Caleb narrando

- Com licença pai - Entrei em seu escritório - Já foram selecionadas as garotas que viram ao castelo? Precisamos anuncia-las no Jornal Oficial hoje - Já havia uma semana que tinham anunciado sobre a seleção.

- A sim filho, aqui está - Tirou uma papel pardo de dentro da gaveta e me entregou.

- O que seria isso? - Olhei o papel.

- Abra, aí tem vinte mulheres, as mais belas de todas.

- Deixa eu adivinhar, vou ter que eliminar cinco delas.

- Sim, e agora de preferência - Apontou para cadeira em sua frente e eu me sentei nela, abrindo o papel e tirando as fotos de dentro e analisando cada uma, bati o olho em uma de cabelo preto como as trevas, olhos azuis como o oceano, segurando flores e pra ser exato, girassóis, sorrindo meio tímida, ela é perfeita e de alguma maneira girassóis combinam com o seu tom de pele e os seus olhos - Não gostou dela?

- Gostei, ela é magnífica.

- Amor a primeira vista?

- Definitivamente não, só atração física, mas tenho que confessar que a beleza dela é de outro mundo.

- Então com certeza, ela fica - Pegou a foto dela da minha mão e colocou junto das outras selecionadas.

- Pronto - Entreguei a ele as que ficariam - Vou ir brincar um pouco com a Helena.

- Vá, espero que no horário indicado você esteja pronto para irmos ao Jornal.

- Pode deixar.

Sai da sala e começei a andar pelo Palácio procurando minha baixinha, passei em seu quarto e não achei, na biblioteca e também não achei, até na cozinha eu procurei e nada dela.

- Com licença - Disse a uma criada.

- Sim Vossa Alteza - Fez uma reverência pra mim, confesso não gostar muito disso.

- Sabe me diser onde a Princesa Helena se encontra?

- Na sala do trono

- Na sala do trono, sabe o que ela faz lá?

- Não senhor.

- Obrigada - Ela ia me fazer uma reverência mas eu segurei em seus ombros - Não tem ninguém perto, não precisa disso - Ela me olhou confusa mas logo assentiu e saiu me deixando sozinho.

Andei até a sala do trono e assim que eu chego lá, abro a porta e me deparo com a com Helena sentada no trono que era da minha mãe, balançando suas pernas curtas que não alcançam o chão quando ela está sentada.

- Eii - Chamei a atenção dela que me olhou.

- Posso te contar uma coisa? - Ela me disse quando eu cheguei do lado dela - Você vai ficar triste como o papai fica?

- Não vou, pode contar.

- Eu queria ter conhecido a mamãe, todo mundo diz que eu tenho os olhos dela mas eu nunca nem a vi - Disse meio triste olhando para os seus pés.

- Quer que eu te mostre  fotos dela?

- Você mostra? - Sorriu pra mim.

- Mostro - Talvez meu pai fique bravo por isso mas eu não me importo, ela ta crescendo e tem que saber como a mãe era uma pessoa maravilhosa - Vem aqui - Agachei em sua frente e ela subiu na minha costa.

- Vai bem rápido - Sai correndo com ela gargalhando no meu no meu ouvido, quase me deixando surdo até chegar no meu quarto, onde eu joguei ela na cama que ainda não havia parado de rir.

- Achei - Disse pegando um álbum de fotos e sentando do seu lado na cama - Esse sou eu, o papai, a mamãe e você na barriga dela - Mostrei a primeira foto.

- Ela tava feliz - Disse pelo fato da minha falecida mãe estar sorrindo de orelha a orelha.

- Claro que sim, ela tinha a neném mais linda do mundo na barriga.

- Então ela me amava?

- Ela ainda ama e vai amar pra sempre.

- Eu gosto dela - Sorriu inocente.