𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐 • Amor
ERIKA tinha se sentado numa das banquetas de madeira ao redor do bar. Os primeiros clientes já estavam chegando, o sininho em cima da borda balançando cada vez que alguém entrava. O barulhinho alguma estava começando a irritá-la. Penny tinha dito que seria um dia pouco movimentando, mas ela tinha certeza de que este não seria o caso.
Fosse lá o que estivesse acontecendo, mas o bar estava começando a lotar. Trabalhadores e pessoas comuns da reunião estavam se reunindo por aí, pedindo cervejas e amendoins como aperitivos para uma garçonete que chegou em cima da hora. Penny devia tê-la contratado para ajudar com o bar depois que Erika foi embora, afinal tinha dias em que aquele lugar realmente enchia.
Um grupo de pessoas uniformizadas tinha se reunido ao redor de uma das mesas de bilhas. Todos eles tinham uma postura invejável, os cabelos presos ou bem penteados e as roupas alisadas. Ela reconheceu o padrão de cara — Marinha. Em meio a todos os homens, ela percebeu que tinha uma mulher também trajada como eles. Erika pensou no quão corajosa ela era para ter brigado com aqueles seres arrogantes para chegar ali. Ela quase chegava a invejá-la por sua coragem.
Diferente de todos ali, Erika não bebia nada alcóolico. Penny tinha lhe dado uma garrafinha de água com gás e um copo de vidro com rodelas de limão. Ela tinha esperanças de que ainda poderia conversar com a sua mãe, mas estava ficando preocupada com o tanto de trabalho que estava surgindo.
— Como está Amelia? — perguntou ela assim que Penny, do outro lado do balcão, parou para finalmente trocar mais do que cinco palavras com a filha. — Só a vi pelas fotos que posta no Instagram.
— Ela está na casa de uma amiga, mas ficará feliz de te ver mais tarde — respondeu, lhe dando um sorriso carinhoso. — Vai ficar em casa, não é? Seu quarto ainda é o mesmo.
— Até aquele papel de parede lilás horrível? — sorriu, sentindo o peso sobre seus ombros se aliviar com a risada de Penny.
Erika sentiu o lugar ao seu lado ser ocupado. Penny virou-se rapidamente para quem tinha se sentado, mas continuou relaxada, provavelmente o conhecia. Erika, então, o encarou, notando a jaqueta de nylon verde com os bordados da marinha. Ele tirou os óculos de sol aviadores, os colocando no balcão, e abriu um belo sorriso para Penny.
— Se lembra da Erika, Pete? — perguntou Penny, uma deixa para ele encará-la.
Ele era bem mais velho que ela, provavelmente tinha mais de cinquenta anos. Algo nele era familiar, ela já o tinha visto há muitos anos. Aquele era Pete Mitchell, ou melhor, Maverick, um dos aviadores da Marinha. Ele parecia estra tendo um tempo difícil para reconhecê-la, mas logo disse:
— Como em sua filha Erika? — questionou, os olhos arregalados.
— A primeira e única — afirmou ela, juntando as mãos no balcão. — Você parece bem, Maverick. Não mudou nada.
— Ele é Capitão — comentou Penny, disfarçando enquanto lavava um copo.
— Ainda? — exclamou Erika, confusa. — Já não deveria ser, pelo menos, Contra-Almirante?
— Capitão de mar e guerra com muito orgulho — reclamou ele, revirando os olhos de brincadeira. — Você cresceu, Erika. Como anda a faculdade? Sua mãe disse que está fazendo Direito.
Erika tentou disfarçar, mas olhou para Penny com um misto de raiva e ansiedade. Elas podiam ter se distanciado, mas a cada cerca de dois meses, ela ligava para casa para perguntar se estava tudo bem com ela e Amelia. Não era por ter ido para longe que Erika deixaria de se preocupar com sua família.
Quando ligava, ela falava superficialmente sobre o que estava fazendo. Erika era uma pessoa extremamente reservada, não gostava que os outros ficassem sabendo da sua vida mais do que não fosse necessário. Infelizmente, ela deveria saber melhor que sua mãe nunca deixaria de falar para todos que ela conhecia sobre Erika e como ela estava. As pessoas que viram Erika crescer sempre perguntavam sobre ela, e é claro que Penny as contaria devido a solidão que sentia com ela longe.
Ela estava prestes a corrigir Maverick e dizer que, na verdade, Direito seria a sua segunda graduação, mas isso não foi possível. Um homem vestido nos uniformes da Marinha se aproximou do balcão, parando ao lado dela. Ele tinha cabelos loiro-escuros, o corpo de um galã de novela, o maxilar delimitado e o sorriso que chegava a brilhar. Erika era melhor do que isso e conhecia bem como homens como ele eram.
— Penny, querida, quatro cervejas — pediu educadamente, logo virando-se para Erika e correndo os olhos de cima a baixo. — E o seu número, amor.
Erika revirou os olhos. Penny pegou as quatro garrafas de cerveja, tentando esconder o riso que lutava para fugir de seus lábios. Ela deveria conhecer aquele homem, percebeu Erika. Entretanto, Maverick interviu, se levantando da banqueta e encarando a figura do lado dela.
— Cuidado, Hangman — advertiu, já que afastando. — Ela é advogada. Pode te prender por assédio.
Hangman nunca tinha sido dispensado por uma mulher daquela maneira. Ou melhor, Maverick o impediu de fazer qualquer coisa. Aquela garota que ele vira conversar com Penny era linda, com cabelos escuros e um corpo maravilhoso. Ele queria tê-la em sua cama pelo menos uma vez, mas não se o preço fosse ele ser preso. Ele murmurou um pedido de desculpas extremamente falso, pegando suas cervejas e voltando para onde seus colegas estavam.
Erika o observou ir embora e distribuir as garrafas de vidro. Ela não estava surpresa, sabia que todos da Marinha eram iguais à Hangman. Penny, a sua frente, agora estava rindo, os olhos circulando pelo bar enquanto mordia o lábio inferior, segurando algo que parecia louca para dizer.
— Maverick sabe que eu não sou advogada, certo? — perguntou ela, cruzando os braços. — O que você contou sobre mim para ele?
— Nada de mais — deu de ombros. Penny pegou mais garrafas de cerveja debaixo do balcão, colocando-as para cima. — Um homem mais velho combinaria com você, Erika, especialmente se ele for da Marinha. Te manteria na linha, eu acho.
— Eu realmente não quero ter essa conversa com você — disse ela, negando com a cabeça enquanto fazia uma careta.
Para sua sorte, Penny não insistiu mais no assunto. A mente traiçoeira de Erika não pode de imaginar como seria ter um relacionamento com um soldado da Marinha. Ele a trairia na primeira semana? Provavelmente sim. Por mais que a ideia de um romance fosse tentadora, ela não sentia que sua saúde mental aguentaria os trancos de um relacionamento daquele tipo, afinal todos os homens eram iguais e eles não mudariam por amor. Era isso o que ela pensava até aquela noite.
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17.09.22
𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
Estavam esperando a tanto tempo esse capítulo, não é? Tem gente que está meio com o pé atrás com a Erika, mas tenham paciência que eu prometo que a história vai ficar cada vez melhor daqui a pouco!
Aliás, se eu não me engano, o Bob já vai aparecer no capítulo da semana que vem! Tenho tantos planos para eles e eu espero, de verdade, que vocês gostem do que eu preparei. Não esqueçam de comentar e me contar o que acharam!
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