𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟓 • Erika

JAKE SERESIN estava focado e obstinado a conseguir o número daquela garota misteriosa, para depois levá-la para sua cama. Ele precisava descobrir seu nome antes. Ela não deveria ser dali, afinal ele nem seus colegas já a viram por aquela área.

Ela era linda. Os cabelos compridos e pretos como a noite, um corpo espetacular que praticamente gritava para estra embaixo do seu. Ele não tinha ouvido sua voz, mas sua mente a imaginava como algo divino, tão doce e sedutora que nem mesmo fora ouvida antes. Então, ele decidiu que era hora de agir.

Já passava da uma da manhã. O bar praticamente já estava vazio, a não ser por algumas pessoas que estavam fechando a conta com Penny no balcão. A garota misteriosa não tinha saído do lugar a noite toda, e ela ainda estava lá. Jake se perguntava pelo que, ou quem, ela estava esperando. Bom, se ela estava esperando por um namorado e ele não tinha chegado até então, significava que o caminho estava livre para ele avançar.

Eles tinham treino as cinco, poucas horas de sono pela frente, mas Jake não perderia a oportunidade. Ele tinha feito questão de confundir Coyote e fazê-lo pegar sua carteira sem querer, para que pudesse pegar a garota sozinha e, com todo o seu charme, fazê-la o ajudar a procurar pelo bar.

Quando ele abriu a porta para entrar, Penny não estava mais a vista, sem mais nenhum freguês. A garota ainda estava no mesmo lugar, mas ela virou para encará-lo quando ouviu o sino da porta. Ela desviou o olhar rapidamente, balançando a cabeça negativamente e rezando para que ele não tentasse puxar assunto com ela. Erika não era uma boa pessoa, claro que sua prece não seria atendida.

— Acho que perdi minha carteira — disse ele, com um sorriso encantador. — Tem as minhas iniciais estampadas, JS, de Jake Seresin.

— Fique à vontade para procurar — sibilou, gesticulando para o bar, mas não fazendo menção de se levantar.

— Por que você não me ajuda, amor? — sugeriu, se aproximando dela calmamente. — O mais rápido que eu a achar, mas rápido posso te levar num encontro.

— E você tem certeza de que tem o suficiente para me levar para sair?

Jake semicerrou os olhos. Tudo bem, ele tinha que admitir, aquela garota tinha uma língua esperta e afiada. Ele gostava de uma boa caça, mas garotas como ela sempre eram um problema. Não eram fáceis de agradar, levavam tempo para amaciar e paciência não era o forte do aviador.

Pela primeira vez, Jake não sabia como se aproximar dela. Ela estava claramente na defensiva e não queria papo. Ele não desistia, conseguiria o que queria de uma forma ou de outra. Ele varreu os olhos rapidamente por ela, tentando achar qualquer coisa que denunciasse um de suas paixões.

Seria difícil. O que ele notou foram algumas joias nos dedos e pescoço dela, anéis e colares. Não pareciam bijuterias, e sim feitos de materiais puros. Suas roupas não pareciam comuns, e sim feitas de algum tecido caro. Droga. Quem era ela? Com toda certeza não era uma local.

Não era como se Jake não tivesse dinheiro, porque ele tinha, ganhava muito bem sendo um piloto graduado pela Top Gun. Se eram joias que ela queria, ele poderia comprá-las. Havia algo errado aí. Ela não tinha uma aliança nem nada que evidenciasse ser comprometida. Se ela tinha joias e roupas caras, ela teria que ter um bom emprego e mulheres assim podiam comprar tudo o que queriam, sem precisar de um homem para bancá-las.

Ele estava prestes a dizer algo, insistir mais um pouco para que ela saísse com ele, mas não pode. A porta do bar foi aberta novamente. Os dois viraram para ver quem tinha entrado. Jake bufou, revirando os olhos ao ter sua tentativa arruinada pelo navegador de Phoenix.

— Ah — ele gaguejou, nervoso com os olhares. — Coyote achou a sua carteira, Hangman. Ele deve ter pegado por engano.

— Claro, por engano — resmungou, virando-se rapidamente para ela. — Até outra hora, boneca.

Ela revirou os olhos enquanto o observava sair, esbarrando propositalmente no ombro do outro piloto. Entretanto, esse novo indivíduo não saiu, ele permaneceu no mesmo lugar com um sorriso tímido para Erika.

Bob percebeu que ela o encarava, então tentou agir normalmente. Ele deu passos rápidos demais até ela, apoiando as mãos no balcão ao lado de Erika sem realmente saber como agir. Ele abriu a boca algumas vezes, tentando pensar no que falar, mas isso estava sendo mais difícil do que um dos exercícios de luta de caça de Maverick.

— Hangman? — repetiu ela, sem entender.

— Hein? Ah, sim, é porque ele vai te deixar com as calças na mão, sabe? — respondeu, um pouco rápido demais. — Numa luta de caça, uma vez, ele mandou eu e a Phoenix irmos para a direita quando ele foi para a esquerda, e todo mundo sabe que não se abandona o seu ALA...

Ele viu que ela o encarava com um grande ponto de exclamação no rosto. Céus! Ele não deveria estar fazendo o menor sentido, mas continuava a falar coisas sem parar, como se ela pudesse entender o que ele queria dizer.

— O que eu quero dizer é que o Hangman é o próprio carrasco — disse por fim, nervoso demais. Estava fazendo muito calor ou ele que estava suando? — Desculpe, eu não deveria estar te falando essas coisas quando você mal me conhece. Digo, não que você não me conhecer seja um problema.

— Eu entendi — ela afirmou, o impedindo de continuar. — O Hangman então não é flor que se cheire, certo?

— Basicamente isso — concordou, balançando a cabeça. — Me desculpe pelo que ele te disse ou possa ter sugerido. Eu sei como ele pode ser irritante e insistente, principalmente com uma mulher bonita como você...

Tarde demais, Bob nem percebeu que deixou aquelas palavras escaparem. Ele arregalou os olhos, desesperado. Entretanto, tudo o que a garota ao seu lado fez foi abrir um sorriso divertido e relaxado. Seu sorriso era lindo, os dentes perfeitos e brancos como estrelas.

— Obrigada pelo elogio, eu acho — disse ela calmamente, o tranquilizando. — Mas não se preocupe, não foi culpa sua para se desculpar.

— Mesmo assim — repetiu, tentando por seus pensamentos em ordem. — Ah, eu me chamo Bob. Robert Floyd, na verdade.

— Eu sei — disse ela, sem pensar. Foi a vez de ela ficar envergonhada, visto a situação que se colocou. — Minha mãe estava me contando sobre vocês pilotos. É por isso que eu sei o seu nome.

— Sua mãe? — repetiu, confuso.

— E sou a filha mais velha da Penny — explicou, vendo-o ficar com os olhos arregalados. — Meu nome é Erika.

O sorriso dela era lindo. Bob ficou fascinado pelo brilho branco deles, a forma como seus lábios estavam contornados pelo batom vermelho sangue que realçava sua pele. Ele devia estrar encarando-a há alguns segundos. Erika estava em sua frente, os olhos semicerrados, tentando entender por que ele tinha ficado sem palavras de repente.

— Eu preciso voltar para a base — Bob murmurou, sendo aquelas as únicas palavras que conseguiu formular.

Erika assentiu, o sorriso sumindo.

— Foi bom te conhecer, Bob.

Naquela noite, mesmo com poucas horas de sono, Bob não parou de sonhar com Erika Benjamin nem por um minuto sequer. No treino de Maverick logo cedo, ele se sentia aerado com tudo ao seu redor, o que resultou nele não avisando Phoenix sobre a mira de Maverick estar se fixando neles. Se fosse uma briga de caça de verdade, eles estariam mortos por uma falha dele.


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29.10.22

𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:

Trago notícias! Ultimamente eu ando muito ocupada, sempre na correria por conta de algumas coisas que estão acontecendo na minha vida... Isso está me impedindo muito de conseguir me concentrar para escrever... Eu ainda estou pensando a respeito de tudo isso, mas terei um comunicado sendo postado no meu perfil em breve, então por favor fiquem atentos!

Com este capítulo, conclui a "parte i" de Desperado! Eu avisei que esta fic seria dividida em partes antes, mas preciso alertar vocês leitores que eu não tenho a "parte ii" planejada ou iniciada! Eu estou me esforçando muito para conciliar algumas coisas na minha vida, então por favor eu peço para que tenham paciência comigo porque eu não vou desistir das minhas obras! Com certeza, em breve, eu retornarei para continuá-las! Quando isso estiver prestes a acontecer, tenham certeza de que eu os avisarei!

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