Boa Noite queridos leitores!

Espero que gostem desse capítulo, não se esqueçam de votar e comentar <3 

OBS : Tenho um grupo do whatsapp só para os meus leitores, então, se estiver lendo o livro Lembranças da juventude, guardadas em três diários ou qualquer outro livro meu e quiser participar do grupo, pode me chamar no privado aqui do wattpad, ou colocar seu número nos comentários aqui, vcs que sabem. Um grande beijo e tenham uma ótima noite de sono <3

Quinta feira, 04/05/2017, 20:00 horas.

Tenho que fazer uma confissão, eu ainda não tive coragem de confessar para a Lívia e a Mirela, mas escrever nesse diário é uma forma de me preparar, para o dia que eu resolver contar a elas, eu não sei sinto vergonha, porque sei que estou me iludindo. O Peter nunca vai querer ter nada comigo, eu não sou o tipo dele. Eu não sou nada parecida com as garotas que ele está acostumado a sair.

A questão é que eu estou completamente apaixonada por ele. Pronto! Consegui escrever, pena que falar isso para as meninas seja tão difícil para mim...

Eu sei que posso estar confundindo meus sentimentos, mas nesse momento, eu sinto, tenho a certeza de que gosto muito dele, muito mais como eu deveria gostar, tipo, somos amigos, pelo menos eu acho, eu não devia vê-lo com outros olhos, mas não consigo meus pensamentos sempre acabam o encontrando.

Isso não deveria ser difícil assim, mas é. Eu só beijei um garoto em toda a minha vida, e foi o Caleb, é como se eu fosse praticamente BV, pois não beijei outros garotos depois dele, acho que fiquei com medo do outro garoto não ser tão gentil, como o Caleb foi comigo na época, ou então, eu estava esperando por um rapaz que fizesse o meu coração acelerar de tanta paixão, e agora que encontrei, sinto que é impossível, Peter não gosta de mim assim, nem nunca vai gostar. Eu preciso mesmo esquecê-lo.

Estava caminhando em direção ao ginásio, eu estava tendo aula, mas me senti mal, meu estômago ficou estranho de repente, e senti vontade de vomitar, por isso não entrei de volta na sala e resolvi ir para o ginásio matar o horário lá sem que ninguém pudesse me achar. Eu só não imaginava que a turma do Peter estava tendo educação física nesse horário, e como eu tinha entrado, não podia simplesmente dar a volta, ficaria estranho, caminhei até a última arquibancada e sentei lá no final, bem escondida de todos, escondida não, pois todos haviam me visto, mas digamos bem afastada deles.

Peter ainda não tinha me visto, estava lindo e concentrado de mais jogando futebol sem a camisa. As meninas da sala dele suspiravam por ele e pelos outros rapazes que jogavam, eu não queria ser mais uma dessas meninas que ficavam suspirando pelo Peter, mas o que eu estava fazendo mesmo? Pelo menos, eu não demonstrava isso como elas estavam fazendo.

Percebi que três garotas da sala dele olharam para mim e sorriram, não sei se foi de deboche ou outra coisa, só sei que não fiquei encarando não. Não quero problemas, fui expulsa da minha antiga escola por bater em uma aluna.

O Peter só me viu quando parou de jogar, ele estava conversando com seus amigos todo animado, quando uma garota loira passou a mão em seu ombro nu dizendo alguma coisa e sorrindo, nesse momento ele me viu, desviei o olhar, eu não queria que ele visse que eu estava o observando.

Quando fui olhar disfarçadamente de volta, vi que ele estava caminhando em minha direção, sem a camisa. Oh não...

- Thamara. – disse ele, esboçando um sorriso enorme, que o deixava ainda mais sexy.

- Oi, como está? – perguntei, tentando não transmitir o meu nervosismo repentino.

- Estou ótimo, e como você está? Aliás, não era para você estar em sala de aula? – ele perguntou, arqueando uma sobrancelha.

- Estou bem. Sim, mas eu estava me sentindo mal, e resolvi vir para cá, para poder matar o horário em paz.

- O que está sentindo? – ele perguntou, demonstrando preocupação, pois se sentou ao meu lado e olhou bem em meu rosto.

- Eu só estou com o estômago ruim. – disse. Não queria dizer que estava com ânsia de vômito, vai que ele achava nojento.

- Ainda está sentindo?

- Mais ou menos, vai passar. – disse.

- Não quer que eu te leve na médica da escola?

- Não, obrigada. Estou bem. – menti. Eu ainda estava sentindo, mas não estava muito forte, e pensei que melhoraria logo.

- Me viu jogar? O que achou?

- Você foi ótimo, joga muito bem. – respondi um pouco nervosa, ele estava sem camisa e eu não sabia para onde olhava direito, quer dizer, se eu olhasse para o rosto uma parte do seu corpo aparecia, estava tão sem jeito...

Ele vestiu a camisa, será que tinha percebido meu constrangimento?

- Que bom que gostou. Seu cabelo está bem mais ruivo hoje. – ele disse.

- Sério? Deve ser porque eu o lavei, aí não está oleoso. – disse e ri.

- Seu cabelo nunca está oleoso, pelo menos nunca vi até hoje. – ele disse e sorriu.

O sol bateu em nós dois, e vi que seu olho azul, ficou ainda mais azul refletido na luz do sol, o que eu achei que não fosse possível, ele ficou mais maravilhoso que já é, e fiquei perdida no brilho e na cor de seus olhos que olhavam para mim.

- Suas sardas ficam bem mais visíveis ao sol, você tem muitas garota, e isso te deixa mais linda do que já é. – ele falou, pegando-me de surpresa, e devo ter corado, pois senti meu rosto queimar de tanta vergonha.

- Obrigada. – respondi sem jeito e sorri. O sol estava ficando forte, então arredamos um pouco para a sombra.

- Peter! – gritou um de seus amigos.

- Espera só um pouquinho, vou lá ver o que eles querem e já volto. – ele disse e desceu as arquibancadas.

Enquanto Peter conversava com o amigo que o chamou, duas garotas daquelas que me olharam no inicio e riram, se aproximaram de mim.

- Olá. – disse à loira que havia colocado a mão no ombro do Peter.

- Oi. – respondi sem emoção.

- O que está fazendo aqui se você é do primeiro ano? Não deveria estar na sala de aula? – ela perguntou ironicamente.

- Não estou me sentindo muito bem, resolvi matar o horário aqui, algum problema? – quis saber de uma vez. A morena que estava ao lado dela riu e respondeu pela a amiga.

- Não teria se fosse em qualquer outro horário, mas está aqui no horário da nossa turma, e pior, você estava conversando com o Peter, não sei se você sabe mas... O Peter é o ex- namorado da minha amiga aqui, a Emma. – falou a morena.

A loira se chamava Emma, e era a ex- namorada do Peter. Droga. – Eu não tenho interesse no Peter, ele é só o meu amigo. – menti.

- Por favor menina. O Peter é lindo, qualquer uma tem interesse nele, e você é do primeiro ano, uma pirralha ainda, é claro que iria se apaixonar por ele, afinal, ele é do segundo ano, um ano mais velho que você, é natural que meninas da sua idade se interessem por rapazes mais velhos, e o Peter está sendo tão legal com você não é mesmo? Mas sabe que ele é legal com todas as garotas que quer pegar, foi assim com a Josi da sua sala também, sabia? – falou Emma.

Quando eu ia dizer algo, a morena começou a falar, ajudando sua amiga.

- A Josi foi a mais bobinha de todas, quer dizer, ela se apaixonou completamente pelo Peter, ainda suspira por ele, e quando ele conseguiu beijá-la, ele simplesmente perdeu o interesse e deu um jeito de se livrar dela, mas ela não o deixa mais em paz. Mas ela não páreo para a Emma. Josi não é uma ameaça.

- Eu também não. – respondi seca.

- Ai que está enganada estranha, você até pode ter essa cicatriz horrenda em sua barriga, a gente viu as fotos. Mas... você é linda, e o Peter enxerga isso. Mas já vou logo te avisando, que eu não vou permitir que você fique com ele, aconteça o que acontecer,o Peter sempre vai ser meu, ele ainda não percebeu isso, mas vai perceber. – disse Emma.

Meu estomago se embrulhou do nada e começou a doer. – Ai! – gritei.

- O que foi garota?! Para de arrumar ceninha, não vai conseguir me jogar contra o Peter. – disse Emma, que estava furiosa e nervosa por eu ter gritado alto.

Tentei segurar, mas não consegui, acabei vomitando mo pé das duas. Imediatamente elas gritaram de nojo, e continuei vomitando, de repente, senti alguém segurar o meu cabelo por trás, e foi aí que parei. Olhei para as duas que estavam petrificadas com cara de nojo olhando para seus pés, a pessoa que segurava meu cabelo se colocou ao meu lado. – Está bem? – perguntou Peter. A não! Ele viu essa cena ridícula.

Balancei a cabeça negativamente envergonhada por ele ter que ver meu vomitado. Que vergonha... A sala dele toda me olhava.

- Vou te levar para a médica da escola, vem comigo. – ele disse, e colocou os braços ao redor de mim.

- Peter! – gritou Emma raivosa, mas ele a ignorou.

- Mas e o...

- Não se preocupe, as tias da escola vão limpar.. – ele disse.

- Que vergonha...

- Não precisa ter vergonha, todo mundo vomita Thamara, e você está passando mal, é normal, só não imaginava que fosse acontecer nos pés daquelas duas. – ele disse e riu.

- Elas devem estar furiosas comigo. – disse.

- Elas sempre são furiosas. As duas estavam te incomodando?

- Um pouco. – disse.

- Elas disseram algo?

- Só falaram para eu ficar longe de você, sua ex- namorada é bem bonita. – disse.

- Emma sempre tem que dizer que foi minha ex- namorada... Ela não me esquece, não me deixa em paz. Não liga para nada do que elas disseram, seja lá o que tiverem dito é tudo mentira, eu realmente fui o namorado dela, mas isso já acabou faz tempo, só ela que não consegue enxergar.

- Tudo bem, ela acha que eu sou uma ameaça... – disse.

Ele ficou calado, e sorriu, assim que chegamos à enfermaria, a médica olhou para Peter. – Sei que está preocupado com a sua namorada, mas tem que esperá-la do lado de fora. – disse a mulher.

Ele ficou calado sem jeito. – Não somos namorados. – disse.

- Não? Que estranho, jurava que eram se não são em breve vão ser, tenho faro para essas coisas do coração. – disse a mulher, me deixando constrangida, não só eu, mas vi que Peter também ficou constrangido, ele assentiu com a cabeça e foi me esperar do lado de fora.

Enquanto ela me examinava, sorriu para mim e começou a me fazer algumas perguntas que não tinham nada a ver com o fato de eu ter vomitado.

- Bonitão o rapaz, não é?

- Um pouco. – menti. Peter era completamente lindo.

- Ele se preocupa com você ruivinha. – disse ela, ainda me examinando.

- É só o meu amigo.

- Claro. Amigos. Bom, você não tem nada querida, passou mal porque não se alimentou direito na noite anterior, não foi?

- É... Eu não comi muito ontem. – respondi só agora me lembrando.

- Pois então, como não se alimentou direito, seu corpo reagiu dessa forma, as pessoas que estão acostumadas a comer bem e tem uma alimentação saudável, costumam passar mal quando ficam muito tempo sem comer, ou quando comem algo que não fez muito bem ao organismo, não é nada grave, se resolve voltando com sua alimentação normalmente.

- Então eu passei mal porque deixei de comer? – quis saber.

- Sim, como disse. Você não está acostumada há ficar muito tempo sem comer, e como ficou seu corpo ficou doente.

- Entendo... Que bom que não foi nada. Obrigada. – agradeci.

- Por nada meu bem. Não deixa o bonitão escapar em. – disse ela e riu. Olhei assustada e dei um sorriso sem graça, assim que saí, encontrei Peter de pé do outro lado, ele caminhou até minha direção com a expressão preocupada.

- Está bem? O que você tem? – ele quis saber, estava super atencioso.

- Nada de mais. Ela disse que eu passei mal porque não me alimentei direito na noite anterior, e que meu corpo não está acostumado a isso. – disse.

- Não se alimentou bem? Como assim? O que você comeu que te fez mal?

- Eu não comi.

- Como? Porque não comeu? Ficou há quanto tempo sem comer?

- Calma. São muitas perguntas... – disse, me perdendo dentre tantas.

- Estou preocupado com você.

- Ontem no colégio eu só fiz a refeição da manhã, depois disso não comi mais nada, e como eu sempre como muito, meu corpo estranhou e passei mal. – disse.

- Mas... Você também não comeu nada hoje cedo?

- Não.

- Thamara... No que estava pensando? Você tem que comer. – ele me repreendeu.

- Eu não sei o que aconteceu, acho que eu não senti fome... A sei lá Peter, de qualquer forma eu estou bem. – disse.

Ele suspirou. – Vem, vou te levar para comer. – ele disse, puxando minha mão.

- Eu não tenho dinheiro comigo agora. – disse.

- Eu pago Thamara, o importante é que você coma. – ele disse, e não teve como discordar. O segui até o refeitório, eu iria pediu algum salgado com refrigerante, mas ele disse que isso não era adequado para mim no momento, e fez com que eu escolhesse um prato de almoço, estava quase no horário de almoçar mesmo, nesse colégio é assim, se você quer almoçar comida boa com tudo o que você tem direito, tem que comprar, porque o almoço grátis é seguido do cardápio do colégio, que nem sempre tem as coisas que queremos comer naquele dia.

Na maioria das vezes eu comia o grátis. Ás vezes que eu comprei foi porque estava com desejo de comer algo diferente.

Mas Peter fez questão de pagar para mim, mesmo eu dizendo que poderia comer o grátis. Assim que nos sentamos, o agradeci novamente.

- Obrigada. Eu vou te pagar depois. – disse.

- Não é necessário que me pague, eu só quero que você coma. – ele disse e sorriu.

- Ta...

Olhei para o prato, tinha muita coisa boa, mas essas coisas boas estragariam com a dieta que iniciei no dia anterior. Droga. Fiquei encarando o prato de comida por alguns segundos, tentando pensar, achar uma solução.

- Thamara.

- Oi?

- Coma.

O olhei assustada, e petrificada. – Está fazendo algum tipo de dieta que envolva ficar anorexa ou bulímica? É isso o que você quer para a sua vida Thamara? Ter anorexia ou bulimia? Qual dos dois você tem? – perguntou ele, era praticamente um sermão.

- Nenhum! Eu não tenho anorexia e nem bulimia. – disse.

- Então porque não come como uma pessoa normal iria fazer nesse exato momento?

Suspirei. – Eu comecei uma dieta ontem, por isso não comi nada, pensei que eu aguentaria ficar sem comer, não pensei que fosse passar mal. Eu só queria emagrecer. – disse. Ele me olhou como se o que eu tivesse dito fosse a coisa mais absurda do mundo.

- Emagrecer para quê? Você já é magra, tem um corpo lindo.

- Não, eu não tenho, sou mais cheinha que a Mirela e a Lívia.

- Você tem mais corpo que as duas, isso não é ser gorda.

- Eu tenho espelho em casa. – disse.

- Não parece. Thamara, você não precisa de dieta, tem o corpo ideal, é sério. Se você começar com isso, pode sofrer de anorexia depois, você quer isso pra você?

- Não.

Ele me encarou e aproximou o prato para mais perto de mim. – Tudo bem! Eu vou comer. – disse e comecei a devorar a comida.

-Promete que não vai mais fazer isso? Ficar sem comer não emagrece ninguém, só prejudica a nossa saúde. E você realmente não precisa emagrecer. – disse ele, e sorriu enquanto eu me deliciava comendo aquele maravilhoso prato de almoço!

- Prometo. Nossa, está uma delicia. – disse e ele riu.

- Porque quis emagrecer? – ele perguntou.

- Acho que eu queria ficar mais bonita, ter o padrão ideal.

- Você não tem que seguir o padrão, só tem que ser você mesma, se amar e se aceitar como é. Aliás, não tem como você ficar mais bonita que já é. – ele disse.

- Continua me elogiando que eu vou acreditar. – disse e ri, e voltei a comer.

Peter ficou me olhando comer o tempo todo, fiquei um pouco constrangida, mas não muito, eu me sentia bem ao lado dele, eu gostava de estar com ele.

Quando terminei, agradeci novamente. – Obrigada. Você me ajudou mais vezes hoje do que deveria de fato. – disse.

- É para isso que servem os amigos.

- É sim. – disse um pouco decepcionada. Ele disse: AMIGOS.

Ficamos nos encarando por alguns segundos, não sei bem porque e nem como aconteceu, mas ficamos nos olhando assim por alguns segundos, até que ele veio se aproximando lentamente com a cabeça. Ele iria me beijar ou ia conversar algo perto do meu ouvido??? Eu não fazia ideia! Mas eu queria descobrir, por isso permaneci quietinha. E de repente eu levo o maior susto quando escuto vozes altas e fortes ao nosso meio. Eram os amigos do Peter, que haviam chegado, atrapalhando tudo.

- Desculpa cara! Interrompemos o casal? – perguntou um, zoando ele. Peter me olhou constrangido.

- Eu só ia limpar uma coisinha. – disse ele, levando o dedo ao canto do meu lábio, limpando algo que eu nem sabia que estava sujo. Droga! Sério mesmo que ele só ia limpar uma sujeira? Pensei que fosse me beijar, que vergonha... Eu sou uma tola mesmo se pensei que ele fosse querer me beijar.

- Sujeira... Sei! – zombou outro.

- Calem a boca. Eu preciso ir Thamara, nos vemos por aí, e não se esqueça de comer em! – gritou ele, e piscou para mim, apenas assenti constrangida.

Claro, eu não vou me esquecer. Nem da comida e nem de você. O que está acontecendo comigo diário??? Droga! Estou mesmo apaixonada por ele. É o meu fim.