Capítulo 21 - Parte II


Ao longe, o Rei levantava a taça em saudação ao filho que dançava. O salão inteiro valsava ao redor dele, sorrindo, comentando, bebendo ou apenas se movimentando. No entanto, o Rei amado não prestou atenção em nenhuma delas, analisando sua futura filha. Pousava a cabeça pesada pelo uso da coroa majestosa na palma da mão, deixando para a outra a tarefa de chacoalhar lentamente o líquido avermelhado presente na taça que segurava.

Killian desviou o olhar da jovem que guiava, visivelmente afetada, para encarar o pai. Sabia da grande responsabilidade que lhe aguardava naquela noite e ao olhar para o sábio Rei, cujos feitos infelizmente não poderiam ser atribuídos ao seu cargo como pai, lembrou-se da difícil conversa que teve com o soberano. Não estava disposto e não iria abrir mão de Delilah por disputas entre grupos sociais. Ainda que tenha sido chamado de tolo, fraco e adjetivos semelhantes pelo homem que observava a sua amada como um leão em busca de uma presa, não voltaria atrás.

— Lady Delilah, acompanharia-me para o jardim por um momento?

Delilah sentiu o frio silencioso da noite bater em suas bochechas e nas partes desnudas do seu colo. A brisa denunciava uma surpreendente mudança do tempo, trazendo para as narinas um cheiro agradável de chuva. Ainda assim, tendo a mesma impressão, Killian caminhou entre os arbustos baixos, guiando-a e entrelaçando suas mãos.

— Talvez aqui... Aqui... Longe de todos... Eu tenha coragem de... A senhorita também desejaria assim, não é...?

Killian gaguejava de maneira estranha, fazendo o coração da jovem acompanhar as pausas do príncipe. Killian se aproximou lentamente, sorrindo para ela, apresentando aquela expressão esperançosa que a dama sabia ser cheia de intenções. Mesmo assim, perguntou, arriscando um passo inútil para trás.

— Desejaria... O quê?

— Que a declaração do meu amor fosse feita longe da vista de todos. Apenas a senhorita e eu.

Sob a luz do luar, a brisa levantava as mechas de cabelo da jovem, de modo a se agitarem de um lado para o outro, revoltosos. No oposto da velocidade com a qual os seus cabelos se balançavam, o tempo parecia ter paralisado no momento que o príncipe Killian ajoelhou-se à sua frente, com as mãos ansiosas erguidas em sua direção aguardando as palavras que sairiam dos lábios trêmulos.

Delilah não poderia. Não era capaz de dar-lhe a resposta que desejava, pois o seu coração já batia por alguém.

Uma garota de cabelos ruivos, compridos, tão revoltosos quanto o seu cabelo e suas emoções. Ao desviar os olhos do príncipe que sorria, apaixonado, encontrou a donzela que fazia o seu coração palpitar, ao lado de arbustos tão espinhentos quanto o olhar que Amelie lhe dirigia. Afogadas, as pupilas seguravam o pranto estampado na expressão decepcionada.

Antes que Amelie sumisse entre o verde dos arbustos, correndo tão rápido quanto os tropeços no vestido a permitiam, Delilah quis gritar, implorar para que ficasse. Mas nada conseguiu dizer quando mais uma vez, a pergunta decisiva atormentava os seus sentidos, envoltas por uma súplica febril:

— Lady Delilah Westville, a senhorita me aceita? Deseja se tornar a minha rainha, e construir uma nova Terithia ao meu lado?

Como em um passe de mágica, a lua grandiosa que cobria os dois com seu brilho pálido deu lugar à pingos de chuva que escorreu na face esperançosa do príncipe. Killian estava ali, ajoelhado diante dela, a esperando. Se dissesse sim, aquele que prometia-lhe amor buscaria o céu, as estrelas e o mar se ela quisesse.

Mas Delilah queria dentre os elementos da natureza, uma única rosa flamejante, que escapava de seus dedos escorregadios quanto mais tempo ali ficasse. Pingos escorriam pelos seus lábios, automaticamente trazendo o gosto daquela que amava. Um passo incerto, dois, três, indecisa. Killian ainda a esperava.

No entanto, Amelie também.

O quarto passo deu-lhe a certeza que precisava. Misturando lama e coragem, Delilah correu atrás de Amelie, avançando contra a chuva como uma amazona em busca de uma conquista. Para ela, a melhor que poderia ter.

Amelie misturou as lágrimas com pingos de chuva, achando-se boba por chorar. Limpou os olhos, chegando ao pátio onde os cavalos descansavam. Se olhasse para trás, a veria noiva. Não queria ver.

— Por favor, prepare-me a carruagem. Não posso mais ficar nesse baile.

— Mas senhorita, sua mãe ainda...

— Depressa, por favor!

O homem grisalho, vendo a manchada de chuva e tristeza, assentiu e afastou-se, preparando-se em tempo recorde. No entanto, nesse pouco tempo que lhe restou antes que a solidão da carruagem a envolvesse, pensou na cena que presenciou. Delilah prestes a oferecer a mão para Killian, algo que outrora era um desejo seu. Quão tola era, percebendo tarde demais que nunca estaria em paz se estivesse longe da garota cujo coração a libertou para o verdadeiro amor.

Imaginou a dama trajada de branco e adornada com joias e o momento do sim. Estaria lá, já casada e Duquesa, para assistir? Viveriam as duas, longe uma da outra, imersas em solidão?

Suspirou, agarrando-se ao suporte do interior da carruagem. E se Delilah aprendesse a amar o príncipe? E se ela já o amasse? E se esquecesse dos beijos que compartilharam? E se... A carruagem, seguindo o seu caminho entre poças audíveis, fazia tanto barulho quanto as perguntas desesperadas de sua mente. O que quer que tenham vivido, ao se tornarem Duquesa e Rainha, estava acabado. Restava a ela aceitar que sua frágil vida terminaria assim.

Um solavanco. Amelie segurou-se no estofado, emitindo um audível "ai!" ao bater a cabeça. Estava prestes a reclamar com o condutor da carruagem quando percebeu o som de vozes misturado ao barulho da chuva. Não estava sozinha.

Encolheu-se com a constatação. Aqueles homens estavam ali para protegê-la, mas e se não fosse o suficiente? E se nada mais fosse o suficiente para salvá-la? Mergulhada em profunda tristeza, Amelie deixou que as lágrimas inundassem os seus olhos e o seu despedaçado coração.

— Eu já disse que não saio enquanto não falar com ela! — Delilah gritou, empurrando o homem que se punha em frente à entrada da carruagem. Não sabia de onde havia tirado força tamanha para deslocar aquela massa de músculos de seu caminho, mas colocaria na conta do amor. Apenas ele justificava suas atitudes mais insanas.

A porta escancarou-se, levando a jovem D'Montfort aos gritos. Encolhida e chorosa, fungou.

— Irei para onde quiser me levar, mas por favor, não me machuque!

— A Amelie de antes não se entregaria tão fácil assim. Por acaso a gatinha perdeu as garras? — Saindo da penumbra chuvosa, Delilah revelou-se, piscando um dos olhos.

O coração de Amelie deu um salto. Assim como os olhos azuis, que imediatamente procuravam o objeto circular que reluziria em seus olhos, caso estivesse lá. Não estava.

— O-o quê está fazendo aqui!? — Amelie balançou a cabeça em negação, querendo ao mesmo tempo puxá-la para um abraço e chacoalhá-la. — O que aconteceu com o príncipe?

— Killian? — Delilah perguntou com ardor no olhar. Havia feito uma coisa feia, mas se desculparia depois. Agora só pensava na dama linda à sua frente. — Ele deve ter ficado um pouco molhado. Preciso me desculpar depois.

— Então quer dizer que a senhorita não... A senhorita não aceitou o pedido de casamento?

— Deveria aceitar? — Delilah arqueou as sobrancelhas, a fitando com aquele ar brincalhão. Mas Amelie estava séria, como se tivesse levado um choque. Tal comparação a fez dar risada, seguido por um suspiro relaxado. — Não respondi. Quando a vi, não consegui fazer outra coisa que não fosse correr atrás de ti.

Amelie piscou uma, duas, três vezes até se dar conta das palavras de Delilah. Então ela não havia aceitado, o que quer dizer que ela não seria a próxima Rainha. Ela abriu um sorriso ao constatar o fato, no entanto, em seguida, voltou a seriedade. Delilah havia recusado o pedido de casamento de um príncipe!?

— A senhorita está louca!? — Amelie gritou, esquecendo-se dos homens do lado de fora. — Essa era a oportunidade da sua vida!

— Me casar com um príncipe não é a oportunidade da minha vida. — Delilah ronronou, sorrindo boba. — Ficar com o amor da minha vida é.

Amelie abriu e fechou os lábios, pintando as bochechas de um tom vermelho-vivo. Delilah alargou ainda mais o sorriso, pegando em sua mão.

— Ainda que os meus sentimentos não sejam recíprocos, não me casarei com o príncipe nem com mais ninguém, Amelie. — Delilah seguiu naquele tom de voz melodioso e doce, apertando a mão da dama. — Ainda que não escolha a mim, eu pertencerei para sempre à ti.

Amelie arregalou os olhos, sentindo as palavras de Delilah em uma parte especial de seu coração. Como poderia ter sido tão tola a segundos atrás, crendo que Delilah não a amava mais? Como poderia continuar escondendo o ardor que sentia, ouvindo tão doces palavras?

— Eu realmente odeio... E amo esse seu jeito. — Amelie soluçou entre um sorriso aberto. — Realmente... Odeio o quanto a senhorita é capaz de me fazer sentir. Odeio quando sorri e sinto o sol me abraçar. Odeio quando está longe e o dia se torna gélido e assustador. Odeio quando está perto e incendeia-me com o teu calor. Odeio amar a ti, Delilah.

Delilah abriu a boca para soltar um ar misturando alívio, surpresa, riso e paixão. Antes que tomasse a fala, Amelie delicadamente pousava o indicador enluvado em seus lábios.

— Eu sou horrível. Cometi erros e passei por cima de quem quer que fosse para me engrandecer. Corri atrás de um objetivo e seria capaz de trapacear por ele. Sou quebrada, frágil, e feia por dentro e por fora, com essas sardas horríveis que mamãe tanto tenta esconder. Mas essa sou eu. Se aceitar a mim, com meus caquinhos e tudo, serei a dama mais feliz desse Reino. Não preciso de uma coroa ou de um título para ser feliz. Preciso de ti.

Amelie tirou o dedo dos lábios de Delilah, esperando com receio. Encolheu-se com a possibilidade da dama rejeitá-la, ainda que tenha confessado seu amor minutos atrás. Amelie duvidava, afinal, todas as pessoas que passavam por ela pareciam não querer ficar.

Delilah não respondeu inicialmente, mordeu as bochechas, rolou os olhos e os desviou para o outro lado, aumentando a ansiedade da dama que esperava.

Em seguida, voltando a encará-la com um sorriso coberto de raios de sol, cortou a distância entre as duas e a beijou.

Amelie suspirou como se há muito esperasse por aquele ato, e de fato esperou. Fechou os olhos e pôs as mãos úmidas no rosto de Delilah, movimentando os lábios com desejo e amor. Delilah retribuiu na mesma intensidade, envolvendo as línguas, prendendo-a contra a parede interna da carruagem e finalmente a amando. Sorriu enquanto a beijou, sentindo que se o mundo acabasse naquele exato momento, ela morreria feliz.

— Eu te amo com caquinhos e tudo. — Delilah repetiu a cada selinho. — Não nego que era uma megera antes. E daquelas bem maldosas. Mas sempre gostei de ser arranhada por gatinhas atraentes. — Delilah riu de modo travesso. — E não a acho frágil. De certa forma, a implicância que nutrimos me salvou. E quanto ao seu belo rosto... Ah, Amelie, eu poderia beijá-lo o dia inteiro.

E realmente cumprindo as suas palavras, Delilah alcançou as sardas encobertas pelo pó, salientando-as. Aproximou os lábios e as beijou uma por uma, selando como se aquele fosse o seu maior achado.

— Eu a amo. — Delilah repetiu, antes de mergulhar os dedos no coque ruivo e parcialmente frouxo, e os desfazer de fato. Cachos de fogo caíram pelo colo alvo, deixando-a hipnotizada. — Minha nobrezinha mimada.

Amelie sorriu antes de sentir os lábios da amada novamente. Sempre se perguntou se algum dia seria capaz de amar e ser amada daquela maneira. Conhecendo tal sentimento de fato, não poderia compará-lo com nenhum outro sentimento que já possuiu. O amor era escaldante, assustador e delicioso. Era como andar sobre brasas altas e não ter medo de se queimar. Ou passear pelo deserto sem receio de desidratar. O amor era leve e gentil. O amor era cacheado e cheirava a mel. O seu amor, o seu verdadeiro amor, era Delilah Westville.

Delilah a apertou contra o interior da carruagem, sentindo o aroma de chuva que provinha das duas. Preocupou-se inicialmente com a carruagem, que permanecia parada. Entre o beijo, ergueu a mão e deu duas batidinhas para indicar que poderiam prosseguir.

— O que está fazendo?

— Eles não poderiam ficar parados aqui para sempre. — Delilah sorriu, travessa. — Teremos que ser rápidas.

Amelie ainda perguntaria em que as duas precisariam ser rápidas, mas Delilah tão logo terminou a sua frase, a puxou para um novo beijo ardente. Encaixou uma das mãos nos cachos desfeitos da outra, enquanto a outra explorava a sua cintura, lentamente e sugestivamente.

— A senhorita não está pensando em...?

— Shhh... — Delilah a calou com outro beijo. Em seguida, inclinou a dama contra o suporte e se pôs por cima, alisando-a. Sentia saudades de Amelie, e tinha certeza que a dama D'Montfort também sentia saudades dela.

Delilah desceu os beijos para o pescoço molhado enquanto a chuva lá fora castigava a carruagem, que balançava-se de um lado para o outro. Suspirando, Amelie inclinava a cabeça, facilitando o acesso que a outra buscava. Ainda que estivesse ligeiramente preocupada com o fato de não estarem sozinhas, não tinha forças, e nem queria afastá-la. Desejava os toques de Delilah assim como desejava que as noites estreladas sempre voltassem para a visitar.

Delilah foi ousada e mordeu levemente o pescoço de Amelie, ouvindo um suspiro surpreso em resposta. Colou o corpo molhado ao dela, quase acreditando que não havia tecido algum as separando, tamanho calor que compartilhavam.

Desceu mais, beijando a clavícula, lambendo-a e finalmente chegando ao colo macio. Sem amarras, Delilah alcançou o fecho do corpete, puxando-o para baixo quando a passagem estava liberada.

— Por que é que a senhorita tem que usar tantas roupas...? — Brincou Delilah enquanto livrava-se do espartilho, para enfim ter a visão que queria. A dama chegou a babar ao encarar os seios perfeitamente desnudos, prontos para serem sugados por ela. E Delilah não demorou a cumprir sua vontade.

Começou com o direito enquanto o esquerdo recebia carícias de seus dedos previamente retirados das luvas. Queria sentir Amelie por inteiro, sem que nada atrapalhasse, nem mesmo um par de luvas.

Circulou e envolveu o seio com os lábios, molhando com saliva e luxúria. Amelie suspirava e contorcia-se, ora fechando, ora abrindo os olhos. Entregava-se para Delilah sem pudor algum, sem nem uma sombra de culpa que a faria duvidar. Amelie queria aquilo.

— Mais, Delilah... — Pediu, misturando timidez e vontade na mesma frase. Imediatamente, Delilah sentiu o meio de suas pernas latejar, descobrindo naquele momento que seu prazer favorito era os pedidos que Amelie fazia. A garota ronronava em suas carícias, mal sabendo ela que Delilah a devoraria se continuasse a provocá-la daquela forma.

Atendendo o pedido da amada, Delilah envolveu, beijou e circulou os mamilos prazerosos da dama. Amelie emitiu um gritinho, silenciando-se em seguida. Delilah era muito, muito boa no que fazia. Ainda que soubesse que deveria se calar, não sabia se conseguiria fazê-lo.

Delilah segurou o monte de tecido que separava seus lábios do objetivo, e deslizando o seu corpo ao dela de maneira provocante e sensual, levando a dama aos suspiros, a jovem Westville colocou-se entre as pernas da outra, levando cada uma das pernas aos seus ombros. Olhando daquele ângulo, adorava Amelie como se ela fosse um retrato vivo, tentador e maravilhosamente real.

— O que está fazendo, Delilah? — Amelie perguntou em um sobressalto, ao vê-la ajoelhada diante de si.

— Vou te chupar. — Respondeu Delilah sem pudor. — Relaxa e fica quietinha. Não temos muito tempo.

Delilah abriu um sorriso angelical, destoando completamente do que ela faria a seguir. Amelie prendeu a respiração, sentindo todos os poros do seu corpo explodirem de uma vez só, ao sentir os dedos curiosos da outra em sua fenda quente. Amelie suspirava, abrindo-se sem perceber.

Delilah sentiu mais uma daquelas pontadas torturantes em seu centro ao sentir a umidez de Amelie. Investiu contra a dama, acariciando-a no centro e assistindo-a amolecer diante de seus toques em tempo real.

Queria tocar Amelie como ela merecia, fazê-la chegar ao ápice de inúmeras formas, mas o tempo que lhes restava era curto. Só a Deusa poderia prever o que aconteceria com as duas caso fossem flagradas naquela inusitada situação. Por isso, aproximou-se com um beijo no monte de Vênus de pouca pelagem como se a avisasse se suas pecaminosas intenções.

Amelie quis gritar quando os lábios de Delilah encontraram aquele ponto sensível. Seu mundo inverteu o eixo, fazendo a estremecer desde os seios úmidos e sensíveis até os nós dos dedos dos pés. Segurou a vontade de traduzir o seu prazer em palavras a cada investida da língua quente, circulando-a, provocando-a e a fazendo soluçar.

Delilah poderia morar naquele mar de sabor, umedecendo a sua boca sempre que a provava. Amelie era perfeita, gostosa e sua, inteiramente sua. Abriu um sorriso de contentamento quando as mãos trêmulas buscaram o seu coque quase desfeito, empurrando-a contra o meio das suas pernas.

— Se continuar me atiçando com esses gemidos, seremos pegas. Quer que eu pare, minha gatinha?

Amelie balançou a cabeça em negação, revirando os olhos quando Delilah mordeu a parte interna de suas coxas. Logo em seguida, a dama adicionou dois de seus dedos na entrada encharcada, auxiliada pela língua travessa no centro de seu prazer.

— Delilah... — Amelie a chamava como uma oração. Mordendo o tecido do vestido frouxo em seu corpo inconstante, a dama remexia-se sem nenhum pudor nos lábios da outra. Já Delilah, igualmente encharcada, usou a mão livre para se acariciar, preenchendo sua entrada com os próprios dedos urgentes.

Gemidos, sussurros, palavras de incentivo, mais e mais. Amelie sentia o prazer atravessar-lhe como um raio, atingindo suas costelas, pernas e coração. Apertou os olhos, sentindo novamente aquela descarga elétrica que transformava-se em calmaria tão logo o prazer cessasse. Delilah deslizou a língua, prolongando o prazer da outra, retirou os dedos úmidos e a lambeu onde o seu prazer vazava. O seu próprio desaguava em seus dedos, que eram deliciosamente apertados pelas pulsações.

Delilah levantou a cabeça, fazendo Amelie engolir em seco ao vê-la tão pecaminosa e tão perigosamente bela. Úmidos com o seu prazer, a dama aproximou-se para a beijar, envolvendo a língua em um beijo desprovido de pudor. Amelie tomou o seu gosto para si, lambendo e amando senti-lo.

— Dá próxima vez, serei eu a te dar esse tipo de prazer.

— Já está pensando na próxima vez, sua safadinha? — Delilah riu, erguendo-se. Amelie estava completamente sensual e linda e definitivamente ela era uma boba apaixonada. — Achei que tais assuntos fossem proibidos para damas.

— Depois que me juntei a ti, não sou mais uma dama. — Amelie devolveu a brincadeira, piscando um dos olhos. — E isso foi a melhor coisa que me aconteceu.

Delilah juntou o nariz ao dela, fazendo uma pequena carícia. Em seguida, passou os dedos melados de seu prazer nos lábios da outra, que prontamente aceitou e os chupou. Mergulhadas naquela aura erótica e trocando olhares lascivos, não demorou muito para que voltassem a se beijar.

— Lady D'Montfort , chegamos. — O homem anunciou com uma voz grave, batendo do lado de fora. Perceberam então que a chuva devia ter diminuído há algum tempo, pois conseguiriam ouvir com exatidão as palavras do homem. Exaustas, desejosas e amantes, as duas entreolharam-se, sorridentes.

Ainda que o tempo lá fora estivesse envolto em ventos gélidos e solitários, enquanto tivessem uma à outra, sempre sentiriam calor.


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