Luau- II

Solomon voltou para o seu quarto, deixando o seu tio tentar apaziguar a sua melhor que estava totalmente irritada com ele. Era incrível com o seu tio de quase dois metros e atlético conseguia ter medo da sua tia, talvez o fato dela ter sido a campeã mundial de MMA por dez anos fosse uma das causas. Peguei uma roupa qualquer e confortável, então comecei a me trocar pois não poderia demorar muito senão eles iriam reclamar de alguma forma. Olhou no espelho e gostou da roupa que tinha usado, um moletom preto e uma blusa cinza juntamente com o seu tênis raso e skate.

O rapaz saiu do seu quarto e foi até a sala, onde estavam os seus tios ainda na mesma dinâmica mas aquilo deixava ele com uma sensação nostálgica tão quente e boa, lembrava dos melhores momentos da sua infância e não conseguia parar de sorrir. Porém a sua presença não passou despercebida, mas sentia que o olhar deles ficou muito estranho assim que perceberam a sua presença como se ambos tivessem visto algo muito estranho, então a sua linda tia sorrio fraco e começou a falar:

-Meu lindo neném, que roupa é essa?

Ela falou olhando para o mesmo de cima para baixo, por mais que estivesse tentando manter um lindo sorriso era possível ver o desgosto em seus olhos, enquanto isso o seu marido percebeu exatamente o motivo e decidiu usar a oportunidade para deixar o foco dela totalmente no garoto.

-Soly, você parece que parou no tempo? Você parece um mendigo que encontrou roupas novas ao acaso... aaah!

Antes que ele pudesse continuar com as suas palavras de instigação foi arranhado até soltar um grupo de dor, e logo percebeu um olhar tão intenso que parecia dizer "se falar mais uma palavra..." E como ele não era idiota, pelo menos não tão idiota decidiu ficar calado vendo a sua esposa se levantar e segurar levemente no rosto do Solomon.

-Olha neném, você só tem essas roupas? Mostra o seu guarda roupa para mim, vou ajudar você a escolher alguma coisa.

Solomon tinha esquecido que ela era uma das melhores estilistas do país, quando era mais novo ela fazia ele e a Clara estarem em várias sessões de fotos porque simplesmente achava fofo, e para ela a estética era tudo por isso vendo aquela roupa do seu sobrinho fez com que ela chegasse a ficar fisicamente desconfortável com aquilo. Solomon sorri fraco, sabendo que não tinha como escapar e só poderia ceder aos pedidos da sua tia.

-Claro, eu nunca iria recusar um pedido desses vindo da vossa senhoria. Por aqui madame.

Após ter percebido que não tinha como escapar decidiu fazer uma gracinha, que sempre fazia quando era mais novo a única diferença é que antes ele dizia "mademoisseille" ao invés de "madame" que ele tinha acabado de usar, aparentemente o seu pequeno gesto colocou um sorriso singelo no rosto dela, tanto que o Marcelo estava com os polegares no alto admirando o seu raciocínio rápido.

-Que classe, eu vou com você sim meu lindo cavalheiro.

Assim ambos chegaram no quarto do Solo, ela rapidamente abriu o guarda-roupas e ficou boquiaberta vendo que quase nada era do estilo que ela iria recomendar para alguém, e estilo esse que era tão básico que qualquer um poderia usar e aparecer levemente elegante e moderno. Ela então voltou a sua visão para Solo, que por algum motivo estava tendo um mau pressentimento sobre aquilo.

-Essas não são todas as roupas que você tem... São?

Solomon sorrio de maneira leve, sem erguer muito os seus lábios e abriu as suas gavetas, tinham roupas que a sua mãe enviava visto que ela também era uma estilista mas não tão boa ou famosa quanto a sua tia, a sua tia era tão conhecida que era o único motivo da Ciara e a sua mãe terem começado a conversar e conviver com eles, na verdade com a sua mãe visto que estudávamos todos na mesma escola fundamental. A mulher olhou para as gavetas de Solomon e um sorriso surgiu no seu rosto, rapidamente pegou uma camisa branca e uma calça caqui castanha e também pediu para ele trazer um tênis branco.

-Você vai ficar lindo demais com isso, vai colocar logo, a gente não tem o dia todo e não use desodorante... Dessa vez usa isso.

Ela pegou um dos perfumes que estavam na mesa de apoio do Solomon, eram perfumes realmente impressionantes ela não esperava que ele tivesse uma colecção tão boa, tantos que alguns nem estavam abertos. O rapaz tentou argumentar mas a feição antes feliz da sua tia voltou a ficar neutra, e só isso foi o suficiente para ele desistir de qualquer negociação e rapidamente foi mudar de roupa.
Depois de muitos minutos, o garoto voltou para o quarto, visto que tinha ido se trocar no banheiro, e era visível que aquele estilo combinava muito bem com ele, especialmente por ele ser muito alto e magro dando a ele uma leve elegância.

-Tá vendo amor, até um kanguru pode ficar elegante com as suas dicas.

Marcelo comentou de maneira oportuna antes de nenhum deles poder falar algo, e como era uma piada interna sobre um incidente que aconteceu na Austrália, ela começou a rir lembrando do sucedido mas logo se controlou retornando a sua atenção para o seu sobrinho.

-Xiu amor, olha o quão lindo ele está... Só faltava mudar esse penteado mas uma coisa de cada vez, agora sim podemos sair.

Ela falou empolgada no final, não entendia o motivo do que sobrinho tentar viver como um recluso sendo que tinha tudo para ser um garoto popular ou algo parecido, mas também tinha a noção que o fato da sua irmã sempre estar viajando por moda e o seu cunhado seguindo ela em aventuras arqueológicas e pesquisas, poderia ter tido um grande impacto nela afinal ela sempre tentava estar lá para o Solo devido a essa preocupação, mas no final mesmo ela tentando no seu máximo ele ainda precisava dos seus pais.

-E o Marcelo trouxe o violão dele, quero ouvir você cantar para mim de novo.

Essa simples frase fez Solomon ter todos os seus pelos arrepiados e o estômago preso, porém sabia que era melhor falar sobre isso depois porque senão ela diria que ele não amava mais ela. Saíram todos do apartamento e subiram no jeep vermelho deles, aquele carro era tão modificado que parecia ser uma mistura entre o futuro e o presente.

-Vamos começar com a sorveteira, e depois vamos para o luau né? Aliás, não vais chamar a sua amiga?

Marcelo sugeriu e perguntou ao ligar o veículo, ele olhou para Solo pois o garoto sempre levava a sua amiga para onde fossem, eles ficaram apenas um ano sem se ver então na mente dele tudo era o mesmo.

-Sim, a Clarinha... E a Ciara também, saudades daquela loirinha pateta.

A Ana novamente colocou medo no coração do Solomon, era como se soubesse exatamente o que dizer para deixar o garoto totalmente derrotado.

-Tia... Vamos primeiro tomar uma água de coco, e depois verei se elas estão disponíveis.

Mal sabia Solomon que essa pequena tentativa de criar uma distração seria o começo de um dia... Inesquecível.

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