Anika piscou os olhos com dificuldade deixando uma lágrima cair. Madeline tinha sua idade quando fora morta na sua frente. As lembranças daquele acontecimento ainda estavam frescas em sua mente, como se tudo tivesse acontecido dias atrás.

Por mais que ela fosse apenas uma criança quando tudo acontecera, todavia não era razão suficiente para faze-la esquecer do trauma. A cena trágica sempre se manteria presente em sua essência.

          — Espero que Deus me perdoe pelo que vou fazer — sussurrou ela. — Mas tudo que eu fizer, será em nome da justiça!

           A princesa desceu outro lance de escada, seguindo em direção a sala de visita. Lugar onde Augusto havia a levado na noite anterior. Sua intenção era passar despercebida por todos os guardas ou serviçais do castelo, por sorte, tudo estava dando certo.

          Felizmente todos pareciam distraídos demais, conversando e rindo uns com os outros.

           — Seus imprestáveis! — retrucou a moça entre os dentes, caminhando como um felino em busca de sua presa.

Ela não fazia ideia de onde poderia ser a sala de jantar, mas a cada passo que dava, sentia-se como se estivesse sendo guiada para o caminho certo, e de fato estava, porque a poucos metros de distância, viu um cômodo parecido com o local em questão, onde havia um homem sentado de costas.

           Anika se aproximou ainda mais, ficando apenas um metro  dele, que por sua vez, parecia distraído enquanto fazia sua refeição matinal. Aquele era o momento perfeito para surpreende-lo.

           — Ordeno que fique de pé imediatamente! — gritou a princesa, apontando a espada para as costas do rei. — Seu canalha!

Por mais que ela soubesse que ali seria o fim de duas linhagens reais, todavia  não importava, desde que aquele monstro fosse eliminado.