49 - Deu certo

   Quando cheguei no Complexo, vi que além de Natasha, Steve, Bucky e Scott, Bruce também estava lá, porém na forma do Hulk. Achei um pouco estranho no começo, mas depois ele me explicou que havia conseguido se entender com seu alter ego e se resolver com ele dentro de um laboratório. Então ele teria a forma do Incrível Hulk, porém falaria e agiria como Bruce Banner. As crianças adoraram ver o tio Bruce naquela forma.

   No dia seguinte, eles já se dirigiram até a garagem para começarem a montar a tal máquina do tempo. Bruce fez todo o trabalho, com um pouco da ajuda de Scott e sua van, que já estava praticamente pronta para eles começarem. Decidi manter os trigêmeos longe dessa tensão toda, se funcionaria ou não, para que eles não absorvessem nenhuma energia negativa que pudesse vir a aparecer caso não desse nada certo.

   Por isso, fiquei com eles na sala de cinema que existia ali e coloquei algum filme que eles quisessem assistir. Fiz pipoca e levei para eles a bebida que cada um queria; suco de uva para Pietro, suco de laranja para Bryndis e limonada para Frigga, já que até nisso eles eram extremamente diferentes. Mesmo assim, eram mais unidos que nunca.

   — Deixa eu ficar no meio dessa vez. Você sempre derruba a pipoca, Pit. — Bryndis disse, chamando o irmão pelo apelido que as duas inventaram para ele. Eu achava tão adorável.

   Eles assistiram o filme até calmos, e como Bryndis disse, Pietro conseguiu derrubar algumas pipocas ao levar um monte delas a boca.

   — Eu disse. — Ela debochou, mas continuou com os olhos na televisão.

   — Eu pego. — Frigga se voluntariou e ajudou o irmão a recolher as pipocas pelo chão e jogá-las no lixo.

   Mesmo sendo a mais quieta e introvertida dos três, sem chance de papo com outras pessoas, Frigga sempre ajudava os irmãos não importava o que fosse. Estava sempre disposta a fazer de tudo por eles e eu achava isso incrível. Via muito eu e meus irmãos neles e isso aquecia meu coração. Mesmo que as memórias me fizessem sentir uma pontada no peito, me orgulhava de conseguir ver o amor dos meus filhos tão forte quanto o que eu nutria pelos meus irmãos.

   O filme foi interrompido quase no final por um corte de energia inesperado. A luz de todo complexo acabou de uma vez, me fazendo ficar alerta. Porém logo me lembrei que poderia ter algo a ver com o experimento acontecendo na garagem naquele momento, então juntei os trigêmeos e nos teletransportei até lá para ver o que acontecia.

   Ao chegar, vi Natasha, Bucky, Scott e Bruce com caretas em choque e um tanto preocupadas, Steve não estava mais lá. Meu coração acelerou levemente ao sentir as energias desgostosas de cada um, mas tentei não me desesperar, já que era só a primeira vez que eles tentavam algo tão complexo quanto a viagem no tempo.

   — O que aconteceu? — perguntei, me aproximando deles.

   — Scott virou um bebê, uma criança e um idoso. — Natasha respondeu e esfregou os olhos em seguida.

   — Que ótimo. — comentei com ironia.

   — Queria ter visto. — Frigga disse de repente, atraindo todos os olhares e um sorriso divertido de mim.

   Um breve silêncio se instaurou e eu senti aquele leve desespero de novo. Suspirei pesado e passei as mãos pelos cabelos, aquilo talvez precisasse de algo a mais, e eu sabia exatamente do que... Ou quem.

   — Nós definitivamente precisamos do...

   Minha fala foi cortada no momento que senti uma nova energia se aproximando do complexo. Era inconfundível, eu conhecia aquele tom de deboche, misturado com um leve narcisismo mas ao mesmo tempo preocupação de Tony Stark. Como ironia do destino, era exatamente o nome dele que eu iria falar.

   Caminhei até a entrada do complexo com todos os outros em meu encalço, logo avistando Tony e Steve passando pela porta. Rogers segurava seu escudo, que há um bom tempo estaria com Stark. Fiquei feliz em ver que estavam se dando bem depois de tanto tempo, mas logo me lembrei do motivo de terem brigado anos atrás, e busquei Bucky com o olhar.

   Ele abaixou a cabeça ao ver Tony, não conseguindo encara-lo de primeira, e pude sentir sua energia pesar. O arrependimento bateu em seu coração na hora e me controlei para não abraçá-lo e acalma-lo. Por sorte Natasha fez o que eu pensava, apenas segurando a mão de James de forma firme. Enquanto isso, Stark lançava seu melhor olhar raivoso na direção de Barnes, e sua energia estava pesada, cheia de ódio ainda e muita angústia.

   Engoli em seco, sentindo-me triste por ambos, queria poder fazer alguma coisa. Mas, novamente, não foi preciso, já que as crianças tomaram conta disso. Frigga, mesmo sendo introvertida e não gostando tanto de toques físicos, abraçou a perna de seu tio Bucky, enquanto Pietro pulava no colo de Tony com um sorriso no rosto e Bryndis ia atrás. Eu sabia que eles conseguiam sentir as energias de cada um assim como eu, mas fiquei extremamente surpresa ao vê-los conseguindo fazer algo que eu não conseguia. As energias de James e Stark ficaram completamente leves ao receber o carinho das crianças.

   — Muito bom vê-los também, pequenos deuses. — Tony comentou colocando Pietro no chão, deixando um carinho na bochecha de Bryndis e lançando um sorriso na direção de Frigga, mesmo que a última ainda estivesse próxima de Bucky. — Bom, agilizem pra trazerem o resto da equipe. — Tony voltou a dizer a todos, caminhando junto de Bruce até a garagem.

(...)

   Rapidamente busquei Thor junto de Rocket. Valkyrie ficou em Nova Asgard para cuidar do local, já que eles dividiam a responsabilidade muito bem. Thor ainda tinha suas crises de descrença e culpa sobre si mesmo, mas depois de muita conversa, ele começou a me pedir ajuda quando isso acontecia. Também consegui que ele frequentasse um psicólogo, o que ajudou muito mais. — Mesmo que no começo tivesse sido difícil, já que ele era um Deus e dizia que não precisava de coisas midgardianas como uma terapia. — Thor era minha família, e ver sua evolução me enchia de orgulho e alívio.

   Ele abraçou os trigêmeos calorosamente como sempre fazia, e por já conhecerem e amarem o jeito do tio, os três deixavam que ele tivesse essa liberdade. Ficamos no complexo por quase dois dias, enquanto Tony e Bruce terminavam a máquina do tempo. Estava perto deles com as crianças apenas observando, já que Tony foi explicitamente claro em dizer que qualquer outra pessoa ali atrapalharia seu progresso.

   — Mamãe, a tia Carol vai vir? — Pietro perguntou.

   — Agora não, baby. — respondi. Eu sabia o quanto eles gostavam de toda a equipe que conheciam, mesmo não vendo a maioria deles frequentemente.

   — A tia Akin? E a tia Lupita? — Bryndis perguntou dessa vez.

   — Tia Akin está muito ocupada ajudando a rainha e as Dora Milaje em Wakanda, e a tia Lupita... — Fui interrompida.

   — A tia Lupita sabe lutar, você sabia? — Bryndis novamente.

   Franzi as sobrancelhas. Eu sabia que Lupita havia aprendido muitas técnicas do exército com seu falecido pai, mas ela não havia entrado em detalhes, por isso a confiança na voz de minha filha me surpreendeu.

   — E como você sabe disso? — perguntei, erguendo uma sobrancelha.

   Ela abaixou a cabeça e olhou para os irmãos. Os três permaneceram quietos, mas eu sabia que eles me escondiam alguma coisa, suas energias denunciavam claramente, e eu já os conhecia muito bem para saber.

   — Bryndis? — Insisti, cruzando os braços.

   — Vi na mente dela. — Ela finalmente confessou, mas ainda encarava o chão. Respirei fundo.

   — E o que eu já disse sobre entrar na mente das pessoas? — perguntei, mas estava falando com os três, porque com certeza Frigga e Pietro já sabiam disso.

   — Que é errado. — Bryndis respondeu. — Desculpa. — Ela finalmente me olhou. Os olhos azuis brilhavam em minha direção, mas eu não podia desfazer minha postura.

   — Depois disso tudo vou te levar até ela e só então você peça desculpas. Entendido? — Esperei a resposta, que veio com um aceno de cabeça enquanto ela ainda me olhava.

   — Nós vamos com você, Bryn, não se preocupe. — Pietro disse baixinho para a irmã, mas eu escutei, e tive que controlar um sorriso que queria surgir em meus lábios.

   — E o tio Clint? — Frigga abriu a boca após alguns minutos em silêncio. Não foi preciso que eu respondesse.

   — Da última vez que vi vocês, não estavam tão grandes assim. — Clint se aproximou, com Natasha em seu encalço, sorrindo enquanto observava as reações particulares dos trigêmeos quando viram Barton chegar.

   (...)

   Após algumas horas, Tony comunicou a todos que estaria tudo pronto para que pudéssemos finalmente traçar um plano. Foi então que percebi que precisaria ter minha atenção total no assunto, portanto, deveria deixar os trigêmeos com alguém. Por sorte, eu tinha uma rede de apoio muito grande, e podia contar com meus amigos, porém a que mais me deixava segura era Pepper, principalmente por ter Morgan para fazer companhia a eles. Por isso, caminhei até Stark.

   — Posso deixar os trigêmeos com a Pepper? — perguntei, lançando-lhe um sorriso.

   — Já liguei para ela avisando há alguns minutos.

   Ele ergueu um dos cantos dos lábios, mas antes que eu pudesse virar as costas e arrumar as crianças, Bucky passou ao nosso lado carregando algumas caixas. Percebi a energia de Tony pesar com a raiva, fazendo-me sentir mal por isso. Tanto por James, quanto pelo próprio Stark. Nenhum deles merecia essa angústia, e isso me afetava.

   — Eu sei que é difícil... — comecei, atraindo sua atenção de volta para mim. — Mas você não pode mais vê-lo desse jeito. — Ele franziu as sobrancelhas.

   — Você não sabe como é...

   — Como não? — O interrompi. — Passei minha vida inteira achando que você era o responsável pela morte dos meus pais, e olha como estamos hoje. — Stark negou com a cabeça, na defensiva.

   — É diferente. Eu te provei que não tive nada a ver, agora ele... — Ele buscou Bucky com o olhar de novo. Estava um pouco mais afastado, conversando com os trigêmeos de forma animada. — Eu o vi.

   — Tony, aquilo não era ele. — Continuei insistindo. — Aquilo era o Soldado Invernal, a Hydra. — Fiz uma pausa. — Aquele é James Barnes, e acho que você adoraria conhecê-lo.

   (...)

   Depois de alguns minutos de conversa, consegui convencer os trigêmeos a ficarem com Pepper. Eles não queriam me deixar sozinha, porque já tinham percebido o quanto o assunto que estávamos lidando mexia comigo. Mas eles entenderam que eu precisava fazer aquilo sabendo que eles estariam seguros. Mesmo tão novos, conseguia conversar com eles muito bem, e me considerava sortuda por isso.

   — Vai trazer o papai de volta? Pra que possamos conhecê-lo? — Frigga perguntou, me pegando de surpresa.

   — E a tia Wanda também? — Pietro completou e os três balançaram a cabeça em afirmação.

   Fiquei atordoada por um instante. Pepper estava do nosso lado na cabana e me encarou com surpresa, mas não consegui mostrar reação porque estava tão chocada quanto ela. Meus filhos conseguiam me surpreender mais a cada dia, me deixando ansiosa para o que iremos viver nos próximos anos. Por isso, torcia para que o plano desse certo, porque queria muito que Loki e Wanda estivessem junto comigo para ver o mesmo.

   — Vocês vão conhecê-los, eu prometo. — Foi a única coisa que consegui dizer.

   Me despedi dos três, de Pepper e de Morgan, e voltei a me teletransportar para o Complexo. Quando cheguei, fui até a garagem, onde o primeiro teste iria acontecer para ver se a máquina do tempo realmente funcionava. Clint estava com o traje e se posicionou em cima da plataforma como Tony havia indicado.

   Nós nos posicionamos ao redor da plataforma, enquanto Bruce ajustava algumas coisas. Na contagem regressiva de Banner, meu peito apertou levemente, sentindo um medo enorme de aquilo não dar certo. Era o único teste que tínhamos, Scott foi bem claro quando disse que possuíamos pouquíssimas partículas Pym para completar a missão. Se não desse certo agora, não saberia dizer o que iríamos fazer.

   Apenas me acalmei um pouco quando Natasha segurou minha mão ao seu lado. Por um momento pensei que ela poderia ter percebido minha tensão, mas ao encara-la, vi que ela mesma estava tão tensa quanto eu, e buscava minha mão como uma forma de apoio. Mal sabia ela que eu também me apoiei em sua companhia naquele momento.

   Seu aperto ficou mais forte quando Clint sumiu pela plataforma. Ele voltou cinco segundos depois, mas pareceram os mais longos cinco segundos da minha vida. O tempo nunca havia passado tão devagar quanto naquele momento. Soltei minha respiração, que eu nem ao menos percebi que segurava, e pude deixar uma carícia na mão de Natasha, como se finalmente eu conseguisse conforta-la.

   Clint segurava uma luva de baseball na mão e lágrimas nos olhos quando disse que deu certo. Eu mesma senti o choro preso na garganta, mas dessa vez de alívio, nunca senti um peso tão grande sair das minhas costas. Fechei os olhos por alguns segundos e respirei profundamente. Natasha soltou minha mão e caminhou até Barton, mas Thor veio em minha direção e segurou meus ombros. Havia um sorriso animado estampado em seu rosto.

   — Deu certo, bruxinha. Vamos trazê-los de volta. — Ele disse. Finalmente pude sorrir junto com ele enquanto o abraçava. Minha esperança só crescia cada vez mais.








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Autora: hihi, oooooiii, vcs ainda lembram de mim????? 🤡🤡🤡

já vou começar pedindo mil perdões pela demora!!! eu tava c um bloqueio ENORME, não tava escrevendo nenhuma história minha, e a faculdade tá tomando cada neurônio e cada sanidade minha haha🤡 mas me perdoem, eu PROMETO q não desisti dessa história! tenho muita coisa pra ela ainda

não vou me estender muito, mas espero que tenham gostado do capítulo (fotinha da nossa Kira no final só pra dar um charme)

não esqueçam de comentarrrr (não desistam de mim) e da estrelinha!

Bjin procêis💚

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