20° passagem

24 de Abril, 2018...

Essa com certeza é a última vez em que escreverei para você.

Como posso ter tanta certeza?

Aliás, essa nem é a questão, o pior é, como eu ainda estou viva?

Me sinto estranha hoje, como se tudo a minha volta estivesse pesado... Será isso mesmo? Sinto como se cada músculo meu estivesse sendo rasgado. O cansaço continua atrasando minha saída daqui, não sei para onde ir, e muito menos como ainda consigo ir...

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VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR!!!

Você pode imaginar como estou agora?

Feliz? Não muito, isso não vai adiantar nada, sinto que não vou aguentar mais.

Mas sabe? Me sinto um pouco aliviada, já que pelo menos eu posso me sentar de novo. Meu carro simplesmente apareceu aqui. Não! Não estava no mesmo lugar! Me lembro perfeitamente da árvore grossa em que ele estava praticamente abraçado, e em momento algum estava perto de um lago.

Não sei mais em quê pensar, realmente há algo nessa floresta que não me quer bem...

Continuo esperando por alguém, mas parece que ninguém sente minha falta, é como se eu simplesmente nunca tivesse existido.

Fiquei tanto tempo perdida em meus pensamentos que não notei o quão escuro já está, talvez pela luz dentro do carro também.

Estranho...

Que barulho foi esse?

São galhos se quebrando?

Não.

É pior...

Tem alguma coisa vindo até o carro. É tarde demais pra apagar a luz.

Eu sei, eu não devo, mas... Eu preciso ter certeza.

Bom, parece que não tem nada atrás do carro, mas continuo com uma sensação estranha.

Que barulho foi esse agora? Parece com a batida de um galho no vidro...

De novo... Não, um galho não, é mais fino... Uma garra??

O mesmo barulho de novo, está muito perto. Não quero ver...

Isso foi o parabrisa trincando?

Meu Deus...

Estou apavorada. Meu pai! Aquilo são pernas? O vidro está sendo quebrado...

MAS QUE DIABOS É ISSO?!

Diário, perdoe-me por relatos tão ruins...

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