46 - Minha vida
Quatro anos haviam se passado desde o nascimento dos meus lindos trapaceiros mirins. Como esperado, todo o meu cansaço piorou quando eles começaram a andar, porque eles finalmente conseguiam destruir a casa e inclusive subir pelas paredes como se não fosse nada demais. Em algum momento eu deixei que fizessem e simplesmente não dei a mínima, até um deles cair e apenas machucar o joelho. Com isso, eles começaram também a entender o que seria bom para eles fazerem e o que não seria.
Não sou uma mãe ruim, eu juro pelos Deuses, mas quem quer que estivesse no meu lugar, ou já teria desistido, ou teria insistido em correr atrás deles muito menos do que eu. Porém, obviamente, eu sempre estaria lá para elogia-lós e apoiá-los em todas as suas decisões e boas ações, e também para brigar com eles caso fizessem algo muito mais absurdo do que jogarem copos de vidro uns nos outros. — O que acontecia, pode acreditar.
Era o dia exato do aniversário deles e Nova Asgard inteira estava em festa. O local havia aumentado demais, com inúmeros comércios do resto do mundo chegando e muito imigrantes de todos os planetas. Asgard estava se formando novamente, e de forma muito próspera, graças ao comando de Thor e principalmente de Valkyrie, que havia se mostrado uma grande líder ao lado do Deus do Trovão.
Alguns dos que restaram dos Vingadores também vieram para a comemoração, entre eles Natasha e Bucky, que sempre estavam lá por meus filhos, Steve e Lupita, que finalmente, após dois anos de enrolação por parte dele, começaram a sair. Tony Stark também estava lá, com Pepper Potts e a pequena Morgan, ou Maguna, como ele costumava chamá-la. Carol Danvers não pode comparecer, mas mandou um telegrama para os trigêmeos.
Além deles, Akin também estava lá. Ela não tinha tanto tempo livre já que ajudava as Dora Milaje e a rainha de Wakanda a governarem o país após o sumiço de seu rei. Ouvi dizer que ela estava fazendo um trabalho maravilhoso em relação a proteção e prosperidade do lugar, e eu não esperava menos. Sempre senti em sua energia o quanto ela era qualificada para um futuro único.
Mais alguns haviam faltado como Bruce Banner e James Rhodes, que estavam ocupados com algum compromisso, e Clint Barton. Este último na verdade estava fora do mapa. Não sabia muito bem o que estava acontecendo, já que Natasha não me contava detalhes, mas eu sabia que não era algo tão bom assim.
De qualquer jeito, meu total foco naquele dia eram meus filhos e a felicidade deles em seu dia especial. Natasha estava me ajudando a terminar de arruma-los para que pudéssemos levá-los ao destino da grande festa, onde um parque de diversões havia sido montado apenas para eles ao comando de Thor. Ele fazia absolutamente tudo pelos sobrinhos.
— Mamãe, olha, fiz uma amiga nova. — Frigga, a primeira a ficar pronta, chegou no quarto. — Essa é a Slytherin.
Quando eu e Natasha olhamos para a menina e o que ela estava apresentando a nós, vimos nada mais nada menos do que uma cobra enrolada em seus braços. Ela tinha uma coloração acinzentada e olhos grandes negros e intensos. Percebi Natasha tensionar todos os músculos ao meu lado e arregalar os olhos. Franzi as sobrancelhas.
— Como sabe que é fêmea? — perguntei simplesmente e Natasha me encarou indignada.
— Essa é a sua preocupação no momento, Kira? É a porra de uma cobra. — Ela sussurrou a última frase, ainda sem tirar os olhos da garotinha, que fazia carinho nas escamas do animal.
— Ela deixou bem claro que é fêmea. — Frigga respondeu e se aproximou. Natasha deu um passo para trás.
— E o nome? — perguntei novamente. Eu não estava surpresa por minha filha ter feito uma cobra como amiga, afinal, eu já tive uma tigresa.
— Tirei de Harry Potter. A melhor casa.
As vezes me surpreendia com a inteligência dos três. Eles pareciam ter muito mais do que quatro anos e era perceptível apenas no jeito de falar, em suas ações ou até mesmo filmes que assistiam.
— Mamãe, também quero uma cobra. — Pietro pediu ao se aproximar da irmã. Frigga deixou que ele também fizesse carinho no animal.
— Ainda prefiro Corvinal, mas Slytherin é um nome ótimo, Friggs. — Bryndís falou em seguida.
Isso também me admirava neles. O jeito que eles cuidavam uns dos outros. Sorri enquanto observei Frigga mostrar o animal para Pietro, e enquanto Bryndís apoiava a decisão da irmã. Era tão lindo vê-los juntos, principalmente quando alguém mexia com eles.
Um dos incidentes foi em Nova York. Eu estava com as crianças em um mercado, e cerca de cinco crianças mais velhas decidiram mexer com eles, isso porque Pietro desde cedo teve certo interesse na arte da maquiagem, e com quase quatro anos já havia me pedido para pintar as unhas e arrumar o cabelo como quisesse. Deixei que ele escolhesse por si próprio, e acabou deixando os fios escuros mais longos, parecidos com os do pai, porém mais ondulados.
Meu instinto queria que eu os tirasse de lá naquele momento, mas após a primeira palavra de um deles, Bryndís se colocou na frente do irmão e chutou as partes baixas da outra criança, e como ela era filha de Deuses, seu chute era um tanto mais forte que o comum. Frigga também ajudou ao abraçar o irmão de lado em seguida, e dizer o quanto gostava do estilo dele. Sorri vendo aquela cena, e briguei com a mãe das outras crianças após ela achar ruim por seu menino ter levado um chute nas bolas. Ele mereceu.
— Kira, você não vai dizer nada? — Natasha perguntou, ainda encarando a cena com os olhos arregalados. — Aquilo parece muito uma mamba negra, e se for... É uma das mais venenosas... Kira, pelo amor de Deus. — Ela estava claramente aflita.
— Olha só, eu já tive uma tigresa como amiga, e você sabe disso. — Defendi.
— Uma tigresa mágica, Kira Maximoff. — Ela contradisse.
— Frigga é mágica, se ela disse ser amiga da cobra então eu acredito. — Dei de ombros e finalizei a conversa.
— Você é louca.
Com essa última frase de Natasha, Thor e Bucky entraram no quarto procurando por nós duas para que a festa finalmente começasse. Ao ver o animal nas mãos de Frigga, Bucky arregalou os olhos e olhou para mim e para Natasha buscando resposta. Romanoff apenas revirou os olhos. Thor, por outro lado, sorriu e ajoelhou na frente dos pequenos.
— Pequena Frigga, você achou uma nova amiga. — Ele comentou sorridente. Frigga estendeu a cobra a ele para que ele pudesse ver. — Sabe, seu pai já se transformou em uma cobra para me enganar. Ah, aquela foi uma de suas melhores brincadeiras. — Ele comentou com o ar nostálgico, e as crianças ouviam a história com os olhos brilhando, como sempre ficavam quando o pai era citado.
Inclusive, elas eram muito parecidas com ele algumas vezes, já que amavam pregar peças uns nos outros e principalmente se juntarem para enganar alguém, nem que essa pessoa fosse eu. Já passei por vários desesperos apenas pensando que um deles estaria gravemente machucado, quando na verdade era apenas uma brincadeira... Uma brincadeira que quase me matava.
Após mais alguns minutos de conversa, finalmente caminhamos até o novo parque de diversões. Pietro pulava durante o percurso, olhando para todos que passavam e observando tudo, animado e receptivo. Bryndís olhava o irmão e soltava algumas risadas do jeito dele, enquanto Frigga estava concentrada demais em sua nova amiga Slytherin, enrolada por seus ombros e braços, mas sem machucá-la. Elas realmente pareciam se dar bem.
Quando chegamos, todos estavam prontos com balões na mão e fogos de artifício preparados para serem lançados. Quando gritaram "PARABÉNS, PEQUENOS DEUSES", as reações foram, como sempre, particulares. Pietro sorriu para absolutamente todos, e correu para abraçar os que ele já conhecia por mais tempo. Bryndís correu até Morgan quando a viu, ignorando o resto, e Frigga olhava para os fogos de artifício com brilho nos olhos, mas sem se importar com a presença dos outros.
Alguns se espantaram ao ver a cobra cinza enrolada no pescoço e mãos de Frigga, enquanto outros apenas sorriam na direção dela, como se ela tivesse achado um novo bichinho de estimação como qualquer outro. Tony foi um dos que se aproximou de mim com os olhos arregalados, enquanto apontava para a pequena.
— Aquela é Slytherin, nova amiga de Frigga. — disse naturalmente.
— É uma cobra, Kira. — Tony ergueu as sobrancelhas.
— Por isso o nome, Stark. Vai falar que nunca viu Harry Potter. — Dei de ombros, cumprimentando Pepper logo em seguida, que simplesmente desistira de dizer algo em relação ao animal.
A festa continuou de maneira animada. O bolo estava mais que delicioso e enorme, cortesia de Lupita, mesmo que eu dissesse que ela era convidada e não precisaria se preocupar. Meus filhos se divertiram muito nos brinquedos e a cada vez que os via sorrindo eu sorria junto, com o coração aquecido, até o fim da festa.
(...)
Mais alguns meses se passaram, e dessa vez eu me encontrava no Complexo dos Vingadores, em Nova York. Natasha estava em reunião com algumas pessoas, e como sempre ela não me contaria tudo, porque de acordo com ela, não queria me preocupar com assuntos que não fossem dos meus filhos. Confesso que as vezes isso me irritava, porque eu sentia em sua energia o quanto ela estava abalada com tudo, mesmo depois de quase cinco anos. As vezes, inclusive notava o quanto ela simplesmente queria chorar. Bucky e eu tentávamos acalma-la quando isso acontecia, mesmo que ela dissesse que estava bem.
Quando a reunião terminou aquele dia, algo me surpreendeu. Pietro, Bryndís e Frigga foram até ela e simplesmente a envolveram em um abraço. Todos eles, sem exceção. Franzi as sobrancelhas com os lábios entreabertos, e Natasha não parecia estar menos surpresa, mas mesmo assim segurou cada um deles, retribuindo o carinho. Bucky chegou em seguida, e logo tomou a mesma expressão que a nossa.
— Vai ficar tudo bem, tia Nat. — Pietro disse. Ele era o responsável por falar já que se sentia mais confortável.
— Crianças, como... — Eu tentei começar a perguntar, mas Bryndís me interrompeu.
— Temos algo pra mostrar pra vocês.
Os três nos guiaram até as árvores que existiam do lado de fora do complexo, e cortavam toda e qualquer pergunta que eu tinha até que chegássemos. Eu começava a me preocupar, mesmo sentindo as energias dos três completamente calmas, e levemente animadas ao mesmo tempo.
Eles então pararam lado a lado e se encararam. Frigga respirou fundo após um aceno com a cabeça pelos irmãos e deu um passo à frente. Slytherin não estava com ela dessa vez, provavelmente estaria no viveiro que comprei especialmente para o animal. Frigga tensionou o maxilar, e eu sabia que ela se concentrava para fazer algo.
Em um movimento rápido com as mãos, por incrível que pudesse parecer, ela lançou uma rajada de energia brilhante e esverdeada em uma das árvores, fazendo com que o tronco se quebrasse. Eu, Natasha e Bucky tivemos de dar alguns passos para que não fôssemos atingidos. Frigga logo disse que todos conseguiam fazer o mesmo, enquanto eu apenas os encarava boquiaberta.
Eu sabia que algum dia eles descobririam alguns poderes mas jamais pensei que eu estivesse sem Loki ou sem Wanda nesse momento. Por conta disso, meu coração acelerou quase de imediato, com uma preocupação tomando conta dos meus sentidos. Como eu ensinaria a eles a controlar? Eu, sozinha? Se nem ao menos os meus próprios poderes eu houvesse descoberto por completo, pelo menos era isso que eu sentia.
— Tem mais, mamãe. — Pietro disse, com um sorriso no rosto.
— Ah, tem mais. Vocês ouviram? Tem mais. — Eu estava definitivamente desesperada enquanto perguntava para Natasha e Bucky, que estavam sem palavras. — E o que seria?
— Acho melhor mostrar pra ela uma outra hora. — Frigga comentou com os irmãos. — Não estão sentindo?
Em seguida, além de perceber que eles sentiam também a energia de cada um, o que explicaria o abraço na Natasha, notei a presença dos três em minha mente, da mesma forma quando Loki tentava entrar. Ergui as sobrancelhas e arregalei os olhos na direção dos três, como se eu os repreendesse por tentar entrar em minha mente. Por sorte, eles já conheciam muito bem esse olhar meu e pararam. Olhei para cada um deles e percebi a careta apreensiva de Bryndís.
— Bryndís Maximoff Lokisdottir. — chamei, um tanto surpresa por ter conseguido definir as expressões dela e não de Pietro. — Tem mais?
Ela suspirou em resposta e acenou que sim com a cabeça. Engoli em seco, porém respirei profundamente e me concentrei para não deixar minha ansiedade no momento me dominar, meus filhos podiam sentir, e não queria que eles percebessem isso da própria mãe. Tentei manter a calma, antes de pedir para que eles continuassem.
Bryndís foi primeiro, e mostrou a completa dominação dos quatro elementos da vida. Fogo, água, terra e ar. Era lindo ver como ela manipulava cada um deles, parecendo ter mais do que quase cinco anos. Pietro veio em seguida, e ironicamente, por uma coincidência do destino, ele apresentava super velocidade. Óbvio que devia ser ele, Pietro sempre foi o agitado desde que nasceu... Meu coração se aqueceu por lembrar de meu irmão.
Por último veio Frigga. Ela estava em silêncio, mas se concentrou e em um piscar de olhos, se transformou em uma tigresa. Mas não qualquer tigresa, aquela era branca, com os olhos mais verdes existentes. Era Sari, eu saberia disso apenas com o olhar. Senti minha garganta queimar e meu coração se apertar ao lembrar de minha amiga e protetora. Sorri enquanto sentia uma lágrima escorrer pelo meu rosto e me ajoelhei na frente dela. Em segundos, Frigga voltava a ser ela mesma.
— Vi ela em seus pensamentos uma vez, mamãe. Você estava distraída, por isso não percebeu. — Ela abaixou a cabeça, esperando qualquer sermão que fosse.
Mas não era isso que eu ia fazer. Toquei em seu ombro, fazendo com que ela me olhasse de novo, e com apenas um olhar, pedi para abraçá-la, porque eu sabia que ela era a que menos gostava de contato físico. Para a minha surpresa, ela mesma enrolou os braços em meu pescoço e me apertou gentilmente. Senti o cheiro de seus cabelos quando a envolvi. Segundos depois olhei para os outros dois pequenos, que nos encaravam com sorrisos no rosto, e estendi os braços para que viessem até nós.
Envoltos os quatro em um abraço apertado, senti meu peito mais leve, e o peso da ansiedade que antes me consumia já não estava mais ali por enquanto. Naquele momento, apenas minhas crianças podiam me acalmar e elas fizeram isso com êxito. Jamais poderia descrever o quanto os amava, e o tudo o que eu faria para mantê-los seguros, felizes e vivos. Eles eram minha vida.
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Autora: OI AMORES, VOLTEI!!! gente, eu tô MORRENDO de amores por esses três nenens, e se vcs tiverem gostando tbm, vão amar mais ainda na próxima temporada, quando eles tiverem bem mais velhos!!!
⚠️GENTE RECADINHO⚠️ leiam com atenção: próximo capítulo teremos um CROSSOVER com uma fic PERFEITA, da minha lindíssima LuizaMarques969 não vou colocar detalhes do que vai acontecer, mas estamos planejando isso há MESES, e esperamos muito que gostem!! pra quem quiser, a fanfic dela chama Lady's Black... mas essa é só a primeira temporada, além dos milhares perfeitos spin offs que ela tem da mesma história... gente, é lindo, não percam💚
É ISSOOOO! não esqueçam da estrelinha e de comentarem bastanteeee, quero saber o que estão achando!!!
Bjin procêis💚
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