+ nice girls
Era verdade que as festas em Forks só começavam quando os delicados pés de Cameron Wate tocassem o recinto. Todos sabiam que se Cameron comparecesse a festa seria um sucesso, mas se a rainha Wate não lhe dignasse um tempo, oh docinho, a festa seria um provável desastre.
É justamente por isso que Lauren Mallory ficou radiante ao ver Cameron atravessar a porta da frente. A bolsa de lantejoulas dos anos oitenta era uma característica de Cameron e ninguém ousaria dizer que ela não estava na moda. Não quando ela os combinava com uma bota na altura das coxas, mini saia e um blazer talvez formal demais para uma noitada.
Mas aquela era Cameron Wate e Cameron tinha um estilo próprio e um que eventualmente, todas as garotas de Forks queriam seguir.
— Cams! Você veio! Tem bebidas na cozinha e temos copos na mesa. — Lauren Cretina Mallory, se aproximou de Cameron e Janete, não se dando o trabalho de dar as mesmas boas vindas calorosas à sua irmã mais nova. Cams torceu os lábios, olhando ao redor. A casa dos pais de Lauren e Janete não era uma das maiores ou mais bonitas, embora fosse verdade que além dos Cullens, ninguém em Forks tinha uma casa tão grande assim.
Apesar disso, os adolescentes não pareciam se incomodar com o frio congelante e surpreendente daquela noite de março e o gramado da casa estava relativamente cheio.
— Não seja tão óbvia, Lauren. — Janette estralou os lábios, revirando os olhos. Os cabelos negros presos em uma trança lateral enquanto os jeans pretos faziam uma combinação formidável com a pele clara. Cameron achava que sua melhor amiga era algo digno de admiração e se questionava o que ela ainda fazia em um local tão ermo quanto Forks. Afinal, Cams era obrigada pela mãe a ficar, mas a Sra. Mallory fazia questão de investir tudo que tinha em sua filha mais bonita e talentosa.
— É claro, docinho. Eu adoro uma visita a casa dos Mallory, você sabe. — Cameron estralou os lábios vermelhos cereja e sorriu docemente. — Nos vemos por aí, vou ter um tempo com a minha irmã favorita agora. — ela acenou para Lauren ignorando quando a loira torceu os lábios em desagrado e puxou Janette pelas mãos.
Três bebidas depois, Cameron estava dançando ao som de Miley Cyrus. Seu corpo movimentando-se pelas notas musicais com o álcool mantendo-a aquecida, embora estivesse sozinha sempre havia um par de mãos tentando uma chance com ela. Forks não possuía muitas opções, além dos garotos gostosos e cheios de anabolizantes de La Push e seus rivais bonitos porém esquisitos garotos Cullens, Cameron achava melhor ficar em própria companhia.
Quando seus pés começaram a doer, ela caminhou cambaleante até o andar de cima, onde em um dos quartos Jéssica Stanley estava enfiando a sua língua asquerosa na garganta de Mike Newton. Um som de nojo escapou de Cameron, apesar de não ter feito nenhuma diferença para os adolescentes hormonais.
Com um bufo Cameron voltou a fechar a porta enquanto abria a porta do quarto de Janette. A melhor amiga provavelmente surtaria se soubesse que seu quarto estava sendo usado como motel.
Ela torceu os lábios para duas garotas se amassando na cama de Jans. — Caiam fora, vadias. — ela abriu a porta, batendo os pés e as garotas se entreolham antes de sair do quarto rapidamente.
— Taradas. — Cameron resmungou, retirando as próprias botas e jogando o corpo sobre a cama de Janete. Seus olhos observaram o quarto da amiga lentamente, ao contrário do seu próprio Janette tinha um espaço sóbrio. A estante era cheia de livros e uma barra de dança estendida em uma extremidade do quarto.
Cameron sempre quis ser um pouco como Jans. Alta, bonita e decidida.
É verdade, ela era bonita. Na verdade, ela não era nem um pouco modesta quanto à isso. Cameron era como um diamante e ela sempre soube disso. Mas apesar da beleza, havia coisas que ela não poderia conseguir.
Como Edward Cullen, por exemplo.
Cameron sempre foi a mais bonita, tudo bem, talvez não a mais inteligente. Mas definitivamente não a mais burra, não. Cameron era um talento, ela sabia que era esperta, convidativa e estonteante.
Bem, ela tinha todos os atributos certos. Então porque será que ele parecia não notá-la realmente?
Um suspiro escapou dela enquanto observava as próprias unhas pintadas de rosa flamingo. Certo, ela era muito melhor que Bella Swan, não era? E dai que a pequena cisne era gentil e suave?
Um homem por acaso não gostava de um pouco de firmeza e selvageria? O que há demais em ser uma mulher quente que sabe o que quer? E dai que Bella Swan dirigia um caminhão brega e antiquado? E que ela se vestia como um mendigo abandonado em plena Times?
O que há com os caras que escolhem sardinha ao invés do caviar?
Quando Janette invadiu o quarto entre tropeços, encontrou Cameron com as pernas cruzadas em direção a parede. Os cabelos caiam em direção ao chão enquanto ela estava com só uma parte do corpo ocupando a cama de solteiro da amiga.
— Você acha que um dia ele me notará?
Jans riu, balançando a cabeça e jogando-se ao lado dela. — Quem sabe? Talvez se um dia Bella Swan se cansar e chutar a bunda dele. Você sabe, ela sai com aquele cara quente da reserva.
Cameron riu debochada. — Oh minha nossa. O que os caras veem nela?
— Ela deve ser legal, Cams. Você sabe, só está sendo uma vadia ciumenta.
Um resmungo soou de Cameron, ela tinha que concordar com Janette. Ela estava sendo só uma vadia ciumenta cheia de inveja preta e corrosiva. Mas ela poderia realmente evitar? Cams tinha um sentimento de que Edward Cullen estava destinado à ela, e é claro que ela não foi absolutamente rídicula ao ponto de agir como Jéssica Stanley.
Mas oras, o coração dela gritava que Edward estava cometendo um erro.
Amém disso, ele deveria ser dela, afinal ela o viu primeiro. Não deveria ser justo? O destino não estava ao seu lado?
Aparentemente não.
— Você sabia que ele me salvou...
— Quando você estava se afogando. — Janette completou com uma risada. — Sim, Cams, eu sei. Você conta essa história sempre que está bêbada.
— Não seja uma cadela, Jans.
— Você deveria esquecer Edward. Ele não é pra você, olhe só para você. Nenhum cara te deixa tão para baixo e ele se quer olha para você.
— Ai! — Cameron levou a mão ao peito, fingindo ofensa.
— Você vai pra faculdade daqui um ano e aí estará cheia de outros encontros. Edward Cullen não é o único pau branco no mundo, Cameron.
— Oh, ele deve ser muito branco, certo?
Cameron olhou para Janette e riu, levando as mãos na barriga. Janette gargalhou agarrando a mão da amiga enquanto ambas se encaravam os olhos apertados em diversão. Por fim, Cameron suspirou.
— Está certa. Eu acabei com Edward Cullen. Eu sou... Bem, eu sou fantástica.
— Você é. — afirmou Janette diante da afirmação da melhor amiga. — Um diamante.
Cameron olhou para o teto recém pintado de Janette e pulou pegando o celular na pequena bolsinha. — É claro que eu sou. E vou dizer isso à ele agora!
— O que? Não! — Janette empurrou o corpo esguio de lado, tentando alcançá-la, mas Cam foi mais esperta pulando sobre os pés e atingindo a janela do quarto, no terceiro andar e extremamente alta. — Cam, volte aqui! Você 'tá maluca?!
— Nops. — as palavras estralaram em um biquinho enquanto ela lentamente escalava o telhado de Janette em direção ao topo. Os olhos se dividindo entre as teclas do celular e o lugar onde por as mãos. — Vou ligar para ele e dizer que estou terminando com ele!
— Cameron! Vocês não tem um relacionamento realmente. Você se esqueceu? Dessa daí, idiota! — Janette se apoiou sobre o parapeito da janela, tentando alcançar os pés de Cameron, mas supondo o tamanho diminuto da amiga não era de surpreender que ela tenha conseguido escalar tão rápido o telhado. — Cam!
— Shhhh. Está chamando!
— Alô? — a voz confusa e suave de Edward surgiu do outro lado da linha e só de ouvi-la dez borboletas surgirem em seu estômago. Cameron afastou o celular do rosto para gesticular para a amiga um "ele atendeu".
— Sim, idiota. Você vai se arrepender disso.
Cameron revirou os olhos para a melhor amiga. — Shhii.
— Olá? — Edward insistiu suavemente.
— Oh! Alô! Edward! Sou eu, Cameron Wate. Lembra-se de mim? É claro que você lembra, não é fofinho? Como poderia se esquecer?!
— Cameron? Você está bêbada?
Ela bufou pro tom impaciente e de reprimenda que ele usou. Ah, ela podia imagina-lo torcendo o nariz e franzindo a testa.
Tão bonito e retraído. Precisava de um relaxamento, ela adoraria tanto ajudar!
— Acho que você precisa transar. — ela pensou em voz alta. — isso te faria menos tenso, sabia? Existe um estudo que sexo ajuda as pessoas a viverem mais...
— Cameron, eu vou desligar...
— Não! — ela gritou ao mesmo tempo que o pé escorregava — Ops!
— Cam, desce daí.
— Shiiu Janette. Eu estou falando com o Edward, não é Edward? — Cameron suspirou apoiando o corpo no telhado observando as árvores escuras ao redor da casa. — Edward, baby? Não tem estrelas hoje, não é uma pena? Eu gosto tanto de ver as estrelas.
Ela o ouviu respirar fundo do outro lado da linha. — Onde você está, Cameron?
— No telha.. Ops. Eu não devia te falar, não é? Jans me olha feio nesse exato momento. — Ela riu jogando o cabelo para o lado. — como se eu não pudesse escalar o telhado. Mas escute Edward, não é sobre isso que eu quero falar... Eu estou terminando com... Ops! — ela exclamou quando o pé escorregou um pouco. — Você! Estou terminando agora, Edward.
— Não saia daí, Cameron. — Edward disse antes de encerrar a ligação.
Um bico se formou no rosto de Cameron enquanto ainda encarava o celular com a linha silenciosa.
— Ele desligou! — ela resmungou irritada. — acredita que ele desligou? Na minha cara! Como ele ousa?
Ela olhou para a altura abaixo dela, com o álcool pouco ajudando a calcular o risco de tentar voltar para o quarto da melhor amiga, mas por fim suspirou decidindo ficar ali mesmo até as telhas pararem de dançar sobre seus olhos.
— Cameron! — Ela se virou ao som do seu nome saindo dos lábios deliciosamente rosados de Edward Cullen. — Vem, você precisa sair dai agora.
— Talvez você quem precise vir pra cá. — ela sorriu lambendo os lábios observando a forma como ele passava os dedos esguios pelos cabelos. Hum, dedos longos poderiam fazer...
— Cameron! — ele chamou novamente, interrompendo sua fantasia sensual. Porque ele sempre fazia isso? Nem mesmo em sua mente ela conseguia chegar naquele momento tão aguardado. — Vamos, vou levar você para sua casa. — Ele suspirou parecendo realmente impaciente com ela e uma expressão chateada surgiu no rosto dela.
— Eu não quero, volte para o seu pequeno cisne. Ninguém te chamou aqui! — ela cruzou os braços virando o rosto na direção contrária a dele com uma expressão fofa surgindo em seu rosto.
— Cameron, você chamou. — Edward suspirou pesadamente, perguntando a si mesmo porque estava realmente fazendo isso. Sim, quem liga se mais uma adolescente bêbada morrer porque caiu do telhado? Ele certamente não. É uma tragédia, é claro mas tragédias acontecem todos os dias.
E ainda assim, quando Cameron ligou, algo dentro dele não estava funcionando bem. Ele realmente estava com Bella e gostaria de voltar para ela como Cameron ordenou de forma infantil. Mas então Alice teve a visão assustadoramente real de Cameron Wate quebrada em lugares impossíveis e ele não pôde se controlar. Não realmente, ele estava na casa de Lauren Mallory no minuto seguinte.
É claro que isso significava que ele teria que lidar com a mente perturbadoramente sexual de Cameron.
— Vamos? — ele a olhou tão tentadoramente que Cameron sentiu as pernas meio amolecidas. Ela morreria de uma queda porque tinha uma queda!
— Tudo bem, tudo bem! — Cameron murmurou antes de cuidadosamente colocar sua mão sobre a de Edward. Os olhos dela se arregalaram ao sentir a temperatura fria, além da sensação de formigamento que surgiu em seu estômago. Malditas borboletas! Ela pensou enquanto ele enrolava os dedos aos dela, os olhos dourados presos aos seus.
Cameron repentinamente ganhou alguma lucidez ao sentir a mão de Edward tocando a sua, os olhos dourados sobre ela tão fixamente, o sorriso mínimo estendido para sua direção.
Ela teve então uma epifania.
E quando Cameron Wate tinha uma epifania, ela não desistia até se realizar.
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