6.Com o príncipe da gula

Seus lábios tocavam os meus de maneira tão doce que senti todo o meu corpo reverberar, não imaginei que meu primeiro beijo fosse assim, os dedos do príncipe deslizaram gentilmente tocando minhas costas antes de se firmarem na minha cintura se prenderam ali puxando meu corpo fazendo com que eu sentisse seu calor, meus dedos se engancharam em seus fios curtos sentindo o deslizar macio de nossas línguas.
O contato se tornando cada vez mais intenso e quando o ar nos faltou ele se afastou meus lábios formigavam conforme meu olhar parecia o devorar e ele está claramente se contendo, assim o empurrei de leve e sentei em seu colo as fendas do meu vestido deixam minhas coxas extremamente expostas e seu olhar foi do meu rosto para elas antes de as apertar com as mãos e subi calmamente passando pelo meu quadril o apertando, eu abaixei meu corpo em sua direção e quando fui tomar seus lábios ele nos virou ficando por cima, me beijou de maneira afoita apenas para roubar todo o meu ar e depois simplesmente se afastou.

-- Pelo visto o antídoto estabilizou seu corpo, agora descanse teremos muito trabalho pela frente. -- Esse deus só pode estar brincando comigo, vai me deixar dormir assim? Respirei fundo e calmamente para que ele não percebesse e fechei meus olhos, não vou me abater, mais irei seduzir esse deus até que ele não aguente mais.

[...]

O dia seguinte eu estava bem, meu corpo intacto e batidas soaram na porta me fazendo levantar e manipular meu próprio corpo assim não perderia meu tempo com higienes básicas de consumo humano.

-- Bom dia pra você, deusa do destino! -- Despina adentrou o quarto carregando algo em mãos. -- Um ovo de dragão me contou que você estava passando frio e quê um certo príncipe arregou. -- Pisquei meus olhos, esse povo parece estar em todos os lugares.

-- Vocês nos viram? -- Fiquei incrédula e ela gargalhou.

-- Não, uma das empregadas viu o príncipe sair do seu quarto duro e suado então concluí que ele arregou. -- Gargalhou e fiquei com vergonha.

-- Às vezes esqueço que os deuses são fofoqueiros. -- Comentei.

-- Ah Dália, para uma existência suprema a vida é completamente tediosa. Bom eu te trouxe uma roupa minha creio que vá servir. -- Agradeci e peguei o vestido. -- Vou deixá-la, estarei na sala de reuniões com o príncipe da gula, nos encontre lá quando acabar. -- Assenti e me vesti rapidamente olhando no espelho o quão bonita e quentinha é a roupa, mesmo que tivesse que apertar as cordas do vestido ao máximo para que não ficassem tão largas.


Andei até o salão ao qual ela me pediu para encontrá-la, assim que entrei percebi que havia uma discussão intensa.

-- COMO VOCÊ OUSE INSINUAR QUE A CULPA É MINHA? DESPINA MALDITA VOCÊ POR ACASO ESQUECEU O SEU LUGAR OU POSEIDON NÃO LHE DEU UM CASTIGO DECENTE?

Entrei no salão apenas para observar Beelzebub mais sério que de costume batendo a bengala no chão e Despina ao seu lado sorrindo de leve.

-- Não está na sua casa Hefesto e ousa insultar justamente aquela que é responsável pelo teto em que se encontra?

Parecia que o lorde utilizava de ironia para tratar com o deus da Forja, mas isso é realmente interessante. A deusa do gelo, no entanto, sorriu de leve:

-- Não preciso que me defenda Beelzebub e você Hefesto deveria tomar cuidado, do contrário sua falta de controle pode chegar nos portões do tártaro ao monte Olimpo. -- Despina agora o encarava como se houvesse uma centelha de fogo em seus olhares conectados e eu me aproximei mais, tendo a atenção do senhor das moscas em mim. Seus olhos vagavam do meu vestido para os meus cabelos, já que eu os prendi no estilo princesa.

-- Desculpem pelo atraso. -- Beelzebub se levantou puxando a cadeira ao seu lado para que eu me sentasse, tão cavalheiro que fiquei levemente desconcertada ao aceitar e agora Hefesto e Despina me encaravam. -- Podem continuar, não quero atrapalhar a reunião.

-- Não está, sou Hefesto, deus da Forja, ainda não lhe conheço pessoalmente.

-- Sou Dália, irmã mais nova da Imperatriz Sn.

-- Oh, então você é a deusa que Hermes comentou a respeito? Anúbis é um deus muito sortudo! -- Arqueei minha sobrancelha, mas antes que pudesse respondê-lo, Despina o fez:

-- Um mala, muito do inconveniente foi o que você quis dizer. Ele acha que eu não vi os servos dele pelo caminho esperando e resguardando Dália.

Notei Beelzebub apertar o cetro.

-- Que tal focarmos no que é necessário? -- Cortei o assunto, assim que retornarmos para casa vou conversar pessoalmente com Anúbis.

-- E então? -- Hefesto perguntou tendo a atenção de Beelzebub que olhava para frente como se encarasse o nada, ele passou alguns um curto tempo em silêncio até que batidas soaram a porta e mandou que adentrasse.

-- Senhor, tenho as informações que pediu. -- Sussurrou. -- A chama foi aparentemente contaminada com os limites do tártaro.

-- Hefesto por acaso está trepando com alguma infernal banida? -- Despina questionou. -- Vocês deuses do Olimpo tem problemas sérios referentes a sexo. É sério, com tantas ninfas, servas e aprendizes, você escolheu a porcaria de uma infernal banida? -- Despina havia se levantado da cadeira. -- Olha francamente, como pode ser tão estúpido? É por isso que eu odeio os deuses do Olimpo, não conseguem deixar o pau dentro das calças, mas que porra! -- Massageou as têmporas e fiquei levemente constrangida.

-- Deixe-me falar deusinha! Eu não estou fornicando com uma infernal, pelo menos não essa que passa em sua mente. -- Se serviu de vinho. -- Estou para pedir *Praurimé em casamento e saindo com a guardiã das cachoeiras de lava, nada muito específico.

Arregalei meus olhos.

-- Você está traindo Praurimé e acha que ela irá lhe aceitar? -- Me exaltei um pouco apoiando minhas mãos com firmeza em minhas coxas.

-- Traição é uma palavra muito forte para se relacionar aos deuses, traição seria se eu tentasse tomar o lugar de outro deus, libertasse criaturas que foram aprisionadas em nossas vastas terras, agora sexo? Isso é o de menos. -- Fechei meus olhos e respirei pesado.
Praurimé é a deusa do fogo sagrado e reza a lenda que se seu coração for corrompido, tudo que um dia veio a ser luz voltaria as mais profundas sombras e isso me deu um relance do que pode ter ocorrido.

-- Não a pedirá em casamento, eu não permito! -- Todos olharam para mim.

-- Como ousa me dar ordens?! -- Fiquei de pé e suspirei caminhando até ele, toquei em seu braço e sorri de leve.

-- Aquela que prevê o destino não pode ser morta, mas pode mudá-lo cruelmente outorgando seu fim. -- Me afastei deslizando o dedo por seus braços.

-- Por acaso está me ameaçando?

-- Por enquanto é só um aviso, não permitirei que faça o que bem entender com uma das minhas. -- Retornei ao lado do príncipe que me encarava sério, mas pude ver um sorriso de canto quase imperceptível e me senti desconcertada com tal ato.

-- Será que podemos ir ou ainda há outra pauta nessa reunião? -- Questionei.

-- Eu gostei de você, poderia ficar por mais tempo quase não há deusas divertidas por aqui.-- Despina comentou com um sorriso.

-- Saiba que é bem-vinda em minha casa sempre que quiser. -- Lhe respondi e ela só faltou me abraçar. -- Então vamos?

-- E o seu café da manhã?

-- Ah, estou sem fome. -- Comentei.

-- Que assim seja, peço que nos acompanhe Hefesto e você também Despina. -- A voz de Beelzebub estava tensa e assim saímos sem dizer uma palavra.

Encarávamos a fenda ao qual as gárgulas se reuniam para expor os trabalhos detalhadamente, quando Hefesto suspirou se abaixando com seu martelo em mãos.

-- Não deveria haver fogo no lugar mais frio e sem vida do inferno. -- O deus da forja comentou e Despina planou ao seu redor como uma bela ave.

-- Então faça o seu trabalha, recupere as suas chamas e eu mesmo fecharei cada uma dessas rachaduras. -- Nas mãos da deusa um cetro, o formato de sua ponta parecia com um floco de neve grande e ao redor agulhas de gelo. O príncipe estava tão sério que me deixou confusa, pois, até então não tinha dito uma palavra sequer.

-- Se eles estão arcando com tais tarefas, por que ainda estamos aqui? -- sussurrei.

-- Recolhendo informações e material para pesquisa, agora preste bastante atenção. -- Ele havia se inclinado para sussurrar em meu ouvido, recuperei minha postura observando o deus da forja bater com seu martelo na fenda abrindo-a ao ponto de dobrar o buraco e todo o fogo parecia ser atraído para seu pesado e enorme martelo ao qual ele puxava com facilidade, quando chegou nas chamas contaminadas o príncipe se aproximou e estendeu a mão eu fiquei preocupada de imediato e se, ele se ferisse? Mas como esperado daquele que guardou o primeiro governante do inferno não houve reação parecia que as chamas escuras rejeitavam seu corpo, uma gárgula se aproximou segurando um invólucro de vidro onde aquele poder foi depositado e Hefesto continuou puxado tudo até notei que ao redor o gelo havia se dissolvido completamente se tornando um lago onde suas águas só não escorria pela fenda por conta do fogo.

-- Pronto, garotinha, pode fazer o seu trabalho. -- O martelo foi apoiado nas costas e diferente de antes onde parecia estar completamente quente, agora possuía a coloração de uma rocha natural.

Despina sorriu antes de apoiar o cetro no chão e respirar tranquilamente, notei seus braços cristalizarem e tal ato descer pelo cetro que se fincava no que agora voltava a ser gelo, denso e absurdamente grosso seus olhos incandescentes e tão claros quanto os meus e após alguns minutos estava inteiro, como se nossa presença fosse inútil.

-- Bom, vou verificar se os Córcomos estão bem, quer que eu traga um para você? -- Despina sorriu.

-- Não, ainda há um deles em meu laboratório.

-- Eu vou embora, pode deixar que reforçarei a proteção da minha forja e assim que souber quem roubou serei o primeiro a reportar, mandarei novas grades de proteção para o limite do tártaro e claro que será embutido em proteções divinas.

Em um piscar de olhos ambos sumiram e eu observei Beelzebub que se abaixava calmamente.

-- Se camufle e siga Hefesto a todo o tempo, esteja me atualizando constantemente. -- Sussurrou para uma gárgula que andou calmamente e a cada passo seu corpo ficava mais transparente até que suas pegadas sumissem da neve.

-- Agora o que nós temos de fazer por aqui? -- Perguntei levemente entediada e levantando a barra do vestido, essa peça é pesada e terrível para caminhar pelo gelo.

--Vamos verificar cada canto dessa região e depois as colheitas e só assim retornaremos para o palácio. -- Assenti o seguindo e pelo resto do dia percorremos o local, algumas criaturas ao olhar para o príncipe se afastavam com medo diferente de outras que simplesmente sumiam de nossas vistas mostrando que seu passado e reles presente ainda seriam um peso enorme, mas seu semblante cada vez mais tranquilo deixava claro que pouco importa essa sensação como se até mesmo a preferisse.
Ao pré-anoitecer da primeira lua vermelha paramos dentro da única região de colheita externa, longe o suficiente das montanhas de gelo e provavelmente nossa última parada, o príncipe se ateve a uma curta reunião conforme eu me entediava ouvindo saudações e explicações a respeito do que fazem, não me levem a mal, mas, eu já conheço essa horda.

-- Dália vamos dormir na hospedaria se não se importar. -- Olhei para ele minimamente concordando e assim mais horas se passaram trabalhando de maneira interrupta, pude notar que Beelzebub é um homem completamente comprometido com seu lado profissional enquanto eu tento aprender a lidar com esse novo e temporário cargo.

Na hospedaria uma gárgula que estava com ele, o príncipe me entregou uma chave e Suspirei, crente que íamos dividir o quarto e para minha surpresa fomos para o mesmo local entrei sorrindo e Beelzebub fechou a porta encarando a gárgula que estava na janela, se aproximou e Sussurrou:

-- "অনুবিছ জেকেলবোৰৰ ওপৰত চকু ৰাখক আৰু কেতিয়া সিহঁত ওচৰত থাকে মোক জনাওক।" ("Fique de olho nos chacais Anúbis e me avise quando eles estiverem por perto.")

A língua por mim é desconhecida e o servo saiu do nosso aposento.

-- Peço perdão por isso, meu quarto passa por dentro do seu.

-- Não vejo problema, por mim dividiríamos a cama. -- Fui séria e notei o rubor em suas maçãs, adorável demais para alguém que me beijou com tanta vontade na noite passada, me aproximei notando que ele segurava a bengala com força, coloquei a trança do cabelo para o lado e virei de costas. -- Faça me um favor, abra essas tiras, preciso folgar esse vestido que está suprimindo meu ar desde cedo. -- Comentei e ele apenas respirou profundamente, seus dedos deslizaram pela parte dura da peça e aproveitei para ficar ainda mais próxima sentindo sua destra em minha cintura apertando de leve antes de finalmente começar a desfazer as amarras, quando acabou ele tirou o corset e abriu o zíper do vestido expondo minhas costas, senti as costas de sua mão se arrastarem pelo meio da minha espinha em um carinho mínimo e um selar em minha nuca ao qual perdi praticamente o meu chão antes dele se afastar e pude ouvir o barulho da porta batendo. Tudo em mim ressoou como se meus sentidos estivessem embebidos em ideias que mais escorriam luxúria, mas, no fundo, o que perpétua são as batidas fortes do meu coração e a sensação quente de seus dedos em minha pele e em nome de todos os celestiais, o que está acontecendo comigo?

*Praurimé: deusa do fogo sagrado, a parte da lenda foi criada para a fanfic.

Só morrendo de frio mesmo para a Dália se vestir daquela forma.

Foi exatamente isso que ele fez nas costas dela com a mão após abrir o vestido:


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