17 [ Revelations ]
❄
Eu estava nervoso.
Roí quase todas minhas unhas enquanto Taehyung tentava me acalmar.
ㅡ Caralho, Jimin. Para de comer unha, seu porco! ㅡ E me deu um tapa na mão.
Lhe lançei aquela olhadela de lado e depois ele sumiu cortina afora.
Sim, cortina.
Eu estou atrás de uma cortina vermelha porque vou me apresentar em uma boate.
Não pra relembrar os velhos tempos, mas por uma causa maior.
ㅡ Aqui ㅡ e lá veio meu melhor amigo com uma garrafinha de água. ㅡ Você tem que parar de ficar tremendo a perna igual um pincher querendo mijar de medo. É deselegante. ㅡ Ele disse, já se sentando na cadeira para jogar os braços de modo preguiçoso.
O olhei com um deboche visível e começei a tremer as pernas de propósito. ㅡ Eu posso tremer se eu quiser. E você pode olhar bem na minha cara e identificar que eu não tô nem aí se é deselegante ㅡ e cessei meu remelexo.
Taehyung revirou os olhos, pouco surpreso.
Achei que ele diria algo como "Não sei como o Jungkook atura" ou "Bratzinho da peste", mas a única coisa que o consagrado resolveu dizer foi: ㅡ Só senta essa bunda nessa cadeira e para com isso porque já estou agoniado. ㅡ E coçando a sobrancelha e esfregando as mãos no rosto, Tae me demonstrou que estava bem apreensivo.
Caramba, é bem irreal a imagem de Taehyung ansioso por algo, e por isso coçei meus olhos.
Putz, era ele mesmo.
ㅡ Se até você tá nervoso, como quer que eu não fique? ㅡ Indaguei.
ㅡ Sei lá... ㅡ ponderou, nada presente no momento. ㅡ Só cala a boca, Jimin. Eu tô nervoso porque vai que... Sei lá... Aish.
Sim, realmente Tae está nervoso.
Me aproximo um pouco, sem hesitar nada e então afago seus ombros.
Desta forma, ele me olha daquele jeito que parece que quer matar alguém, mas quando percebe que não vou parar o carinho, suaviza a expressão para apoiar os cotovelos nas pernas e colocar o rosto entre as mãos, cansado e aflito como eu havia deduzido que estava. ㅡ Jimin, eu preciso te contar algo.
Lá vem merda.
Tiro minha mão de seu ombro e cruzo os braços, esperando a bomba cair entre nós.
Não é preciso muita convivência e sabedoria pra entender que quando Kim Taehyung quer contar algo que precisa ser alertado antes, é porque se trata de alguma coisa polêmica.
ㅡ Vai, conta ㅡ e revirei os olhos.
No entanto, em vez de Tae fazer o mesmo que eu, esfregou a cara nas mãos mais uma vez. ㅡ Chega de esfregar a mão no rosto. Daqui a pouco vai estar todo amassado ㅡ dei o sermão.
ㅡ Olha você cale a boca que agora a pouco tava comendo unha igual um porco. ㅡ Afrontou.
Ri em escárnio. ㅡ Porcos não comem unhas, seu burro. Agora joga as cartas na mesa logo.
ㅡ Então... ㅡ coçou os olhos, nervoso. ㅡ Eutonamorando.
Franzi o cenho.
ㅡ O quê? ㅡ Perguntei, sem entender quase nada.
ㅡ Puta merda, é sério? ㅡ Me olhou. Fiz que sim. ㅡ Eu. Tô. Namorando. ㅡ Pontou.
Precisei de um tempo para digerir suas palavras.
Taehyung está o quê?
ㅡ Você tá o quê? ㅡ Questionei mais uma vez, achando que ouvi errado.
Tae revirou os olhos. Nós dois juntos parecemos dois doidos exorcizados.
ㅡ Eu estou namorando, Jimin. ㅡ Repetiu, sério, mas no instante seguinte que ele percebeu meus olhos arregalados, sua expressão metamorfoseou em um chorinho birrento. ㅡ Não dá pra acreditar, né? Aish, não tenho nenhum filtro pra isso. ㅡ E choramingou, com o rosto entre as mãos.
Bom, eu sou péssimo em consolos e vale ressaltar que é quase inimaginável Taehyung namorando alguém, só que eu apenas apoiei minha mão em suas costas e o afaguei, meio hesitante ao falar: ㅡ Ah, tudo bem não parecer que não consegue namorar normalmente.
O observei por um instante, vendo que minhas palavras de apoio não funcionaram muito bem, porque ele me olhou e voltou a choramingar.
Visto que falhei na tentativa, resolvi dizer: ㅡ Até porque eu também sou a pessoa menos apta pra isso mas tô aqui, querendo namorar alguém que provavelmente vai me dar um fora. ㅡ Acabei por sorrir fraco, quase desanimado.
Neste momento, Tae me olhou afetivamente. ㅡ Mas ele vai aceitar. ㅡ E reafirmou o que tanto afirmava. durante esse tempo.
Ah, e na verdade, era pra gente ter executado o plano na segunda, que é o dia que pedi um tempo a Jungkook.
Jungkook... Eu sinto tanta saudade dele ㅡ mas é claro que eu não vou admitir isso.
Mas quando caí na real que eu tinha marcado o plano para uma segunda-feira, desmarquei logo porque a Desire, que é uma boate famosa de Daegu, a qual já fiz uma apresentação em colaboração através da Kings Of The Night, abre apenas em dias de quarta à domingo.
Eu comentei isso com Tae e ele disse que pensou em me avisar quando falou com Jungkook, de manhã, após meu Dom ter ido acordá-lo.
Posso confessar que fiquei meio bobo ao imaginar os dois irmãos conversando sobre mim ou algo assim, mas é claro que eu também não disse isso ao meu melhor amigo.
E por falar nele, ele me mostrou alguns quadros que pintou ao decorrer da semana, enquanto me visitava em meu apartamento, e eu estou pasmo com o quão Tae parece um artista quando está de boina, sobretudo e um pincel na mão. Sério, você tem que ver.
E as obras... Puxa. São maravilhosas, mesmo que tenham horas que parecem rabiscos.
Enfim... hoje é sexta, e eu estou nessa boate com todo o plano esquematizado, mas com medo de dar muito, mas muito errado mesmo.
O que é bem provável, já que Jungkook pode interpretar que eu estou forçando a barra ou que eu errei alguma parte do plano.
Apesar que os outros já estão todos avisados... Se eu errar algo, eles vão me ajudar a concertar, não é?
ㅡ Aish ㅡ massageio minha bochecha, nervoso.
Taehyung, por sua vez, me olha com os olhos arregalados depois de observar a tela de seu celular, e então diz: ㅡ Ele tá chegando. ㅡ Morde os dedos, em estado de alerta.
Instintivamente eu me levanto correndo e vou até o camarim onde estão os outros dançarinos, e assim que chego lá, checo se estão nos conformes, com seus olhares me avaliando de cima a baixo, meio assustados provavelmente com a minha roupa que talvez não possa ser chamada de roupa.
Eu estou usando uma calça de couro e um harness*, e nenhuma camisa ou sapato.
É que a apresentação exige isso.
ㅡ Jimin, por que você tá quase pelado? ㅡ É Jackson quem pergunta, aparentemente assustado.
Ah, detalhe: Eu pedi a Yeji que fizesse uma colaboração com a Desire outra vez, e ela adorou a ideia, então quase todos dançarinos da Kings estão aqui.
Dentre eles, o Jackson, Taemin, Nayeon, Rosé, Hyuna e E'Dawn ㅡ esses são dois namorados doidinhos.
Taemin está... Puxa. Puxa. E puxa.
ㅡ Porque eu quero ㅡ respondo para Jackson, que não se importa já que sabe que isso não foi um coice, mas uma resposta sincera.
ㅡ É sério, cara. Isso tá estranho. ㅡ E volta a reclamar.
ㅡ Olha, Jackson, me desculpa, mas... ㅡ entreolho os outros dançarinos, que me assistem ficar irritado. ㅡ A apresentação é para o Jun, então quem tem que achar se está estranho ou não é ele. E eu posso garantir que ele não acha. ㅡ Lhe lanço um sorriso provocativo antes de sair do camarim.
E assim que saio, deixando todos para trás com expressões meio climatizadas, me deparo com Tae dando pulinhos com os olhos arregalados outra vez.
Calma, eu ainda estou me acostumando com o fato de que Tae pode ficar nervoso.
ㅡ Ele chegou, ele chegou!!! ㅡ E começa a me dar tapas nos braços.
ㅡ Ei! ㅡ Lhe dou um tabefe na testa e ele a massageia depois de parar de me agredir, com uma careta resmungona. ㅡ Eu já tô nervoso e você me deixa mais ainda ㅡ resmunguei.
Tae fez uma careta. Depois, segurou meus ombros com as mãos gigantes. ㅡ Aish mas eu também tô nervoso, faltam só vinte e poucos minutos pra você se apresentar, caralho! E ele já tá aqui, ele já tá aqui! ㅡ E me chacoalhou.
ㅡ Tae, pelo amor dos deuses! ㅡ O empurrei, saindo de seu aperto. ㅡ Eu não sou surdo. ㅡ Lhe dei outro peteleco.
Ele revirou os olhos, já bem menos afobado. Meio bipolar, arrisco a dizer. ㅡ Tá bom. Você quer ver ele? ㅡ E sugeriu, começando a caminhar em direção às cortinas, deduzindo que sim.
ㅡ Não. ㅡ Eu disse, nervoso.
Tae, por sua ver, girou sobre os pés e me olhou com estranhamento. ㅡ Não? ㅡ e indagou.
Roí minha unha do dedão e balancei a cabeça em um não, confirmando.
Então, um silêncio se instalou ali como num vácuo vazio e esquisito, até que meu melhor amigo quebrou o silêncio instantes depois, percebendo que eu me encontrava em um estado atípico de apreensão.
ㅡ Por que tá parecendo que isso vai dar merda? ㅡ Questionou.
No entanto, eu apenas suspirei com pesar para em seguida sentar na base da escada. ㅡ Porque vai dar. ㅡ E fiz uma careta dolorida.
Desta forma, nós ficamos em outro silêncio nada confortável pelos vinte minutos seguintes, e antes que Taemin anunciasse, junto a Alec ㅡ o apresentador da Desire ㅡ, a minha apresentação, Jackson apareceu ao meu lado quando Tae já havia saído para checar algo, pensativo enquanto tentou falar: ㅡ Você acha mesmo que isso vai dar certo? ㅡ E questionou, absorto, enquanto eu o olhei de canto de olho.
ㅡ Não. ㅡ Eu disse, cético.
Jackson apenas fez uma careta em vez de reclamar. ㅡ Eu só espero que você não saia machucado nisso tudo ㅡ gesticulou para todas as pessoas da boate e apontou, por fim, ao canto esquerdo, onde Jungkook estava.
Por sinal, muito gostoso e sexy.
Suspirei. ㅡ Jack... ㅡ Eu o chamo, determinado a esclarecer esse assunto. Não posso mais continuar nesse vai e vem que na verdade nunca vai e nem irá.
No momento seguinte ele para sua observação para olhar em meus olhos, e quando ele o faz, eu seguro em suas mãos e devolvo o olhar, amigável. ㅡ Sabe, a gente nunca vai ter nada... ㅡ tento não parecer rude. ㅡ Isso que você faz, de ficar me... Protegendo... É meio... Sabe? Chato. ㅡ Encolho os ombros, recebendo um risinho fraco de volta, como se ele não se importasse.
Eu quis lhe dar um soco mas relevei, pois o que ele me disse no momento seguinte foi bem estranho.
ㅡ Jimin, eu sempre soube que a gente nunca vai ter nada. Mas não é por isso que eu te ㅡ fez aspas com os dedos ㅡ protejo.
Cansado de joguinhos, eu revirei os olhos, já farto de bancar o amiguinho sensato. ㅡ Olha só, eu sou adulto, mas eu devo dizer que adultos são tão chatos! Vocês nunca dizem nada claro, ficam dando voltas no assunto e... ㅡ Nesse instante eu parei, porque ele apoiou dois de seus dedos sobre meus lábios para me calar.
Então, disse: ㅡ Você é apenas um bebê. E bebês não sabem da dimensão dos problemas adultos.
Sem nenhum tipo de ânimo, eu apenas lambi seus dedos para que ele parasse de apoiá-los em minha boca.
E depois de Jack rir enquanto limpava a saliva de sua mão, prosseguiu: ㅡ De todo modo, você não sabe de nada, Jimin.
Observando seu rosto bonito, pensei por um instante em como seria tudo mais fácil se eu fizesse algo.
Então me aproximei devagar, fitando seus olhos desconfiados, até que o encurralei na parede e provoque: ㅡ É, Jackzinho? ㅡ sorri provocativo. E como se fosse num instinto, eu senti o corpo de Jackson se tornar um pouco mais vulnerável, e visto isso eu decidi prosseguir: ㅡ Então me conte ㅡ quase exigi, soando perigoso o suficiente para Jackson engolir em seco enquanto parecia bem menor que eu, mesmo sendo o contrário.
Ele respirou por um momento, meio desnorteado. ㅡ E-eu não posso contar.
Ao ver que ele insistiria em não me contar, me aproximei mais e deslizei uma de minhas mãos pela lateral de sua cintura, o vendo tremer um pouco.
ㅡ Conta, Jackzinho. Uh? ㅡ Sorri sádico. Tipo os sorrisos que o Jungkook me mostra quando vai fazer algo pervertido.
E Jackson, bom, parecia um submisso. ㅡ Tudo bem. Tudo bem. ㅡ E então desviou de minha pressão quando fugiu afobado de meu aperto, se recompondo.
O observei atentamente.
ㅡ Mas você tem que prometer que não vai contar pra ninguém. Isso é sério. ㅡ Disse ele, com um certo alerta no rosto.
Apenas concordei.
No entanto, ele mal esperou que eu concordasse para disparar, aposto que quase inconscientemente: ㅡ O Jungkook já foi meu dom. ㅡ Disse quase em um sussurro.
ㅡ O quê? ㅡ Fiz uma careta, assustado e incrédulo.
Jackson também fez uma careta, mas de apreensão. ㅡ É, Jimin. Eu fui submisso do Jungkook, e fazem dois anos. ㅡ Afirmou, meio descontente com a própria verdade.
Minha pressão deve ter ido parar no fundo do inferno, porque de repente eu me senti tão zonzo que tive de me apoiar em uma barra de metal que supus ser a do polle dance lateral que fica atrás de uma pequena cortina.
Como se fosse uma nuvem branca ultrapassando minha visão, eu senti o mundo girar e se tornar opaco. Mas eu não desmaiei, porque meu corpo não estava fraco por isso.
Meu psicológico estava, e porque tudo de repente fez tanto sentido.
ㅡ Jimin, você está bem? ㅡ Jack apoiou a mão em minhas costas, enquanto continuei em meu estado catatônico.
Eu não costumo fazer tanta tempestade em copo d'água, mas pensando pelo lado de que Jackson parecia querer me proteger por gostar de mim, Jungkook fingir que nem o conhecia e ainda não me falar absolutamente nada sobre o fato de que ele foi um submisso seu, isso não parece uma tempestade.
Na verdade parece um dilúvio.
Por instinto, eu deixo o lugar em que estou e caminho para fora dali, com algum tipo de sentimento ruim ultrapassando meu peito, disposto a por um fim em qualquer coisa que esteja me rondando a mente.
Entretanto, para não chamar atenção, eu caminho pela lateral da boate, esbarrando em algumas pessoas bêbadas e drogadas. Em seguida tropeço em um careca doidão que tá quase derrubando o chão da boate enquanto pula ao som de Boxilion e então estou quase chegando.
Meu coração parece fraco, e meu peito, mais inábil ainda de suportar as batidas dele, mas eu continuo porque eu quero, literalmente, parar de ficar de escanteio.
Então, ao atravessar duas cadeiras platinadas e encontrar uma roda de poltronas altas que estão tendo a vista privilegiada do palco, mesmo estando no fundo da boate, eu me deparo com nove homens sofisticadamente vestidos, e mesmo que isso me aniquile um pouco, eu vou até o único corpo vestido de Prada e perfumado por algo forte que eu encontro, que percebeu minha chegada provavelmente já faz um bom tempo.
Ele está me olhando nos olhos, mas a única coisa que quero fazer é beijá-lo porque só agora percebo o quanto estou morto de saudades.
Depois, aquele choque de eletricidade atinge meu peito mais uma vez e eu fico menos na defensiva, e enquanto isso, seu olhar é deslizado por todo meu tronco quase totalmente exposto e em seguida pelo resto de meu corpo, enquanto um de seus braços fortes está apoiado na poltrona de veludo vermelho e sua testa vincada não em confusão, mas em uma análise meticulosa.
Seus breus brilhantes e ímpares estão fixos em meu harness, e eu sei exatamente que ele aprovou e deduziu minha atitude de pesquisar acessórios temáticos no BDSM e usar algo tão representativo, porque ele exibe um sorriso fechado que carrega orgulho e algo mais parecido com sadismo.
E quando acho que devo voltar para trás, já que estraguei um pouco do plano, eu relembro de meu objetivo no mesmo momento em que ele diz, para derreter toda e qualquer raiva que tivesse me inundado: ㅡ Oi, meu bem. ㅡ Soa cuidadoso, quase preocupado.
Não sei que tipo de ira que me invade, mas ao me lembrar que esse meu bem pode ser tão falso quanto sua posição perante a Jackson, eu cravo as unhas nas palmas de minhas mãos e digo, emburrado: ㅡ A gente tem que conversar agora. ㅡ Determino, independente da dedução que tive sobre os outros oito homens sentados ao seu redor, nos observando.
E Jungkook não parece se importar, a julgar pelo seu gesto suave para os outros homens quando se levanta, depois de lançar um sorriso que pareceu de repreensão para o maluco de Nárnia, que me lembro por Nix, lhe lançar um sorriso meio debochado de alguma forma.
Assim que me viro para que ele me siga, eu sinto os característicos dedos aquecidos serem apertados ao redor da base de minha cintura, sob a pele desnuda.
Então esse instante em que ele me encaminha para fora da boate, o tecido caro da manga de seu terno perfeitamente passado toca a pele exposta de minhas costas no mesmo momento em que seus dedos acariciam a lateral de minha cintura de modo que eu poderia dizer que é despretensioso, mas é Jungkook o fazendo.
Eu engulo em seco, porque tanto eu quanto ele sabemos que seus toques me deixam bem mais fraco.
Apesar disso e de meu corpo bastante rígido, eu resisto na caminhada até que chegue lá fora e o vento frio bata contra meu torso nu, enquanto eu sigo com ele para dentro de um carro executivo estacionado a um lado que posso julgar que seja vip.
Enfim, quando entramos dentro do carro que identifiquei como um Suv, Jungkook e eu nos sentamos e logo após o carro é fechado de alguma forma, de modo que ficamos a sós no banco detrás.
Outra vez engulo em seco.
Jungkook diz, apenas: ㅡ Eu estava com saudades. ㅡ E observa meus fios tingidos da cor que ele já sabia que eu iria tingí-los porque contei em seu ouvido naquele dia.
Eu finjo que não escutei sua confissão, porque agora não é hora de contar que eu estava morto de suadades suas. ㅡ Por que me esconde tantas coisas? ㅡ Então consegui olhar em seus olhos, que não vacilaram nem por um instante, reforçando seu trejeito firme.
ㅡ Porque há coisas que não devem ser mencionadas ou relembradas. ㅡ Explicou, parecendo que isso fez tanto sentido.
Eu sorri cínico, quase irritado. ㅡ Tipo como... O fato que Jackson foi seu submisso? ㅡ Afrontei, o olhando outra vez nos olhos, percebendo que outra vez eles não vacilaram.
ㅡ Ele não foi o único submisso que eu tive. ㅡ Afirmou, tranquilo.
Refletindo sobre isso, eu suspirei.
ㅡ E eu te perguntei se foi? ㅡ Resolvi usar da ironia, só para ver até onde ele pode ir. Depois de um tempo sem resposta, resolvi continuar: ㅡ Certo. Vamos ver... O que mais você esconde? O seu passado? A sua neura? O que tem de tão errado que eu não posso te tocar, não posso te... ㅡ e parei, antes que falasse demais.
ㅡ Não pode?... ㅡ Encorajou Jungkook, atento em meu semblante meio chateado.
Desviei meus olhos dos seus. ㅡ Não importa, não é? Se você não quer me contar, eu também não devo te dizer nada. ㅡ Cruzei os braços, com um bico emburrado.
ㅡ Jimin, eu fui assediado ㅡ falou.
ㅡ Oi?
ㅡ Eu vou te explicar. ㅡ Aprumou-se no encosto do banco, mais tenso.
Então, mesmo com minha pressão desta vez em um lugar mais profundo que o submundo, eu ouvi cada detalhe vagamente contado por Jungkook, que me informou sobre a sua estadia na fazenda de seus avós durante um tempo de sua adolescência e o tio que julgo ser um maluco, que o assediava mas que graças aos deuses não resolveu fazer algo pior, de fato.
Mas isso, de alguma forma natural, gerou um certo trauma em Jungkook.
ㅡ Puxa, Jun... Me desculpa por ser tão insensível ㅡ eu disse, me sentindo culpado no momento em que ele me tocou na bochecha, a acariciando enquanto me olhava com algum tipo de afeto.
E eu, apenas continuei com meus ânimos baixos pelo assunto recentemente discutido, o qual ainda não sei demonstrar nada sobre senão algum tipo de repulsa para com o seu tio e a tristeza profunda que parece me afetar pelo fato de ser o meu Jun sendo tocado por aquele homem.
Ele era só um anjo indefeso mesmo que fosse adolescente, não é?
Aish, eu nem gosto de pensar em uma cena assim.
Chacoalho a cabeça, mais zonzo ainda.
ㅡ Mas agora está tudo bem, anjo. O passado fica no passado. ㅡ Ele disse, fazendo pouco caso do terrível acontecimento.
E eu, arregalo os olhos. ㅡ Mas você não vai denunciar esse homem? ㅡ Quase grito, me aproximando meus olhos dos seus.
E neste momento, nós entramos em uma bolha anestésica que me deixa absorto em mistos sentimentos, enquanto gravo mais algum traço ainda não gravado que está desenhado nos lábios de Jungkook, enquanto ele parece fazer algo assim com os meus, mas decide fazê-lo com o dedo, porque quando me dou conta, seu polegar está sendo deslizado em meu lábio inferior, como se acarinhasse-o.
Antes que eu reclame por ele não fazer o que falei ou, sei lá... Por não ter respondido, Jun se aproxima mais, cortando nossa distância a quase nada enquanto sua mão segura minha coxa e a puxa de encontro a sua.
Seus lábios se aproximam dos meus, e mesmo que seu polegar ainda esteja sobre meu lábio inferior, eu acho que ele vai me beijar. Mas não é isso que ele faz.
Jungkook morde a carne que antes estava sendo acariciada por seu dedo, e enquanto eu tremo da cabeça aos pés, ele aperta minha coxa e suga meu lábio, me fazendo ofegar no instante em que uma onda de calor desce de meu abdômen para a virilha.
Eu sinto sua língua áspera e tão macia me acariciando enquanto sua mão é deslizada em minha coxa instantâneamente, enquanto eu ofego por um beijo seu, o qual parece estar próximo de me ser fornecido porque Jungkook cessa os movimentos que deixaram meu lábio dolorido em um estalo, e então distribui dois beijinhos no canto esquerdo de minha boca.
Eu quero segurar seu rosto, quero beijá-lo inteiramente e sentir como é abraçar Jungkook assim, tão intimamente.
E é claro que eu não o posso fazer por dois fatos.
Um; Jungkook não se sente confortável, e por um fato bem válido.
Dois; porque Taehyung acabou de bater no vidro.
ㅡ Ei! ㅡ Pernalonga diz (lê-se grita) depois que Jun cessa nosso ósculo imaginário e quente para abaixar o vidro para seu irmão. ㅡ Eu te procurando igual um patinho perdido da mãe e você aí, cagando no plano porque não consegue apagar esse fogo no cu, né? ㅡ Questionou, nada irritado se verdade.
ㅡ Eu não caguei em plano nenhum. ㅡ Falei, emburrado. ㅡ Vai, Jungkook. Conta pra ele que o Jackson foi seu submisso. ㅡ Desafiei, com uma das sobrancelhas levantadas.
Taehyung arregalou os olhos e franziu a testa instantâneamente, de um jeito que só ele é capaz de fazer. ㅡ Como é que é? ㅡ e questionou.
Jungkook coçou os olhos, parecendo cansado. ㅡ Eu não costumo fazer isso, mas eu devo interromper essa explicação para dizer que já está na hora da apresentação que desconheço o motivo, e vocês vão realmente estragar o suposto plano de vocês. ㅡ Disse ele após analisar as horas em seu relógio, e eu engoli em seco para depois me dar conta do que, de fato, era o plano.
ㅡ Puta merda, foi por isso mesmo que eu vim! ㅡ Tae quem disse, já do lado da minha porta enquanto a abria para me arrancar do carro. ㅡ Vamos logo, pintinho!
Jungkook franziu o cenho. ㅡ Mas me digam pelo menos do que se trata a apresentação.
Nada obediente, Taehyung apenas diz com um sorriso sacana, antes de me puxar para a boate outra vez: ㅡ Apenas sente-se em sua poltrona e assista.
🐥
*Harness (mídia do capítulo) é um acessório cuja formação é constituída por tiras, geralmente, de couro. Possui argolas e tipicamente sua participação no BDSM está inclusa na prática de bondage.
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