⚔ Parte 10 ⚔
Não betado!
JEON JUNGKOOK
Eu estava tão perto de Jimin, que eu poderia contar lindas sardas de meu ruivo. Ele tinha adormecido em meu peito e devo admitir que, no dia de hoje, eu não queria fazer nada. Os pensamentos me perturbam e não queria cair em desgraça.
Preferia ficar colado no humano que eu amava, mas eu tinha obrigações que não poderiam sobrepor minha perda. Meu irmão entenderia e gostaria que eu seguisse em frente. Mas acho que não consigo fazer tão rapidamente, a dor de ver seu corpo caindo na água, sua casa e parando de respirar. Não achamos o seu corpo, acredito que as sereias tenham levado seu corpo em seu formato original, tritão, de volta para meu pai. Eu só queria ver seu rosto mais uma vez e me desculpar por trazê-lo para essa confusão.
Fiz um leve carinho para acordar Jimin, que soltava barulhinhos adoráveis, com a boca amassada em meu peito. Fiquei surpreso de que ninguém até agora não tenha falado nada sobre Atlas. E talvez eu quisesse isso, tanto tempo de amizade, nenhuma condolência? Traidores.
Falando em traidores, fiquei mexido com o que Jimin me disse. Jackson sempre foi mais fechado e invejoso, desde que o encontrei na China, quando fui comprar seda. Ele queria usurpar o cargo de Yoongi, mas fora isso, sempre foi bom para todos. Bom, é que eu achava. Devo checar isso rapidamente, não quero um traidor perto do meu companheiro.
Este, que finalmente aceita que estamos destinados, sorri com a afirmação. Ele é meu último suspiro de real felicidade, nessa minha vida cheia de amargura.
Montei minha equipe através dos anos, não exatamente procurando pessoas, mas encontrando a força de que eu precisava em cada uma delas. Taehyung sempre esteve comigo ao meu lado e me ajudava em todas as tarefas do navio, e Atlas sempre nos acompanhava como podia. Um incômodo no meu peito surgiu ao lembrar dele. Primeiro, foi MoonByul que tinha fugido da ilha de ninfa para esgueirar-se pelo mundo dos humanos, aprendendo e se esgueirando pelas aulas de medicina nas praças gregas. Sorri quando Taehyung e eu reconhecemos sua essência escondida e fomos conversar com ela, que aceitou a aventura. Namjoon foi o seguinte, quando ficamos sabendo de burburinhos nas tabernas de um monstro no reino de Mino que era trancado em um labirinto e sabemos que tínhamos que resgatá-lo. Nossa próxima parada foi na Arabia, onde encontramos Yoongi, que viviam escondidos dos reis e rainhas de sua terra que lhe procuravam para tornar o pobre diabo em seu gênio pessoal.
Seokjin foi diferente, demoramos para chegar às terras coreanas, sei que tenho meu nome Jungkook por minha parteira ser de lá. Ele é de uma família muito importante de vampiros centenários e só aceitou vir conosco por se apaixonar por Namjoon à primeira vista. Disse que era parceria de sua espécie, e sabia que ele seria seu companheiro de vida. Apenas aceitamos na época, além do mais, ninguém tinha dotes culinários como ele naquela tripulação. O último foi Hoseok, achamos o coitado surrado na rua por ser cobrado de dívidas que eram de seus pais.
Cada um, eu acolhi com o coração, como parte da família. E eu nunca me arrependi.
— Jimin? — Chamei em seu ouvido, plantando um beijo em sua têmpora. Estávamos no chão e eu sentia debaixo de mim as ondulações da embarcação. Ele resmungou e coloquei minha mão em seu cabelo cheiroso. — Vamos... deve estar com fome, meu bem.
— Não... — Ele resmungou, se esfregando em mim. Eu rosnei baixinho quando ele mexeu em meu membro, ainda um pouco desperto.
— Vamos ou eu manterei você debaixo de mim o dia inteiro. — Falei, batendo em suas nádegas macias, fazendo ele se levantar com o cenho franzido.
— Ai! Não precisa disso. — choramingou com um bico nos lábios. Ri de sua cena, me levantando também.
— Vamos, se vista. Tem suas tarefas para fazer, monstrinho.
Ele bufou, dando as costas para mim quando se vestia. Tentei tirar meus olhos daquela exuberância, pois meu controle sobre ele é quase nulo. Principalmente porque ele ainda mantinha minha semente em seu buraco. Não! Eu preciso de ar.
Eu saí abotoando minha camisa até a metade e deixando o resto aberto para o convés. Tudo estava organizado agora, barris, cordas e até meu timoneiro em seu posto na popa. A madeira polida pelo trabalho bem feito de Hoseok.
A maresia me cumprimentou e desci até o porão, onde ficava a cozinha. Tinha um cheiro maravilhoso de assado, talvez cordeiro na sopa, e eu salivei. Todos estavam na mesa e me olharam com um pesar. Esse tipo de olhar que eu odiava. Ignorei, pegando meu prato e o de meu companheiro para comermos. Sentei-me no lugar de sempre e falei.
— Se vão me olhar como se eu fosse um morimundo, irei chutar todos vocês do meu navio. — esbravejei com uma expressão neutra, começando a comer meu prato. Todos suspiram.
— Ele está bem, graças aos Deuses. Pensamos que estaria deprimido. Nós sentimos tanto pela sua perda. — Seokjin comentou ao meu lado, colocando sua mão fria em meu ombro. Sorri fraco.
— Ficarei bem. Ficarei muito bem se conseguir fazer justiça para meu irmão. Ele descansará apenas assim no submundo.
Não sei qual foi a reação deles, mas um silêncio desconfortável caiu sobre a mesa.
— Você prometeu que iria desistir... — Uma voz quebrada e doce soou em meus ouvidos e eu levantei a cabeça para ver Jimin com uma expressão de desgosto no rosto.
Meu coração tremeu quando percebeu o que eu tinha feito.
— Não... eu. — Não posso mentir, não consigo ficar parado. — Jimin, tente entender, ele é meu irmão e sei que gostaria que eu fosse atrás para acabar que começamos.
— Mas isso irá colocar todos nós em risco! Não vê? — Sua voz estava começando a embargar e tentei me aproximar dele, mas se afastou. — Cadê seus reforços para me manter a salvo? Não posso muito, sou humano ainda!
— Por favor... se acalme. — Pedi e implorei para ele deixar que me aproximasse, mas seus olhos estavam embaçados de lágrimas pesadas.
— Talvez eu deva voltar para a terra até isso se resolver. — suspirou, eu estava prestes a chorar junto com ele. Não...
— Não... Jimin, fique comigo.
Ele pareceu despertar e olhou para todos, que mantinham os olhos baixos de nós, mas os ouvidos bem apurados. Seu rosto ficou mais rosado.
— Eu preciso pensar. Deixe-me.
Apenas deixei meu amor sumir pelas escadas. Tudo se esvaindo entre meus dedos como um pesadelo louco. Em poucas horas, minha vida se transformou e não poderia deixá-lo ir. Meu coração era egoísta, sempre foi. Ninguém ousou falar nenhuma palavra e a fome tinha ido. Mas algo está faltando... alguém nessa mesa.
Jackson. Maldição.
Minha cabeça pensou em milhares de possibilidades, e minhas serpentes, até agora caladas, gritaram perigo. Meus instintos tomaram conta de meu corpo e fui procurado. Eu preferia ele gritando comigo do que em perigo na mão de um possível inimigo. Um grito. Vim de meu cômodo, minhas pernas avançaram pelo corredor estreito e abriram a porta a força.
Todo meu corpo queimou quando vi Jimin deitado, se remexendo no chão cheio de sangue, e Jackson com uma faca apontando para seu peito. Seus olhos carregavam culpa e remorso, quando me olhou.
— Eu sinto muito... eu não aguentava mais viver. Ele me deu isso. — disse suas últimas palavras até enfiar a faca em seu coração, caindo morto no chão frio.
Meus joelhos pousaram perto de Jimin, que tinha a respiração fraca e tentava apertar a ferida em sua barriga.
— Não... não. — Eu só podia sussurrar isso, enquanto as lágrimas caíam em seu rosto grudado ao meu. — Meu amor... não vá!
— Eu te amo. — Ele disse fraco, colocando suas mãos mornas em meu rosto. Antes de desmaiar em meus braços.
E eu gritei.
continua?
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