11.Meia verdade

Contém descrição sexual.

Meia Verdade

— Que merda foi essa, Dália?

— A que se refere, Anúbis?

— Você estava dando em cima de Poseidon, Dália!

Tive de rir e me aproximei enquanto ele pegou minha mão.

— Eu não sou sua propriedade, Anúbis. Sou uma deusa livre e não lhe devo satisfações — toquei em seu peito e ele me olhou incrédulo. — Se te serve de consolo, eu apenas blefei. Acho que você não vai precisar mais da minha presença, não é? — Anúbis agarrou meus dois braços, me fazendo dar um gritinho antes dele me pegar passando os braços por minhas costas e posterior de coxas.

— Dália, você é uma deusa muito rebelde — e assim fomos em direção ao seu palácio. Não pude deixar de rir levinho enquanto ele me falou, olhando seriamente para frente; todos nos olhavam cochichando.

— Anúbis, me coloca no chão. Seus súditos estão comentando — ele me apertou mais em seus braços.

— Saiam — foi a única coisa que pronunciou. Esse deus com ciúmes está se tornando um experimento interessante. Anúbis só parou quando chegamos em seu quarto, onde me deixou na cama.

— Pelo visto, realmente o Egito está seguro — ele me encarou, tirando o manto e deixando o Ankh sobre a cômoda.

— Leia o meu presente, Destino — arqueei minha sobrancelha, me levantando, e ele puxou o meu quadril através do vestido, colando nossos corpos. — Sei que deseja ver o que ocorreu na reunião e, mesmo que eu conte, não será o suficiente. Então, leia o meu tempo — Anúbis se inclinou, selando os lábios no meu pescoço. Sei que não deveria atender seu pedido, que isso pode me custar bem mais do que planejei; entretanto, o deus está coberto de razão. Eu preciso saber o que está acontecendo e confirmar as minhas incertezas. E sendo assim, deslizei minhas mãos pelos braços fortes dele antes de olhar profundamente em seus olhos e finalmente adentrar o seu tempo:

Anúbis olhava entediado para os outros infernais além de recorrer aos pensamentos mais confusos a respeito de Odin.

"Digam-me, cientista, por que ele está aqui?" O desdém de sua voz deixaria Beelzebub irritado a qualquer momento.

"Pelo mesmo motivo que você. Atente-se à reunião, deus dos mortos." Beelzebub está claramente irritado.

— Bom, devemos começar — o imperador se pronunciou. — As contaminações chegaram a níveis alarmantes, de infectar até mesmo humanos. Algo que não deveria ter saído do controle do submundo está vazando pela terra e eu me pergunto como e por quê — pelo timbre de voz, a conversa mais parecia uma ameaça, uma vez que Hades não permite ser desafiado.

O olhar do rei foi de encontro ao do único cientista que permanece ao seu lado e Beelzebub se levantou:

— Em meus experimentos, concluí que tudo desencadeou através de uma das criaturas presas em Helheim e, a pedido do imperador, verifiquei pessoalmente. Não encontrei duas ninfas corrompidas e Fenrir; minhas gárgulas estão à procura do lobo...

— Assim como Thor o aguarda para pôr um ponto final nisso — as palavras saíram do corvo branco e depois Odin respirou intensamente como se soubesse de algo a mais, e os corvos que se apoiam em seus ombros não disseram mais nada. Até mesmo Zeus estava quieto.

Ao meu ver, essa reunião não passou de um experimento para averiguar a percepção dos deuses ali selecionados. Meu cunhado parecia ter os submetido a um jogo ao qual nenhum deles tinha a intenção de perder. Me afastei de Anúbis, respirando fundo, sentindo minha cabeça doer um pouco. Preciso falar com Beelzebub, talvez eu saiba exatamente o que está acontecendo. Só preciso visitar um certo deus e seus corvos. Enquanto massageava minhas têmporas, as mãos de Anúbis automaticamente seguraram minha cintura, me tirando do chão e me carregando para o quarto como se eu fosse uma espécie de noiva.

— Sou perfeitamente capaz de andar, Anúbis.

— Não seja tão insensível, minha deusa, deixe-me te servir — havia um duplo sentido em suas palavras, principalmente pelo sorriso. Meu corpo foi deitado na cama e esse deus simplesmente pegou minhas pernas e as colocou sobre suas coxas grossas, levantando meu vestido e massageando meu pé esquerdo.

— Está tão calada desde que adentrou os meus pensamentos. Diga, minha deusa, o que tanto te perturba?

Mantive-me em silêncio, tentando associar tudo o que vi ao que eu e Beelzebub coletamos ao longo desses meses.

— Isso não faz o menor sentido — dei-me por vencida.

— A que se refere?

— Fenrir não tem como sair de Helheim e ficar passeando por outros planos sem ser visto. Quer dizer, olha só o tamanho dele — repousei minhas mãos em meu abdômen.

— Provavelmente alguém está abrindo portais para ele. Resta saber o motivo — Anúbis em momento algum olhou em meus olhos.

— Aposto que tem alguma ideia, não é? — respirei pesado, sentindo meus pés serem tão bem tratados, e um sorriso cínico surgiu em seus lábios.

— Apostaria uma boa quantia de ouro naquele "pai da criação". Nós, egípcios, entre outros deuses de outras mitologias, sabemos muito bem do que ele é capaz. E sinceramente, seria melhor se tivesse continuado morto.

— Então tem algum acordo mal feito com ele, deus dos mortos? — Anúbis riu da minha pergunta, levando meu tornozelo esquerdo até a boca e deixando selares em minha pele, que iam subindo lentamente.

— Minha deusa, você pergunta demais. Se lhe serve de garantia, não tenho nada em comum acordo com aquele miserável, mas sou muito atento — piscou antes de voltar a subir sua boca até parar no meio das minhas coxas, onde ele deixou um selar curto. — Agora, que tal resolvermos uma certa pendência?

Sua língua correu pelo tecido e respirei fundo antes de sentir seus dedos afastando a peça.

— Sou toda sua, deus dos mortos — sorri para ele, que apenas retribuiu antes de se perder entre minhas pernas, suas mãos agarrando meu quadril com força enquanto sua língua ora ou outra me penetrava antes de voltar ao meu clitóris e o sugar com vontade. Anúbis não tinha a menor intenção de ser calmo ou sequer gentil, e foi exatamente nesse ritmo que me desfiz em seus lábios. Os olhos desse deus se assemelhavam aos de um mortal satisfeito sabendo de seus feitos, e por esse motivo resolvi inverter a situação. A boca de Anúbis subiu por minhas vestes, afastando-as, tomando meus seios e eu aproveitei para me livrar parcialmente das roupas antes de o empurrar levemente em direção aos lençóis. — Tire a roupa, meu deus — ele não contestou, apenas abriu a calça que usa, puxando qualquer excesso de roupa para baixo, e eu sentei de uma vez, ouvindo-o gemer abafado e deixei um sorriso satisfeito sentindo o agarre firme em minha cintura.

— Eu adoro quando você senta desse jeito — o sorriso de Anúbis se alargou e eu respirei pesado, me movendo de maneira lenta e forte.

— Pretendo passar a noite toda com você, então... — me abaixei e passei minha língua em seu pescoço antes de deixar um beijo. — Nem pense em relaxar.

Ele sorriu de lado, travando minha cintura.

— Tem sido uma deusa tão cruel com este que só quer o seu bem — ironizou, e dessa vez fui eu a sorrir:

— Não, você quer o meu poder a sua mercê. Deve ter esquecido quem sou e do que sou capaz para achar que pode me enganar com palavras — ele nos virou, ficando por cima.

— Use seu dom em mim se precisar confirmar, Destino. Agora — se arremeteu intensamente entre minhas pernas. — Deixe-me satisfazê-la da forma que somente eu sei — ironizou, olhando para a minha boca. Esse deus sempre quis me beijar e eu sempre recusei, mas agora não há mais motivos. Assim, enfiei minhas mãos em seus cabelos, os puxando pela nuca e choquei nossas bocas, observando o olhar de espanto dele enquanto sentia minha língua. Não demorou muito para Anúbis corresponder e um gemido escapar de nossos lábios ao sentir meu quadril se movendo junto ao dele, suas mãos travando meus pulsos, erguendo o tronco e estocando com força. Seu semblante estava nublado de prazer e o meu igualmente levado pela vontade gigantesca de estar cada vez mais envolvida nesse momento.


[...]


A lua já estava no céu; eu perdi completamente a noção de quanto tempo passei na cama ao lado dele. Meus cabelos estavam completamente bagunçados enquanto Anúbis respirava profundamente, cansado.

— Foi você quem pediu pelo meu poder. — Ofeguei diversas vezes, controlando a minha respiração.

— Só não imaginei que realmente usaria, Destino. — Ele se virou, ficando vis-à-vis, antes de beijar minha boca, só me soltando quando faltou o ar.

— E então, minha deusa, o que pretende fazer agora? Já me usaste como seu brinquedo e, pelo visto, cansou. — Ironizou, me levando a rir.

— Não se faça de santo. Você me teve tanto quanto quis. — Me levantei, puxando o lençol da cama, o deixando completamente nu ao me cobrir. — Tenho um pequeno trabalho a fazer e depois devo retornar ao palácio. — Ele se levantou, rodeando meu corpo e prendendo minha cintura.

— Tem mesmo que ir? — Beijou meu pescoço.

— Sabe que sim. Passei mais de dois dias aqui e os problemas que temos necessitam de atenção. — Me virei para ele. — Se quer mesmo me ajudar, que tal me levar até Asgard? Só preciso de um vestido digno da realeza nórdica.

Vis-à-vis, os dedos de Anúbis correram por minha pele como se procurassem por um caminho.

— Pelo visto, não saberei o que passa nessa cabeça, não é mesmo? — Ele roçou os lábios nos meus.

— Nenhum deus deve habitar a cabeça de uma deusa, pois nós nos apaixonamos com facilidade, enquanto vocês possuem a mesma facilidade para o descarte.

Ele sorriu de lado.

— Seus enigmas estão cada vez mais complexos. Entretanto, terei o maior prazer em lhe acompanhar até Asgard, mas deve tomar cuidado, pois não estará lidando com um deus mediano.

Me afastei, arrastando o tecido do lençol, e depois virei a cabeça para olhá-lo:

— Vamos tomar um banho, deus dos mortos. Ainda temos energia o suficiente para algumas rodadas e depois verá em primeira mão o que realmente posso fazer.

Sem mais palavras, seguimos para a fonte imensa que há no quarto dele. Em minha cabeça, só perpetua a minha culpa nesses eventos destoantes que vêm acontecendo no submundo.

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