2° e 3° Passagem
6 de Abril, 2018...
Amanheceu, mas não estou feliz com isso.
Não faz diferença já que parece não ter surtido qualquer efeito nessa floresta horripilante. Sei que é manhã porque ainda consigo ver alguns raios de sol transpassando pelas copas das árvores, mas ainda é muito escuro aqui dentro, talvez pela quantidade de árvores...
Sabe, ontem aconteceu uma coisa estranha, claro, a origem do meu acidente não foi nada normal e não venha pensar que estou ficando paranóica! Não estou! Ou estou? Tá, mas vamos ao que eu estava dizen... Ops, escrevendo.
Bom, ontem logo após eu escrever a última palavra em você, eu acabei dormindo. Realmente era o que eu precisava, mas não dormi muito. Primeiramente que a dor não deixou e segundo, isso foi o mais estranho. Não cheguei a consultar as horas em que te fiz meu relato ontem, mas sei que eram mais de meia noite.
Como eu disse, eu dormi um pouco, porém acabei acordando com uma sensação estranha. Era como se algo muito pesado estivesse em cima de mim, e um bafo muito quente soprava meu rosto. Eu juro pra você, aquele bafo fedia a morte, não acho que seja impressão, estou sentindo o cheiro ainda, como se estivesse se impregnado em mim. Eu senti aquilo, na hora tudo o que eu conseguia ouvir além do assobiar do vento sobre as árvores, eram as batidas altas e aceleradas do meu coração.
Eu não consegui abrir os olhos, e continuei até sentir como se uma mão grande e quente como brasa, estivesse tocando em mim, então, abri os olhos.
Foi a primeira vez que senti tanto medo na minha vida!
————~•~————
7 de Abril, 2018...
Não sei porque volto a escrever para você, sinceramente não sei!
Você não pode me ajudar, talvez seja só pra matar o tempo... Não sei, pode ser.
Ninguém vai me encontrar aqui, nem barulho de carro eu consigo ouvir. Não adianta gritar e sim, eu já tentei. Não há ninguém aqui que possa escutar e tudo o que consegui, foi atrair um animalzinho pequeno e estranho que nunca vi na vida. É sério, nunca nem em sonho, eu imaginaria um bicho daqueles. Ele era vermelho, mesmo, completamente vermelho, se não fosse por eu ter visto o pelo completamente bem, eu juraria que ele tinha tomado um banho com sangue de sua caça. Sua cabeça era alongada e os dentes eram estranhamente pontudos, e não eram só as presas, mas todos eles. Como eu pude ver tudo isso? Não se esqueceu que as malditas janelas estão quebradas né?
E sim, ele veio até mim e quando eu vi aqueles dentes, eu gritei como nunca, por puro pavor. Consegui feri-lo com um caco de vidro que sobrara da janela enquanto ele me atacava, e então ele foi embora. Mas não sei se ele vai voltar, nunca pensei que aquilo pudesse ser real. Mas se fosse um sonho, eu não estaria com marcas de arranhões profundos nos braços.
• • •
Anoiteceu de novo...
E eu finalmente consegui coragem para arrancar aquele caco de vidro enorme da minha perna e improvisar uma atadura com o pedaço que rasguei da minha calça.
Mas só agora?!
Claro! Não pensei que fosse ficar tanto tempo aqui.
Estou morta de fome, tudo o que eu tenho são alguns biscoitos e umas frutas que desde ontem estou poupando bastante pra tentar sobreviver. Se é que é uma boa ideia, mas morrer de fome deve ser pior...
A floresta parece mais sombria hoje, está tão frio que minhas letras estão tremidas, como se eu nunca tivesse escrito qualquer coisa na minha vida toda.
Parece estranho, eu sei. Mas sinto que tem algo me observando. Não sei o que é, ou quem possa ser, mas isso está me assuntando...
Você ouviu isso?
Agora o pânico realmente me dominou.
Vamos seu diário inútil! Diga que ouviu, eu não posso ter sido a única a...
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