24 [ Inverter? ]


❄️

Marcadas para amanhã de manhã, as passagens em direção a um lugar que eu sempre quis conhecer me relembra do resto de férias que ainda tenho para viver ao lado de Jun. Na província de Gangwon.

Para mim, essa cidade preserva muito a raiz da cultura coreana, e por isso gostaria de viajar para lá. Contudo, sobre essa informação, com o envelope entre mãos, ainda noto um volume além do que tinha pelas passagens.

Quando o checo mais uma vez, há um cartão, onde está escrito "Srta. Cherry Motel's" e um endereço de um Motel o qual parece custar o olho da cara.

É definitivo.

Jungkook comprou passagem para nós dois irmos à Gangwon, pagou o melhor Motel de lá pra gente passar sei lá como e ainda deixou o envelope com tudo comigo, como se me lembrasse de que cabe a mim decidir se vamos ou não.

Bobo como um verdadeiro bobo, eu sorrio ao pegar meu celular para discar seu número, mesmo que não entenda o que tem de tão especial em Gangwon, para Jungkook se prestar ao trabalho de viajar até lá.

Mas então percebo mais uma vez que está descarregado e corro para dentro na intenção de por ele pra carregar e ligar para Jungkook.

Quando entro, a sensação de aconchego me invade por completo.

Tudo ao redor é estranhamente familiar. Desde a sala pequena e bem iluminada pelo clima que agora se encontra nada ensolarado e úmido, até os dois quartos pequenos; durmo em um e o outro sempre fica desocupado, no âmbito apenas caso precise receber uma visita, tipo quando Hoseok posou aqui depois de um jantar entre amigos.

Após colocar o celular para carregar, me apressei em deixar minhas malas no quarto e levar as roupas sujas para lavar, as quais Jungkook insistiu no primeiro dia que eu o deixasse lavar, mas não permiti. Depois de estende-las para enxugar em um clima que demorará para fazer isso, fui diretamente ao banheiro para fazer algumas higienes e tomar um banho relaxante.

Poderia dizer que tomar banho em sua própria casa é aconchegante depois de passar dias fazendo-o em uma residência que não é sua. Entretanto, acima de eu não me sentir assim pelo fato de me sentir totalmente confortável com Jungkook nos dias em que passei com ele, o fato essencial pelo qual não me sinto desconfortável em situações assim é apenas um; eu nunca tive uma casa fica, portanto não me dispus ao luxo de me sentir totalmente em casa.

É como se isso não tivesse feito parte de mim ainda, já que sempre passei por mudanças e ambientes diferentes que se tornaram parte monótona e mais importante da minha vida. O que importava sempre era ter um espaço pra não ficar na rua e poder ter uma cama pra dormir e acordar disposto para o outro dia de trabalho no âmbito de conseguir dinheiro para pagar a mensalidade do tratamento de minha mãe.

Agora, graças a Jung Hoseok, eu tenho um trabalho digno no quesito de bom pagamento, uma vida estável e um tratamento que ainda é pago por mensalidades, mas mesmo assim, não se encontra inacessível.

A clínica do Hobi (apelido que sua mãe lhe deu porque quando era pequeno ele se intitulou J-Hope como super herói) é totalmente equipada para o tratamento terapêutico, então minha mãe o faz ali, totalmente de graça porque ele se dispôs a ajudar sempre que precisasse, e a quimioterapia é feita no hospital central, onde o custo é mais barato do que o de onde eu morava, já que a cidade é mais ampla no sentido da medicina e afins.

Tento não pensar muito sobre essa doença de minha mãe, pra falar a verdade. Não quero pensar que em pouco tempo posso perdê-la ou em muito tenha que vê-la adoecer cada vez mais, mas não há nada que eu possa fazer em uma situação assim, já que o câncer ainda é incurável e como ela mesma diz, não vale à pena parar no tempo por causa disso.

Em qualquer circunstância, ela é feliz. Desde quando tive que arranjar meu primeiro emprego pra começar a pagar a mensalidade que ela já não conseguia mais, das lutas que tive para organizar minha vida ainda bagunçada, do sofrimento que passei a vida toda e que me induziram a desacreditar de mim mesmo, ela estava lá. Sempre esteve. E sempre vai estar.

Mas distante, porque sabe que não sou do tipo que deseja uma mãe ao seu encalço, apoiando cada passo. Quando chegou o momento, as asas se desabrocharam e eu voei para nunca mais voltar, mas estive sempre por perto.

Nunca estarei longe de quem sempre esteve por mim.

Perdido em minhas próprias reflexões, nem percebi meu alto consumo de água e saí rápido do banho quando o notei, logo terminando de me aprontar para dormir e descansar, ter um tempo só para mim.

Vivo de momentos que nunca sei como serão. Minha vida é imprevisível. E eu gosto disso porque odeio tudo aquilo que é previsível.

Momento imprevisível tipo quando acabei adormecendo após decidir não ligar para Jun, já que ele sabe que logicamente eu encontraria o envelope e surtaria de amor, e porque também ele precisava de um espaço com os próprios pensamentos.

Quando acordei, já de dia, olhei no relógio de parede e percebi que já eram onze da manhã, amaldiçoando quem quer que estivesse tocando a campainha insistentemente.

Me levantei meio zonzo, quase caindo quando minha pressão caiu e tive que me apoiar na parede que tem perto da porta, dando uma cabeçada ali sem querer.

Massageando o lugar que bati a cabeça, abri a porta, sem nem mesmo olhar no olho mágico. E adivinha só quem estava do outro lado?

ㅡ Bom dia, cunhadinho! ㅡ É Kim Taehyung.

E eu, apenas suspiro, rindo com o modo como os óculos extravagantes estão apoiados na ponta de seu nariz.

\\//

Enquanto Jungkook me puxa pela mão em meio a multidão da Desire, um filme desse dia passa em minha cabeça.

Primeiro, Taehyung chegou, se dispondo a fazer todo o almoço enquanto tentava me convencer de que ia viajar com a gente. Depois, Jun, às quatro da tarde, também veio, dizendo que a gente ia numa balada após questionar se eu queria viajar e eu dizer sim. Sobretudo, questionei sobre o que faríamos em Gangwon, mas ele disse que "Espere e verá".

E agora estamos aqui, eu com uma regata branca, calça de jeans preto com duas correntes como um acessório, estendidas pela coxa. Jungkook, fodidamente gostoso, calça e botas de couro, camiseta branca larga de modo que apenas seus antebraços fiquem exibindo a pele branca permeada pelo volume das veias.

A música que reconheço nos auto-falantes é Animals do Martin Garrix. E eu literalmente adoro os graves dela.

Enquanto Jun continua me puxando, sem perder a pôse do caminhar rápido perfeito, as batidas se intensificam e, de repente, ele muda o trajeto para a saída.

Eu faço uma careta, desentendido. Entretanto, quando estamos perto da porta que dá para fora da boate, mais uma vez ele faz uma breve curva, e então percebo que estamos entrando no banheiro quando ele abre a porta, e no instante seguinte sorri ao me empurrar rapidamente contra ela quando a tranca, mas ainda ouvimos o som da boate perfeitamente, já que existe uma espécie de janelinha na porta.

Um sorriso cresce em meu rosto na medida que sinto minhas costas se chocarem contra a madeira e suas mãos começarem a passear por minha cintura enquanto ele inicia uma dança comigo, seu quadril colado no meu enquanto o segura com as duas mãos firmes, me ajudando a encontrar seu ritmo.

ㅡ Eu encontrei uma música ㅡ Ele diz, um sopro levemente sóbrio demais serpenteando meu ouvido de modo que meus pêlos se eriçam.

Eu me encolho um pouco com a temperatura. Em seguida, o respondo com uma pergunta quando ele começa a literalmente dançar, articulando as pernas, mas ainda sem descolar nossos quadris: ㅡ Como assim?

Ele sorri mais uma vez. E a mistura entre seu sorriso embriagante e a bebida me faz lhe lançar um extasiado, enquanto levanto minha cabeça leve para cima, fechando os olhos devido ao efeito da música sobre mim, e entro no ritmo, dançando com ele.

Queria ter tomado alguns drinks, mas segundo Jungkook, não era uma boa ideia. E incrementou quando questionei sobre isso, dizendo que é para ser mais gostoso, e que não quer fazer algo com o meu corpo sob efeito de álcool.

ㅡ Vai começar em alguns segundos. Você vai dançá-la para mim. ㅡ Conta, então, suas mãos ameaçando entrar por dentro de minha regata. Engulo em seco quando seus dedos tocam a pele abaixo do tecido, as unhas curtas arranhando ali de modo provocativo, assim como o sorriso que é exibido em seus lábios inclinados para o canto quando eu o olho sem sorrir, pois estou tão tenso sexualmente que não consigo fazê-lo.

Engulo em seco mais uma vez. E sem pestanejar continuo a dançar, friccionando um pouco mais meu quadril contra o seu quando levo minha pequena mão pelo cós de sua calça de couro, sem deixar de respirar errado no instante em que sinto a pele infernalmente quente abaixo de meus dedos pequenos, porque estou tocando sua v-line.

Não consigo não deixar de engolir em seco mais uma vez quando seus dedos apertam, com um pouco mais de pressão, a pele de meu quadril, enquanto ele fisga meus olhos com os seus escuros como nunca, tomando o tecido adiposo como quem massageia uma massa de modelar.

Então, com as mãos apertando ali e as minhas se infiltrando por seu abdômen definido não diferentemente quente de todo seu corpo, acompanhamos as últimas batidas da música Animals com os quadris se movendo em um dança extremamente sensual e excitante.

De repente, outra música começa.

Só de ouvir o toque uma onda elétrica de tesão corre desde os meus joelhos ao peito. Por impulso, deslizo meus dedos ansiosos pela lateral do tórax de Jungkook e o puxo com força, colando seu peito no meu. Ele sorri orgulhoso.

Gostoso pra caralho.

Agora estamos eu e Jungkook nos movendo coladinhos em uma coreografia improvisada totalmente explícita dentro do banheiro, que não é capaz de camuflar nem um terço do volume da música. Sua coxa está enroscada entre minhas pernas, enquanto uma das minhas também se perde nas ruas. Sinto seu volume esquentando minha pele, me induzindo a me soltar mais.

ㅡ Qual o nome da música? ㅡ Questiono, me aproximando de seu ouvido.

Ele deixa seu rosto suado encostar no meu para dizer em meu ouvido: ㅡ Can't Stop Playing ㅡ e conta.

Só pelo nome, sorrio.

ㅡ Você têm bom gosto. ㅡ Comento, deixando minhas mãos passearem pelo seu peitoral firme enquanto dois de meus dedos serpenteaiam seus mamilos. Porém, quando o faço, suas mãos que estavam em meus quadris são retiradas dali rapidamente e levadas aos meus braços para interromper o toque e me girar no instante seguinte, me empurrando contra a porta de modo que meu rosto fica prensado ali. Me faz lembrar de quando nos conhecemos.

ㅡ Eu sei. ㅡ Responde em tom perigoso ao se referir ao que falei anteriormente, o queixo apoiado em minha nuca para logo depois sua língua tomar parte de minha orelha entre seus lábios e chupá-la, quase sugá-la, de modo demorado.

Resfolego contra a porta, e minhas pernas bambeam quando ele finalmente empurra seu quadril contra minhas nádegas, o volume rígido se encaixando no encontro delas enquanto os tecidos de nossas calças se chocam e ele puxa minhas mãos para trás do corpo de modo que eu fique imobilizado, apenas fechando os olhos quando sinto chupões descerem pela lateral de minha nuca e seu quadril ainda ser movido ritmado pela música, com o volume gostoso entre minhas nádegas, fazendo minha sanidade ser testada. De um lado para o outro, sem deixar de ser uma dança por ele estar movendo as pernas como se estivesse se divertindo muito.

ㅡ Você vai dançá-la agora. Uma dança bem sensual, do jeitinho que sei que você quer fazer para se exibir para mim ㅡ ele diz, como se me ameaçasse.

Mordo o lábio, o pré-gozo já deixando minha ereção molhar o tecido que está prensado contra a porta. Em seguida, sorrio provocativo para indagar: ㅡ É?

Em tom ainda sádico, ele responde: ㅡ É.

E então, mais uma vez, como de costume, ele me vira de modo que eu possa ver seu rosto. Agora, bem mais brilhante pelo suor que deixa seus fios escuros enfeitando a testa bonita, as pupilas dilatadas de tesão mirando as minhas, que provavelmente não estão diferentes.

Enquanto a voz que pronuncia a letra da música deixa o ritmo ainda mais envolvente, eu o vejo caminhar para longe com um pouco de dificuldade, devido a ereção, e logo aparecer com uma cadeira que estava no último compartimento do banheiro masculino.

Então, quando os graves são abaixados para provavelmente chegar na parte principal da música eletrônica, juntamente a voz envolvente, ele se senta confortavelmente na cadeira e ordena, as pernas levemente abertas de modo que me convidam para me sentar ali: ㅡ Dança, meu bem. ㅡ E um sorriso torto ilumina seu rosto, me induzindo a fazer o que ele mandou.

No instante seguinte, como se fosse premeditado, a parte mais intensa e envolvente da música começa.

Sem hesitar, inicio os movimentos improvisados, acompanhando o toque afrodisíaco da música, semelhante às que já performei.

Enquanto levanto minha mão para o alto e me movo em curvas até o chão do modo mais sensual e insinuante que consigo, sem deixar de observar Jungkook com um sorriso sugestivo nos lábios, vejo seu pomo-de-adão se mover sob a baixa luz e suas mãos acariciarem o volume visível em sua calça tão excitante.

Enquanto eu me viro para o lado e danço até que vou parar no chão de quatro, sua mãos é inteiramente aberta sob o volume de sua calça, acariciando-o inteiramente, enquanto dançar se torna desconfortável para mim pela calça estar apertando minha ereção ainda mais dolorida, e ficar parado, desconfortável para Jun, que suspira no mesmo tom sôfrego de sua expressão.

Com as nádegas levantadas no ar, eu passo minhas mãos pelo chão ao momento em que minha cabeça vai junto, como se eu estivesse de quatro numa cama para Jun, para em seguida rebolar no ritmo da música, deslizar as mãos por minha nuca, bagunçando os cabelos logo em seguida e voltando a ficar de joelhos, arrastando minha mão desde meu pescoço, pelo peitoral, até parar no cós da calça e simular suaves penetrações.

Frustrado, Jungkook deixa uma expressão vencida ultrapassar a firme para me ordenar: ㅡ Senta aqui ㅡ e indica seu quadril, com o olhar.

Sem hesitar nem um segundo, me levanto do chão, mas sem perder o ritmo da dança.

Com estalares de dedo eu acompanho os últimos sons da música no momento em que caminho para Jun, cessando o gesto ao momento em que paro em sua frente e outra música começa. Não é preciso ser muito ouvinte de eletrônicas para saber que a música é Vans do Arrested Youth. Em contrapartida, desanimada, se comparada a que estava tocando.

Continuo o gesto que foi cessado enquanto me sento na cadeira, já que a música é propicia para esse complementar de som. Em seguida, meu dom me ajuda a apoiar minhas pernas ao lado de seus quadris na cadeira que, por sorte ou por planejamento de dele mesmo, não é pequena.

Quando termino, o som já começou a se intensificar, assim como o olhar de Jungkook sobre mim.

ㅡ Você quem escolheu essa música também? ㅡ Não deixo de perguntar, curioso, pertinho de seu ouvido.

ㅡ Não. ㅡ Ele responde, em um tom mais alto para que eu ouça claramente. ㅡ Apenas pedi para que tocassem aquela. Deixei a próxima ao gosto deles. Você me ensinou que coisas imprevisíveis são mais interessantes.

O olho por um instante.

Deuses, eu estou sentindo isso no meio de uma dança sensual... Malditas borboletas!

ㅡ Você pode dançar no meu colo. É mais... ㅡ Ele interrompe o que é que eu vá pensar em falar, parecendo procurar as palavras enquanto desliza as mãos por minhas coxas e pelo acessório que rouba atenção por um momento, até que ele volta a me observar para completar: ㅡ Gostoso.

Eu sorrio, desacreditado.

No momento seguinte me apoio direito em seu corpo para começar a friccionar nossas ereções, excitado demais para ficar mais um milésimo de segundo parado.

As mãos de Jun deslizam em direção às minhas nádegas, até que ele as têm nelas completamente, segurando a carne macia de modo que as massageia, desta vez levantando seu torso para colar seu peito ao meu e não hesitar em juntar nossos lábios.

Eu acato seu pedido silencioso e me movo com mais precisão enquanto sugo seu lábio gosto e vermelhinho, observando como ele adquire um tom mais intenso quando o mordisco para provocá-lo. Jun sorri fraco enquanto o faço para em seguida deixar uma mão em minha nádega esquerda e subir a outra por minhas costas, o dedão acariciando a pele enquanto seus quatro dedos percorrem toda a extensão de minha coluna como se fossem se afundar ali.

Arqueio-a, inundado por um misto de tesão enquanto nossos volumes se chocam no movimento ondular que faço com meu corpo, finalmente assinando meu decreto de perca de pudôr.

Minhas mãos são levantadas para o alto como quem está dançando em uma multidão, as graves fracos revezados do som intenso acompanhando as batidas embriagadas de meu coração quando meu namorado segura minha regata e a puxa para cima, me deixando exposto.

Mas eu não me importo, porque, enfim... É Jun ali. Ele me ama e me deseja, e nós estamos dentro de um banheiro, só nós dois.

Desta forma, quando sinto a camisa ser jogada em qualquer canto dos lavabos, deixo minha coluna arquear de modo equilibrado para trás enquanto incremento a coreografia com minhas próprias mãos deslizando por meu abdômen, até que uma delas massageia minha nuca e a outra passa por minha ereção e para na de Jungkook, apertando ali sem vergonha alguma.

Mais sem vergonha ainda foi o gemido que soltei quando senti as pernas de Jungkook tremerem em satisfação, assim como o suspiro vacilante que escapou por seus lábios.

ㅡ Estamos sendo observados ㅡ Jungkook diz, como se precisasse me informar disso.

À essa altura do campeonato nada importa além de ser fodido.

ㅡ É? ㅡ Provoco, então, minha voz saindo em um gemido fraco, de modo que faz Jungkook tirar sua expressão afetada de nossas ereções para fitar meu rosto.

Depois de um tempo deduzindo que eu não me importava se estávamos sendo observados, provavelmente pela janelinha da porta que ficou aberta, ele não sorri para dizer, mas, ainda assim, diz em mesmo tom de gemido: ㅡ É.

O suspiro arrastou, junto a sua voz, essa informação, me enchendo de uma satisfação como se sua mão tivesse sido arrastada por minha ereção. Que, por sinal, não demorou muito a ser tocada assim.

Quando rebolei mais uma vez, esbarrando nossos volumes cobertos de modo calculado e dolorido, Jungkook massageou a minha e com um dos braços colou seu peito no meu outra vez, desta, novamente juntando nossos lábios. Sua língua molhada tocou a minha e eu imaginei como seria sentí-la me lambendo.

Instintivamente desci minhas mãos que curtiam a música para baixo, impulsionando seus ombros para trás quando os agarrei e empurrei-os contra o encosto da cadeira.

Jungkook, por sua vez, me olhou com sadismo para logo em seguida enfiar a mão por dentro de minha blusa, deslizando as unhas por minhas costas e tomando o tecido adiposo saltado nas laterais do encontro de minha cintura e quadril entre os dedos, me levando para trás.

Olhei-o nos olhos, sentindo a força do seu desejo me deixar zonzo, assim como sua voz quando ele disse: ㅡ Esqueceu de quem está no controle aqui? ㅡ O tom é de ameaça.

A intenção, provocar.

ㅡ Mesmo? ㅡ Provoco, com um sorriso complacente nos lábios. De repente, suas sobrancelhas se arqueam.

ㅡ Você tem dúvidas sobre isso? ㅡ Voltando a apertar minha ereção entre seus dedos, ele questiona.

Mais uma vez, me derreto. Mas não estou disposto a perder o fio da meada, e é neste instante, com a plena consciência sobre o fato, avisado por Jun, de que estamos sendo observados, que me empenho mais em fazer o meu papel com um pouco mais de foco.

ㅡ Bom... ㅡ Me remexo contra seu colo em movimentos ondulares, observando a expressão firme de Jun vacilar pelo tesão. ㅡ Vejamos que... Se eu fizer isso ㅡ levo meus joelhos mais para frente de modo que me deixe mais junto de Jun. Depois, desço devagar, esbarrando toda minha ereção na dele demoradamente, que suspira em satisfação, descontrolado. ㅡ Você já perde o controle, e o poder inverte. ㅡ Meu tom é de provocação, assim como o seu em instantes atrás.

Com as sobrancelhas unidas pelos movimentos circulares que continuo fazendo ali, ele diz: ㅡ Eu não perco o controle.

ㅡ Não? O que você perde, então? ㅡ Sorrio, me dando por vitorioso ao ver sua expressão estar tão sôfrega.

ㅡ Eu perco o juízo, garotinho ㅡ E de repente sua expressão sôfrega se torna convencida, deixando o sofrimento para trás como se tivesse sido uma mera atuação teatral. No mesmo instante, ele me puxa ao se levantar e apoiar meus pés no chão.

Com uma carranca confusa eu o olho nos olhos, tentando entender o que ele está fazendo. E o que ele faz é apenas deixar um beijinho no canto de minha boca antes de dizer: ㅡ Nós vamos embora.

É nesse momento que rio em descrença pelo ato tão rápido.

ㅡ O que a gente vai fazer? ㅡ E questiono, sorrindo de lado em sua direção, que vai até a bancada do lavabo pegar minha roupa.

Ao voltar, ele segura meu queixo entre mãos e com um brilho que só eu sei como isso significa tanto, ele diz: ㅡ Precisamos descansar. Vamos viajar de manhã. ㅡ E no momento seguinte estende a regata para mim.

Sem entender muito, eu apenas visto o tecido branquinho, porque geralmente Jun sempre deixa uma aba aberta e não me responde, ou pistas sobre o que vamos fazer... Mas nunca nega a possibilidade assim, dizendo que vamos descansar, sem nenhum propósito.

ㅡ Vêm aqui, amor. ㅡ Ele me chama, frente ao espelho.

Ainda catatônico, eu vou, observando o fio de malícia em seu sorrisinho de canto.

Quando estou ao seu encalço, ele toma minhas mãos e usa sabão para lavá-las, depois álcool em gel. E assim que termina, totalmente despreocupado como se não tivesse uma ereção bem no meio de suas pernas, assim como eu, entre as minhas, ele determina: ㅡ Nós vamos para aquela casa que aluguei. Logo de manhã iremos até seu apartamento e arrumaremos as malas.

ㅡ Mas nós vamos sair às cinco ㅡ tento argumentar, descontente com a ideia. Não quero ir na casa na qual vi meu Jun chorar pela primeira vez, e por um motivo que me deixa antipático só de relembrar.

Ele analisa minha expressão afetada por um momento, porque ela está retorcida como não é de costume. Não gosto de lembrar e nem de falar de coisas que me causam tristeza.

ㅡ O que há de errado com a casa? ㅡ Questiona. Mais uma vez, como se lêsse meus pensamentos.

Às vezes me pego pensando como seria viver uma vida com Jungkook realmente tendo o poder de ler meus pensamentos.

Engulo em seco ao pensar na resposta, mas sei que devo ser sincero com Jun, tanto por ele quanto por mim. ㅡ É que foi lá que... ㅡ abaixo a cabeça, sem saber como falar isso.

ㅡ Que?... ㅡ Me encoraja, puxando meu queixo para que eu lhe dê atenção.

Respiro fundo.

ㅡ Foi lá que... ㅡ Desta vez olho nos seus olhos, que me observam tão atentamente. ㅡ Que eu te vi fraco. Foi lá que te vi frágil pela primeira vez. Isso me causa... Me c-ausa... Uma dor insuportável. ㅡ Digo, meu corpo tremendo.

Ver Jun sofrer a ponto de se parecer um boneco sem vitalidade alguma foi uma das piores sensações que já tive na vida.

Aos poucos, ele me observa, ainda, meticuloso. Eu desvio o olhar.

Fico ali, perdido em pensamentos. Em contrapartida, Jungkook me puxa com força em um abraço apertado, anulando tudo ao redor.

Só há Jimin no abraço de Jun. E Jun abraçando Jimin.

ㅡ Está tudo bem agora. ㅡ Ele diz, o tom me reconfortado. Mas sinto sua própria voz vacilar.

Quando percebo, já há lágrimas ameaçando descer por meu rosto. A música animada me faz ficar mais triste ainda.

Passar aquele momento com Jun pareceu uma coisa nova e diferente, mas não tão boa. Vê-lo daquele jeito, sem controle, me fazia imaginar o quão indefeso ele se sentia quando era assediado.

Continuamos assim, abraçados, curtindo um pouquinho dessa tristeza. Acho que sempre vou lembrar daquele momento. É como quando sentimos algo tão forte que criamos muralhas invisíveis para barrar assuntos sobre aquilo, mas sempre existe uma janelinha nela para os confidentes trocarem cartas.

Depois de algum tempo curtindo nossa própria presença, uma música super animada e alta começou a tocar, e acabou nos arrancando de nosso transe. A essa altura do campeonato nem eu nem Jun estávamos excitados, curtindo nossa própria solitude do momento, mesmo estando abraços.

Enfim, ele segura minha mão como tem feito ultimamente, todo fofo e seguro de si ao não ter problemas em mostrar que têm um namorado, e então saiu do banheiro comigo, levando a cadeira junto pra deixar de onde havia tirado.

Revi alguns dançarinos do outro dia em que viemos aqui. Cumprimentei alguns de que lembrava a fisionomia e nome, e dois deles, mais intimidados, ficaram meio inibidos ao fundo dos outros enquanto conversávamos.

Um deles, de estatura mediana, bonito e de cabelos castanhos, olhava para Jun, em seguida para mim, e de repente coçava a nuca, parecendo constrangido. O outro, loiro, alternava seu olhar entre nós e de repente cutucava o outro, pedindo silenciosamente para ele parar.

Sem me controlar, fiz uma careta em direção aos dois.

Mas antes que algum deles voltasse a me olhar e notasse, Jun interrompeu sua conversa com a dona da boate, que por sinal é sua amiga há algum tempo também, e fez um gesto com a cabeça para que eu não olhasse assim para eles.

Eu levantei os ombros, abrindo bem os olhos ao demonstrar um grande ponto de interrogação na cara. Todavia, enquanto Jun continuava tentando manter o assunto e me dar sinais ao mesmo tempo, ele jogou o cabelo duas vezes, e aí que eu franzi o cenho mesmo. Porque tipo, ele nunca fez isso. É até estranho, parece o Justin Bieber quando cantava "Baby, baby, baby".

Fiquei ali, com cara de "?" pra ele, que se despediu de a mulher e veio falar comigo. Portanto, assim que ele chegou perto, lancei uma olhadela para os dois dançarinos e eles ainda estavam lá, pelo visto olhando para nós. Mas quando notaram meu olhar, desviaram os seus.

ㅡ O de cabelos castanhos ㅡ Jun diz, sorrindo de canto para mim, enquanto eu o olho debaixo e com atenção. ㅡ É o que estava observando a gente. ㅡ Explica.

Só então caio na real, como se um pontinho de luz tivesse se tornado uma galáxia.

Quando me dou conta, já estou encarando eles outra vez.

ㅡ Não olhe assim, anjo ㅡ me repreende, de alguma forma que não foi como ordem.

ㅡ Eu posso olhar sim. Eles queriam ver a gente transando. Eu hein! ㅡ E sorrio sacana enquanto falo, mirando o loirinho com meus olhos, procurando algum vestígio de sobriedade nos seus.

Jungkook puxa meu queixo para si, e já não estava sorrindo.

ㅡ Agora a gente vai. Se despeça. ㅡ Isso, sim, foi uma ordem.

Franzo o cenho mais uma vez, e não é preciso mais de muito tempo quando olho na direção que Jun olha para entender o motivo de sua mudança de humor repentina.

Ele está focado no loirinho, que me procura com os olhos.

Ai, não, o cara entendeu como um flerte e está flertando de volta.

ㅡ Vamos ㅡ concordo. Logo depois, me despeço de todos ali com breves reverências, alguns aspertos de mãos bem falsos tipo a sociedade líquida atual.

Assim que me viro para caminhar com Jun para fora da boate, sua mão é deslizada por minhas costas e para em minha bunda, apertando ali, não para mim, mas como se quisesse mostrar isso para alguém.

Sem controle, caio na gargalhada, até que saímos para fora dali.

Jun não diz nada. Apenas fica com uma expressão fechada, se negando a ser contagiado por minha risada.

Assim que entramos no carro, ele gira a chave e eu ligo o rádio. As músicas estavam super chatas, então pego meu celular é conecto o Bluetooth.

Claro, coloquei Infinity do Jaymes Young para tocar. É nossa música, agora. Eu sei disso porque sinto.

Quando você ouve uma música que toca o coração de você e da pessoa que você ama, ela foi feita para ambos a ouvirem e sentirem juntos.

Enquanto ela tocava, eu comecei a cantar, esperando que Jun fizesse o mesmo. Mas ele não fez, o braço esquerdo apoiado na janela do carro enquanto dirigia, o maxilar travado e o olho frisado na pista.

ㅡ O que foi? ㅡ É claro que eu pergunto, e usando tom de Taehyung (lê-se debochado).

Ele não responde.

ㅡ O gato comeu sua língua? ㅡ Tento, mais uma vez, desta vez pausando a música para me sentar de lado no banco, meio desajeitado com o cinto.

ㅡ Sente-se corretamente. ㅡ Jungkook ordena.

ㅡ Não abre a boca pra me responder e quando fala algo é pra me mandar sentar direito? ㅡ Questiono, meio chateado.

Ele continua mudo.

Ao analisar seu semblante arrependido, eu suspiro, vencido.

Ele não está para brincadeiras.

ㅡ Olha ㅡ começo, num tom mais arredio. ㅡ Seja lá o que houve... Você pode me falar. É isso que a gente sempre faz, não é? Quando as coisas estão erradas, a gente conversa e resolve. Quando foi que não resolvemos?

Jungkook, por alguns segundos, continua apenas fitando a pista, em mesma posição que esteve desde que entrou no carro. Entretanto, logo em seguida ele se recompõe no banco e suspira, cansado.

ㅡ O que foi aquilo na boate? ㅡ Questiona, aparentando estar realmente confuso.

Eu faço uma careta pela milésima vez. É possível que eu tenha um envelhecimento facial precoce. ㅡ Aquilo o quê? ㅡ E questiono.

Jungkook faz uma expressão mais confusa ainda.

ㅡ Com o loiro, da boate... ㅡ Explica, meio chateadinho.

Demorou um tempo pra eu entender.

ㅡ Ah... ㅡ finalmente eu digo, meio atordoado. ㅡ Nossa ㅡ e de repente começo a rir novamente. ㅡ Você ficou com ciúmes mesmo, achei que era impressão minha. Aquilo foi tipo, eu só olhei, o cara entendeu como um flerte, sei lá... Foi por isso apertou minha bunda daquele jeito?

ㅡ Desculpa, aquilo foi demasiado infantil. ㅡ Diz Jungkook, ainda sério.

Lhe dei um cutucão no braço. Ele me olhou brevemente.

ㅡ Pare de falar com essa formalidade quando está bravo. É mais ridículo do que o que você fez na boate.

ㅡ Era pra eu estar dando sermão em você, sabia? ㅡ Desta vez ele sorri meio fraco, com a postura mais leve que antes.

O melhor Jun sorriu.

ㅡ Vai ver que eu tenho mais facilidade com enxergar o óbvio, por isso tenho moral pra te dar mais sermão do que você em mim ㅡ digo, ainda brincando, porém, falando sério.

Ele sorri também.

ㅡ Eu sou seu hyung. Me respeite. ㅡ Agora, ele gira o volante para virar a esquina da rua que sei que abriga aquelas casinhas que amo tanto, onde está, também, a que ele alugou pra gente.

ㅡ Jungkook hyung ㅡ eu digo, manhosinho. ㅡ Vamos transar? ㅡ E peço.

Ele sorri desacreditado, como se não esperasse aquilo. Em seguida, desliza a língua pelo lado interno de suas bochechas e se ajeita no banco.

ㅡ Hoje não. Primeiro você precisa entender que quem está no controle sou eu. Só quando entender isso, é que vamos transar. ㅡ Explica.

Como uma lâmpada sendo acesa em meu subconsciente, a imagem da cena da boate, em que o provoquei, se propaga por minha cabeça.

Meus ombros murcham.

ㅡ Vai fazer greve? Mas eu queria transar... ㅡ Com um bico triste, eu deixo minha cabeça pender para frente.

ㅡ Bom, nem sempre temos tudo que queremos na vida.

ㅡ Ah, é, e você virou um monge por acaso? Um anfitrião? ㅡ Questiono, nada amistoso.

Que se foda. Eu quero transar e ponto final.

ㅡ Sua punição irá tomar dimensões mais demoradas se você não fechar a boca e abrir só para falar o que convém. ㅡ Assim que ele estaciona, diz. Em seguida, tira seu cinto e o meu, e assim que o faz, segura meu queixo entre os dedos e olha em minha boca, com um sorriso sacana. ㅡ Na sua situação, eu imploraria pela oportunidade de me redimir.

🐥

perceberam que eu dei um salto mínimo na história? então, foi pra não ficar muito cansativo pra vocês, tá bom? o capítulo ficou gigante, aí dei esse pulinho que não mudou nada na história e dividi ele em dois, logo mais tem a outra parte, provavelmente amanhã <3

Existem algumas coisas que eu gostaria de esclarecer e explicar, na verdade várias, então printei e coloquei em letras menores no aplicativo que eu escrevo o que eu queria falar, pra colocar aqui, porque eu quero que vocês leiam essa nota abaixo só se estiverem realmente confortáveis pra isso. Se não for ler, não tem problema, mas essa nota é realmente importante, acho que pra todo mundo aqui :/

Lembra do contrato? Então, cancela. Aquele contrato ficou muito, digamos, ultrapassado, e eu mesma vi isso, então o amor de jikook reinou e eu não consegui dar seguimento com ele, mas vou encaixar essa mudança na história ainda, fiquem tranquilos. O prólogo foi modificado de "O céu perdeu um anjo quando Park Jimin assinou aquele contrato" para "O céu perdeu um anjo quando Park Jimin se dispôs a assinar aquele contrato". Bom, acho que todo mundo gosta do que DE é agora e com certeza a prefere assim do que com um contrato, então não relutei muito em colocar isso. Eu sou novata publicando uma história no wattpad, não tenho muita experiência e estou tentando organizar as coisas aos poucos... prometo que vou melhorar. Espero que vocês tenham um pouquinho de paciência comigo, por favor, sim? :((

É só isso mesmo, e eu juro de dedinho que nunca mais escrevo algo tão grande assim, mas eu realmente precisava fazer isso :(

Amanhã mesmo pretendo postar a outra att, e aproveito pra dizer que DE acaba de entrar em reta final </3

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top