Lívia


Sábado, 06/05/2017, 23h00min horas.

Bom, já vou começar a escrever o que realmente importa! O ponto auge do meu sábado, o que me deixou realmente com muita raiva daquele idiota do Lucca!

Não queria ter que expressar toda a minha raiva aqui, e assim desse jeito, mas é o que eu sinto, é o que me aconteceu, então, meu querido diário não vai se importar de meu ouvir, não é??? Ok sou louca mesmo, falando com um diário. Mas vamos lá ao que interessa.

Tudo começou com aquela mensagem da Mirela, eu sei que ela não fez com más intenções, não mesmo, a conheço perfeitamente bem, o que ela não imaginava era que me desse à louca e que eu saísse me arrumando para ir direto a tal festa, que pelo o que vi quando cheguei, todos do colégio estavam.

Nesse momento, a Thamara estava do meu lado, eu estava na casa dela, e ela leu a mensagem, tentou me acalmar, mas não conseguiu, então, ela simplesmente foi atrás de mim feito uma louca, não sei nem como os pais dela permitiram que ela saísse.

Na verdade, a única louca era eu, e não ela. A Thamara até tentou me convencer a não entrar na festa, mas quem disse que eu ouvi? Sou tão teimosa...

Entrei e fui caminhando até encontrar o galinha do Lucca, e quando o encontrei, ele estava aos beijos com aquela garota, que eu nem sabia o nome!

Claro que eu não pensei no que eu ia fazer, mas fui levada pelo meu impulso maluco de ir até os dois tirar satisfações. – Olá Lucca. – disse ironicamente, assim que escutou minha voz, ele se afastou da garota e me olhou surpreso e assustado. Ele não esperava me ver por ali.

- O que está fazendo aqui Lívia? – foi só o que ele conseguiu perguntar. Canalha, nem para tentar me explicar o porquê ele estava aos beijos com ela.

- É uma festa! Não está vendo? Assim como você, eu também quis vir. – disse curta e grossa.

A garota estava rindo maliciosamente, olhei com irritação para ela. – Qual o seu nome mesmo? – perguntei a ela.

- Nayeli, mas no que isso te interessa querida? Não vê que está atrapalhando? – pergunta ela, toda se achando, e cheia de soberba.

- Não fala assim com a Lívia. – disse Lucca, a repreendendo. Nayeli revirou os olhos.

- Eu não preciso que você me defenda Lucca. Querida Nayeli, mais ridícula que você não existe, e se existe, eu ainda não conheço. – falei, ela me olhou furiosa e o Lucca pegou na minha mão, tentando me tirar dali.

- Me solta agora! – gritei, e o empurrei. Ele me olhou assustado. – O que está fazendo Lívia? Vamos conversar em um lugar mais calmo. Eu não sei por que está arrumando essa tempestade toda se nós dois não temos mais nada! Isso não é uma traição Lívia. – disse ele, gesticulando com os braços.

Então era isso? Ele ia jogar na minha cara que não tínhamos mais nada? Ótimo Lucca, vou mostrar a você que não temos mais nada. Foi exatamente isso o que eu pensei na hora, não consegui controlar a minha raiva, quando vejo já estou fazendo a cagada.

Pra minha sorte ou para o meu azar... Charles estava logo ali na frente, conversando com uns caras, que deveriam ser amigos dele. Eu podia ter ido a qualquer outro rapaz ali da festa, mas eu quis escolher o Charles, porque eu sabia que Lucca morreria de ciúmes, e também porque, eu queria que o idiota do Charles visse o poder que eu tenho, o poder que eu posso exercer em um homem, ou garoto. Tanto faz.

Caminhei até o Charles, e o beijei, senti que ele ficou surpreso com minha atitude, mas não me afastou, pelo o contrário, ele me puxou para seu corpo, me envolveu com seus braços e correspondeu ao meu beijo com vontade. Foi um beijo de língua, mais longo e intenso do que deveria ser.

Fui puxada para longe do Charles, era o Lucca que estava segurando meu braço e me olhando com raiva e decepção. – Acho que você já conseguiu provar que tudo o que você quer, acaba conseguindo, você já conseguiu se vingar está satisfeita? – perguntou ele, olhando no fundo dos meus olhos.

Só então, eu percebi o que havia feito. – Você merecia mais. – disse.

- Não Lívia. Tem uma diferença bem grande entre o meu beijo com a Nayeli e o seu com esse cara aí...

- Diferença? Que diferença?! Faça – me o favor, beijo é beijo! E não estamos juntos, isso não é uma traição Lucca. – quis jogar na cara dele.

- Tem diferença sim, porque o beijo que eu dei na Nayeli foi um beijo sem sentimentos, apenas para passar o tempo, e eu vi que o seu beijo com ele, envolveu um sentimento, vocês dois se corresponderam com muita vontade, Lívia, quando não gostamos de uma pessoa, não a beijamos por tanto tempo. Acho que o idiota da história sou eu, você deveria tentar se entender com o garoto vai que ele é a sua cara metade, e está aqui perdendo o seu precioso tempo comigo. – ele disse, com a voz magoada, e me soltou. Fiquei em choque com o que ele disse. Insinuar que eu gostava do Charles era inaceitável! Sendo que ele sabe que eu gosto é dele!

Lucca se afastou, estava indo em direção a saída da festa, Charles se aproximou de mim. – Me usar para fazer ciúmes no Lucca de novo, não foi nada legal. Você fica pior a cada segundo que passa. – disse ele.

- A cala a boca. Você bem que gostou de me beijar. – disse, com raiva.

- Eu senti foi nojo. Mas tive que fingir, porque queria contribuir para estragar a sua relação com ele, se eu correspondesse, o beijo duraria mais e o Lucca não vai te perdoar por isso, de novo não. – disse ele.

O olhei indignada. – Você é um monstro! O que você tem contra mim? – disse, o empurrei e saí marchando enfurecida dali, queria ir embora daquela maldita festa.

Me trancar no meu quarto e chorar em paz! Eu sempre faço merda, sempre faço o Lucca se zangar comigo, mas, quer saber? Não me arrependo de nada! Isso é para ele ver que comigo é tudo ou nada.

Vi a Mirela dançando com o Caleb toda apaixonada, minha amiga estava feliz, e eu não iria até lá para preocupá-la, então, enxerguei a Thamara conversando com o Peter. Os dois estavam rindo uma para o outro, provavelmente estavam rindo de algo engraçado, e olhando – os de longe, pareciam até um casal, os dois tinham potencial juntos, combinavam, e eu conhecia o Peter, ele é um amor de garoto, um pouco galinha, mas um amor, e a Thamara estava gostando dele, e alguma coisa me dizia que ele também estava gostando dela.

Está aí... Esses dois deveriam mesmo ficar juntos! Caminhei até os dois.

- Olá pessoal. – disse.

- Lívia! Você sumiu. O que fez? – perguntou ela preocupada.

- Só arrumei um escândalo, e beijei o idiota do Charles na frente do Lucca de propósito. – respondi e ela arregalou os olhos, Peter riu, não por maldade, mas porque, do jeito que eu falei, até eu iria rir.

- Precisa controlar mais esse seu jeito Lívia. – disse ele, me zoando. Peter sempre me zoa quando faço alguma besteira, sempre foi assim, e acho que sempre será.

-E você precisa confessar logo seus sentimentos. – provoquei sem querer, deixando escapar minha teoria de que ele estava completamente apaixonado pela minha amiga Thamara. A ruivinha não entendeu, mas ele sim, tanto, que ficou super nervoso e sem graça.

- Do que está falando sua louca? – perguntou ele, quase gaguejando, e eu ri.

- Desculpa, escapou.

- Sentimentos por quem? – perguntou Thamara, e eu ri mais. Eu tinha de falar com essa garota, e mostrar a ela o que estava óbvio para todo mundo.

- Por ninguém! Não liga para a Lívia. Ela é maluca. – ele mentiu e eu achei bem fofo e engraçadinho. Era a primeira vez que eu via o Peter tão nervoso por causa de uma garota, é Thamara, você mexeu mesmo com ele.

- Vamos embora? Quero ir para casa acompanhada. – disse a ela.

- Tá. Vamos sim. – respondeu ela.

- Eu levo vocês. – Peter disse, oferecendo – se para ser nosso guardião.

- Levar como? Você é menor de idade maluco, ainda não tem carteira. – lembrei- o.

Ele riu e bagunçou meu cabelo de propósito, me zoando novamente. – Meu pai tem carro maluca! Eu ligo para ele e deixamos as duas na porta de casa, simples assim. – disse ele.

- Bobo. Então vamos! Liga logo tapado. – disse e Thamara riu. Quando ele ligou para o pai, Thamara se aproximou e conversou baixinho comigo. – Espero que o meu pai não me veja saindo do carro. Eu nunca mais entrei em um carro desde o acidente... Se ele souber, é capaz de me deixar de castigo. – disse ela.

- Não se preocupe. Ele não vai descobrir. – disse.

Fomos lá para fora esperar que o pai do Peter chegasse para nos levar. Enquanto isso, ficávamos conversando.

- Eu estou com vontade de matar aquela "Nayeli". – disse, dando ênfase no nome dela.

- Esquece isso Lívia. Se concentra no Lucca. Se gosta dele, corre atrás e pede desculpas. – disse Peter.

- Eu? Pedir desculpas para o Lucca?! Não tenho nem motivos para isso! Ora, não estávamos juntos quando eu beijei o Charles. E ele também estava beijando a Nayeli. – disse.

- Você é muito orgulhosa.

- A é? Por um acaso você perdoou a Emma por ter te traído com o seu irmão? – deixei escapar sem querer. Thamara arregalou os olhos verdes, ela ainda não sabia dessa história e se o Peter não contou a ela, foi por algum motivo.

- Desculpa. Sou uma linguaruda. – disse.

Ele olhou sem graça para a Thamara, e suspirou fundo, eu sabia que esse assunto ainda o deixava envergonhado.

Peter tem um irmão de 18 anos, o Matheus. Emma e Peter namoravam, e em um dia, Peter pegou Emma aos beijos com o irmão, em seu próprio quarto. Os dois tentaram se explicar, mas a única coisa que Emma conseguia falar era pedidos de desculpas e que ele a perdoasse, e Matheus disse que aconteceu, que quando viu Emma e ele já estavam envolvidos um com o outro, e claro, que Peter não aceitou bem, ficou furioso, pois foi uma traição em dose dupla, da namorada e de seu próprio irmão, e desde então, ele e o irmão vivem se desentendendo, Peter deixou de confiar em Matheus, e só o atura porque são irmãos.

- Não precisa falar nada se não quiser. – disse Thamara.

- Não, tudo bem, praticamente todo o colégio sabe mesmo, uma hora ou outra, você também iria ficar sabendo. Eu terminei com a Emma porque ela me traiu com o meu irmão, foi isso, e desde então, eu não consigo me dar bem mais com ele. – disse Peter, estava ficando triste.

Antes que Thamara pudesse falar algo, o pai do Peter chegou, e parou o carro em frente a nós. Caminhamos na direção do carro em silêncio.

Primeiro deixaram Thamara na porta de casa, a casa dela ficava mais perto, após foi a minha vez. Agradeci aos dois e pedi desculpas ao Peter antes de sair do carro, ele murmurou um "tudo bem, não foi sua culpa". Ele era gentil até quando não precisava ser.

- Como foi à festa? – perguntou mamãe, assim que entrei em meu quarto.

- Péssima. – respondi.

- Quer conversar a respeito?

- Hoje não mãe. Só quero descansar, dormir e esquecer o pesadelo que foi essa noite. – disse.

- Adolescentes são sempre tão dramáticos... – disse ela.

- Eu não sou uma adolescente comum mãe...

Ela se aproximou de mim e beijou meu rosto. – Durma bem, e fique com Deus.

Sorri e a abracei, ela se retirou do meu quarto, e comecei a trocar de roupa. Amanhã é Domingo, e aqui estou eu, escrevendo tarde da noite no meu diário.

Bom, espero que no dia de amanhã, eu tenha coisas melhores para escrever aqui. A única coisa que quero é dormir e esquecer tudo. Só não sei se vou conseguir.

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