Capítulo 28
Amor, você não é boa
Porque me avisaram sobre seu jeito garota
Eu estive me esquivando pra esquerda e pra direita
Amor, você não é boa
Acho que me apaixonei por você
Você me pegou adiando isso, adiando isso
Ninguém me fez sentir assim
Você deve pensar que estou mentindo
Estou acostumado com vadias vindo atrás de mim
Você me pegou tocando no seu corpo
Dizer que nós estamos apaixonados é perigoso
Mas garota estou tão feliz que somos íntimos
(Acquainted - The Weeknd)
*Billy Hargrove*
Não preciso dizer o quanto fiquei hipnotizado com mais um show da banda de Anastasia, que eu ainda não me preocupei em decorar o nome. O jeito que ela dançava, cantava e principalmente tocava seu corpo sem pudor nenhum me excitava em níveis extremos, levando meu corpo e minha mente a loucura. Eu já havia desistido de entender o que aquela mulher fazia comigo.
Novamente me peguei extremamente estressado ao ver o jeito que ela olhava para alguém. Um cara boa pinta, todo arrumadinho conversava com a banda, mas eu percebia as investidas dela nele, e também percebia que mesmo discreto, ele devolvia tudo na mesma moeda. Tive vontade de tirá-la de lá, e de mandar aquele cara para a puta que pariu. Conversando com a minha garota... Mas ela nem era minha, e eu nem queria que fosse, já que eu mesmo era de todo mundo... Eu acho.
Beija-lá me fazia esquecer de toda a raiva, assim como apenas estar ao lado dela me fazia relaxar drasticamente, sem precisar de nenhum tipo de substância, e quando transávamos... Era como o paraíso, para dizer o mínimo. Com isso em mente, disse que a levaria para casa, mas assim que me afastei dela me lembrei que talvez não fosse ser tão fácil dessa vez. Amber estava lá, e mesmo que ela fosse atrasada intelectualmente em muitos quesitos, ela já tinha sacado todo meu lance com Anastasia, e de alguma forma isso a irritava profundamente.
Minutos após eu voltar, o grupo que eu estava começou a querer ir embora. Abri um sorriso e me despedi de todos, dizendo que eu ficaria ali sozinho um pouco mais. Óbvio que Amber não acreditou e disse que me acompanharia até o final. Droga de garota grudenta, pensei enquanto suspirava e virava mais um gole de cerveja. Óbvio que eu dava corda para ela algumas vezes, e inclusive já transamos uma vez ou outra, mas eu sempre fazia isso com todas que se aproximavam... A única diferente era Anastasia, e não era ela que estava na mesa comigo.
— Já deu esse lugar, vamos embora. — disse, desistindo de levar Anastasia para a casa dela.
Amber concordou, mas disse que precisaria ir ao banheiro antes. Era minha chance. Caminhei rapidamente até a mesa onde Anastasia estava conversando com os amigos com um sorriso enorme e lindo no rosto. A puxei levemente pelo braço e encostei meu rosto em seu ouvido, sentindo seu cheiro doce e entorpecente.
— Venho te buscar, me espera. — Foi a única coisa que eu disse antes de voltar rapidamente até minha mesa, antes que Amber voltasse.
Levei Amber até sua casa, na verdade até a mansão onde ela morava, e fui convidado para o seu quarto, mas neguei, dizendo que estava cansado e precisava ir para a minha própria casa dormir. Por sorte ela acreditou e entrou, após me mandar um beijo. Sorri falso com a ação, extremamente ansioso para voltar ao bar e pegar quem realmente me interessava.
Quando cheguei, vi ela e o grupo de amigos se despedindo. Seu olhar alcançou o meu e ela sorriu. Sem segundas intenções, apenas um sorriso genuíno e extremamente lindo. Ela conversou algo com o irmão gêmeo e com a melhor amiga, a tal de Genevieve, antes de seguir caminho até meu carro. Quando ela entrou, estava tão estonteante e feliz. Ela brilhava sem precisar da ajuda de nenhuma fonte de luz. Precisei me concentrar para não me perder em sua imagem.
— Minha casa ou sua casa? — Ela perguntou, e isso me incomodou um pouco mais, o que era estranho.
— Nenhum dos dois.
Segui caminho, não até a casa dela ou a minha casa, ou então ao motel mais próximo, mas sim até a piscina comunitária onde eu trabalhava. Ela estaria fechada no momento, óbvio, mas eu tinha a chave, e eu sabia como aquele lugar conseguia ficar pacífico quando estava vazio. Por algum motivo, quis um momento diferente com ela, e sozinho. Quando parei o carro no destino, ela olhou em volta um pouco confusa.
— Por que estamos aqui? — Ela perguntou, saindo do carro quando viu que eu fiz o mesmo.
— Vem. — Estendi a mão para ela. Anastasia entrelaçou os dedos nos meus, mas ainda estava intrigada.
— Não tá fechado essa hora? — Ela sussurrou, olhando os arredores.
— Eu tenho a chave.
— Não é errado? — Virei minha cabeça para poder encara-la após sua pergunta.
— Você liga?
Ela não respondeu, mas sorriu largo, ainda com os dedos entrelaçados nos meus, voltando a me seguir. Apenas o simples toque da minha mão na dela me dava arrepios. Quando entramos, a piscina estava iluminada apenas pelas milhares de estrelas que apareciam no céu aberto, e pela lua cheia, que só não era mais bonita que a beleza de Anastasia Byers.
Soltei sua mão e me virei para ela, desabotoei a camiseta e tirei a calça e o sapato, deixando-os em um canto qualquer no chão. Pulei na piscina, que estava quente, melhorando mais ainda o momento. Ela observou com uma das sobrancelhas erguidas, mas logo abriu outro sorriso e se desfez dos coturnos, das meias e da camiseta enorme que usava. Naquele dia, infelizmente para mim, ela usava um sutiã preto e rendado como a calcinha, mesmo assim estava incrivelmente sexy e devastadora.
Antes de ela entrar, ela pediu que eu esperasse que iria no banheiro rapidamente. Observei seu corpo perfeito caminhar até lá e sair minutos depois. Quando observei bem, ela estava sem a maquiagem preta nos olhos, mas ela ficava ainda mais bonita. Ela pulou na piscina, ainda feliz e brilhante. Me aproximei dela e a puxei pela cintura, colando seu corpo quente no meu por baixo da água. Sua pele clara brilhava com a luz opaca da lua, deixando-a mais esplêndida que o normal. Eu só podia ter sido enfeitiçado, não era possível. Que porra essa garota fazia comigo?
— O que está olhando? — Ela perguntou, afastando alguns fios de cabelo molhados do meu rosto.
— Você. — Analisei todo seu rosto ao dizer, e ela sustentou meu olhar, tão perdida e hipnotizada quando eu.
— Sabe, eu vou ser famosa um dia. — Ela disse de repente, olhando para o céu, mas ainda abraçada em mim.
— Isso tem a ver com aquele cara que você tava conversando hoje? — perguntei, com certo descaso ao me referir ao tal James.
— Aquele cara, baby, é um caça-talentos, que trabalha simplesmente para Eddie Kramer. — Ela olhou para mim e revirou os olhos ao ver minha careta confusa. — Um produtor muito famoso. — Ela voltou a olhar o céu. — Imagina, subir nos mais diversos palcos pelos Estados Unidos, e quem sabe até pelo mundo... Um sonho. — Seus olhos brilhavam, e eu a apertei mais contra mim apenas por me sentir maravilhado com a imagem. Ela voltou a me olhar quando percebeu o aperto. — Você podia ir me ver nos meus shows.
— Mas eu já te vejo nos seus shows, em uma posição muito favorável, devo dizer. — disse, passando uma das mãos por todo seu corpo em baixo d'água e parando por alguns segundos em sua parte íntima, coberta apenas pela calcinha. Ela riu, maliciosa.
— Tô falando de shows de verdade, Billy. — Seus olhos voltaram a brilhar. — Los Angeles, Nova York, Las Vegas. — Ela fez uma pausa. — Itália, Reino Unido, América do Sul... Você vai me ver nesses shows?
O que estava acontecendo naquele momento? Talvez fosse as luzes hipnotizantes das estrelas, ou até mesmo da lua, mas ela me olhava de um jeito diferente, e eu entrei na mesma onda. Por um momento quis jurar segui-la por todos os cantos que ela fosse, quis me desmanchar nela para sempre.
— Está dizendo que quer me levar com você? — perguntei, aproximando mais meu rosto do dela. Anastasia deu de ombros.
— Quem sabe... Você quer ir?
Sua pergunta foi o que terminou de me atingir. Ela queria que eu fosse, queria que eu estivesse com ela em todo lugar. Seria isso uma alucinação da minha cabeça? Ou a luz da lua cheia em uma piscina de noite era tão manipuladora e hipnotizante em um nível de me fazer sentir como jamais me senti antes com alguém? Como que Anastasia era a única que me arrancava desejos assim? Ficar com uma mulher só para sempre? O que era isso?
Não consegui responder em palavras, mais uma vez na noite puxei a garota pela nuca e colei nossos lábios. Dessa vez, não era um beijo desesperado, não era necessitado de nenhuma urgência. Era um beijo lento, calmo e gentil. Sua língua macia massageava a minha de forma entorpecente. Apertei sua cintura para mais perto de mim e a senti passar as pernas pelo meu quadril, grudando nossos corpos ainda mais. Eu poderia ficar naquele beijo por horas que eu jamais iria me cansar. Aquele beijo era diferente, tinha algo a mais do que apenas desejo e excitação.
Em algum segundo, Anastasia se separou de mim bruscamente e com um sorriso travesso no rosto me jogou uma quantidade grande de água. Precisei limpar meus olhos um tanto atordoado, mas o som gostoso da risada daquela mulher só tornou o momento melhor. Revidei na mesma moeda, é claro, e em segundos estávamos jogando água um no outro como duas crianças.
Apenas paramos quando ouvimos alguém se aproximar da piscina. Talvez fosse só um animal do lado de fora, ou talvez fosse o próprio dono e meu chefe, por isso nos apressamos para fora, pegamos algumas toalhas que o lugar tinha e nos vestimos. Voltamos para o carro entre sorrisos e risadas, eu com certeza estava mais leve que o normal naquela noite, e nem precisei fumar um cigarro sequer até o fim dela.
(...)
Na manhã seguinte, acordei em meu próprio quarto, porém eu não estava sozinho, e esse fato conseguiu tirar um sorriso sincero do meu rosto. O que estaria acontecendo comigo? Eu já não sabia mais dizer. Coberta apenas por um lençol, Anastasia dormia tranquilamente. Aproveitei que acordei antes dela para observá-la mais um pouco. Dormindo ela ficava vulnerável de um jeito que nunca foi, e mesmo assim continuava linda. Sua beleza era diferente, ela não era só bonita e sexy por fora, mas também era por dentro.
O que eu estou falando? Quem me ver assim pensará que estou apaixonado. Não, definitivamente não. Eu não podia me dar ao luxo de me apaixonar sendo que ela poderia ir embora igual minha mãe fez. Era um lema meu, por isso nunca senti nada por ninguém.
De qualquer jeito, espantei os pensamentos quando a vi se mover na cama enquanto acordava. Antes de abrir os olhos, ela se espreguiçou de forma gostosa e um barulho fino veio de sua garganta, ela sempre fazia isso e eu achava extremamente adorável. Ela olhou direto para mim em seguida, arrumando o lençol no seu corpo.
— Por que sempre pego você me olhando quando eu acordo? — Ela perguntou, mas tinha um sorriso sincero no rosto, ela estava achando graça.
— Não tô te olhando. — respondi, meio seco. Foi automático, todos os pensamentos que tive antes de ela acordar mexeram comigo instantaneamente.
— Ok. — Ela franziu as sobrancelhas, mas não tirou a animação do rosto.
Um silêncio se instalou no quarto, mas dessa vez não estava confortável como sempre foi quando apenas apreciávamos a companhia um do outro. Naquele momento estava estranho, pela primeira vez. Mas a próxima fala de Anastasia fez meu coração relaxar por talvez poder voltar ao normal.
— Sempre fiquei pensando. Billy é apelido pra que? — Ela fez uma careta pensativa. — Se for apelido, claro. — E então ela me olhou, e me controlei para não me perder naqueles olhos.
— Pra William. — respondi, mas eu nunca deixava ninguém me chamar assim, achava que não combinava comigo.
— Que ótimo, tô fodendo um cara com o mesmo nome do meu irmão mais novo. — Ela fez uma careta, desviando o olhar na hora. Não consegui segurar uma risada sincera.
— Ainda prefiro Billy. — disse, enquanto a fazia rir também. Tudo normal de novo, amém.
— Bom, gato, a noite foi ótima, como sempre, mas preciso voltar pra casa. Meu aniversário está chegando e já quero começar a organiza-lo com a minha família. — Ela disse, se levantando e começando a buscar suas roupas pelo chão.
Por um momento eu parei, com a imagem de seu corpo nu me atingindo como um tapa. Tudo naquela mulher era lindo, não podia ser possível, pensei enquanto a observava colocar a calcinha e abotoar o sutiã de renda pretos. Mordi o lábio inferior rapidamente, me controlando para não puxa-la de volta para a cama e fazer tudo o que fizemos durante a noite e mais um pouco.
— Não vai babar, William. — Ela pronunciou meu nome com ironia. Revirei os olhos, mas realmente tive que disfarçar, eu estava mesmo quase babando.
— Quer carona? — perguntei, tomando finalmente uma iniciativa para colocar minhas próprias roupas pelo chão.
Anastasia aceitou, e com as roupas vestidas, caminhamos até meu carro. O som, como sempre, era alto, e a voz de Nasty Byers me entorpecia enquanto ela acompanhava as letras. Senti um incômodo ao chegarmos e ela se afastar, mas não liguei, esperei ela entrar e parti de volta para a minha própria casa.
Ao chegar, tomei um banho rápido e coloquei outra roupa para que pudesse sair de novo, quanto menos tempo eu ficava naquela casa, melhor. Porém, toda minha paz se desfez quando vi Neil Hargrove aparecer na porta, com uma cara nem um pouco feliz e um olhar mortífero em minha direção.
——————————————————
OIIII! mais um capítulo quentinho pra vcs, eu particularmente amei escrever esse capítulo, tá sendo um dos meus favoritos simmm, mas infelizmente se ta tudo bem agora, tem como piorar muito hihi não me matem
enfim, não esqueçam da estrelinha e sintam-se livres pra comentar, me ajuda muito a saber o que estão achando
Bjin procêis💙
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top