[43] Os Novos Integrantes

Lembra que eu disse que não mato personagens queridos? Pois continuo assim. Só escrevo finais felizes. Meu coração não aguenta sofrer. Então, não importa os dramas que vão ocorrer, no final (em minhas historias), tudo vai dar certo. Ok? 🥰

Boa leitura:

Quanto mais eles avançavam até o centro da ilha, mais densa a floresta ficava. O Alfa utilizou uma de suas adagas para abrir caminho sobre a vegetação que dificultava a caminhada. Era como se a natureza não quisesse que ninguém se aproximasse daquela caverna.

Jimin e Jungkook nunca haviam desbravado a Ilha de Raran antes, na época que a tripulação encontrou um dos fragmentos do Imperium, o casal de lúpus estava sobrevivendo ao terrível naufrágio na ilha que também se localiza no Triângulo da Morte.

Seguindo o mapa detalhado sobre o local, que o próprio Taehyung desenhou, eles encontraram um monte com uma entrada formada por rochas e cercada pela densa vegetação selvagem. 

— Então é este o lugar — Jimin afirmou ao pararem diante da gruta.

Jungkook abriu o mapa mais uma vez e confirmou:

— Parece que sim. — Ele dobrou o pergaminho e o guardou novamente. — Vamos?

— Na verdade — Jimin travou os pés no chão. — Eu não acho que seja uma boa ideia. 

— Então vou entrar sozinho… — O Alfa caminhou de costas na direção da caverna, de frente para o loiro. Ele sorria à medida que se distanciava.

— Quem está sendo impulsivo agora? 

— Estou entrando, Jimin...

— Estou vendo. — O Ômega cruzou os braços e sentou em uma rocha. — Até mais.

Jimin observou o Alfa entrando e desaparecendo através da abertura da caverna. Jungkook o chamou, mas Jimin ignorou. Ele chamou novamente e dessa vez o eco na voz do Alfa sugeriu que ele estava ainda mais profundo naquela gruta. 

Jimin suspirou imaginando que, quando estivesse cansado, o Alfa iria retornar. Ele observou as árvores, mexeu nas unhas das mãos e depois olhou para a entrada da caverna. Estava silenciosa. Tentou não se incomodar, mas no fundo estava esperando que Jungkook o chamasse novamente. Silêncio foi o que recebeu.

— Maldição! — O Ômega caminhou na direção da entrada da gruta. — Jungkook?! 

A luz do sol clareava boa parte do início daquela enorme fenda, o Ômega deu alguns passos para dentro, os olhos atentos buscavam qualquer movimento mais ao fundo, que estava mais escuro. 

— Jungkook? — Chamou outra vez, mas o silêncio continuava. Com isso, Jimin avançou seguindo para dentro da gruta. — Se estiver tentando me assustar outra vez, eu juro que-...— Ele perdeu a voz quando duas mãos o puxaram pela cintura e um corpo o pressionou contra a parede da caverna. 

Jungkook o encarou com um olhar divertido, sorrindo para ele e ignorando completamente o semblante do Ômega que mudou de assustado para irritado. 

— Eu devia atirar em você pra deixar de ser besta! — Jimin ameaçou quando bateu levemente no ombro dele. 

O sorriso cresceu ainda mais com a afirmação. Jungkook o beijou na bochecha, depois mais embaixo, seguindo a linha da mandíbula até a curva perto da orelha do Ômega. 

— Você fica ainda mais provocante quando tá bravo — ele sussurrou e em seguida o mordeu suavemente. 

Um ruído baixo e profundo se estendeu desde as partes mais profundas da cavidade, e preencheu todas as galerias subterrâneas do interior da caverna. Jungkook ignorou enquanto beijava o pescoço dele. Jimin, por sua vez, analisou atentamente a parte menos iluminada da gruta.

— O que foi isso? — Sussurrou. Ele afastou o Alfa para que este finalmente lhe desse atenção. — Você não ouviu?

— Ouvi.  

— Veio daquele lado ali — Jimin mostrou uma passagem na parede que levava para o lado esquerdo. 

— Então vamos por aqui. — O mais velho indicou o lado direito. 

Jungkook estendeu a mão. Jimin respirou fundo, aquilo era um pouco assustador. Encarou o Alfa e encontrou seu olhar intenso, esperando que o acompanhasse. Ele sorriu quando o menor finalmente colocou a mão sobre a dele, e então moveram-se pelo espaço subterrâneo.

Alfa e Ômega se mantiveram em silêncio à medida que exploravam aquela parte da caverna. Haviam diversas galerias de diferentes tamanhos, que se estendiam por quilômetros dentro daquela gruta. O teto era coberto por estalactites, que se formaram do gotejamento da água que passa através das fissuras nas partes altas. 

Ainda era possível enxergar devido às fendas existentes no teto, onde fachos de luz solar penetravam no interior da caverna, pelo menos até certa parte, onde eles finalmente decidiram cessar a exploração. 

No canto da parede com o chão, passava uma pequena fonte de água límpida. Ademais, o chão era coberta por um fino musgo em densos tufos, cujo tato se assemelhava ao veludo.

— Esse lugar é lindo. — Jimin analisou estudando o salão em que estavam. — Parece um paraíso perdido.

Com o silêncio de Jungkook, ele girou para encará-lo. O moreno estava lentamente abrindo os botões da própria camisa, enquanto o assistia em sua curiosidade acerca do local. 

Os olhos do Ômega detiveram-se na pele tatuada que ficou à mostra quando o Alfa abriu a camisa. Jungkook suavemente rosnou baixo, se aproximando do mais novo enquanto estudava suas feições. As mãos deslizaram sobre o quadril do mais baixo, e ele puxou Jimin para mais perto. 

— Realmente… é lindo. — O tom de voz do Alfa fez o coração de Jimin bater mais rápido, e ele ergueu o rosto para ver o quanto Jungkook lhe desejava.

As mãos que antes cercavam o quadril subiram até se encaixarem na cintura de Jimin, e este suspirou inclinando a cabeça para o lado. Jungkook resvalou o nariz percorrendo a área e inalando o aroma de jasmim. A respiração quente na pele do Ômega causou arrepios até a virilha.

Jimin suspirou profundamente quando sentiu a língua do Alfa traçar sua pele no exato local em que foi marcado. Ele desceu as mãos através do pouco espaço entre ambos e removeu o cinto, desabotoando e abrindo a calça logo em seguida. 

As mãos de Jungkook pousaram sobre as do Ômega e ele o ajudou a mover a calça juntamente com a peça íntima para baixo. Jimin retirou as botas quando afastou as roupas para o lado. Ele abriu espaço entre os dois quando regressou alguns passos, a única peça que cobria seu órgão era a camisa. Ele sorriu provocante para o Alfa quando começou a abrir os botões.

— Você quer acabar comigo… — Jungkook rosnou outra vez, removendo com pressa a própria roupa. 

Jimin sorriu mordendo o lábio inferior assistindo a rapidez do Alfa, quando este assim que se livrou das botas e vestes, avançou até ele e o agarrou, inclinando seu corpo até o Ômega sentir suas costas sobre a vegetação macia. 

O corpo do mais novo esquentou ainda mais ao sentir a ereção do Alfa tocando a sua, no momento em que Jungkook inclinou-se sobre ele, explorando novamente a área do pescoço. O cheiro de rosas se espalhou intensamente pelo ambiente, e Jimin notou que os caninos do Alfa estavam evidentes sobre sua pele.

— Vai me marcar outra vez? — O Ômega murmurou. 

Jimin gemeu quando o Alfa lhe mordeu suavemente no local da marca, e logo em seguida passou a língua úmida e quente. 

— Você é meu. — A voz de Jungkook se aprofundou. 

Jimin sorriu e suspirou abrindo mais as pernas, enquanto o maior se acomodava entre elas. Um dedo do Alfa resvalou pela entrada do Ômega e Jungkook pôde sentir o quanto ele estava molhado e quente quando Jimin arqueou o quadril.

Sua boca cobria um dos mamilos do Ômega à medida que seus dedos roçavam a entrada já tão lubrificada. Ele o penetrou com um dedo enquanto a outra mão servia de apoio, para que seu peso não caísse inteiramente sobre o mais novo. O Alfa beliscou o outro mamilo dele quando o mordeu com os caninos afiados, e Jimin gemeu novamente.

Jimin puxou ar para os pulmões quando duas grandes mãos agarraram sua cintura, gentilmente o Alfa o puxou para mais perto. Ele o cercou com as pernas para mantê-lo mais próximo de si. Quando Jungkook inclinou para beijá-lo, as mãos de Jimin subiram pelo abdômen dele até seus ombros largos. 

Os quadris de Jungkook moveram-se contra os do Ômega. As mãos de Jimin envolveram o pescoço dele e o puxaram para mais perto, quando este o beijou mais profundamente. Jimin gemeu sentindo a rigidez dele o invadir vagarosamente. 

O corpo dele estava queimando e reagia por inteiro aos toques do Alfa, a cada vez que investia contra os quadris do Ômega. Jimin sentiu as presas dele sobre sua pele e ele o arranhou, sentindo-se selvagem. 

Jimin moveu os quadris e cruzou os calcanhares mais firmemente, puxando-o mais para perto. Com isso, o Alfa entrou mais fundo. Jungkook o encarou fixamente nos olhos, eram tão azuis e lindos como o oceano. O membro dele tocou um ponto mais sensível dentro do Ômega, e Jimin gemeu movendo a cabeça para trás.

Com livre acesso ao seu pescoço, Jungkook aproximou seu rosto e deixou alguns beijos molhados na região. Jimin podia sentir a ponta das presas arranhando sua pele, isso o excitava ainda mais, o Alfa pôde sentir quando ele chegou ao clímax.

Encheu-se de calor quando o êxtase atravessou seu corpo, e quando chegou em seu ápice, o tamanho do seu órgão se tornou mais espesso dentro do Ômega. Jimin franziu o cenho quando olhou para o Alfa. 

— O que você-…

— Calma…

— Jungkook! — O Ômega rosnou, cravando os dedos nos ombros dele. — O que você fez!?

— Estou preso em você.

— Você… — Jimin gemeu quando se moveu e viu que o Alfa havia atado dentro dele. 

— Não faça isso, coração — Jungkook disse com voz suave —, vai se machucar.

Jimin fechou os olhos tentando ignorar a irritação, e relaxou um pouco mais. Aquela situação era ligeiramente desconfortável. O corpo dele reagiu ao aroma de rosas do Alfa, e o estresse diminuiu quando Jungkook o beijou carinhosamente na bochecha.

— Não foi de propósito. — O Alfa revelou. — Eu me empolguei um pouco…

— Da última vez que você se empolgou, temos um menino de nove anos. 

— Isso não é de todo ruim, então… — Jungkook sorriu.

Jimin apenas suspirou, largando os braços ao lado do corpo. Ele fechou os olhos e ponderou em silêncio. 

— No que está pensando?

— Nos meus objetivos. — Jimin manteve os olhos fechados. — O Submundo de Nabuco, Barba-Negra. 

— Está com medo?

Jimin abriu os olhos e o olhou fixamente.

— Está sentindo isso em mim?

— Não. — O Alfa sorriu.

Com o passar de alguns minutos, a projeção em seu órgão diminuiu e ele pôde enfim se retirar do Ômega. A temperatura havia despencado alguns níveis quando o sol se pôs, estava um pouco frio, eles só perceberam agora após o ato intenso. 

Mas a galeria onde eles se encontravam estava iluminada por uma bioluminescência azul. Eram milhares de vagalumes nativos da ilha de Raran. Após se vestirem, eles ficaram deitados observando a beleza única e natural daquele lugar. 

— Estão se movendo? — Jungkook analisou.

— Eu acho que sim…

Os dois estavam olhando para cima, distraídos com o fenômeno. A atmosfera era maravilhosa com o teto e as paredes tomadas pelos insetos luminosos. De repente, todos eles alçaram vôo quando um rugido rompeu-se pela galeria.

Por entre uma das passagens, era possível ver um par de olhos selvagens na escuridão. A criatura se aproximou um pouco mais, exibindo ser uma espécie de lobo vagamente incomum.

— Oh, céus! — Jimin arquejou puxando o cinco que estava jogado no chão, para alcançar a pistola.

— Não, não — Jungkook colocou a mão sobre a dele. — Calma.

— Mas… — Jimin franziu o cenho, não houve respostas e ele apenas observou.

O Alfa encarou o lobo intensamente, seus olhos estavam vermelhos. O animal rosnou dando um passo na direção deles, ele era maior do que qualquer outro. Parecia ser uma espécie exclusivamente daquele local. 

— Jungkook? — O Ômega sussurrou, mas o Alfa permaneceu encarando a criatura. 

Logo mais, o lobo desviou o olhar e recuou, voltando a sumir na escuridão do fundo da gruta. Com isso, Jungkook finalmente moveu sua atenção para o Ômega e sorriu presunçoso. Os olhos retornaram para sua coloração natural.

— Seu exibido! 

— Você teria coragem de matar aquele pobre animal? — O Alfa soou falsamente. — Coitadinho...

— Eu te conheço… — Jimin o olhou desconfiado. — Desde quando você se preocupa com alguma criatura viva?

Jungkook ergueu as sobrancelhas e riu, divertido. 

— Você tem razão, eu não ligo. Mas o disparo da sua arma teria chamado a atenção da tripulação, e eles viriam como um bando de cães desvairados.

— Uma hora ou outra teremos de voltar.

— Mas não precisa ser agora. 

O Ômega negou balançando a cabeça. Jungkook observou o corpo do loiro e sorriu quando o olhou para ele.

— Eu penso exatamente o mesmo. — Jimin sorriu. 

Jungkook foi pego de surpresa quando o Ômega agarrou a frente da camisa dele e o puxou para si.

🏴‍☠️

No decorrer de duas semanas, assim como Taehyung, Hoseok e Yoongi haviam previsto, passaram-se alguns navios pela região. Alguns pertenciam a pirataria, outros possuíam a bandeira da Marinha. 

Do navio, Namjoon os observou atentamente, mas eles aparentemente apenas ignoraram a presença do Black Swan, e seguiram seu caminho. Logo mais, no acampamento, eles discutiram se a embarcação seria ou não levada até a praia.

— Bom, se eles disseram que é seguro eu acho que devemos fazer. — Namjoon opinou sobre a limpeza no casco do navio. — Eu vi quando foram embora.

— E se foram buscar reforços? — Jisung indagou.

— Isso levaria dias, até lá já teríamos levado o Black Swan às águas novamente. — Namjoon argumentou. 

— Tem razão — Jisung respirou profundamente. — Não estou raciocinando direito, estou um pouco cansado.

— Precisa ficar em repouso — Jimin chegou perto dele e ofereceu apoio com o braço. — Vem comigo.

— Vamos fazer — Jungkook decidiu. Jimin o olhou e assentiu concordando antes de deixar a tenda. O Alfa indicou ao seu contramestre: — Transmita as ordens.

Namjoon assentiu e em seguida reuniu os piratas na praia, comunicando a decisão de limpar o casco. Logo, o navio estava sendo levado na direção da margem, dando início ao árduo trabalho dos bucaneiros.

Jisung estava confortavelmente na sombra, sentado com as pernas esticadas e as costas muito bem apoiadas. O irmão mais velho lhe fazia companhia.

— Ele não deveria estar de licença, ou alguma merda desse tipo? — Jackson perguntou. 

— Não acredito que vou dizer isso mas, ele tem razão Ji — o Ômega lúpus concordou. — Está entrando em seu nono mês, é arriscado ficar se esforçando assim.

— Mas é tão tedioso ficar sem fazer nada…ai!

— O que foi?! — O Alfa precipitou-se. — O que está sentindo? Onde dói?!

— Está tudo bem. — Jisung fechou os olhos e massageou a barriga. — Já passou. — Ele sorriu mirando o Alfa.— Pode me trazer um pouco de água?

Jackson assentiu e foi em busca do que o Ômega pediu.

— Apesar de ser um cavalo, o seu Alfa é bastante atencioso. 

Jisung sorriu, negando com a cabeça quando rebateu:

— O Capitão Jeon não é um dos Alfas mais gentis que conheço, Jimin...

— Certo, eu tenho que concordar. Cá entre nós, às vezes eu penso que o Jungkook tem uma pedra no lugar do coração.

Jisung cobriu a boca quando riu novamente. Jimin também riu, divertindo-se enquanto falavam sobre a personalidade de seus Alfas.

— Obrigado por me fazer companhia. Sei que como capitão, deve estar cheio de coisas pra fazer.

— Não se preocupe… — Jimin suspirou observando os piratas lidando com o navio. — Estão todos ocupados com a limpeza do casco. Jungkook pode lidar com isso sozinho, não há muito que eu possa fazer. 

Jackson voltou trazendo uma caneca com água, e os Ômegas logo mudaram de assunto.

Enquanto os piratas trabalhavam sem descanso para levar o Black Swan até a praia, Baekhyun assistia o esforço pesado que faziam.

— Vai ficar aí só observando?! — Fritz rosnou. — Venha nos ajudar!

— E ficar com as mãos cheias de calos? — O Ômega cruzou os braços. — Eu mesmo não.

O ruivo ignorou os rosnados da Alfa indignada. Ele viu quando Arata seguiu aflito pela praia, em busca de Jimin, Jay e Lian estavam com ele. Baekhyun foi logo atrás, a fim de entender o que havia acontecido.

— Jimin, aconteceu tudo muito rápido, eu juro que não fui descuidado… — Arata afirmou sem intervalo.

— Calma. Respira. O que aconteceu? — O lúpus perguntou.

— Estava colhendo frutinhas com os meninos quando o Jungwon desapareceu.

— Onde foi isso?

— Perto das amoras…

Jimin correu para dentro da floresta.

— Baek! 

— Estou indo! — O Ômega ruivo pulou logo atrás.

O lúpus tinha um certa ideia de onde o menino poderia estar. A amoreira ficava próxima do rio, cuja nascente, ao que tudo indica, achava-se logo após a subida acima da gruta.

— Por que ele tinha que puxar logo o pior de mim? — O loiro resmungou à medida que avançava com o outro Ômega. 

Assim que chegaram próximos da entrada da caverna, Baekhyun parou quando puxou seu arco e com extrema velocidade apontou uma flecha em um alvo que se movia lentamente, a alguns metros de onde Jungwon estava.

O menino tinha como companhia um urso filhote, praticamente do mesmo tamanho que ele. 

— Jungwon… — Jimin o chamou cauteloso, se aproximando devagar. — Não se mova.

— Papai, eu juro que não entrei na caverna.

— Tudo bem. Está tudo bem… — O loiro respirou profundamente e parou erguendo as mãos, quando o urso maior rugiu. — Fique calmo, não se mexa.

Jungwon travou o corpo e girou a cabeça devagar, até ver a enorme criatura que estava logo atrás dele. Ele olhou de volta para Jimin com o semblante que carregava um medo silencioso. 

— Está na mira, Jimin — Baekhyun revelou um pouco atrás. — É só dar a ordem.

Assim como ele, Jimin sabia que aquele urso estava apenas preocupado em proteger seu filhote. Ele se lembrou de como o Alfa interagiu com o lobo dentro da caverna, e resolveu arriscar, para poupar a vida do animal.

— Não quero problemas com você — Jimin afirmou para o urso. — Você pega o seu filhote, e eu pego o meu. Pode ser?

— O que está fazendo? — Baekhyun franziu o cenho, mas continuou mantendo a mira na cabeça do bicho.

O urso parou a alguns metros de Jungwon, observando-o ao lado do filhotinho. Jimin encarou o silêncio do adulto como um sim e sinalizou para o filho:

— Venha devagar.

— Papai…? — O menino estava com muito medo para conseguir se mover.

Jimin deu um passo à frente, o urso maior observando atentamente. Ele apoiou um joelho no chão e sorriu confiante para o filho. Ele estendeu os braços na direção dele e incentivou:

— Confie, Jungwon. Pode vir.

O menino levantou-se calmamente, sem ousar olhar para trás. Ele caminhou devagar na direção do pai, e quando finalmente esteve ao seu alcance Jimin o puxou para um abraço forte.

O grande urso rugiu quando o filhote dele seguiu em sua direção. Ele cheirou o pequenino, e logo em seguida ambos retornaram para dentro da gruta. Com isso, Baekhyun guardou o arco e esperou enquanto Jimin avaliava seu filho.

— Você deixou Arata preocupado, quase me mata do coração — o mais velho repreendeu. — O que conversamos sobre você explorar sozinho lugares desconhecidos?

— O ursinho estava machucado. Eu só queria ajudar ele. — O menino mostrou um pedaço de metal. 

— Aquele urso poderia… — Jimin não foi capaz de terminar a frase. — Não faça mais isso.

— Desculpa…

— O que é isto?

— Estava preso na patinha dele.

Jimin pegou o que parecia ser um pedaço de alguma ferramenta utilizada pelos bucaneiros para consertar o navio. 

— Estamos destruindo o lar deles, papai. Devemos ir embora. — O menino disse com pesar.

— Iremos assim que seu tio descansar. Eu prometo.

O mais novo assentiu e Jimin segurou em sua mão, para logo em seguida os três retornarem para o acampamento. 

Mas o que deveria ser um descanso, tornou-se mais uma preocupação quando eles notaram o alvoroço na praia. Namjoon despachou alguns piratas que se amontoaram na frente da enfermaria, fazendo-os retornar ao trabalho.

— O que está acontecendo? — Jimin perguntou ao Capitão Jeon.

— Parece que seu irmão está prestes a dar à luz — o Ômega tentou entrar na enfermaria, mas foi puxado de volta pelo mais velho. — Seokjin não quer mais ninguém lá dentro.

No interior da tenda criada especificamente para aquela situação, Jisung estava deitado em uma cama com seu Alfa logo atrás, segurando suas mãos. Seokjin estava entre as pernas do Ômega e Sungjae o auxiliava.

Por mais que Jisung seguisse as orientações dos médicos, por longas horas, Seokjin o examinou e constatou que de nada iria adiantar em insistir no parto normal, o bebê não estava descendo.

— Não adianta — o Beta afirmou. — Precisa ser feito de outra maneira.

— Como de outra maneira? — Sungjae o encarou perplexo. — A não ser que…

— O quê? — Jackson os encarou. — Falem!

— Então é isso. — Jisung sorriu apertando as mãos dele. — É o mesmo que aconteceu a minha mãe...

— Do que está falando? — O Alfa inclinou-se para mais perto, tocando o rosto dele com delicadeza.

— Meu pai me contou que eu não consegui nascer naturalmente. Os médicos só tinham uma opção, e minha mãe escolheu salvar a minha vida.

— O quê!? — Jackson franziu o cenho.

— Está tudo bem — Jisung sorriu para ele, em seguida olhou para Seokjin e Sungjae. — Façam.

— Não. Espera. — O Alfa os deteve. — Do que estão falando?

— Seu filho não vai nascer a não ser que Seokjin o opere. — Sungjae explicou. — Precisa abrir a barriga dele.

— Mas a sua mãe… — Jackson não terminou de falar. Ele sabia que a Ômega havia falecido quando Jisung nasceu.

— Ela fez sua escolha — Jisung murmurou. — Estou fazendo a minha.

— Não vou permitir!

— Não! — O Ômega gemeu. — Por favor, Jin, Jae, façam o que for preciso.

Seokjin manteve-se sólido quando indicou ao outro médico:

— Fique firme, você vai me auxiliar. — Ele teve um sobressalto quando o Alfa agarrou seu antebraço com aspereza.

— Se tocar nele, eu arranco a sua cabeça! — Jackson rosnou ameaçador, com os olhos inteiramente vermelhos.

— Hmmm… — Jisung teve a atenção de ambos quando gemeu novamente. — Deixe-me ter o controle das minhas escolhas, Jackson. Eu quero!

— Mas… — Jackson largou o braço do Beta para tocar no rosto do Ômega suavemente. — Não posso perder você...

— Não vai. — Seokjin disse firme. O Alfa ergueu o olhar até ele. — Sei que posso salvar os dois. Nós podemos fazer isso.

Jackson voltou a olhar o Ômega se contorcendo na mesa, sentindo dores. Ele mesmo podia sentir pela marca, e não era apenas físico. O Alfa sabia que Jisung não iria suportar perder aquele filho.

Com isso, Jackson assentiu, permitindo que os médicos iniciassem o protocolo médico adequado para aquela situação. 

Antes que o Ômega perdesse a consciência por meio do ópio, Jackson encostou sua testa na dele e sussurrou:

— Eu te amo. Eu vou estar com você, quando abrir os olhos novamente.

As pálpebras do Ômega estavam demasiadamente pesadas para conseguir olhá-lo, mas ele sorriu ao ouvir as palavras do Alfa, antes da consciência o deixar completamente.

Seokjin solicitou que Jackson deixasse a enfermaria, e pediu para que Arata entrasse para também auxiliar. Ele não permitiu que Jimin o ajudasse, pois se tratando de seu irmão, o lúpus poderia entrar em choque.

Jungkook estava abraçado ao seu Ômega por um longo tempo. A cada lágrima que Jimin tentava segurar, mais quatro desciam no lugar. 

— Foi como nossa mãe nos deixou. — Ele murmurou soluçando. — Queria poder fazer alguma coisa.

— Confie no Jin. Sungjae também aprendeu muito da medicina. Eles irão salvá-lo, coração. 

Jimin o abraçou com força, com os olhos fechados. Por mais que soubesse da capacidade de ambos os médicos, ainda era doloroso ver o irmão naquela situação.

Todos estavam preocupados. Queriam estar por perto, saber de alguma notícia. Namjoon os manteve ocupados, já que nada poderiam fazer além de atrapalhar.

Jackson estava sozinho, sentado no local em que Jisung costumava ficar. Ele encarava o oceano agitado pela maré alta. Estava tão concentrado em seus pensamentos, que não percebeu quando pequenos dedos tocaram seu rosto, seguindo o mesmo caminho que uma lágrima.

— Tio Ji vai ficar bem. — O Alfa olhou para o lado ao ouvir a voz de Jungwon. 

Jackson passou a mão no rosto, recobrando a postura. 

— Que faz aqui? Está frio.

Jungwon deu de ombros e sentou ao lado dele.

— Não vou te deixar sozinho. Não dessa vez…

— O que disse? — O Alfa franziu o cenho.

— Uhm, eu… não sei. — O menino parecia igualmente confuso. — Eu só… não quero que fique sozinho.

Jungwon encolheu-se quando o vento forte e frio soprou contra eles. Jackson moveu o braço ao redor dele, e o menino encostou-se nele, compartilhando de seu calor.

Ficaram em silêncio por alguns minutos. Era curioso o fato de que Jackson podia sentir o lobo de seu pai, e ao mesmo tempo, conseguia distinguir a singularidade daquela criança.

O menino possuía uma personalidade única. Seu lobo continha algumas memórias e guardava o sentimento pelo filho, mas era apenas isso. Para Jackson, quem estava ao seu lado era seu pequeno amigo Ômega, Jeon Jungwon. Ele não tinha dúvidas quanto a isso.

— Ah, quase esqueci — o pequeno moveu-se até conseguir retirar algo do bolso. — Eu fiz isso pro meu priminho ou priminha.

— O quê? — Jackson olhou curioso para as mãos dele.

— Duas pulseiras. — Jungwon exibiu os objetos que fez utilizando conchinhas. — A branca é pra se for um menino, e a cinza se for uma menina. Ou pode ser o contrário também.

— Por que não um colar? 

Jungwon franziu as sobrancelhas quando passou a mão pelo pescoço.

— Não gosto… Meu pai fez um pra mim, mas… — ele encarou o mar, pensativo. — Me sinto sufocado usando colares.

Jackson imaginou que isso poderia remeter ao modo com que ele foi morto em sua vida passada. Era triste pensar nessa possibilidade, ele então resolveu mudar de assunto:

— Colares estão fora de moda.

— Mesmo?

— Claro. Pulseiras são muito mais elegantes.

— Não sabia que era entendido do assunto.

Jackson limpou a garganta, olhando em outra direção.

— Não sou. Seu tio que fica falando sobre essas coisas…

“Sei.” — O mais novo pensou.

No mais, eles retornaram ao silêncio. Um tempo depois, Jackson percebeu que o menino havia adormecido, ele o pegou no colo e o levou para os pais da criança.

Capitão Jeon abriu a porta da tenda e recolheu o filho, colocando-o em sua própria cama. Do outro lado, Jimin estava sentado e pensativo, quando olhou para Jackson, este reparou que seus olhos estavam inchados devido ao choro. 

— Ele fez para a prima dele. — Jackson exibiu as duas pulseiras de conchinhas. 

— Ele é tão precioso… — Do semblante abatido e preocupado, Jimin abriu um sorriso quando tocou os objetos. — Você sabe que também pode ser um primo.

Jackson sorriu para ele. Era melhor ver aquele Ômega implicando com ele, do que sofrendo e chorando, triste, angustiado pelo irmão.

Outra pessoa surgiu na entrada, o Capitão abriu a porta um pouco mais, dando espaço para que Seokjin entrasse. Assim que o viu, Jackson seguiu com pressa para a saída, mas o Beta impediu.

— Ele está bem — o médico disse com pressa. — Acalme-se! Só vou permitir que vocês dois entrem, Jisung precisa se recuperar em um ambiente completamente asséptico.

Ainda antes de entrar na enfermaria criada, o médico fez Alfa e Ômega higienizarem as mãos. 

— Não vai querer tocar seus filhos com essa mão imunda. 

— Filhos?! — Jimin se alarmou. — São dois?

— Sim. — O médico sorriu.

— Nossa, logo dois? — Um pirata questionou brincando.

— É óbvio. Tudo o que eu faço é muito bem feito. — Jackson disse. No mesmo instante lhe caiu a ficha da informação, e pasmo ele virou para o médico: — DOIS?! 

Outros também queriam, mas o médico insistiu em, por hora, deixar apenas que o irmão e o Alfa dele entrassem no local.

Assim que adentraram na enfermaria, eles viram Sungjae próximo do Ômega deitado na cama, ainda desacordado. Ele passava um lenço em seu rosto, e sorriu para Jimin assim que o viu.

Os olhos de Jackson bateram em uma parte destinada a um bebê, mas que estava sendo dividida pelos irmãos gêmeos. Era uma menina Alfa e um menino Ômega. Ele se aproximou e curvou o corpo até ficar na mesma elevação que os recém-nascidos.

— Se parecem com ele — o Alfa sorriu, tocando suavemente com a ponta do dedo no braço da menina. Em seguida, mudou a posição do braço para tocar na mãozinha do Ômega. — Por que estão assim tão quietos? 

— Por que se alimentaram* e estão dormindo. — Sungjae explicou.

Depois de ver o irmão, Jimin foi todo sorridente conhecer os sobrinhos. Ele se posicionou do outro lado e observou os gêmeos, cheio de encanto.

— Parece que ela tem o mesmo aroma que o seu — Jimin comentou. — Ou parecido.

Jackson concordou.

— É hortelã — o médico corrigiu. — É um pouco diferente. Menta é mais suave.

— E ele? — Jackson o sentiu e abriu um enorme sorriso quando informou o aroma do menino: — Meu pequeno moranguinho.

— Será que algum deles será um lúpus? — Jimin lançou a dúvida. Mas só era possivel confirmar a partir dos 4 anos de idade. 

— Há cinquenta porcento de chance, afinal, um dos pais deles é um. — Sungjae disse. 

Jackson acariciou os gêmeos um pouco mais, logo depois se levantou e foi ficar perto de seu Ômega. Ele segurou na mão de Jisung e passou a mão entre o cabelo dele. O Ômega suspirou, como se tivesse o sentido por perto. 

Continua...

*Como no meu universo ABO ômega macho não consegue amamentar, os nenéms se alimentaram com uma mistura que já foi preparada e armazenada para este fim 🥰

A bioluminescência da caverna que os jikook ficaram, é idêntica a caverna de Waitomo:

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