4.Possíveis armações
-- Está me perguntando como 'homem' ou por curiosidade? -- As bochechas dele ganharam um tom de corado, lhe conferindo uma beleza extra, porém, ele não me respondeu e passei a sua frente sem saber para onde iríamos: -- Quando descobrir a resposta me procure, até lá não faça questionamentos dos quais não está pronto para lidar.
Eu estou à frente e não escuto mais a voz do príncipe que apenas suspira pela minha atitude e no momento não estou me importando.
-- Vire a direita. -- Parei e esperei que ele passasse a frente, ele entendeu o que eu queria e assim seguiu o caminho, conforme nos aproximávamos ouvimos o barulho de máquinas e vozes cada vez mais lúcidas.
"Não Einstein essa será melhor!" A voz de Tesla ecoou.
"Então inverta a polaridade, dessa forma será apenas um aprimoramento do que fizemos naquele torneio." A voz feminina ao qual custei a recordar tratava-se de Marie.
-- PELO VISTO CAROS AMIGO CIENTISTAS TEREMOS MUITO TRABALHO A FAZER. -- A voz de Tesla ecoou e assim adentramos o local, claramente uma saleta com uma porta magnética.
-- É sério que vocês reproduziram a mesma sala do ragnarok?
-- Assim eles não atrapalham as criaturas que vieram para serem punidas e muito menos os verdadeiros moradores do inferno. -- Respirei pesado pela explicação de Beelzebub.
-- Imagino que precise por a sua digital para entrar nesse local. -- Ele afirmou e eu aguardei, Beelzebub se aproximou e pôs o scanner de retina e digital ser ativado, a porta se abriu e pude ver a quantidade de projetos espalhados pelos cantos.
-- Pelo visto estão tentando recriar a armadura do Ragnarok. -- Afirmei e Tesla riu.
-- Que bom vê-la lady Dália. -- Sorri de leve.
-- Soube que tem perguntas para mim. -- Fui direta, continuo meio indisposta por tudo o que fiz em meu abuso de poder.
-- Temos muitas perguntas, na verdade. -- Olhei em volta e vi quando eles se aproximaram, mas fomos interrompidos pela voz da soberana.
-- Pelo visto nosso tempo foi ocupado. -- Me virei em direção ao príncipe e peguei em seu braço. -- Vamos?
Sem dizer uma palavra Beelzebub nos tirou dali deixando claro que ambos deveriam trancar novamente o local, afinal nem todo o submundo está de acordo com esse pequeno estudo...
Sn andava de um lado para o outro enquanto Hades permanecia sentado em seu trono, fui até ela colocando minha mão sobre e notando o quão grande estava.
-- Sn se acalme por-favor. -- Pedi.
-- Já tentei diversas vezes cunhada e na última ela me fez uma bela tatuagem. -- Hades puxou a gola de sua camisa mostrando marcas de garras bem profundas ao qual me assustei. -- Beelzebub precisamos conversar. -- O imperador se afastou e o príncipe o segui, me deixando sozinha com a minha irmã.
-- Quer que eu leia o seu destino? -- Ela me analisou antes de me abraçar.
-- Parece cansada.
-- Estou bem, só não estou acostumada com tanto trabalho ao lado de Beelzebub.
-- O príncipe te cansou foi? -- A ironia escorria por sua boca e tive de suspirar.
-- Sn, pare com isso. Nem tudo tem a ver com prazer...
-- Por que você não quer, se bem que Anúbis tem feito muitas visitas... -- Eu sabia que ela não deixaria passar nada.
-- É sério, Sn, o assunto aqui é você e não meus atuais envolvimentos que, diga-se de passagem, só passa de um. -- Revirei meus olhos e ela riu segurando meu braço e entrelaçando meus dedos me arrastando para fora do escritório.
-- Pelo menos dessa vez não negou, só tome cuidado com o deus dos mortos, ele pode ser bem ardiloso quando quer. -- Piscou para mim.
-- Ah disso, eu sei, Anúbis é incorrigível. Enfim, deixe-me ler o seu destino e depois conversamos. -- Ela assentiu, seguimos para seu jardim pessoal até que nos sentamos em um banco acolchoado e eu me concentrei em tocar sua barriga com cuidado, meus globos oculares passaram a rodar com tanta rapidez que eu simplesmente não consegui ver tudo com clareza e ao me afastar respirei pesado.
-- E então? -- Estava ansiosa.
-- Só vi uma menina de fios brancos brincando nesse jardim. -- Ela sorriu e notei seu olhar brilhar.
-- Eu sabia que seria uma menina, lhe darei um nome tão belo e digno que fará jus a sua futura posição, agora Dália por que não vai descansar? Acho que você não está em condições de me servir da forma como pretende. -- Assenti -- E não se preocupe com a festa, ela só deve ocorrer daqui a alguns dias, mas tudo será perfeitamente preservado eu só preciso que encham alguns balões.
A princípio não entendi muito bem, porém, Sn parecia está armando alguma coisa...
Estamos aqui há dias devido à comemoração que ocorrerá, aparentemente o imperador quer anunciar aos deuses sobre seu/sua primeiro herdeiro/a e claro que me comprometi em ajudar com tudo que minha irmã precise isso incluiu praticamente virar sua dama de companhia e Beelzebub obviamente está ao lado do imperador recebendo todas as informações necessárias para quando o real regente saísse de férias, mesmo que o príncipe conheça esse lugar de cor e mesmo com as minhas recomendações minha irmã não para. De um lado para o outro me fornecendo cada vez mais funções e me advertindo de todas as minhas futuras funções, respirei pesado olhando para o céu e desejando um descanso.
-- Mulher vai descansar agora! Sua bebê vai acabar saindo antes da hora, não pense que por que é uma deusa que isso não pode acontecer. -- Lhe avisei ouvindo-a reclamar baixinho que tinha mais alguns compromissos nas geleiras ao qual me ofereci para ir em seu lugar e ela só se acalmou quando finalmente aceitei cumprir com todas as funções.
Se passaram doze horas desde minha conversa com a imperatriz e posso admitir que Sn pegou pesado incentivando ao imperador Hades com uma festa tipicamente humana e os balões que tive que encher deram trabalho, não fazia a menor ideia de que se usavam os pulmões para isso. Foi incrível e dolorido e agora estou aqui encarando meu quarto repleto de presentes de Anúbis aos quais não me dei ao trabalho de abrir, apenas deitei na cama sentindo todo o meu corpo cansado e meu poder bem fraco...
Batidas soaram na porta e ao todo só tive uma hora de descanso ao deixar que entrassem, Acácia se aproximou.
-- Milady, o segundo príncipe, a aguarda. -- Me coloquei de pé um tanto quanto casada.
Suspirei antes de olhá-la mais uma vez:
-- Agora você trabalha para mim, por-favor vista algo que realmente lhe conforte e se puder prepare um bule de chá.
-- Já está a sua espera. -- Sorri novamente deixando claro que ela era incrivelmente essencial, desci as escadas após sair do meu quarto e fui até o príncipe.
-- Desculpe pela demora, bocejei.
-- Não se preocupe com isso, devemos partir para as geleiras de imediato, pelo visto teremos que passar pelo menos uma noite por lá.
-- Eu não fiz uma mala sequer lorde.
-- E nem precisa, iremos para o ponto mais frio e crucial do inferno, é praticamente o correspondente a Helhiem então nada daqui será útil além do seu poder.
-- E como chegamos lá?
-- Iremos sem portal já que precisamos verificar as cachoeiras também, ou seja, carruagem umas doze horas de viagem. -- Mais uma vez concordei e seguimos para o primeiro objetivo, as cachoeiras estavam correndo em direção oposta e um frio desigual corria pelos lugares de onde deveria sair Magma, Beelzebub se aproximou do deus responsável por elas para questionar;
-- Isso começou ontem, depois que a rainha veio até aqui e deixou claro que o fluxo de calor estava muito desconfortável. -- Arqueei as sobrancelhas.
-- Ela tocou em algo? -- Perguntei meio confusa.
-- Sim, ela tocou nos rios antes de seguir viagem ao lado do imperador. -- Isso é estranho, mas consigo reverter e pensando desse jeito me aproximei lentamente enquanto usei meu poder para reorganizar o fluxo, deixando o ambiente mais adequado e uma voz ressoou minha cabeça antes de eu me afastar tonta ao ponto do príncipe me segurar.
-- A princesa está bem? -- O deus perguntou e eu balancei minha cabeça endireitando minha postura, mesmo que seja por pouco tempo estarei em uma posição de poder e não devo de forma alguma demonstrar fraqueza.
-- Estou, sim, apenas tropecei.
O barulho da carruagem se fez presente e Beelzebub foi cavalheiro o suficiente para e manter ao seu lado segurando em seu braço e me apoiando segui até nosso veículo, infelizmente a primeira coisa que fiz quando me sentei no banco oposto a ele foi fechar os olhos e adormecer plenamente.
"Uma lembrança viva:
Meu corpo estava completamente nu, meus braços amarrados atrás das costas e as mesmas cordas passavam por meu abdômen me firmando bem, meus joelhos encostados nos seios e as cordas passavam por minhas coxas deixando tudo pior, pois, quanto mais eu me movo mais aperta e para piorar as partes expostas continuam de fácil acesso. Levantei minha cabeça minimamente vendo-o pelo espelho, seu belo torso nu e seu abdômen definido sem ser extremamente malhado, seus fios que caem sobre um de seus olhos enquanto suas mãos apertam minhas coxas. Ele estava sucumbindo e eu completamente entregue ao que quer que ele fosse fazer, o aceitaria de bom grado, a palmatória estalou com gosto na minha nádega direita arrancando de mim um grito fino e seu sorriso branco com suas leves presas reluziram, conforme jogou os fios para trás o brilho carmesim em seu olhar deixava claro com o que eu estava lidando: aquele ali não era o mesmo Beelzebub que estudou o meu olho.
.
..
...
Senti o príncipe se levantar assustado me olhando, havia um pouco de sangue em seu peito e ele me olhou de forma descrente passando a mão pelo cabelo, estava completamente nu.
-- Dália você...
-- Hum? Você não lembra do que fizemos ontem? -- Questionei, observando o rubor em seu semblante.
-- Se importa se eu a deixar agora? Sinto muito, eu preciso... -- Beelzebub levantou se enrolou na coberta e saiu do quarto, acho que essa é a primeira vez que ele faz isso, ou será que possui personalidade dupla? Não... É impossível, alguém que nunca tenha feito sexo ser daquele jeito. Me levantei e comecei a procurar minhas roupas, não posso deixar me levar por essa incógnita mesmo que eu não entenda."
Off
-- Dália chegamos. -- Os dedos dele deslizavam pelo meu braço e aos poucos abri meus olhos notando meu corpo suado e minha respiração acelerada. -- Está tudo bem?
-- Claro que sim -- tentei sorrir, não poderia deixá-lo a par do que aconteceu, não faço ideia de como ele reagiria se nem eu sei se foi o correto. Oh raios! Maldita hora que decidi ter uma consciência!
Me levantei do banco arrumando meu vestido e fui até ele que segurou em minha mão.
-- Achei que estivéssemos nas geleiras -- Ele não sorriu.
-- Estamos nos campos de plantação, por mais que afirme que está bem, sei que mente e esse local também está na lista de Sn, parece que foram atacados por córconas. -- Respirou pesado.
-- E para onde vamos?
-- Te levarei até um local muito interessante e já lhe aviso que não é o meu laboratório. -- Tive de sorrir, a leveza que ele aparenta agora é tão boa. Caminhamos por um bom tempo antes de finalmente adentrar o que parecia ser uma caverna, atravessamos lentamente até que pude ver o brilho do sol.
-- Eu não sabia que já estava de manhã.-- Sussurrei.
-- Essa é a entrada dos humanos criada por Sn para aqueles que vieram em descanso e não sob punição.
-- É bem bonito. -- Comentei o levando a concordar. -- Minha irmã fez um belo trabalho por aqui, observei uma alma adentrar pela fresta enorme ao qual a luz do sol percorria, passou por nós e seguiu o caminho até desaparecer por onde viemos. -- Como isso ocorreu? Não tive tempo de conversar com Sn a respeito.
-- Elas ganharam o direito de descanso nessa área deserta depois que um grupo de deuses começou a questionar por que humanos selecionados e ditos como dignos descansavam no Elísios quando ainda assim eram simples humanos e isso estressou muito a rainha, nem mesmo Zeus ou o Imperador imaginavam que ela fosse sobrepujar os outros com tanta facilidade ao altivar a voz e deixar claro que após mortos todos são iguais e principalmente que muitos deles deveriam arder cem mil vezes no inferno antes de começar a pagar por seus pecados.
-- Imagino que eles detestaram essa atitude e devem sentir raiva dela.
-- Certamente, porém, ela é a rainha e, além disso, é casada com Hades e nenhum deus com um pingo que seja de consciência e bom senso iria contra ambos, então a imperatriz simplesmente os calou e resolveu criar um local apenas para os humanos em pé de igualdade com o Elísios, só que mais livre.
O cheiro bom de comida invadiu minhas vias nasais.
-- Esse cheiro é uma delícia e o que viemos fazer aqui? -- Beelzebub indicou que deveríamos retornar e assim o segui notei que o local estava completamente vazio.
-- Eu não entendo, o que está acontecendo.
Olhei para as plantações notando que alguns pontos estão secos e me abaixei, porém, o príncipe me impediu de tocar.
-- Veja a coloração escura das bordas e cinza no centro, isso é veneno. -- Ele enfiou a mão no bolso e pegou uma luva, depois de por na mão direita pegou uma das pétalas envenenadas e utilizou a própria veste como instrumento de vedação.
-- Se vazar você será contaminado.
-- Não vai essa luva também é um recipiente, desenvolvi em meu laboratório para ser mais fácil trazer ao campo de pesquisa. -- Me mantive silenciosa por alguns minutos antes de o observar com afinco.
-- Quem seria capaz de ir contra uma ordem da Imperatriz? Será que não percebem que Sn não possui compaixão, principalmente agora que... -- Resolvi me calar, eu sei exatamente o quão poderosa é a criança que gera, afinal fiz muitas tramoias para estar aqui.
-- Agora o que Dália?
-- Agora que está grávida -- desconversei -- Enfim, são uns imbecis que estão aproveitando do fato de Sn não querer se concentrar em nada além da festa e Hades ocupado com assuntos realmente importantes.
-- E isso é importante Dália, foi o imperador quem nos mandou para cá. SN não faz a menor ideia dessa afronta e Hades está cauteloso visto que a rainha é capaz de liberar uma fúria que afundará o submundo numa verdadeira desgraça. -- Tal informação me deixou ainda mais confusa a respeito do que ele realmente sabe.
-- E o que acontece se um 'humano' ingerir esse veneno?
-- A completa punição. As almas que vem para cá foram abençoadas com a segunda chance, tomam forma física e podem passar a eternidade nesse descanso eterno revivendo algum momento feliz ou simplesmente se desprendendo de tudo e recriando e ainda há aquelas que conseguem a reencarnação através dos anos de serventia e bom trabalho, agora se o veneno for ingerido seus corpos físicos desaparecem e suas almas são encaminhadas ao rio para assim ter uma sentença que não lhe pertence. O submundo é um lugar de punição, porém, também é a morada do descanso para aqueles que o merecem, visto que o Olimpo pertence apenas aos deuses, agora vamos para as geleiras. -- Assenti o observando ficar cada vez mais sério, porém uma ideia me ocorreu e com isso segurei em seu pulso.
--Espera Beelzebub e se eu reverter todo o processo de contaminação até que o culpado apareça? Seria mais rápido e assim poderíamos facilmente acabar com esse problema.
Ele negou.
-- Não sabemos quando começou e você aparenta estar instável.
De fato, não mentiu.
-- Então vamos retirar esse veneno daqui, é o mínimo que podemos fazer.
Ele não me respondeu, apenas encostou a ponta da bengala que sempre traz em mãos, desintegrando tudo e notei uma gárgula surgir.
-- Fique de olho nessa plantação ainda não sabemos se o solo está envenenado e principalmente haja como meus olhos aqui. -- Ele ordenou antes de ir na frente e eu o segui, dessa vez um portal foi aberto e passamos por ele em silêncio e agora estou mais curiosa a respeito do quanto esse príncipe esconde.
Ahhhh saíram umas fotos novas no perfil oficial do twitter de SNV e eu vou postar aqui por adorei o contrate.
Eu só trocaria uma delas pelo Beelzebub em trajes de maid, olha que desperdício não termos uma visão dessas, de resto está tudo ótimo <3
Eu adorei o Beel policial e com smoking 💜
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