amassadas e sem força. Sim, elas estão mais finas, assim como tudo em mim. Vou levar esse trapo que estou gentilmente chamando de coberta, está frio demais para abandonar ele aqui.

Sabe? Agora que estou pisan... Ou melhor, me arrastando pelo chão, sinto que talvez hoje seja tranquilo, o sol está brilhando aqui, quando isso acontece? Pelo menos nessa floresta eu acho que é raro.

Estou com sede, e muita fome também. Eu comi uma das últimas maçãs que ainda restam, é, o gosto dela já estava ruim sim. Mas é tudo o que posso fazer, tentar sobreviver...

Pelo visto minha mente não está me pregando peças, graças aos céus a clareira não está longe do carro, ou melhor, o que sobrou dele. Me enrolei aqui como pude, e realmente estou me esquentando, talvez seja um dos meus poucos minutos de paz nesse inferno...

                       ————~•~————

13 de Abril, 2018...

Talvez esse seja o último dia em que eu te relate meus dias horríveis. Acho que não vou escrever mais, talvez seja melhor simplesmente continuar deitada aqui e esperar que algum animal faminto como aquele lobo por exemplo, venha e arranque logo minha cabeça. Sim, eu continuo deitada aqui, e por mais incrível que pareça, o sol está brilhando novamente, me sinto aquecida o bastante.

Sim, eu também concordo com você, foi loucura ter dormido aqui fora. Mas foi o único dia (desde que acabei nessa floresta) em que eu realmente dormir.

Não sei explicar muito bem, mas aquele pouco raio de sol ontem me fez bem, depois de ter deitado ali, eu simplesmente dormi e acordei a pouco mais de trinta minutos.

Nem me pergunte como uma daquelas coisas que sempre aparece por aqui, não veio me fazer uma visita ou levou um pedaço da minha perna.

                       ————~•~————

14 de Abril, 2018...

Esse lugar realmente é o inferno! Cheio de árvores e folhas secas, um inferno disfarçado!

Não estou brincando, eu só posso estar sonhando!

O que diabos está acontecendo aqui?!

Eu estou surtando sim e você devia estar fazendo o mesmo querido.

Não faço a mínima ideia de como o carro sumiu, é, isso mesmo. Meu trampo de carro sumiu! Sem mais nem menos, ele simplesmente desapareceu.

Estou dizendo, isso é o inferno!

• • •

Faz mais de horas que estou procurando por meu carro, não era lá essas coisas, mas me daria mais proteção, eu acho. E não tenho qualquer sinal dele! Não vejo nada, exatamente nada! Ele estava a vinte passos da clareira a minha esquerda e agora não consigo encontrar nem seus rastros...

— O que!?

— Meu Deus, Jenna — ouço um arfar assustado. Esqueci completamente que Izaac estava do meu lado e acabei gritando. — tá querendo me matar é?

— MEU DEUS!! Isso não faz o menor sentido. — falei enquanto quase arrancava meus cabelos em busca de uma resposta para aquilo.

— O que não faz sentido?

— Esse diário...

— É claro! Essa coisa não deve trazer nada de bom.

— Não é isso Izaac. Olha, durante sete dias, ela ficou em seu carro com as pernas presas. No oitavo dia, ela conseguiu sair e foi até uma clareira que havia ali perto, a vinte passos na contagem dela. Ela acabou dormindo ali por dois dias e no dia dez em que ela estava na floresta, o carro simplesmente sumiu.

Ele me olhou por vários minutos tão perdido quanto eu.

— Não consigo pensar em nada. — falou resmungando. — Foi mesmo o carro que sumiu...

— Acho que sim, ela continuava no mesmo lugar.

— Tem alguma coisa muito macabra aí.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top