⚔ Parte 4 ⚔


Não betado!

JEON JUNGKOOK


Eu não conseguia pregar os olhos. Que inferno!

Jimin. Só conseguia pensar nele, aquele sorriso torto e cabelos cor de fogo bagunçados. As cobras que perseguiam minha mente aclamavam por ele e meu coração doía. Que tipo de maldição é essa? Meu corpo implorava para roubá-lo do quarto de Moon e deixá-lo ao meu lado, onde posso zelar pelo seu sono.

Não consigo dormir e nem pensar em outras coisas, mesmo que amanhã seja um dia cheio. E caramba, eu preciso descansar, não sou Deus completamente preciso ter um momento, certo?

Quando eu cansei de me revirar na cama, fui até o convés que batia uma suave brisa noturna, estava com roupas confortáveis e apenas havia Jones ali. Estava perto do leme, olhando para a grande lua.

— Que lhe aflige, meu amigo? — perguntei quando fiquei próximo o suficiente e ele deu um sorriso fraco.

— Logo... eu irei me transformar. Estou sofrendo com as dores de sempre.— disse e eu dei um tapinha em seu ombro forte. Jones todo mês se transformava em um homem touro, como parte de sua maldição. E sempre sentia dores nos ossos pela mudança posterior. — E você? Parece que sua dor não é costumeira.

Bufei, olhando para as ondas do mar.

— Eu não consigo dormir... por causa dele. Preciso dele perto de mim agora, será que sempre vai ser assim? Não posso aguentar.

Jones riu da minha situação inoportuna e recebi tapinhas no ombro também.

— Tenha paciência, o menino deve estar assustado e confuso agora, acabou de mudar de vida num piscar de olhos e percebeu que está envolto de criaturas místicas. Além do mais, confiar e se apaixonar são duas coisas diferentes, meu caro.

— Acho que aqueles livros de romance que você lê, fizeram bem a você. — comentei após o conselho sábio do minotauro ali.

— Bom, conquistei meu Jin, certo? E ele é bem arredio com flertes, então tive que mostrar que minha paixão era sincera.

Soltei um muxoxo, tentando pensar sobre como conquistaria Jimin. Ele também estava se mostrando difícil e arisco. Mas... sinceramente, eu adorei o desafio.

— Então, o que posso fazer por ele?

— Ele parece ser um homenzinho doce mas que faz comentários ácidos para se proteger, talvez. Mostre a ele que você é digno de confiança e que quer realmente conhecê-lo. Já lhe disse, paciência. Além do que, do jeito que você abordou ele parece que você é um depravador de virgens e faz isso com frequência.

— Como ousa? Nunca fiz isso.

— Mas ele não sabe, gênio, pois não lhe conhece ainda... Olha, se apaixonar pode levar segundos ou muito tempo, mas é importante que você não desista.

— Não estou apaixonado por ele. Estamos apenas destinados, apenas. — falei, cruzando os braços e Jones riu.

— Hum. Então porque quer conquistá-lo? Se bem lhe conheço, se realmente só tivesse desejo nunca teria pegado o menino. Você não gosta muito de humanos.

— As serpentes não me deixaram em paz. Tive que fazer, mas... não me arrependo. Ele é a criatura mais adorável que já vi. — confessei, ainda observando a maresia noturna que tanto me encanta.

— Fique na mente com que eu disse. Só dê tempo ao tempo, certo? Acho que irei dormir agora que as dores passaram. Boa noite.

Ele se levantou rapidamente e foi para seu respectivo quarto. Meu coração pesa por não poder ajudá-lo, já pedi ajuda para a Hécate porém foi em vão e não poderia pedir para outros Deuses pois há uma regra no Olimpo: Nunca interfira nas decisões e planos dos outros Deuses. Eu me sinto culpado pelas atrocidades feitas pelo meu pai, Poseidon, ele que fez apenas por não receber a oferenda de Minos, rei de Creta. Jones sempre terá que conviver com essa dor lua após lua e isso me entristece.

Com apenas eu no convés e meu poder flutuando para que o navio chegue até o Olimpo de manhã, tive uma ideia que poderia não ser boa. Precisava de algo para dormir e nada que pegar a roupa que dei para Jimin como alento para minha mente inquieta.

Andei pelo corredor e delicadamente abri a porta, Moon estava dormindo com a luz da lua em seu rosto e Jimin... Nossa? Seu cabelo ruivo vibrava até mesmo adormecido.

Ele soltava um ronquinho suave e seus lábios fartos estavam separados, percebi que manta estava em seus pés pequenos e tremia levemente. Tsc, se tivesse ido deitar comigo, estaria bem quente.

Cobri seu corpo, mas sem antes tocar sua pele morna.

— Boa noite, minha criatura. — sussurrei, cheirando o leve aroma de jasmim de seus cabelos e grunhi quando percebi que não poderia tocar mais. Precisava de mais.

Fechei meu punho, me levantando para pegar apenas a blusa com seu cheiro e logo percebi que Moon estava me encarando com aqueles olhos redondos e calmos.

Ela apenas sorriu e fechou os olhos. Dane-se. Sai do seu quarto e finalmente, pude dormir até o amanhecer, com a blusa do garoto enfiado em minha face.


🔱


Acredito que nunca poderia trocar o momento do sol beijando a linha do horizonte e as ondas suaves do mar. Era indescritível a sensação de liberdade e grandiosidade do grande Deus Apolo que era responsável pelo astro.

Hoseok me cumprimentou, era um dos poucos humanos que tinha coração bom e sincero. Yoongi encontrou o pobre menino sendo espancado em sua cidade natal, Coreia, por dívidas e desde então, ele vem ajudando com a limpeza e organização do navio.

Hoje era um grande dia, coloquei uma roupa elegante com uma blusa bufante branca e uma calça preta lisa. Zeus odiava a desorganização em sua casa e isso vale para as pessoas. Isso é irônico pois ele faz uma grande bagunça com seus atos impensáveis e abomináveis. Ele realmente acredita que os humanos o ama, mas na verdade só cultuam ele por medo e não querem que aconteça nada com suas mulheres e filhos. A verdade dos Deuses pode ser mais obscura do que parece.

Fui para a área comum onde tinha a cozinha e a mesa onde fazíamos as refeições, Jin estava amassando um pão para nós.

— Bom dia, Seok... — disse, sentando na mesa, apoiando meu queixo para olha-lo.

— Hum. Bom dia.

Respondeu seco, revirei os olhos.

— Você poderia emprestar suas roupas para Jimin? Ele está sem e depois podemos comprar no Oriente.

Ele olhou para mim, com aqueles olhos com tom avermelhado e bufou.

— Sabe que não gosto, mas eu gostei do garoto. Aliás, deve tratá-lo muito bem, ouviu? Trouxe para cá sabendo que ele é frágil e humano. — pontuou e foi minha vez de grunhir em resposta. Todos estavam contra mim e eu não sabia?

— O que é isso? Um motim contra minha dignidade? Eu sei disso. Eu irei protegê-lo...

Ele parou que estava fazendo para olhar diretamente para mim.

— Sabe que não é suficiente. Se realmente conseguirmos ajuda e achar Telquines, não acha que ele vai atacar os mais fracos da tripulação? Todos jogam sujo, Jungkook. Onde está o homem calculista que conheci? Precisa despertá-lo e saberá que trazer Jimin aqui, foi uma péssima ideia.

E por mais que gostaria de dizer que não, você está errado, tudo apontava que sim. Essas cobras malditas, não estão deixando eu pensar com clareza... como posso expor ele assim? Estamos em meio de uma missão perigosa e eu teria que racionalizar alguma forma de tornar ele forte.

— Maldição, Seok! Como eu não pensei nisso antes?

Ele deu de ombros.

— Acredito que seja o amor. Mas, pense bem e talvez seja melhor deixar ele em sua casa com Moon.

Eu tinha uma mansão na Grécia que ficamos quando estamos cansados do mar, que não acontece geralmente. Mas isso não é uma opção.

— Não. Pensarei em outra opção. — Me levantei da cadeira e caminhei até a saída. — Depois que terminar de fazer o pão, por favor, escolha algumas roupas e dê para o Jimin.

E então saí, com minha mente queimando mais uma vez. Pensando do tamanho da escolha que fiz quando peguei o peixinho no cais.

Abri meu escritório e ainda estava ali... seu cheiro. Passei minha mão em meu rosto, irritadiço.

Aquela bruxa me paga muito caro. E ela que iria me ajudar de algum jeito manter meu peixinho seguro. De jeito nenhum eu estaria deixando ele. Deve ter alguma maneira, nem que seja com poções e feitiços, darei meu jeito.

Sentei na enorme janela para observar o monte Olimpo e sua beleza. Eu estava esperando Taehyung retornar do fundo do mar, literalmente, para seguirmos até nosso destino final.

Falando no diabo, ouvi ele falando Jackson do lado de fora e sei que ele vai abrir a porta sem pedir para entrar a qualquer momento. Olhei para a porta quando ela foi aberta. A figura fresca de Taehyung e meu irmão, Atlas apareceu.

— Bom dia, Taehyung! Irmão! Que prazer em revê-los. — proferi com um tom de ironia e eles apenas entraram na sala.

— Irmão... Diga-me o motivo quer falar com os Deuses? Se não encontrou Telquines?

Ele com certeza não se parecia comigo, cabelos longos com uma parte raspada, pele amorenada e com lindos olhos verdes. Atlas era um tritão mas com seus poderes e a parte humana de sua mãe, ele conseguia se transmutar para a forma humana mas sempre ficava uma evidência que era uma criatura do mar.

— Eu não farei mais isso sozinho. Que os cães de Hades nos ajude mas estou cansado. Nenhum rastro do bastardo, meu camaradas! Os Deuses vão ter que sacudir a terra para nos ajudar a achá-lo, pois se não, ficará sem achar.

Suspirei pesadamente, e eles concordaram. Se eu estou desgastado dessa busca incessante por esse demônio do mar, imagine meus companheiros Para os desavisados, os Telquines eram 7 monstros do mar filhos de Pontos e Talassa, antes eram criaturas aladas dos Deuses, começaram a usar magia negra e Zeus não ficou contente e destinou eles a eternidade no tártaro, mas um dos irmãos, chamado Acmone, foi mais esperto e conseguiu escapar prometendo vingança e que buscaria seus irmãos. Estamos tentando há dois anos e não encontramos ele. Zeus sabia que era uma missão impossível, Hades tentou ajudar porém foi barrado pelo seu irmão. Sei que ele queria ver meu potencial, mas é uma missão injusta se Telquines usa magia para se esconder.

— Seremos humilhados. — disse Atlas com escárnio, sentando na cadeira à minha frente.

— Eu sei. Mas, é nossa última opção. Se não tivermos ajuda, ele não terá Acmone. Zeus não quer ter o trabalho, ele precisa de mim e eu preciso dele para continuar nossas viagens.

— Não precisa, irmão! Você deveria deixar esse ódio para trás. Entenda, você nunca será capaz de derrotar Atena. E nosso pai nunca seria punido por seus crimes contra a humanidade, pois Zeus é igual a seu irmão. Está deixando ser enganado pelo seu rancor.

Bati na mesa, possesso com o assunto. Eu terei minha vingança sim, Atena não deveria ser Deusa da justiça e meu proprio pai era um monstro dos mares, colecionando humanos indefesos igual que fez com minha mãe. De alguma forma eu teria minha vingança. Mesmo que eu esteja sendo enganado, eu sinto nas minhas veias que o fim está próximo.

— Esse assunto não será mais tocado aqui. Entendeu, irmão? — falo entre dentes e ele mantém sua expressão séria como se não se importasse mas entendesse minha indignação. Mas logo a porta se abre e a criatura de cabelos de fogo entra sem bater.

Ele arregala os olhos amendoados e suspiro, deixando a raiva passar pelo meu corpo.

— Jimin... eu já converso com você, hum? Seok fez pão para nós, vá experimentar.

O pequeno peixe sai correndo sem dizer nenhuma palavra. Eu sento em minha cabeça com um baque.

— Posso saber quem é ele? — Meu irmão questiona levantando a sobrancelha.

— É o novo companheiro do Jungkook. — zomba Taehyung, que antes estava em silêncio no canto da sala.

— Calado, Kim. Vamos, toda essa conversa me deu fome.

Eu me levanto e eles me seguem, claro que Taehyung continua com as piadinhas mas não me importo. Jimin me viu bravo, parecia assustado quando saiu correndo. Devo me certificar que ele não me tema. Sei que quando fico bravo meus olhos se tornam como das serpentes e o ambiente começa a ficar gelado pois inconscientemente "congelo" as partículas de água do ar.

Chegando na cozinha, todos estavam sentados comendo. Jimin estava conversando com Wang. O ninja imortal da tripulação. Meu sangue ferveu. Pigarrei ao seu lado e ele me deu um sorriso.

— Bom dia, capitão! Eu estava falando com seu menino aqui. — disse com um tom calmo e saindo da cadeira que me pertencia. Hum, que bom que ele usou o termo seu, meu coração relaxou no peito.

Sentei em meu lugar e Jimin remexeu desconfortável. Não tinha percebido que ele usava uma bata que mostrava seus lindos ombros com sardas.

— Jimin... Olhe para mim. — Peguei em sua pequena mão um pouco calejada e ele me olhou com aquele olhar doce. Ele não se afastou. — Você ficou com medo?

— Um pouco... — sussurrou tímido, olhando para mim.

— Não fique, hum? Não precisa ter medo de mim, nunca. Não queria que você visse mas, nunca vou te machucar. — disse sincero, não desejo de forma alguma machucá-lo e parece que ele entendeu isso e concordou. Peguei sua mão e depositei um beijo em seu dorso.

— Tudo bem. — falou baixinho e suas bochechas sardentas ficaram vermelhas. Sorri cafajeste.

— Vamos comer então, peixinho. Teremos uma longa jornada para frente... — falei me levantando e batendo o copo vazio na mesa de madeira, todos ficaram em silêncio. —Bom dia a todos, devo dizer o motivo de estarmos aqui. Estamos numa jornada em busca do telquines para o Zeus, porém sem sucesso. Então, darei um ultimato, se realmente quiser que nós prendemos o demônio terá que nos ajudar. Quem está de acordo?

Todos levantaram a mão, menos Jimin que estava concentrado em comer seu pão e leite.

— Ótimo, agora podem voltar a comer. Bom apetite a todos.

E todos voltaram a conversar enquanto comiam, sorri discretamente pela família que eu formei. Sempre sonhei em ter amigos, fui um homem solitário mas não mais.

— Hum... Jungkook. — Chamou minha atenção e quando olhei estava mordendo aqueles lábios bonitos.

— Sim, peixinho. — respondi após terminar meu pão.

— Podemos conversar lá em cima?

Franzi a sobrancelha, ele parecia preocupado e concordei acabando de tomar meu leite. Levantei-me da mesa estendendo minha mão para ele, que mesmo hesitante pegou para me seguir.

Fomos para o convés que garantia a bela paisagem do monte Olimpo que parecia barulhento visto de baixo. Talvez a Hera tenha tido uma briga com Zeus. Quem sabe.

Jimin ficou maravilhado pelas grandes rochas e o enorme templo com colossais pilastras alvas como a neve reluziam para que todos pudessem ver entre nuvens tempestuosas. Acho que quando correu após me ver bravo, nem percebeu que estávamos de frente ao monte.

— Nunca vi tamanha beleza em toda minha pobre vida. — falou, e eu ri pelo comentário.

— Não sei, acho que já viu sim... Talvez na frente do espelho? — flertei e ele olhou para mim com os olhos semicerrados. Entendeu rápido o peixinho esperto.

— Você nunca perde, certo?

— Certo. — murmurei, trazendo nossos corpos próximos e ele não se afastou novamente. Isso é bom. — O que queria falar? Seja rápido pois iremos agora para o palácio.

— Eu... queria perguntar, você realmente é filho de Hades?

— Hades é irmão de meu pai, então sim. Por quê?

— E... seria possível eu rever uma alma? — perguntou um tanto nervoso, ergui a sobrancelha passando a língua no dente de ouro.

— Hum... não sei. Você é humano e se entrar no submundo morrerá. Quem você quer rever?

Ele se afastou de mim e seu olhar se tornou defensivo. Eu suspirei e cruzei os braços.

— O que foi? Eu só quero saber, peixinho... Por que não me dá um voto de confiança e verá que eu não sou um monstro completo.

Ele pareceu pensar e passou os dedinhos entre os fios ruivos.

— Meu pai... eu sinto tanta saudade dele. — Seu olhar afiado deu lugar para um sentimental. Algo se remexeu em meu peito. Talvez meu coração de gelo estava virando água.

— Olha, posso perguntar para ele, acredito que se esperarmos Perséfone retornar para ele no Outono, ele será mais maleável... Mas não esqueça que Hades não é um homem bondoso e acolhedor, sim? — falei em tom de aviso e Jimin concordou freneticamente. Para mudar esse clima, coloquei a mão na bainha e pigarrei. — Bom, está pronto para a viagem?

— Acho que sim. Se eu não morrer até lá... ainda não acredito que irei entrar no sagrado Palácio. — Olhou para o monte repleto de desafios. Mas não para mim, um semideus. E quem sabe no futuro, um Deus. — Hum, realmente posso entrar lá?

— Sim, querido. Quer dizer, você pode entrar se tiver a benção de algum Deus e isso não será problema. — pisquei para ele e o homenzinho sorriu doce pela primeira vez para mim. 


🔱


Certo. Levar Jimin em meus braços está sendo mais difícil do que eu esperava. Não digo pelo seu peso por que afinal, o garoto se iguala a uma pena porém, Jimin está com medo de cair nas rochas e virar saudade, e então insiste em ficar se esfregando e agarrado ao meu corpo me impedindo de respirar direito. Eu sei que sou forte semideus, porém eu preciso respirar direito para subir as rochas e se concentrar em não cair para morte. Só que é quase impossível quando suas coxas estimulam meus países baixos.

Meu irmão estava me esperando no topo do penhasco, subiu rapidamente com ajuda de algumas cachoeiras que caem por ali. E estão zombando da minha posição de fracasso junto com o humano em meus braços e sinceramente, o sangue estava me subindo a cabeça.

— Meu bem... Dá para ficar quieto? — falei entre dentes, parando de escalar e ele ficou imovel.

— Mas estou com medo. Acho que eu deveria ter ficado. — ciciou grudado em meu pescoço. Eu suspirei.

— Você não irá cair ao menos que fique balançando em meu corpo. — grunhi e ele finalmente ficou quieto. Passei a mão na cabeleira ruiva. — Estamos chegando, hum? Feche os olhos e logo estaremos lá.

Não sei se ele fechou, mas seu aperto fez eu continuar a escalar, suando pelo esforço e logo estava dando a mão para Atlas nos puxar.

— Pronto, chegamos.

— Ai, eu nunca mais venho com você, Jungkook. Eu estou tremendo de medo, caramba. — falou batendo em meu peito com as bochechas vermelhas de raiva. Eu me segurei para não rir.

— Olá, querido! Que bom te ver... — disse Afrodite, acenando graciosamente. E logo seu olhar foi para Jimin em meu colo. — Vejo que já achou seu companheiro! Que abençoado o cabelo ele tem.

Todos os Deuses tinham um brilho especial como se fosse uma áurea, e Afrodite com seu longo cabelos ruivos tinha uma aura rosada e acolhedora mas sua aparência era arrebatadora. Ela sorriu e se aproximou.

— Bom dia, vossa Santidade! — desejei, colocando Jimin no chão. Todos nós fizemos uma reverência a Deusa. — Será que poderia convidar Jimin para entrar no palácio?

— Claro, Kayro. Vamos entre... qual é seu nome, criatura bela?

Jimin pouco acanhado olhou para a Deusa e disse:

— Jimin... Park Jimin, Vossa Graça. —

— Que nome diferente! Então seja muito bem vindo, Park Jimo ao nosso lar. — Falou dando a visão do palácio colossal. Ela pronunciou o nome de Jimin errado, mas até ficou fofo. Enfim, ninguém questionou, apenas seguimos ela para dentro.

O ar estava gelado dentro do palácio, tudo em perfeita ordem e silêncio no hall da entrada, havia estátuas dos Deuses e suas armas heróicas expostas, Jimin estava vislumbrado se continuasse com a boca aberta iria babar na casa dos Deuses. A arquitetura era feita para gigantes e milhares de pessoas passarem, os Deuses eram grandes mas nem tanto assim.

— Cuidado, peixinho. Vai começar a babar por aí. — sussurrei perto do seu ouvido e ele quase tropeçou na caixa de pandora. Peguei sua cintura e o humano ficou bravo, como sempre.

— Vá ver se eu estou na esquina. — disse entre dente e continuou. — Aliás, que é isso de companheiro? Não sou seu companheiro. Nem deveria ter vindo, pelas barbas de Zeus, eu estou no bendito Olimpo. Eu sou uma pobre alma.

Ele falou com tanta convicção e minhas cobras chiaram no meu peito.

— Ah, querido. Assim você me magoa. Apesar do que você pode pensar de mim, eu tenho coração.

— Hum... e esse coração deve estar cheio de ambição e ódio posso apostar.

Eu sorri para ele, mas ainda continuava olhando para frente.

— Pode até ser... mas com certeza ele tem um espaço especial para você.

— Psiu... pombinhos! Vamos logo, depois você brigam. — Atlas chamou atenção e houve um silêncio entre nós após o que eu disse, mas não deixei de observar sua face bonita ficar pensante.

Ótimo, esse é o efeito que eu queria.

Nossos passos foram evidentes durante a caminhada até o salão comum onde todos os Deuses geralmente se reuniam para discutir desde assuntos pessoais até o destino dos mundanos.

Ela estralou o dedo e a enorme porta entalhada a ouro abriu para nós e lá estava Zeus e Hera, conversando e olhando um globo da terra no meio do salão. A conversa parou para nós observar andando... um pouco assustador e Jimin também achou pois veio para meu lado e peguei sua pequena mão para acalmá-lo. Ele estava tremendo e olhava para o chão.

— Olha quem eu encontrei em nosso portão. — Afrodite falou para acabar com o silêncio desconfortável e todos deram risada. Todos adoram Afrodite, menos Hefesto que não estava presente ali. Uma longa história...

— Meus sobrinhos! Imagino que trás boas notícias! — Zeus verbalizou primeiro e eu fiz uma reverência e todos seguiram.

— Desculpe desapontá-lo, tio. Mas vim tratar de outro assunto.

— Antes... gostaria de saber quem é o humano ao seu lado.

— Zeus... esse é Jimin, meu companheiro, mesmo que ele não aceite. Trouxe ele aqui para que eu possa receber a benção dos Deuses. Principalmente de Hera.

— Finalmente achou seu escolhido. — Hera estava ao lado de Zeus com seu pavão e se levantou para chegar mais perto. Ela era impositiva e tinha uma cara nada amável como muitos imaginam. Seus cabelos eram negros e seus olhos analisavam nos dois. — Terá um pouco de dificuldade em conquistá-lo então.

— Eu sei... eu gosto do desafio.

Hera parou na frente de Jimin e pegou seu queixo para olhá-la.

— Criança... não tenha medo, eu vejo que terá um caminho longo e feliz com Kayro. Só aproveite as oportunidades que os Deuses lhe proporcionam, sim? Sei que o sentimento ainda está florescendo e pode ser cansativo ouvir conselhos, mas vocês serão grandes um dia. — falou para ele e olhou para mim também. Ela deu um sorriso curto e soltou Jimin. — Mas, não posso dar minha benção se ainda não são um casal ainda... volte quando os dois estiverem alinhados. E darei minha benção. Certo, querido?

Eu confesso que fiquei bastante descontente mas algo que aprendi é não mostrar o que realmente estou pensando colocando uma máscara de reverência.

— Certo, rapaz. Diga-me que assunto veio tratar aqui? — A voz tempestuosa do rei dos Deuses se fez presente e ele estava sentando em seu trono maciço.

— Venho pedir a ajuda dos Deuses para a captura de Acmone.

Ele coçou a barba branca e pensou.

— Claro... Que tipo de ajuda você precisa, sobrinho?

— Acredito que como Acmone é um mago, ele utiliza de feitiço de anti rastreamento. Preciso de alguém que utilize magia... Talvez ajuda de Hécate e meu pai?

— Hum... podemos conversar sobre isso, rapaz.

— Venha Jimin... deixe as coisas chatas para eles. Quero mostrar a você o palácio. — falou Afrodite, chamando Jimin para o passeio. Eu olhei para aqueles olhos amendoados e vi apreensão. Sei que estar na presença dos Deuses é algo surreal, mas agora será cotidiano devo falar isso para ele mais tarde.

— Vá, meu bem. Depois volte para mim, hum? — falei lançando uma piscadela, tirando um sorriso incrédulo dele que seguiu a Deusa para algum lugar.

— Escute, sobrinho... sei que está feliz com o garoto. Mas já pensou que está colocando ele em grande perigo? Sei que já, a pergunta é o que você vai fazer para manter o humano seguro?

Eu soltei um suspiro pesarosamente. Eu tenho um longo e árduo trabalho pela frente.


Continua?



Olha... devo dizer que estou me superando em palavras... 4k, pessoal!

O que estão achando da história? Está lenta demais? Muito rápida? Não dá pra entender? Hablem.

É muito bom e gratificante saber da opinião de vocês! 

Se algum fã de mitologia grega estiver lendo (acho que a maioria que estão lendo gostam) eu mudo e crio algumas coisas para ficar mais harmônico para a fanfic, ok? Está sendo um processo longo pesquisar e atrelar com o enredo.

Enfim... até mais marujos! Ayee ouu!


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