Mirela
Segunda feira, 01/05/2017, 20:00 horas.
Era aula de Educação Física, eu sempre adorei praticar esportes e sou boa em quase tudo, apesar de ultimamente eu não ter praticado muito, sempre amei jogar basquete, futebol, queimada, vôlei, peteca, até os que eu não sei e alguém me explica, consigo aprender muito rápido, desde pequena faço natação, gosto de me exercitar quando posso, fazer caminhadas, as pessoas sempre duvidam de mim quando falo que sei jogar algo, só porque sou loira, tenho olhos azuis, e sou magra, pensam que sou patricinha e não sei fazer nada, mas é aí que elas se enganam, eu não sou patricinha, faço coisas de que elas até duvidam, e sou adotada. O que isso tem a ver não é?
Pois bem, quem olha para mim não imagina que eu seja adotada, e bem, isso não é uma coisa que eu costumo sair espalhando por aí, não por vergonha, não é isso, eu não ligo se fui adotada, eu só acho que os meus pais são os que me adotaram, e não há necessidade para eu sair dizendo a todos de que meus pais são outros, que por sinal, eu nem conheço, eu só falo isso para os mais chegados, ou quando surge algum tipo de assunto relacionado à adoção.
A Lívia sabe que sou adotada, a Thamara ainda não sabe, mas qualquer dia pretendo contar, eu fui adotada quando eu tinha quase um ano de vida, uma bebê, então, não me lembro de orfanato nenhum, fiquei muito pouco tempo lá, graças a Deus, a Vanessa e o Gustavo apareceram naquele orfanato decididos a adotarem uma criança, e eu fui a sortuda. Gosto de pensar que Deus colocou os dois no meu destino para que eu pudesse ter uma família amorosa que cuidasse de mim, para que eu pudesse ter pais, eu realmente não sei a minha origem, de onde eu vim quem foi meus pais, como eu fui parar no orfanato, não sei absolutamente nada, e para falar a verdade, nunca fui interessada em saber, pois para mim, meus únicos pais são a Vanessa e o Gustavo, e se eu estava naquele orfanato, foi porque meus pais biológicos não me queriam, então, não há motivos para eu pensar neles, pode parecer até meio egoísta, mas eu nunca fiz questão de saber a minha origem, eu nunca quis encontrar meus pais biológicos, talvez pelo fato de que a verdade seja dolorosa, e eu estou bem como estou, feliz onde estou não gosto de pensar nas pessoas que me deram a vida.
Um dia a Lívia me perguntou se eu não tinha curiosidade de saber quem eram meus pais biológicos, e eu respondi que não, e aí ela me fez uma pergunta que ficou na minha cabeça, e ás vezes quando me olho no espelho, lembro da pergunta dela.
" Você não tem curiosidade de ver a sua mãe biológica e assim ver se você é parecida com ela ou com o seu pai biológico? Tipo, ver se ela é loira como você, se tem o mesmo olho azul que você tem, essas coisas do tipo." – foi o que ela disse.
" Não. Eu não me importo com nada disso, nunca tive essa curiosidade." – foi o que respondi.
" Ata, eu só perguntei, porque eu adoro olhar para minha mãe e analisar os traços dela e depois o meu, eu fico comparando para ver quem eu puxei mais fisicamente, se foi a minha mãe ou o meu pai."
" Foi a sua mãe Lívia, você se parece bastante com ela." – falei e na época trocamos de assunto.
Ás vezes quando me olho no espelho, penso na pergunta que ela me fez, e então, eu simplesmente saio da frente do espelho e tento pensar em outras coisas. Acho que bem lá no fundo, eu tenho medo de um dia encontrar eles, tenho medo do que pode acontecer com a minha vida depois de tal acontecimento.
Eu estava na quadra jogando futebol só com as meninas da sala, bem, com as meninas que gostavam de jogar, na verdade, a maioria que estava jogando comigo, não sabia nem como chutar uma bola direito, mas eu estava ensinando a elas, o bom do nosso colégio, é que tínhamos duas quadras, para as meninas e os meninos usarem sem nenhum tipo de "brigas" para ver quem fica com a quadra, então, existe duas quadras para isso, é bem raro as meninas jogarem, pelo menos, as da minha sala, mas quando eu falo que vou jogar, a maioria vem comigo, e é aí que eu ensino a elas, já que nosso professor de educação física, só gosta de ensinar e dar atividades para os meninos, o Thalisson acha que nós "meninas" não ligamos para esportes, por isso não da muita ideia para gente, acho que deveria ter dois professores, um para os meninos e outro para as meninas, mas até hoje, isso não foi possível, o que é uma pena.
Enquanto eu explicava as regras do futebol e mostrava a elas como se jogava, a nossa quadra foi invadida por alguns meninos da nossa sala, e eles se sentaram na nossa arquibancada para nos ver, e entre esses meninos, estava o Caleb.
Tentei não ligar para a presença dele, e continuei explicando e mostrando as meninas como se fazia. Até que o Caleb se levantou e caminhou para dentro da quadra, vindo em nossa direção, estava acompanhado de um amigo dele, que também era da nossa sala, o Felipe.
Caleb bateu palmas. – Nossa... Estou admirado com tanto talento, jamais pensei que você, Mirela Salles soubesse jogar futebol. – disse ele, sorrindo.
Esbocei um sorriso tímido e fiz outro coque em meu cabelo, pois estava caindo. – Pois é, tem muitas coisas que você ainda não sabe sobre mim, na verdade, quase ninguém sabe. – disse.
- A Mirela é ótima com esportes, ela sabe jogar um monte. – acrescentou Lívia, e eu a repreendi com o olhar, ela sempre tinha essa mania de falar qualidades minhas para os rapazes.
Caleb sorriu novamente e ficou me encarando. – Você deveria montar um time feminino de algum esporte aqui na escola, tenho certeza que assim como você, outras garotas também gostam. – disse ele.
- É... Quem sabe, eu nunca tinha pensado nisso. – respondi.
- Qualquer dia podemos marcar de jogar uma pelada, vou adorar ver suas habilidades no futebol. – ele disse.
- Só cuidado para não perder pra ela em cara! – zombou Felipe. Mais dois meninos da nossa sala se aproximaram da gente.
- Mirela, eu vi você no Domingo com aquele cara na rua... – disse Ricardo rindo.
- Como é? – perguntei sem entender.
- Não se faça de desentendida Mirela, você estava beijando ele, e andando abraçadinha. – ele continuou com sua confusão.
- Não. Eu não saí no Domingo pra lugar nenhum, muito menos com um menino, você me confundiu com outra garota Ricardo. – disse e ri.
- Mirela, ta falando sério? Porque eu realmente te vi. – ele insistiu.
Caleb me olhou estranho e eu não entendi por que. – Claro que estou falando sério, você me confundiu com outra garota, não era eu. – disse.
Ricardo franziu a testa, como se estivesse tentando se lembrar de algo. – Nossa, eu jurava que era você, eu devo ter feito confusão mesmo. – ele disse.
- Essas coisas acontecem mesmo, sempre tem alguém que parece um pouco com a gente. – disse.
- É... – ele disse meio estranho, como se estivesse confuso, e o olhar de Caleb continuava fixo em mim, mas não era mais o mesmo olhar de admiração como antes, eu não sabia identificar esse novo olhar, estava estranho, parecia bravo, ou com ciúmes. Será que ele estava com ciúmes e não acreditou no que disse ao Ricardo? Era só o que me faltava agora! A garota nem era eu, e eu me dava mal com isso.
Quando percebi a quadra já estava infestada por todos os meninos da nossa sala que se aproximavam para nos ver, estávamos com roupas de esporte, e eles estavam reparando nos nossos corpos, mas não era isso o que me importava naquele momento, eu estava intrigada com o olhar estranho do Caleb para mim.
De repente, escutei um menino, especificamente o Danilo fazer um comentário desnecessário a respeito da Thamara, que estava ao meu lado.
- Nossa, a ruivinha é estranha, mas é bem gostosinha em... Da para o gasto. – disse ele, olhando com desejo para a Thamara e eu fiquei enojada com o comentário dele. Quando eu ia abrir a boca para dar na cara dele, o Caleb se adiantou, e defendeu a Thamara.
- Tá maluco cara?! Deixa de ser idiota, não se fala assim com garotas, e muito menos chamando – a de estranha, o único estranho aqui é você, com esse comentário preconceituoso e machista. – disse Caleb, exaltado, olhando feio para o Danilo.
Fiquei surpresa em ver como ele tinha ficado bravo pelo comentário do Danilo, e naquele momento comecei a desconfiar de que talvez, o Caleb gostasse da Thamara e não de mim.
Olhei para Thamara que tinha se encolhido no seu canto e em seguida, saiu correndo para fora da quadra, corri atrás dela, e Lívia atrás de mim até conseguir me alcançar.
- Thamara! Espera! – gritei, e ela parou no meio do pátio do colégio, e me aproximei, ficando de frente para ela.
- Não liga para o que o Danilo disse, ele é um idiota. Acredite no seu potencial Thamara, você não é estranha, é linda e muito legal, eles que não vêem isso, são eles que perdem. – disse.
Ela estava com os olhos inundados de lágrimas. – Você diz isso porque é minha amiga Mirela, todos os outros daqui me acham estranha, e feia por causa da cicatriz.
- Se tem uma coisa de que eu tenho certeza é que todos nesse colégio te acham linda, só não admitem isso, a maioria sente inveja de você e por isso implica, sabe quantas ruivas tem nesse colégio moçinha?
- Só você e a Nayara. – completou Lívia, me ajudando.
- E a Nayara é super legal e bonita, mas cá entre nós, você é bem mais. Ela não tem sardas, você tem, a pele dela até branca, mas a sua é mais. Thamara, você é tão linda que causa inveja nessas garotas que implicam com você e desperta sentimentos na maioria desses meninos, que com certeza devem estar entre os que implicam também. – falei.
- Mas se eles me acham bonita, porque implicam comigo? Porque me chamam de estranha? – ela perguntou.
- Porque eles são uns tolos e tem medo de serem zoados pelos outros, pra fazer parte do grupinho, alguns dizem coisas que não acham de verdade, preferem zoar a pessoa que todo mundo zoa, do que ser amigo dela e correr o risco de não fazer parte de determinado grupo, o que é uma idiotice e um grande absurdo, porque esse lance de grupinhos é tão infantil, tão mesquinho, que chega a dar dó. Acho que vergonha é a palavra correta. – disse.
- Não interessa, não é justo que todos me zoem, que me digam coisas feias por causa de uma cicatriz minha, eu poderia ter morrido naquele acidente! Ninguém nunca pensa na forma como ganhei essa cicatriz! Eles pensam o quê? Que eu nasci com ela?! – ela gritou, furiosa, cheia de raiva e começou a chorar, Lívia e eu a abraçamos juntas. E Thamara chorou em nossos ombros como uma criança que tinha se perdido dos pais, foi de partir o meu coração, senti vontade de protegê-la de tudo e de todos, dentro de uma bolha mágica, uma bolha mágica invisível, onde não importasse quem implicasse com ela, com a bolha mágica, Thamara não sentiria dor e não ficaria triste ao escutar nada, é uma pena que isso não exista e que a única coisa que posso fazer por ela, é dando meu apoio de amiga e a defendendo sempre que possível.
- Vai ficar tudo bem Thamara. – disse.
- Você vai superar, e vamos te ajudar nisso. Quer dizer, você tem que aprender a ligar o botão do foda-se garota! Quando alguém implicar com você de novo, ou finge que não ligou ou devolve na mesma moeda! – disse Lívia.
- Se for preciso, bata na pessoa. – eu disse e isso fez Thamara rir.
- Acho que se eu bater em alguém de novo, meus pais vão me mandar para um colégio interno. – disse ela, rindo, e enxugando suas lágrimas com as mãos.
- Vamos te dar cobertura, seus pais não vão fazer nada, porque jamais vamos permitir que te tirem da gente. – disse Lívia.
- Obrigada meninas, vocês duas estão sendo tão incríveis na minha vida, eu não sei o que seria de mim nesse colégio sem vocês. – ela disse.
- Você foi o melhor presente que poderíamos ter ganhado esse ano. – eu disse.
- Acho que é a primeira vez que escuto alguém falar isso... – ela disse rindo.
- Deixa de ser boba! Confia mais em si mesma que tudo vai dar certo. – falei. E arrumei o cabelo dela que estava meio atrapalhado.
- Tem alguém vindo aí... – disse Lívia, com um sorriso travesso no rosto, olhei para frente e vi de quem se tratava Peter em carne e osso.
- Acho que o Pan veio atrás de você. – eu disse e Lívia riu.
- Deixa ele escutar que você o chamou assim. – falou Lívia. Thamara estava séria.
- Estou muito feia? – ela perguntou.
- Está linda, não se preocupe. – disse. E Lívia e eu saímos para que Peter pudesse conversar a sós com ela, passamos ao lado dele e o cumprimentamos, ele sorriu e foi em direção a Thamara. Acho que ela gosta mesmo dele, e alguma coisa me dizia que ele também gostava dela, Peter nunca ficou tão protetor com uma garota assim antes, como ele é com ela.
Fomos para o refeitório, estava com fome e queria comprar um salgado para mim.
– Você acha que o Caleb gosta da Thamara? – perguntei a Lívia, ela me olhou surpresa e demorou alguns segundos a mais para responder, e com isso, eu soube que ela também tinha suas dúvidas.
- Eu não sei, ás vezes não, ás vezes sim. Eu ainda não sei qual é a do Caleb se é ela ou você.
- Ele a defendeu de um jeito que... Sei lá, parecia até que eles já tiveram algo. – disse.
- Eu percebi também, mas acho que ela contaria pra gente se caso já tivesse rolado alguma coisa entre os dois, não é? – perguntou Lívia.
- A não ser que ela esteja com medo, e ache que eu vá ficar com raiva. – falei.
- Precisamos dizer a ela para confiar na gente então.
Lucca surgiu entre nós sem que eu o percebesse chegando, eu estava tão perdida entre meus pensamentos a respeito do Caleb e da Thamara que não me dei conta que ele estava se aproximando.
- Lívia, precisamos conversar. – ele disse a ela.
- Não tenho tempo agora. – ela provocou, e vi que ele tinha ficado irritado.
- Por favor, Lívia.
- Ok, espera um pouco. – ela disse, fingindo- se de irritada. Ela piscou para mim e riu dizendo "até depois amiga".
Só a Lívia mesmo, não sei como ela consegue ser tão maluca. Minhas duas amigas estavam conversando com seus pretendentes e eu sozinha na cantina do colégio.
Nem tão sozinha... pois Caleb estava vindo em minha direção. – Olá. A Thamara ficou muito chateada com o que aconteceu lá na quadra? – ele perguntou.
- Não, quer dizer... Sim, mas agora ela já está bem.
- Eu a vi conversando com o Peter.
- Aham.
- E você?
- Eu o quê? – perguntei sem entender.
-Está saindo com algum cara mesmo? O Ricardo disse que a garota que ele viu era tão igual a você que ele está até com medo de estar ficando doido, era você mesmo?
- Eu não estou saindo com ninguém, ele realmente me confundiu. – disse.
- Que bom. – disse ele, e sorriu, me olhando com intensidade. O olhei sem entender absolutamente nada, não dava para entendê-lo, uma hora parece que gosta da Thamara e em outra, parece que gosta de mim, qual de nós duas ele realmente quer?
Como eu queria ter coragem para perguntar, mas não quero fazer papel de ridícula. – A aula hoje está de pé não é? Na biblioteca? – ele perguntou.
- Claro, está sim. – disse.
- Ótimo. Obrigado, até mais Mirela. – disse ele, caminhando para longe de mim.
...
Eu estava na minha aula de teatro, era mais um dos muitos cursos pelo qual optei no colégio, eu adoro teatro também! Quando a professora chegou apresentando dois alunos novos, o primeiro era um rapaz alto, encorpado, olhos castanhos escuros e com o cabelo castanho claro, ele se chamava Cauã.
E em seguida, o outro novato no curso de teatro chegou e fiquei chocada ao ver quem era o segundo aluno. Nada mais e nada menos do que o Caleb. Eu nem sabia que ele gostava de teatro.
Depois que a professora os apresentou a turma, e eles se apresentaram, dizendo quem eram e porque entraram, Caleb se aproximou de mim para falar algo.
- Eu não sabia que você fazia teatro.
- E eu não sabia que você curtia teatro. – disse.
- Já fiz teatro quando pequeno, era apaixonado, resolvi entrar agora.
- A sim, você vai gostar, é muito legal.
- Você gosta de muitas coisas, esportes, teatro, o que mais vou descobrir a seu respeito? – ele perguntou e eu ri.
- Bom com o tempo você vai saber. – respondi.
Quando a aula de teatro terminou, fui me levantar do palco e sem querer perdi o controle da minha equilibração, o que me fez cair em cima de uma pessoa. – Desculpa! – pedi, antes mesmo de ver quem era.
- Está tudo bem. – ele falou, e riu, estava segurando meus braços, era o Cauã, o aluno que entrou hoje no curso.
- Isso nunca me aconteceu antes...
- Para tudo tem uma primeira vez. – disse ele, e estendeu a mão para me cumprimentar.
- Sou o Cauã.
- E eu sou a Mirela. – disse, pegando na mão dele.
- Vamos Mirela? – perguntou Caleb se aproximando.
- A é, a aula particular. – disse, me lembrando.
- Tchau Cauã, nos vemos por aí. – falei, ele sorriu e assentiu com a cabeça.
Caleb e eu caminhamos em silêncio até a biblioteca. Dei a aula para ele como da outra vez, e quando terminamos, ele ficou em silêncio, estava estranho.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntei sem entender o comportamento dele.
- Aconteceu sim.
- Quer falar a respeito?
- Não, quero fazer outra coisa. – disse ele.
- O quê?
- Você não percebe não é? – ele perguntou, me deixando mais confusa ainda.
- Não. O que eu tenho que perceber?
- Estou completamente na sua Mirela, e fiquei morrendo de ciúmes quando te vi caindo em cima daquele menino e de papinho com ele. – disse ele, e arregalei os meus olhos assustada, meu coração estava acelerado, e eu não conseguia falar nada, em seguida, Caleb arredou sua cadeira para mais perto da minha e me beijou.
Quando seu lábio tocou o meu, senti um frio na barriga pela primeira vez na vida, e o correspondi como sempre sonhei. Foi melhor do que nos meus sonhos, parecia até mentira que eu estava mesmo o beijando dentro da biblioteca da escola.
Depois de um longo beijo, afastamos nossos lábios, mas ficamos pertos o suficiente para nos olharmos. Ele me olhava com um misto de doçura e curiosidade.
- Você me surpreende cada dia mais. Eu devia ter te beijado antes. – disse ele, acariciando meu rosto.
- É, você devia mesmo. – respondi, abrindo um sorriso de pura felicidade. Ele riu e me beijou mais uma vez, e eu senti que estava me apaixonando por ele.
Estou tão feliz, que até meus pais me perguntaram o que tinha acontecido, mas não tive coragem de dizer a verdade, fiquei com vergonha, então menti e disse que eu estava normal, meus pais estavam mais presentes na minha vida, mais carinhosos, e atenciosos em relação a mim, eu não podia estar em uma fase melhor.
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