18 [ O pedido ]


❄️

Ao entrar para dentro da boate e me deparar com as luzes vermelhas, eu me dei conta de que Jun estava certo.

Nossa apresentação já estava mesmo sendo anunciada.

Como num cometa sem parada, eu corri quase que tropeçando em tudo, deixando Tae para trás, até que ultrapassei todas as pessoas da boate e entrei pela porta lateral logo ao lado do bar, onde um bartender americano fazia alguns malabarismos doidos. E Jimin
Sem nenhum outro tipo de sentimento senão a adoração por ele e a vontade impulsionada de fazer o que eu havia planejado, ouço a letra começar, e essa é a deixa para que eu me perca nas ondas sonoras do som Numb To The Feeling, do Chase Atlantic.

Eu escolhi performas músicas dessa banda musical porque são perfeitas para essas ocasiões e ainda tem um ritmo gostoso que soa afrodisíaco, que é exatamente o que eu preciso para fazer o que pretendo.

Meu corpo gira para a esquerda. Em seguida, eu levanto a mão para o alto e mexo minha cintura e pernas do modo mais sensual e lírico que consigo. Depois, num giro de noventa graus eu me jogo com cuidado no chão, viro-me de frente para o teto, e então levanto meu quadril de modo que ele fique mais alto que o chão, sobrepondo o palco no momento em que minhas pernas o apoiam para que eu não caia.

Enquanto isso, Alec está executando a outra parte do plano quando atravessa a boate e vai até o fundo, onde os nove homens perfeitamente vestidos estão sentados em poltronas de veludo rubi.

E ao ver que ele está falando algo, que eu sei o que é, no ouvido de Jungkook, eu engulo em seco e tento não deixar meu corpo vacilar para não perder o ritmo da música, o que parece impossível quando vejo Jun me analisar com um olhar interessado, enquanto se despede do maluco de Nárnia e se levanta, provavelmente para vir até o palco.

Mais um passo e eu estou no refrão, então eu me viro, perdendo Jungkook de vista, em seguida deixo meu corpo cair para trás e meu quadril do mesmo modo que deixei na entrada da música para, no momento seguinte, me apoiar apenas em uma mão e deslizar a outra pelo abdômen, rumo a virilha, enquanto abro e fecho minhas coxas, em movimentos sugestivos que posso perceber enlouquecer algumas pessoas que assistem devido aos gritos de animação encoados pelo ambiente colorido de um vermelho neon.

Ótimo. Pelo menos elas estão gostando e isso pode me dar créditos se eu levar um fora.

Quando me viro para esquerda, continuo performando enquanto os outros dançarinos também o fazem.

Nos intervalos eu vasculho Jungkook com os olhos pelo ambiente, mas não o acho e isso me faz pensar que ele já está posicionado para entrar, como o combinado com Alec e os dançarinos.

Entretanto, em outra fração de segundo, os refletores revertem as luzes avermelhadas em roxas e a música, em mesma agilidade, também é revertida em outra.

Mais precisamente, Devilish, a qual era a que eu ia performar quando eu e Jungkook conversamos pela primeira vez.

Se ele não pode me ver performando-a, ele pode fazer isso agora.

Meu corpo gira vagamente enquanto a música se inicia e a multidão, que agora me assiste sozinho no palco porque os outros dançarinos saíram, vai a loucura.

Jackson entra e deixa uma cadeira giratória e confortável no meio do palco enquanto eu continuo dançando na frente, na beira do chão liso, e quando ele sai, é o momento de parar.

Então, quando eu paro e olho para a esquerda e vejo que Alec o instruía, Jungkook entra.

Ele me olha daquele jeito mediador, caminhando devagar e perfeitamente enquanto sorri de canto, mas ainda minimamente fechado e receoso.

Eu não sei exatamente o que sentir, pois ansiedade e um misto recorrente de sensações estão inundando meu peito a todo momento, em ondas fluidas.

Assim que os alto-falantes emitem a frase "I'm banging tour daughter 'cause Satan exists" da música, eu deslizo meus dedos pelo encosto de veludo negro e Jungkook se move devagar até olhar em meus olhos, recebendo uma confirmação muda de que ele deve se sentar, e então o faz, perfeitamente pousando os braços nas laterais, também de veludo, enquanto eu respiro fundo e internamente para aliviar a ansiedade.

Como se meu corpo se movesse num impulso, eu me posicionei em sua frente e no instante em que a frase "Feeling homesik, fire up that blunt the shun her up" foi passada, eu pedi a ele, não muito alto porque a música parece não ofuscar nossas vozes quando prestamos atenção em nossos lábios: ㅡ Posso me sentar em seu colo, Himeros? ㅡ Uso o nome quase nada relembrado, pois é exatamente quem vou pedir em namoro.

Sim, eu vou pedir Himeros em namoro, pois ao que parece é só na vida dele que eu participo e posso continuar participando.

Jungkook, por sua vez, me olha desconfiado e já sem o sorriso sugestivo no rosto, para então responder: ㅡ Claro, meu bem.

E é nesse momento que ouço o tratamento carinhoso para perceber o quanto ele deixa o ambiente quente tão suave, embora a música não seja nada disso.

Impulsionado a sorrir internamente para não estragar o clima, eu me sento em seu colo, mas não de um modo convencional.

Devagar, eu apoio uma de minhas pernas de um lado do seu corpo, depois a outra, e então minhas nádegas em cima de suas coxas de modo que nossas virilhas fiquem juntas.

Quando percebo que Jungkook realmente não faz a mínima das ideias do que vai acontecer, eu sorrio vitorioso e me aproximo de seu ouvido, apenas para avisar em um tom de provocação:

ㅡ Tente não ficar duro, Jun. Isso é só uma apresentação artística, uh? ㅡ E sorrio, meus olhos deslizando pelo seu pescoço cheiroso que me faz querer morde-lo. ㅡ E, ah, não vale me tocar e nem se mexer ㅡ aviso. ㅡ Posso colocar? ㅡ Pego a venda que estava atrás da cadeira e volto a olhar para ele, a mostrando frente ao seus olhos que parecem totalmente mais escuros.

Então, quem se aproxima de meu ouvido é ele.

ㅡ É claro que pode. Mas não se esqueça que quem te deixa de quatro sou eu, sim? ㅡ E quando volta a me olhar nos olhos, não consigo não engolir em seco quando percebo o sorriso tão sacana que está em seu rosto.

Totalmente satisfeito de um modo quase absurdo, eu maneio a cabeça em um sim frenético e digo: ㅡ Sim, senhor. ㅡ E quase que impulsionado, eu levo a venda até seu rosto e a coloco sobre seus olhos, a amarrando atrás de sua cabeça quando ele a abaixa um pouco para mim.

E é estranha essa sensação de redenção e admiração que me invade ao ver Jungkook abaixar a cabeça para mim.

Me faz sentir algo diferente apertar peito quando passa pela minha mente o quanto Jungkook sofreu e já foi indefeso. Chega a ser como se tivesse sido eu no lugar dele e uma revolta crescente parece me atingir, mas eu suspiro fundo e tento relaxar.

Nada afim de pensar nisso, afasto os pensamentos no instante em que ele volta a levantar a cabeça, dizendo algo que me deixa desnorteado: ㅡ Saiba que embora eu seja seu dominador, isso não muda o fato de que minha cabeça sempre estará abaixada em uma reverência pela pessoa que você é, Jimin. ㅡ Comenta como se soubesse exatamente o que eu estava pensando, de um jeito nada sacana, e muito menos safado.

Eu alterno meu olhar entre seus olhos cobertos, tentando encontrar o que há neles, mas mesmo que eu não os veja, parece tão complexo quanto o misto de sensações que batalham dentro de mim neste momento.

Comprimo os olhos e balanço a cabeça levemente, afastando essa vontade que tenho de o abraçar e contar tudo que sinto. E assim que ouço o refrão iniciar, começo a sorrir devagar até que esse sorriso fique no canto de meus lábios ao imaginar o que está por vir, e Jungkook não demora muito mais a mostrar o mesmo.

"Devilish, fucking with my guys, yuh", e eu deslizo meu quadril para frente, tocando a virilha de Jungkook com a minha, e no mesmo instante controlo meus pensamentos impuros porque é algo que parece impossível quando vejo o pomo-de-Adão de Jeon se mover, no momento em que começo a rebolar circularmente em seu colo.

Meus braços estão para trás, e é claro que ele sabe que eu não vou ultrapassar seus limites e nem toca-lo, então eu levanto minimamente minhas nádegas de seu colo e depois volto a apoia-la em suas coxas para me deitar para trás de modo que meu rosto fique de ponta cabeça para a multidão.

Em seguida, em um movimento sutil e bem calculado, volto a me sentar corretamente e seguir com os movimentos circulares em seu colo, enquanto as pessoas gritam animadas com a dança tão... Pervertida?

Então apoio minhas mãos no encosto da cadeira, segurando firme lá, nas laterais que estão em mesma linha que os ombros de Jungkook, mas sem realmente toca-los quando encosto minha testa na de dele e movo meu quadril para um lado, depois para o outro, e então para frente, com mais intensidade.

Mais uma vez, seu pomo-de-Adão se move, e eu o vejo puxar o ar com dificuldade pelas narinas quando suas mãos quase são movidas, mas ele se controla e as repousa mais uma vez no veludo, sem voltar a mexe-las.

Todavia, tem algo que sei que Jungkook não consegue controlar em minha presença, então, para checar se mais uma vez ele não conseguiu se controlar nesse quesito, eu movo meu quadril com um pouco mais de precisão contra sua virilha.

E, sim, ele já está duro.

Com uma satisfação crescente, eu ouço a música entrar nas últimas batidas onde as vozes das pessoas gritando palavrões quase ultrapassa o som alto.

Então, o que eu faço a seguir é quase que imoral, mas levo minha mão até a venda e quando vou desamarra-la, peço, pertinho de seu ouvido: ㅡ Gire a cadeira para trás, por favor.

Instantâneamente ele o faz, a girando em direção ao lado oposto da multidão, e quando acabo por tirar sua venda, também saio de cima de seu corpo e deixo que ele veja o que está escrito no telão.

Sem estômago para ver sua reação, eu saio do palco, e logo ao lado pego o objeto que está na mão de Tae, que assiste tudo com lágrimas nos olhos para então sorrir reconfortante para mim, que também o faço antes que meus olhos comecem a marejar.

Assim que volto para o palco, Jungkook já saiu da cadeira e está me fitando estranhamente, de um modo que não sei descrever, quanto menos explicar.

Então, prosseguindo com meu plano que possivelmente vai falhar, eu me abaixo devagar quando estou em sua frente, fitando os olhos brilhantes que é só dele e, enfim, me ajoelho.

No momento em que o faço, meu coração não parece mais emitir som algum, assim como as pessoas da boate que estão silenciosas, provavelmente esperando uma resposta de Jungkook.

Então, ele olha o telão onde está escrito "Himeros, namora comigo?", e depois volta a me fitar, quase em estado catatônico.

Sem hesitar mais eu estendo a caixinha preta, também de veludo, e a abro em sua direção, mostrando o anel de platina pura que juntei todas as minhas econômias e parte do salário do mês para comprar.

Ele mira o objeto, seu rosto parece ainda mais absurdamente confuso, mas seu corpo não demora a se aproximar.

Sem olhar para mais ninguém além de mim, quando acho que Jungkook vai me chamar para conversar e dizer um não, ele também se ajoelha em minha frente, segura a caixinha com o anel juntamente com minhas mãos e depois olha em meus olhos.

E é impossível não notar a iluminação tão bonita neles quando admira meu rosto e o objeto prateado, pois ele parece adorar demais e isso me faz pensar no quão bem usei minhas econômias.

Quando ele sorri fechado, mas ainda genuinamente feliz para que meu coração se encha de esperança, meu pulmão libera todo o ar que estava preso pela apreensão e só então me dou conta de que eu queria chorar, porque uma lágrima desce em linha reta pelo meu rosto e inicia um choro quente, mas tão silencioso.

Neste momento, Jungkook oferece seu dedo para mim e sem hesitar eu tiro o anel da caixinha, carinhosamente deslizando-o por seu anelar com cuidado e maravilhação.

As pessoas que assistiam gritam em numa mistura de animação e comemoração.

Jeon, por outro lado, após receber o anel em seu dedo, toma meu rosto entre suas mãos, afagando os fios platinados, para então deixar um selinho tão bonito em meus lábios que o ar parece literalmente fugir de meus pulmões, pois não aguenta essa carga de sentimentos tão profundos que nunca imaginei poder sentir por causa de alguém.

Eu perco o ar mais ainda, quando ele cessa o beijo e a multidão grita no instante em que sua boca é aproximada de meu ouvido.

ㅡ O Himeros não aceita, porque na verdade ele não merece você. Então, a partir de agora, eu, Jungkook, estou te pedindo para fazer parte da minha vida e namorar comigo.

Sem reação, meu coração quase para, minha boca seca, minha mente roda por mil ambientes diferentes; e eu resolvo dizer, influenciado demais para não demonstrar o que sinto: ㅡ E eu, Park Jimin, estou aceitando fazer parte do seu mundo e namorar com você, porque, Jun... ㅡ Meus olhos molhados fitam os seus. ㅡ Eu te amo até o infinito. ㅡ E confesso, emocionado demais.

No entanto, mais uma vez eu me engano quando acho que Jungkook vai arregalar os olhos e ficar assustado, pois o sorriso que ele abre, um de verdade, daqueles que seus dentes de coelhinho ficam à mostra, soa como uma confirmação perfeita do que ele diz a seguir: ㅡ Eu também te amo até o infinito, meu garoto.

E essa é a deixa para que eu me aconchegue em seu abraço quente, o qual sempre quis receber.

Agora, nos braços firmes e seguros de Jun, eu sinto que estou em casa.

🐥


Agora o namoradinho do Jungkook tá assim ///

Gostaram?

eu chorei demais (demais demais demais) escrevendo esse capítulo :'''')

eu posso afirmar com toda certeza do planeta que ele é meu capítulo preferido depois do outro que tem uma cena na praia (spoiler que vai ter pintinho e cobra na praia), porque graças aos deuses jikook se ama demais e os daqui são tão bonitos juntos que chega a doer o coração :((

^^ obrigado por estarem acompanhando, votando, comentando e contando coisas que vocês lembram sobre a vida de vocês ao decorrer da fanfic (esses são os comentários mais involuntários e eu fico super feliz que a fanfic engaje essa mania tão divertida que vocês têm aqui em DE), e eu realmente leio tudo! tudo mesmo! e fico tão feliz por cada leiturinha e qualquer coisinha que vocês façam aqui, sério, isso me deixa muito cadelinha <3

Se der, me digam o que acharam ou estão achando, e até a próxima :3

Obs.: É agora que o romance começa hihihi

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